Um tema sensível, que causa muita polêmica, tentarei ser o mais correto em abordar um tema, que por si só causa discussões acaloradas.
⚖️ A lei japonesa
A Lei Antiprostituição de 1956 (Baishun Bōshi Hō) define prostituição como “relação sexual vaginal em troca de dinheiro”.
Ou seja, apenas o ato sexual completo é proibido — e até assim, a punição costuma recair sobre quem lucra intermediando, não sobre as pessoas que se prostituem.
💋 O que é permitido (e existe legalmente)
Graças à definição restrita da lei, surgiu toda uma indústria do chamado “fūzoku” (風俗) — termo que cobre uma ampla gama de serviços sexuais legais, como:
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Soaplands 🫧 – banhos eróticos com massagens e contatos íntimos (mas “oficialmente” sem penetração).
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Fashion Health – clínicas de “massagem sensual” ou “serviços de fantasia”.
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Pink salons – locais que oferecem sexo oral (legal, pois não é considerado “intercurso”).
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Delivery health (デリヘル) – acompanhantes que vão até hotéis ou residências.
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Hostess clubs / Host clubs – bares onde se paga pela companhia e flerte (sem sexo explícito).
Esses estabelecimentos são registrados e fiscalizados pelo governo local sob a Lei de Negócios de Entretenimento e Moralidade (Fūeihō).
🚫 O que é ilegal
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Relações sexuais completas pagas, mesmo consensuais, continuam tecnicamente ilegais.
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Tráfico humano, prostituição forçada, exploração de menores e coerção são crimes graves.
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Também há proibições rígidas contra menores de 18 anos em qualquer tipo de fūzoku.
🏙️ Na prática
Na realidade, há tolerância social e institucional, especialmente em distritos conhecidos como:
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Kabukichō (Shinjuku, Tóquio)
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Susukino (Sapporo)
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Nakasu (Fukuoka)
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Tobita Shinchi (Osaka) – um dos poucos “bairros de prostituição” ainda ativos, onde as casas operam discretamente.
A polícia tende a agir apenas quando há denúncias, escândalos ou envolvimento de menores ou estrangeiros sem visto apropriado.
🧠 Curiosidade cultural
O Japão tem uma longa história de prostituição institucionalizada, desde o período Edo com as “yūjo” (cortesãs profissionais) até as geishas, que eram artistas mas conviviam nesse mesmo universo de entretenimento.
O termo moderno “fūzoku” acabou herdando essa ambiguidade entre prazer, serviço e espetáculo.
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Com um olhar ocidental brasilerio e espionando, o mundo do fūzoku japonês (風俗産業) é vasto, curioso e cheio de sutilezas culturais.
Vamos destrinchar essa indústria semi-legal do prazer, que movimenta bilhões de ienes por ano e revela muito sobre a sociedade japonesa contemporânea.
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