quarta-feira, 28 de junho de 2023

💋 O que é o Delivery Health (Deriheru)

 

💋 O que é o Delivery Health (Deriheru)

🔹 1. Origem do nome

Nos anos 1980, com o aumento dos controles sobre os soaplands, muitos empresários buscaram uma alternativa legal.
A ideia era simples:

“Se o cliente não vem ao prazer, o prazer vai até o cliente.”

Para contornar a lei, registraram os negócios como “massagem domiciliar de saúde” — daí o nome Delivery Health.
O “health” é um eufemismo para “prazer físico”.


🔹 2. Como funciona

  • O cliente escolhe uma atendente por site, catálogo ou aplicativo.

  • Faz uma reserva e indica um local (geralmente hotel).

  • A profissional vai até o local e oferece massagens e outros serviços sensuais.

  • Sexo completo é oficialmente proibido — mas na prática, muitos “extras” são negociados pessoalmente.

O pagamento inclui:

  • Taxa da agência (geralmente 60–120 minutos).

  • Transporte da atendente.

  • Eventuais “opções extras” (roupas, fetiches, tipo de atendimento etc.).


🔹 3. Legalidade

O deriheru opera dentro da lei, pois:

  • Não possui local fixo de atendimento (evita registro como prostíbulo).

  • Oferece “massagem relaxante” e não “sexo explícito”.

⚠️ Porém:

  • Qualquer ato sexual explícito não pode ser contratado oficialmente — se houver, é considerado “acordo pessoal”.

  • Exploração, tráfico, coerção ou atendimento de menores são crimes severos.

A polícia local fiscaliza as agências, exigindo registro e comprovação de idade das funcionárias.


🔹 4. Tipos de Deriheru

O mercado é enorme e dividido por nichos:

TipoDescrição
Standard DeriheruAtendentes comuns, catálogo online, preços médios.
High-Class DeriheruMulheres modelo, empresárias ou ex-hostesses; clientes VIP.
JK Deriheru (ilegal)Fantasia de “colegial” — amplamente perseguido pela polícia.
Mature DeriheruMulheres mais velhas, público masculino 40+.
Cosplay DeriheruAtendentes fantasiadas (enfermeira, policial, anime, etc.).
SM DeriheruFetiches e dominação, mas dentro de limites de segurança.

🔹 5. Cultura e curiosidades

  • 💻 O deriheru é uma indústria digitalizada — com sites que exibem fotos, perfis, avaliações e rankings.

  • 🌸 Muitas atendentes se apresentam com nomes artísticos e estilos de comunicação “fofos” (kawaii).

  • 💬 Algumas agências permitem conversas prévias por LINE (mensageiro japonês), o que cria laços emocionais.

  • 🏮 Há áreas específicas em Tóquio conhecidas por isso — como Ikebukuro e Gotanda.

  • 📸 Alguns mangás e dramas japoneses retratam esse universo, como Shinjuku Swan (sobre recrutadores de fūzoku).


🔹 6. Por que é tão popular?

  • Mais discreto que soapland.

  • Mais prático — o cliente não precisa se deslocar para um bairro de prazer.

  • Mais acessível financeiramente.

  • Permite variedade e anonimato.

Mas também há críticas sociais:

  • Muitos veem o deriheru como um símbolo da solidão moderna japonesa — prazer rápido, sem vínculo emocional.

  • Algumas mulheres usam o trabalho como fonte paralela de renda, especialmente universitárias.


🎭 Conclusão

O Deriheru é a versão moderna do Yoshiwara portátil:
um serviço que adapta o prazer japonês à vida urbana e digital, equilibrando legalidade, sigilo e fantasia.

É uma parte essencial da cultura fūzoku — discreta, codificada e incrivelmente organizada.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

🗺️ A História dos Yūkaku — O Japão do “Mundo Flutuante”

 

🗺️ A História dos Yūkaku — O Japão do “Mundo Flutuante”


🏮 Período Edo (1603–1868) — O nascimento do mundo flutuante (ukiyo)

Com o país unificado sob o xogunato Tokugawa, o Japão entra em um longo período de paz e isolamento.
A vida urbana floresce — especialmente em Edo (atual Tóquio), Kyoto e Osaka.
Mas, como toda sociedade controlada, surge a necessidade de um “escape” institucionalizado.

