1️⃣ O “continuum visual”
Antes de 2018, muitos animes compartilhavam traços semelhantes por alguns motivos:
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Modelos de character design padronizados: Olhos grandes, linhas limpas, proporções corporais “seguras” que agradam o público geral.
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Processos de animação tradicionais: Muitas vezes, os mesmos artistas-chave trabalhavam em múltiplos projetos, replicando estilos que já funcionavam.
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Limitações técnicas: Software de animação, digitalização e rotoscopia ainda eram menos avançados, então havia menos experimentação com texturas, iluminação e cores.
Isso gerava aquele “look and feel” familiar — a sensação de que você já viu aquele estilo antes, mesmo que a história fosse diferente.
2️⃣ O “continuum narrativo”
Na história também existia uma continuidade:
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Fórmulas consolidadas: Muitos animes seguiam fórmulas de shounen, shoujo ou slice of life. Por exemplo, protagonista com trauma → crescimento → batalha ou romance → resolução.
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Arcos previsíveis: Ainda que bons, roteiros repetiam padrões de conflito, amizade, superação e comédia.
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Influência de light novels e mangás populares: Quando algo fazia sucesso, vários animes tentavam reproduzir a mesma “receita”.
3️⃣ Por que mudou depois de 2018
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Expansão de streaming: Netflix, Crunchyroll e Amazon começaram a financiar animes originais, permitindo mais experimentação.
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Estilos diversificados: Diretores como Masaaki Yuasa e estudios independentes passaram a experimentar mais, quebrando o padrão.
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Tecnologia digital avançada: Mais cores, animação frame a frame aprimorada, fundos mais detalhados e efeitos especiais realistas ou estilizados.
Resultado: hoje vemos animes com traços e narrativa muito mais variados, onde o estilo visual não necessariamente indica gênero ou público.
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