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✨ Bem-vindo ao meu espaço! ✨ Este blog é o diário de um otaku apaixonado por animes, tecnologia de mainframe e viagens. Cada entrada é uma mistura única: relatos de viagem com fotos, filmes, links, artigos e desenhos, sempre buscando enriquecer a experiência de quem lê. Sou quase um turista profissional: adoro dormir em uma cama diferente, acordar em um lugar novo e registrar tudo com minha câmera sempre à mão. Entre uma viagem e outra, compartilho também reflexões sobre cultura otaku/animes
terça-feira, 12 de novembro de 2019
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
🥜 A Batida de Amendoim – O Mainframe Etílico dos Botecos Paulistanos
🥜 A Batida de Amendoim – O Mainframe Etílico dos Botecos Paulistanos
por El Jefe – Bellacosa Mainframe Midnight Lunch Edition
Há bebidas que passam, e há sistemas que ficam.
Entre as taças de vinho pretensiosas e os coquetéis com nome em inglês, há uma velha guardiã da autenticidade paulistana: a batida de amendoim.
Doce, cremosa, traiçoeira — a verdadeira soft drink da malandragem de balcão.
🥄 Origem – quando o amendoim encontrou a pinga
A história começa nas décadas de 1950 e 1960, nos bares e armazéns do centro velho de São Paulo.
O amendoim, barato e abundante, era torrado para petisco e moído em pilão para fazer paçoca.
Um dia, alguma alma iluminada (ou entediada) decidiu misturá-lo com pinga, leite condensado e gelo — e o milagre aconteceu: nasceu a batida de amendoim, o milk-shake do proletariado.
Era a bebida que unia o doce e o amargo, o sagrado e o profano.
Servida no copo de 7, bem gelada, parecia inofensiva... até levantar o sujeito pela alma.
📜 A bebida que virou código social
Nos anos 70, ela já era onipresente nos botecos do Brás, da Mooca, da Lapa e do Tatuapé.
A batida virou uma espécie de handshake da boemia:
— “E aí, quer uma batidinha?”
Não era convite, era ritual de integração.
O primeiro gole selava amizade, o segundo começava a confissão e o terceiro… bem, o terceiro apagava o log da memória RAM.
As receitas variavam conforme o bairro, mas o espírito era o mesmo:
-
Pinga ou cachaça boa (nunca as de plástico)
-
Leite condensado (geralmente o mais doce possível)
-
Amendoim torrado e moído
-
Às vezes, um toque de chocolate em pó ou mel pra “amaciar o fogo”
Tudo batido no liquidificador Arno da década de 80, aquele que já fazia barulho de boteco antes mesmo de ligar.
🍶 A tecnologia da simplicidade
A batida é a versão líquida da gambiarra genial brasileira: uma solução doce pra um problema quente.
Enquanto o uísque era coisa de escritório e o gim de boutique, a batida era coisa de balcão de ferro, rádio AM e sinuca atrás do balcão.
Ela não precisava de copo fancy — só de boa companhia e música de fundo.
Geralmente vinha acompanhada de um tremoço ou um bolovo, numa combinação de sabores que faria qualquer bartender moderno pedir demissão.
⚙️ As adaptações e mutações da batida
Com o tempo, surgiram versões paralelas: batida de coco, de maracujá, de morango…
Mas a de amendoim permaneceu a mãe de todas as batidas, a que manteve o sistema legado em funcionamento mesmo em meio às modernizações.
Em festas de garagem dos anos 80, ela era obrigatória — guardada em garrafa de vidro de refrigerante, resfriada em balde com gelo e servida em copinhos plásticos de festa.
E como todo sistema que dá certo, foi clonada, pirateada, remixada.
Hoje, há quem venda “batida artesanal gourmet” por 20 reais a dose.
Mas o Bellacosa garante: se não for servida num copo de 7, trincado e suando, não é batida, é bug.
📚 Lendas e folclores do balcão
Dizem que na Mooca existia um bar chamado “Doce Veneno”, onde a batida de amendoim era feita com receita secreta — passada de pai pra filho, e de garçom pra garçom.
Reza a lenda que um político famoso tomou três copos antes de um comício e discursou meia hora sobre “os direitos do amendoim na Constituição”.
Há também quem jure que a batida servia pra “amaciar o coração” antes da cantada — e que muita história de amor começou num copo pequeno e gelado.
💬 Filosofia de balcão – a verdade vem batida
A batida de amendoim é a prova de que o paulistano não precisa de muito pra ser feliz.
É a harmonia perfeita entre doce, álcool e ironia — um blend existencial que faz o tempo desacelerar e a conversa ganhar poesia.
Em cada gole há infância (por causa do sabor), e maturidade (por causa do estrago).
