domingo, 23 de agosto de 2020

Animes e sua continuidade visual e narrativa

 

1️⃣ O “continuum visual”

Antes de 2018, muitos animes compartilhavam traços semelhantes por alguns motivos:

  • Modelos de character design padronizados: Olhos grandes, linhas limpas, proporções corporais “seguras” que agradam o público geral.

  • Processos de animação tradicionais: Muitas vezes, os mesmos artistas-chave trabalhavam em múltiplos projetos, replicando estilos que já funcionavam.

  • Limitações técnicas: Software de animação, digitalização e rotoscopia ainda eram menos avançados, então havia menos experimentação com texturas, iluminação e cores.

Isso gerava aquele “look and feel” familiar — a sensação de que você já viu aquele estilo antes, mesmo que a história fosse diferente.


2️⃣ O “continuum narrativo”

Na história também existia uma continuidade:

  • Fórmulas consolidadas: Muitos animes seguiam fórmulas de shounen, shoujo ou slice of life. Por exemplo, protagonista com trauma → crescimento → batalha ou romance → resolução.

  • Arcos previsíveis: Ainda que bons, roteiros repetiam padrões de conflito, amizade, superação e comédia.

  • Influência de light novels e mangás populares: Quando algo fazia sucesso, vários animes tentavam reproduzir a mesma “receita”.


3️⃣ Por que mudou depois de 2018

  • Expansão de streaming: Netflix, Crunchyroll e Amazon começaram a financiar animes originais, permitindo mais experimentação.

  • Estilos diversificados: Diretores como Masaaki Yuasa e estudios independentes passaram a experimentar mais, quebrando o padrão.

  • Tecnologia digital avançada: Mais cores, animação frame a frame aprimorada, fundos mais detalhados e efeitos especiais realistas ou estilizados.

Resultado: hoje vemos animes com traços e narrativa muito mais variados, onde o estilo visual não necessariamente indica gênero ou público.

Sem comentários:

Enviar um comentário