sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

🔻 Dia 365 – Um ano de cinzas, coragem e cansaço: a guerra que não quis acabar



🔻 Dia 365 – Um ano de cinzas, coragem e cansaço: a guerra que não quis acabar

Por Bellacosa Mainframe | Dossiê da Esperança Gasta


Um ano.
365 dias desde que o mundo acordou com o som dos tanques atravessando a Ucrânia — e ainda não voltou a dormir direito.

Hoje, 24 de fevereiro de 2023, o mapa da Europa é o mesmo, mas o planeta não é. A guerra que muitos achavam que duraria semanas virou uma ferida aberta, transmitida ao vivo, frame a frame, tweet a tweet.

O frio voltou. As sirenes continuam. E a Ucrânia — teimosa, indomável — segue de pé.


🌍 O Mundo Cansado e o Medo que se Normalizou
No primeiro mês, o planeta inteiro vibrava com a resistência ucraniana. Do décimo ao centésimo dia, veio o choque com as imagens de Bucha, Mariupol e Irpin — cidades transformadas em necrológios. Depois, o silêncio. O horror começou a competir com a rotina.
Hoje, a guerra virou um segundo plano no feed. Ainda há mísseis, mas menos espanto. Ainda há mortos, mas menos manchetes. O perigo maior é o esquecimento.


💀 O Massacre dos Civis: a Linha que se Perdeu
Os números são frios — e talvez por isso não doam o bastante. Hospitais, escolas, teatros. Mães cavando covas improvisadas. Crianças nascendo em abrigos subterrâneos. Cada rua da Ucrânia virou uma cicatriz que grita sem som.
O massacre não é apenas físico: é psicológico, é cultural. Tentaram apagar uma nação que insiste em escrever sua própria narrativa — mesmo à luz de velas e sob drones.


🛡️ Os Heróis de Carne e Lama
Zelensky já não é mais só um símbolo — é um homem envelhecido em doze meses, a voz rouca da resistência. Soldados anônimos, professores que viraram soldados, avós que costuram redes camufladas, meninos que pilotam drones improvisados.
A guerra produziu uma nova galeria de heróis — não de bronze, mas de barro e cansaço. São os que ficaram. Os que não fugiram. Os que continuam acreditando que resistir é um verbo que se conjuga mesmo quando não há mais fôlego.


🛰️ Tecnologia, Propaganda e a Batalha Invisível
Nunca houve guerra tão documentada. Cada explosão tem geolocalização, cada mentira tem um vídeo para desmentir — ou para confundir ainda mais. A informação é uma arma de precisão. E também de destruição.
A guerra da Ucrânia é o laboratório do século XXI: drones contra tanques, memes contra censura, verdades disputadas por algoritmos.


Um Ano Depois: o Que Resta
Resta a resistência.
Resta a certeza de que a liberdade não é um conceito bonito — é uma conta cara, paga em sangue, frio e tempo.
Resta o olhar de um povo que aprendeu que a paz nunca é definitiva, que a História pode regredir em segundos, e que o mundo, por mais conectado que pareça, ainda tem medo de agir quando o horror é real demais.


🕯️ Um ano depois, a Ucrânia ainda luta. O mundo ainda observa.
E nós — os espectadores — precisamos lembrar que assistir não é o mesmo que entender.

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