Assim nascem os Yūkaku (遊廓) — distritos murados e licenciados pelo governo, onde sexo, arte e espetáculo conviviam legalmente.


🎐 Os três grandes distritos licenciados

🏯 1. Yoshiwara (Edo / Tóquio)

  • Fundado em 1617.

  • O mais famoso e luxuoso de todos.

  • Tinha muros altos, portões de madeira e ruas organizadas — um “bairro dentro da cidade”.

  • As cortesãs mais famosas eram chamadas Oiran (花魁), verdadeiras celebridades.

    • Elas estudavam poesia, caligrafia, música e etiqueta.

    • Desfilavam em público com kimonos exuberantes e plataformas altíssimas (geta koma).

🪷 Curiosidades:

  • Visitá-las exigia três convites formais e altíssimo custo.

  • O bairro era descrito como “um sonho de seda e incenso”.

  • Artistas como Hokusai e Utamaro imortalizaram Yoshiwara em gravuras ukiyo-e, celebrando sua atmosfera sensual e efêmera.

🖼️ Estilo ukiyo-e: Lanternas pendendo nas ruas, o brilho do óleo nas roupas, mulheres com cabelos longos e olhos serenos — um retrato do prazer como arte.


🌸 2. Shimabara (Kyoto)

  • Fundado em 1640, próximo ao antigo palácio imperial.

  • Mais discreto, voltado à elite cultural da corte.

  • As cortesãs também eram chamadas Oiran, mas o foco era refinamento e arte, não ostentação.

  • Tornou-se o lar espiritual das geishas, que surgiram como artistas acompanhantes, não prostitutas.

🎎 Curiosidade:
O nome “Shimabara” vem de uma rebelião famosa — mas aqui significava “prazer controlado sob disciplina”.
As Oiran Dōchū (procissões de oiran) ainda são reencenadas em festivais até hoje.


🌆 3. Shinmachi (Osaka)

  • Fundado em 1640, o “bairro das flores noturnas”.

  • Famoso por misturar comércio, teatro e prazer.

  • Tinha uma vibração mais popular, voltada aos mercadores e artistas.

  • Inspirou inúmeras peças do teatro bunraku e kabuki, com tramas sobre amores trágicos entre cortesãs e clientes pobres.

🎭 Curiosidade:
As histórias de Shinmachi inspiraram a expressão “ninjō-bon” — romances sentimentais do Japão Edo.


🕯️ O Conceito de “Ukiyo” — O Mundo Flutuante

O termo ukiyo (浮世) significava originalmente “mundo de sofrimento”.
Mas durante o período Edo, ganhou novo sentido:
👉 “mundo flutuante”, o espaço efêmero onde se vive o prazer do momento — bebida, amor e arte — sem pensar no amanhã.

Os artistas ukiyo-e capturavam esse espírito em gravuras:

  • Utamaro Kitagawa — retratos femininos (bijin-ga) e cenas de Yoshiwara.

  • Hokusai — mostrou a mistura do erótico e do sagrado (shunga, arte sensual).

  • Hiroshige — retratou a vida urbana e o crepúsculo dos distritos de prazer.

🖼️ Curiosidade pictórica: Muitos ukiyo-e eram vendidos como souvenires em Yoshiwara, quase como cartões postais do “mundo dos sonhos”.


⚙️ Era Meiji (1868–1912) — O fim dos muros e o começo da modernidade

Com a abertura do Japão ao Ocidente, o governo Meiji aboliu os distritos murados em 1872, em nome da “moralidade moderna”.
Mas, na prática, as cortesãs apenas mudaram de endereço e nome.
O conceito de “geisha” ganhou força, substituindo as oiran como símbolo cultural.

⚖️ Em 1900, surgem leis de registro e controle das “mulheres de prazer” (jōrō).
A prostituição deixa de ser “institucionalizada”, mas continua socialmente aceita em áreas específicas.


💣 Pós-guerra (1945–1960) — As “panpan girls” e o renascimento do fūzoku

Durante a ocupação americana, o Japão devastado viu um boom de prostituição informal.
As chamadas “panpan girls” serviam soldados aliados — muitas por necessidade.
O governo então cria novas regras e em 1956 promulga a Lei Antiprostituição, proibindo o sexo pago direto.