💡 Dicas do Bellacosa Mainframe
Quer sentir o espírito original?
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Vá a um boteco antigo, de azulejo branco e porta de aço.
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Peça “uma batidinha de amendoim, gelada, no 7”.
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Tome devagar, sem pressa.
-
E ouça o som do liquidificador rodando — é o hino nacional da boemia paulistana.
🖤 Reflexão do El Jefe Midnight Lunch
A batida de amendoim é o mainframe emocional do boteco:
resiliente, doce, honesta e perigosa.
Ela roda há décadas sem precisar de atualização.
É o código-fonte da alegria simples — a prova de que nem todo reboot melhora o sistema.
🥜 Bellacosa Mainframe – porque algumas versões da vida só rodam com leite condensado e cachaça.
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
🍓🥪 Sando Furutsu – O Sanduíche de Frutas que Domina os Animes
🍓🥪 Sando Furutsu – O Sanduíche de Frutas que Domina os Animes
(Um post Bellacosa Mainframe para Otakus e Amantes da Gastronomia do Japão)
Por Vagner Bellacosa — Blog El Jefe Midnight Lunch
Se você assiste anime com atenção de SYSOP vasculhando um SDUMP, já deve ter notado aquele sanduíche fofíssimo, branquinho, com creme brilhando e frutas cortadas em formato geométrico que até parecem feitas com SORT FIELDS.
Esse é o Sando Furutsu (フルーツサンド) — o lendário Fruit Sandwich.
Sim, um sanduíche de frutas.
Sim, doce.
Sim, totalmente japonês.
E sim, aparece tanto em anime que parece que todo protagonista, de isekai a slice-of-life, começa o dia com um.
Hoje vamos abrir o dataset gastronômico, carregar o módulo da nostalgia e explicar esse clássico japonês com a fineza Bellacosa Mainframe.
🍰 1) O que é o Sando Furutsu?
O Sando Furutsu é um sanduíche de frutas com pão de forma japonês (o famoso shokupan), extremamente macio, feito com:
-
Pão branco ultramacio (que parece ALLOCADO com “BUFNO=INFINITO”)
-
Chantilly leve e suave
-
Frutas fatiadas (morango, pêssego, manga, kiwi)
-
Um corte perfeito mostrando o desenho da fruta — estética é tudo no Japão
É um doce leve, barato e iconicamente kawaii, quase um Hello Kitty em forma de sanduíche.
📜 2) Origem: Japão Pós-Guerra e o Shokupan Overpower
O Sando Furutsu nasce lá pelos anos 1950–60, quando o pão branco ganhou força no Japão. O Japão adorava experimentar misturas “ocidentais”, e surgiu a ideia genial:
“E se fizermos um sanduíche…
só que… bonito?”
O povo japonês tem um talento ancestral para pegar ideias comuns e transformá-las em obras-primas de estética, precisão e suavidade.
É o Z/OS do pão de forma: robusto, eficiente, simples e dominante.
O primeiro registro popular é de lojas de frutas premium de Tóquio, tipo a Senbikiya, famosa por vender melões mais caros que um iPhone.
🎌 3) Por que aparece tanto em animes?
Porque o Sando Furutsu é:
✔ Barato
✔ Kawaii
✔ Fotogênico
✔ Simples
✔ “Vibe japonesa” instantânea
✔ Símbolo de cafeteria, amizade e conforto
Ele representa aquele momento “vida tranquila”, comum em:
-
Slice of Life
-
Romance escolar
-
Comédias fofas
-
Animes de culinária
-
Heroínas comendo algo lindo que dá vontade de proteger
É quase um JOBLOG de fofura.
🎬 4) Animes onde o Sando Furutsu aparece
Prepare seu SORT FIELDS e sua nostalgia:
🍓 Fruits Basket
Porque claro: fruta + drama emocional + Japão = sando.
🍞 Shokugeki no Souma
Ele aparece como referência nas cafeterias da série.
🥪 Komi-san wa Komyushou desu
Komi recebe ofertas de comida fofinha o tempo todo.
Sando = socializar sem falar. A matemática bate.
🍵 K-On!
Cafeteria? Chá? Dia ensolarado?
Alguém sempre come algo semelhante.
🧁 Cardcaptor Sakura (em versões mais modernas)
Clamp ama estética.
E o sando é praticamente estética materializada.
🧪 5) Por que ele faz tanto sucesso?
Porque o Sando Furutsu é o “Hello World” do Japão”:
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Fácil de fazer
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Delicioso
-
Instagramável
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Leve
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Elegante
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Confortável
-
“Limpo” visualmente
Ele é culinária sem exceções, igual uma JCL bem escrita: funciona sempre.
