📚 SÉRIE “Sempre um Isekai”
Por Bellacosa Mainframe
(Memórias de um garoto que aprendeu a trocar de mundo sem sair da sala de aula)
💾 CapÃtulo 3 — Boot inicial: o mundo além da escola
O fim do colegial chegou rápido — como o ponto final de um livro que a gente queria que tivesse mais capÃtulos.
Mas o próximo volume já estava sendo escrito: o mundo do trabalho.
Com o diploma técnico em mãos e a curiosidade de quem sempre foi estrangeiro de si mesmo, entrei no universo do Processamento de Dados — ainda não se falava em “TI”.
Era um tempo em que o computador ocupava salas inteiras, e a palavra “mainframe” soava como magia industrial.
Aquele mundo lógico e silencioso me acolheu como nenhum outro.
Ali, finalmente, eu não era o aluno novo — eu era o programador que aprendia a dialogar com máquinas, e cada compile successful era uma nova forma de pertencer.
Percebi que, afinal, viver em trânsito não era desvantagem — era um sistema operacional de alma.
Ser o “novo” sempre me ensinou a observar, adaptar e reconstruir — exatamente o que um bom analista faz.
Minha vida inteira foi um boot contÃnuo: cada cidade, uma reinicialização; cada escola, uma nova rotina; cada linha de código, uma lembrança em hexadecimal.
Trabalhando como office-boy foi conquistando meu espaço, crescendo, fiz a faculdade, pós-graduação e mestrado, cresci academicamente, mas não abandonei os meus, protegi o quanto pode e ajudei a todos a trilharem o bom caminho. Não imagina que seria apenas o começo e que este isekai iria ainda mais longe, desta vez atravessando o oceano, mas isso já é outra história.
E talvez seja isso o que nos torna humanos no mundo das máquinas: a capacidade de recomeçar sem perder a memória.
☕ EpÃlogo — O Isekai Real
No fim das contas, percebo que nunca precisei ser transplantado para outro mundo.
Meu isekai sempre foi aqui mesmo — entre escolas, cidades e sistemas que me forjaram.
E, como todo bom personagem de jornada, aprendi que mudar é só outra forma de continuar.
Série “Sempre um Isekai”
Um relato sobre educação, adaptação e vocação — onde cada reboot é também um renascimento.
Assinado: Bellacosa Mainframe
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