Mas, novamente, o espírito ukiyo renasce — desta vez com outro nome:
👉 Fūzoku.

Soaplands, hostess clubs e delivery health são, em essência, os herdeiros diretos de Yoshiwara e Shimabara — adaptados à legalidade moderna.


🌃 Hoje — O Mundo Flutuante Digital

O ukiyo do século XXI vive online:

  • Sites e aplicativos de deriheru substituem os portões de Yoshiwara.

  • O glamour das oiran vive nas hostesses de Kabukichō.

  • Gravuras ukiyo-e renascem em forma de mangás eróticos e arte moderna.

Mesmo proibida “no papel”, a prostituição japonesa nunca desapareceu — apenas mudou de forma, mantendo o mesmo princípio do período Edo:
🩰 “O prazer como espetáculo e performance.”


🧭 Curiosidades extras

  • 🎨 O termo ukiyo-e inspirou o nome do movimento francês Japonisme, que influenciou artistas como Van Gogh e Toulouse-Lautrec.

  • 🔥 Em 1657, um incêndio destruiu o Yoshiwara original; o novo distrito foi reconstruído em uma ilha artificial — daí o nome “Shin-Yoshiwara” (“Novo Yoshiwara”).

  • 💄 A procissão das Oiran (Oiran Dōchū) ainda é recriada anualmente em Asakusa, atraindo turistas e fotógrafos de todo o mundo.

  • 🪷 A vida nas casas de prazer inspirou uma ética peculiar: “Ichigo ichie” — “um encontro, uma vida” — o prazer como momento irrepetível.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

🏙️ Estrutura Moderna do Fūzoku Japonês

 

🏙️ Estrutura Moderna do Fūzoku Japonês

(A indústria do entretenimento adulto no Japão)


🌸 1. Conceito de “Fūzoku” (風俗)

No Japão, fūzoku significa literalmente “costumes” ou “hábitos sociais”, mas no contexto moderno se refere a negócios ligados ao prazer e entretenimento adulto.

A lei diferencia dois grandes grupos:

  • Fūzoku legal (registrado) → fiscalizado, paga impostos e segue regras locais.

  • Fūzoku ilegal → atividades de prostituição direta (sexo pago), tráfico, exploração de menores, etc.

Tudo é regido pela Lei de Controle de Negócios de Entretenimento e Moralidade (Fūeihō, 風営法).


🧩 2. Tipos de Estabelecimentos (Fūzoku tenpo)

💦 1. Soaplands (ソープランド)

  • Origem: Evoluíram das antigas “Turkish baths” dos anos 60.

  • Serviço: O cliente é banhado e massageado por uma atendente nua ou seminudada.
    O ato sexual é “teoricamente” não contratado, mas frequentemente ocorre sob o pretexto de “consentimento pessoal”.

  • Localização: Tóquio (Yoshiwara), Kawasaki, Sapporo.

  • Legalidade: Registrados como banhos públicos privados, não como prostíbulos.

🧴 Curiosidade: Há uma linguagem codificada nos anúncios — palavras como “relax total”, “VIP course” e “deluxe bath” indicam o nível de intimidade.


💋 2. Fashion Health (ファッションヘルス)

  • Serviço: Massagens eróticas, masturbação manual e oral.

  • Sem sexo completo, portanto legal.

  • Nome curioso: “Health” é usado como eufemismo de “prazer”, e “fashion” dá uma aparência moderna e higiênica.

  • Preço: Mais acessível que um soapland.

👗 Curiosidade: As atendentes muitas vezes se vestem conforme “temas” — enfermeiras, secretárias, estudantes, etc.


🚗 3. Delivery Health (デリヘル / Deriheru)

  • Serviço: Acompanhantes enviadas para hotéis ou apartamentos (“delivery”).

  • Registro: Legalmente descritos como agências de massagem domiciliar.

  • Popularidade: É o tipo de fūzoku mais comum no Japão moderno.

  • Regras: Sexo não pode ser oficialmente contratado, mas o “extra” é negociado de forma privada.

💡 Curiosidade: Muitos sites de “deriheru” funcionam com perfis, avaliações e agendamento online, como aplicativos de namoro.


🍸 4. Hostess Clubs (キャバクラ / Kyabakura) e Snack Bars

  • Serviço: Companhia, conversa, charme e bebida — sem sexo direto.

