🧠 Na psicologia
O conceito de objetificação foi amplamente estudado por psicólogas como Barbara Fredrickson e Tomi-Ann Roberts (1997), que formularam a chamada Teoria da Objetificação.
Ela diz que:
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As mulheres, ao perceberem que são constantemente avaliadas pelo corpo, passam a se enxergar “de fora”, como se fossem observadoras de si mesmas.
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Isso gera auto-vigilância constante, ansiedade corporal e até redução da performance cognitiva e emocional (porque parte da energia mental é gasta em manter uma imagem “aceitável”).
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A longo prazo, pode contribuir para transtornos alimentares, baixa autoestima e dificuldade de estabelecer relações autênticas.
Há também o fenômeno do male gaze (“olhar masculino”), proposto por Laura Mulvey em 1975.
Segundo ela, o cinema e a publicidade tradicionais costumam construir a narrativa visual a partir do olhar do homem, apresentando mulheres como figuras para serem observadas, não como sujeitos com suas próprias intenções.
🎬 Na cultura popular
A objetificação aparece em muitas formas de mídia, nem sempre de modo consciente. Alguns exemplos:
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Filmes e séries: câmeras que focam excessivamente no corpo feminino, personagens femininas sem profundidade narrativa, ou roteiros em que a mulher serve apenas como motivação do herói.
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Música pop: letras que tratam a mulher como prêmio, posse ou símbolo de status.
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Publicidade: corpos femininos usados para vender qualquer produto — de carro a cerveja —, reforçando a ideia de que beleza e consumo são equivalentes.
Por outro lado, há obras que questionam e desconstruem essa visão.
Por exemplo:
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Mad Max: Estrada da Fúria mostra mulheres se libertando da condição de objetos de poder masculino.
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Barbie (2023) discute ironicamente o olhar objetificante e suas consequências.
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No anime, Perfect Blue (Satoshi Kon) e Nana abordam as pressões da imagem e da identidade feminina sob os olhos do público.
❤️ O equilíbrio saudável
A psicologia reconhece que atração e beleza são componentes naturais da experiência humana. O ponto de equilíbrio é:
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Apreciar sem desumanizar.
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Reconhecer beleza sem reduzir o outro a ela.
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Cultivar empatia e reciprocidade nas relações.
Em termos simples:
Você pode admirar a beleza de alguém sem esquecer que há uma alma ali.
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