  • As hostess entretêm os clientes, fazem o cliente se sentir desejado, mas mantêm distância física.

  • Locais: Áreas como Kabukichō (Shinjuku) ou Ginza.

  • Hierarquia: Existem hostesses iniciantes (kyabajō) e veteranas com status de celebridade.

👠 Curiosidade: Muitos clientes gastam fortunas apenas para “fazer parte do mundo dela”, sem relação física alguma.


🕴️ 5. Host Clubs

  • Versão masculina dos hostess clubs.

  • Clientes: Mulheres, frequentemente casadas ou executivas.

  • Serviço: Atenção, flerte, bebida, ego e fantasia romântica.

  • Cultura: Os hosts cultivam uma imagem de “príncipe moderno” e constroem vínculos emocionais com suas clientes.

💰 Curiosidade: Alguns hosts se tornam celebridades nacionais; um dos mais famosos, Roland, é multimilionário e figura pública.


🎭 6. Image Clubs (イメクラ / Imekura)

  • Serviço: Encenações de fetiches e fantasias (professora, médica, policial, etc.).

  • O foco é o roleplay, não necessariamente o ato sexual.

  • Legalidade: 100% legal se não houver penetração.

🎬 Curiosidade: Muitos roteiros são inspirados em mangás e animes — há inclusive “imekura” de estilo cosplay.


⚖️ 3. Regras e Fiscalização

A Fūeihō (Lei de Moralidade Pública) impõe:

  • Horário limitado: Geralmente até 00h.

  • Zonas específicas: Não podem operar perto de escolas ou templos.

  • Registro obrigatório: Cada loja deve ter licença e número de operação visível.

  • Idade mínima: 18 anos.

  • Fiscalização policial periódica.

Mas a aplicação da lei é flexível — as autoridades muitas vezes fecham os olhos desde que não haja escândalo ou crime associado.


🏗️ 4. Hierarquia e Economia Interna

  • Topo: Donos e gerentes (geralmente ex-funcionários ou ex-proprietários).

  • Meio: Mama-san (madames que gerenciam hostesses) e captains (supervisores).

  • Base: Atendentes, massagistas, hostesses ou hosts.

💵 Lucros vêm de:

  • Taxas por tempo e bebida.

  • Presentes e “extra fees”.

  • Comissões para intermediários (scouts).

Estima-se que o setor mova mais de 4 trilhões de ienes por ano — maior que a indústria de videogames japonesa.


🧠 5. Impacto Cultural e Social

  • Ambiguidade moral: O Japão trata o sexo como tabu e negócio ao mesmo tempo.

  • Mulheres do fūzoku frequentemente enfrentam preconceito, mas também ganham autonomia financeira.

  • Homens e solidão: A clientela é movida tanto por desejo quanto por carência emocional.

  • Pop culture: Muitos animes, mangás e filmes abordam o universo fūzoku — como Midnight Diner, Shinjuku Swan e Kabukichō Sherlock.

  • Turismo sexual: Estrangeiros são malvistos em muitos desses locais, especialmente onde há regras rígidas de “japoneses apenas”.


🌆 Conclusão

O fūzoku japonês é um espelho da sociedade:
sofisticado, discreto, contraditório e altamente regulado.
Apesar da proibição formal da prostituição, o Japão criou um ecossistema onde o prazer é “legalizado” até o limite da lei, transformando tabus em negócio — e negócio em tradição.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

10 animes Slice of Life sobre criação, evolução e desafios

 O anime Usagi Drop (também conhecido como Bunny Drop) é um elogiado slice of life que aborda a temática da paternidade/cuidado de uma criança em circunstâncias inesperadas, focando no crescimento emocional dos personagens e no cotidiano da nova família. A ressalva do "limite ético" geralmente se refere ao final do mangá, que diverge drasticamente do anime.

Considerando o foco do anime (relação pura de cuidado, calor humano, cotidiano, amadurecimento e "família não convencional"), aqui está uma lista de 10 animes com temáticas semelhantes, todos dentro do limite ético e do gênero slice of life / drama familiar:

#AnimeAno de LançamentoAutor (Mangaká Original)
1Amaama to Inazuma (Doçura & Relâmpago)2016Gido Amagakure
2Barakamon2014Satsuki Yoshino
3Kakushigoto2020Kōji Kumeta
4The Yakuza's Guide to Babysitting (Guia do Yakuza para Cuidar de Crianças)2022Tsukiya
5Aishiteruze Baby (Aishiteruze Baby ★★)2004Yōko Maki
6Udon no Kuni no Kiniro Kemari (Poco's Udon World)2016Shinomaru Nodoka
7Somali to Mori no Kamisama (Somali e o Espírito da Floresta)2020Yako Gureishi
8If It's for My Daughter, I'd Even Defeat a Demon Lord (Sewayaki Kitsune no Senko-san)2019CHIROLU (Light Novel)
9Deaimon: Recipe for Happiness2022Ren Mochizuki
10Chichin Puipui! (curta-metragem/ONA)2013Takashi Taniguchi

1. Amaama to Inazuma (Doçura & Relâmpago)

  • Sinopse: Kōhei Inuzuka, um professor viúvo, está lutando para cozinhar refeições nutritivas para sua filha pequena, Tsumugi. Ao se deparar com Kotori Iida, uma de suas alunas, que oferece um jantar em sua casa, ele descobre que cozinhar com outras pessoas e compartilhar as refeições pode ser uma atividade deliciosa e fortalecedora de laços. O anime foca na culinária como meio de união familiar.

  • Personagens Principais: Kōhei Inuzuka (Pai, professor), Tsumugi Inuzuka (Filha pequena), Kotori Iida (Colega de escola de Kōhei).

  • Dica: Perfeito para quem ama a combinação de comida e conforto (iyashikei). As reações de Tsumugi à comida são um show à parte.

  • Curiosidade: O mangaká, Gido Amagakure, costuma incluir receitas detalhadas no final de cada capítulo do mangá.


2. Barakamon

  • Sinopse: Handa Seishuu, um jovem e talentoso calígrafo, é enviado para uma ilha remota após agredir um crítico de arte. Esperando encontrar paz para se concentrar em sua arte, ele encontra a agitada e caótica Naru Kotoishi, uma garotinha local. O relacionamento inesperado e as interações com os moradores da ilha forçam Handa a crescer como pessoa e como artista.

  • Personagens Principais: Seishuu Handa (Calígrafo), Naru Kotoishi (Criança da ilha).

  • Dica: É um excelente anime de desenvolvimento de personagem, mostrando como a ingenuidade de uma criança pode ensinar lições valiosas a um adulto.

  • Curiosidade: O anime tem um spin-off chamado Handa-kun, que é uma comédia focada na vida de Handa no ensino médio, antes dos eventos de Barakamon.


3. Kakushigoto

  • Sinopse: Kakushi Gotō é um mangaká de sucesso que desenha mangás com conteúdo adulto e um tanto questionável. Ele faz de tudo para esconder sua profissão da sua filha, Hime, que ele cria sozinho, acreditando que ela seria julgada e envergonhada se descobrisse seu segredo. O anime transita entre o hilário cotidiano de esconder a verdade e flashforwards mais emocionais.

  • Personagens Principais: Kakushi Gotō (Pai, mangaká), Hime Gotō (Filha).

  • Dica: Ótimo para quem gosta de comédia com um forte toque de drama familiar, semelhante à forma como Usagi Drop mistura fofura e a seriedade da paternidade.

  • Curiosidade: O autor, Kōji Kumeta, é conhecido por seu estilo de comédia satírica e seu trabalho mais famoso é Sayonara Zetsubou Sensei.


4. The Yakuza's Guide to Babysitting (Guia do Yakuza para Cuidar de Crianças)

  • Sinopse: Toru Kirishima é um yakuza temido conhecido por sua violência. Cansado de lidar com sua natureza destrutiva, seu chefe lhe dá a tarefa mais difícil de sua vida: ser o babá de sua filha de sete anos, Yaeka Sakuragi. O anime segue a transformação gradual de Toru e o vínculo crescente entre a dupla.

  • Personagens Principais: Toru Kirishima (Yakuza, babá), Yaeka Sakuragi (Filha do chefe).

  • Dica: Assim como Usagi Drop, mostra um adulto "durão" ou sem experiência se tornando responsável por uma criança, forçando-o a mudar de vida.

  • Curiosidade: O contraste entre a aparência intimidante de Toru e seu jeito desajeitado, mas atencioso, com Yaeka é o motor da comédia e emoção.


5. Aishiteruze Baby (Aishiteruze Baby ★★)

  • Sinopse: Kippei Katakura, um estudante do ensino médio popular e despreocupado, tem sua vida virada de cabeça para baixo quando sua tia, após um colapso nervoso, abandona sua filha de 5 anos, Yuzuyu Sakashita. Kippei é forçado a assumir a responsabilidade de cuidar da prima, descobrindo o peso e a alegria da paternidade responsável.

  • Personagens Principais: Kippei Katakura (Estudante, primo/cuidador), Yuzuyu Sakashita (Prima de 5 anos).

  • Dica: É um shoujo clássico com uma abordagem muito honesta sobre a responsabilidade e o amadurecimento através do cuidado. Tem uma forte semelhança temática com Usagi Drop.

  • Curiosidade: O mangá aborda o desenvolvimento romântico de Kippei e como ele equilibra a vida escolar, social e a nova responsabilidade.


6. Udon no Kuni no Kiniro Kemari (Poco's Udon World)

  • Sinopse: Souta Tawara, um web designer de 30 anos que trabalha em Tóquio, volta à sua cidade natal na província de Kagawa após a morte de seu pai. Lá, ele encontra um garoto misterioso (Poco) em seu antigo restaurante de udon. O garoto acaba sendo um tanuki (espécie de guaxinim mágico japonês) que assume a forma humana. Souta decide cuidar de Poco, redescobrindo sua cidade e lidando com memórias do seu pai.

  • Personagens Principais: Souta Tawara (Web designer), Poco (Tanuki/Garoto).

  • Dica: Mistura o calor humano e a temática familiar de Usagi Drop com elementos de fantasia suave. Focado na paisagem rural e na culinária regional.

  • Curiosidade: A província de Kagawa é famosa no Japão pela produção de udon, e o anime faz um belo trabalho em mostrar a cultura e os pontos turísticos da região.


7. Somali to Mori no Kamisama (Somali e o Espírito da Floresta)

  • Sinopse: Em um mundo habitado por espíritos, goblins e outras criaturas, onde os humanos foram quase extintos, um Golem (ser guardião da floresta com pouco tempo de vida) encontra uma garotinha humana chamada Somali. O Golem assume o papel de pai e embarca em uma jornada com Somali para encontrar outros humanos, tudo isso enquanto seu tempo de vida se esgota.

  • Personagens Principais: Golem (Pai adotivo), Somali (Menina humana).

  • Dica: Embora seja um anime de fantasia, o cerne da história é a relação paternal e a proteção incondicional, muito parecida com a de Usagi Drop e com uma grande carga emocional.

  • Curiosidade: A animação é notável pela sua direção de arte e a beleza dos cenários de fantasia, transportando o espectador para um mundo visualmente rico e melancólico.


8. If It's for My Daughter, I'd Even Defeat a Demon Lord

  • Sinopse: Dale, um aventureiro talentoso e reservado, encontra Latina, uma jovem garota demônio, abandonada em uma floresta. Sem conseguir deixá-la sozinha, ele a adota e se torna seu pai. A vida de aventureiro de Dale é substituída pelas alegrias e desafios da paternidade, enquanto ele faz tudo para proteger Latina.

  • Personagens Principais: Dale (Aventureiro/Pai), Latina (Garota demônio/Filha).

  • Dica: É uma série de fantasia que, na verdade, é um slice of life disfarçado. O foco está quase inteiramente nas interações adoráveis de Latina e no instinto superprotetor e carinhoso de Dale.

  • Curiosidade: Assim como em Usagi Drop, a história original (light novel/mangá) também possui uma progressão que pode ser polêmica para alguns leitores, mas o anime de TV se concentra apenas na fase de paternidade/infância, mantendo o tom "fofo e ético".


9. Deaimon: Recipe for Happiness

  • Sinopse: Nagomu Irino, de 30 anos, retorna à sua casa em Kyoto para assumir a tradicional loja de doces japoneses (wagashi) da família, depois que seu pai é hospitalizado. No entanto, ele descobre que a herdeira "escolhida" é Itsuka Yukihira, uma garota de 10 anos que foi acolhida pela família Irino. Nagomu e Itsuka aprendem a conviver, e ele assume um papel de mentor e figura familiar para a garota.

  • Personagens Principais: Nagomu Irino (Filho que retorna), Itsuka Yukihira (Garota de 10 anos).

  • Dica: Um anime calmante (iyashikei) que usa a culinária tradicional e a atmosfera de Kyoto para explorar as dinâmicas familiares, a responsabilidade e o conceito de lar.

  • Curiosidade: O anime dedica bastante tempo a detalhes sobre a criação dos doces wagashi e sua conexão com as estações do ano, sendo também uma celebração da cultura local.


10. Chichin Puipui! (Curta-metragem/ONA)

  • Sinopse: Um adorável curta-metragem/Original Net Animation que se passa em uma época mais antiga, acompanhando o dia a dia de um homem mais velho que cuida de sua neta pequena em uma casa rural. A história é simples, focada nos pequenos momentos de ternura, nas brincadeiras e no calor do lar, sem diálogo, apenas com música e sons ambientes.

  • Personagens Principais: Avô, Neta.

  • Dica: Se você gostou da atmosfera tranquila e da pura inocência infantil do anime Usagi Drop, este curta é uma dose concentrada desse sentimento.

  • Curiosidade: O estilo de animação e o design de som criam uma atmosfera de conto de fadas, sendo um exemplo perfeito de como os animes podem evocar emoções fortes com uma simplicidade sublime.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Sobre prostituição em Terras nIponicas

Um tema sensível, que causa muita polêmica, tentarei ser o mais correto em abordar um tema, que por si só causa discussões acaloradas. 

⚖️ A lei japonesa

A Lei Antiprostituição de 1956 (Baishun Bōshi Hō) define prostituição como “relação sexual vaginal em troca de dinheiro”.
Ou seja, apenas o ato sexual completo é proibido — e até assim, a punição costuma recair sobre quem lucra intermediando, não sobre as pessoas que se prostituem.


💋 O que é permitido (e existe legalmente)

Graças à definição restrita da lei, surgiu toda uma indústria do chamado “fūzoku” (風俗) — termo que cobre uma ampla gama de serviços sexuais legais, como:

  • Soaplands 🫧 – banhos eróticos com massagens e contatos íntimos (mas “oficialmente” sem penetração).

  • Fashion Health – clínicas de “massagem sensual” ou “serviços de fantasia”.

  • Pink salons – locais que oferecem sexo oral (legal, pois não é considerado “intercurso”).

  • Delivery health (デリヘル) – acompanhantes que vão até hotéis ou residências.

  • Hostess clubs / Host clubs – bares onde se paga pela companhia e flerte (sem sexo explícito).

Esses estabelecimentos são registrados e fiscalizados pelo governo local sob a Lei de Negócios de Entretenimento e Moralidade (Fūeihō).


🚫 O que é ilegal

  • Relações sexuais completas pagas, mesmo consensuais, continuam tecnicamente ilegais.

  • Tráfico humano, prostituição forçada, exploração de menores e coerção são crimes graves.

  • Também há proibições rígidas contra menores de 18 anos em qualquer tipo de fūzoku.


🏙️ Na prática

Na realidade, há tolerância social e institucional, especialmente em distritos conhecidos como:

  • Kabukichō (Shinjuku, Tóquio)

  • Susukino (Sapporo)

  • Nakasu (Fukuoka)

  • Tobita Shinchi (Osaka) – um dos poucos “bairros de prostituição” ainda ativos, onde as casas operam discretamente.

A polícia tende a agir apenas quando há denúncias, escândalos ou envolvimento de menores ou estrangeiros sem visto apropriado.


🧠 Curiosidade cultural

O Japão tem uma longa história de prostituição institucionalizada, desde o período Edo com as “yūjo” (cortesãs profissionais) até as geishas, que eram artistas mas conviviam nesse mesmo universo de entretenimento.
O termo moderno “fūzoku” acabou herdando essa ambiguidade entre prazer, serviço e espetáculo.

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Com um olhar ocidental brasilerio e espionando, o mundo do fūzoku japonês (風俗産業) é vasto, curioso e cheio de sutilezas culturais.

Vamos destrinchar essa indústria semi-legal do prazer, que movimenta bilhões de ienes por ano e revela muito sobre a sociedade japonesa contemporânea.