🕵️ 6) Easter Eggs e detalhes que pouca gente nota
🥛 O creme NUNCA é muito doce
Japoneses odeiam sobremesa pesada.
É sempre chantilly leve, quase um código limpo.
🍞 O pão é cortado sem casca
O Japão considera casca ruído visual.
E otakus também — é por isso que a imagem sempre está perfeita.
🔪 O corte é calculado
Animadores literalmente fazem o corte do sando como cena de impacto.
Geometria das frutas tem que ficar centralizada.
É quase como alinhar colunas no ISPF.
🍈 Se aparecer melão, é sando de gente rica
Melão japonês é caro.
Caríssimo.
Dezena de milhares de ienes.
Se aparece, é foreshadowing de família endinheirada.
🛠️ 7) Como fazer um Sando Furutsu (modo Bellacosa)
Ingredientes:
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Shokupan (pode usar pão de forma bem fofinho)
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Chantilly
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Frutas grandes e bonitas
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Faca afiada
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Jeito japonês de montar coisas perfeitas
Passo-a-passo:
-
Passe chantilly dos dois lados.
-
Posicione as frutas com lógica de layout de tela ISPF:
centralizadas, simétricas, e com previsão de corte diagonal. -
Feche, envolva em plástico filme e pressione levemente.
-
Deixe na geladeira 1 hora.
-
Corte com precisão cirúrgica (modo ninja ativado).
Fica lindo.
Lindo mesmo.
É um dataset doce.
🚀 8) Resumo Bellacosa
Sando Furutsu = o sanduíche de frutas japonês que aparece em tudo porque é:
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bonito
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doce
-
simples
-
barato
-
icônico
-
estético
-
com vibe pura de vida tranquila
Perfeito para animes, cafeterias, waifus, lolitas e qualquer cena que precise transmitir doçura e paz.
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
🌙 Madrugada Discada — o templo sagrado dos 28.800 bps e dos sonhadores digitais
🌙 Madrugada Discada — o templo sagrado dos 28.800 bps e dos sonhadores digitais
Ah, padawan… havia um tempo em que a internet não era um direito, era um ritual.
Um culto silencioso celebrado à meia-noite, ao som de um modem cantando sua ópera metálica: “piiiiii... krrrrr... tchhhhhh... biiiiip-biiiip”.
Era o chamado dos deuses da conexão — e só os iniciados sabiam o valor desse som.
💤 O rito do acesso noturno
Lá pelos idos de 1996 a 2003, conectar-se à internet era um ato de engenharia e estratégia familiar.
Os planos de acesso noturno das provedoras — IG, Terra, UOL, Mandic — tinham assinaturas acesso free, porém o custo de um impulso telefônico era assustador, por isso as companhias telefonicas para incentivarem o uso de dados, liberavam conexão grátis a partir da meia-noite pagando apenas 1 impulso.
Então a rotina era sagrada:
dormir umas horinhas depois da novela, jantar qualquer coisa, e às 23h59 já estar de frente pro monitor CRT, dedo no Discador do Windows 98, esperando o relógio virar.
🖥️ O despertar dos 28.800 bps
Quando conectava… ah, que glória!
A sensação de poder abrir o STI, meu primeiro provedor, Altavista, visitar o Cadê?, entrar num chat da UOL, e ver as letras aparecendo linha a linha — isso era magia pura.
O PC 486 ou o Pentium MMX virava uma nave, e a madrugada era o nosso cosmos digital.
A tela iluminava o quarto escuro, o ventilador zumbia, e o tempo simplesmente… parava.
🌀 As epopeias dos downloads
Baixar uma música no Napster ou Kazaa era um ato de fé.
Um MP3 de 4MB levava duas horas — e se alguém tirasse o telefone do gancho, adeus conexão.
Muitos dormiam com o download a 87%, torcendo pra acordar com o “Download Complete”.
Outros passavam a madrugada inteira trocando .jpg, scripts do mIRC, gifs e sonhos.
💬 Os templos da madrugada
Os chats eram nossas ágoras.
#brasil, #amizade, #noturnos, #underground…
Ali nasciam amizades, paixonites, tretas e promessas que se dissolviam com o nascer do sol.
Não existia feed, não existia algoritmo — só curiosidade e paciência.
☕ O nascer do sol digital
E quando o céu começava a clarear, os olhos pesavam, o modem ainda chiava, e o corpo pedia cama.
Um banho rápido, café com pão amanhecido e… direto pro trabalho.
Com olheiras, mas com a alma leve — porque você viveu a madrugada conectada, e ninguém podia tirar isso de você.
💡 Reflexão Bellacosa Mainframe style:
Naquela época, a internet não era sobre velocidade — era sobre descoberta.
Não havia pressa, só fascínio.
Cada clique era uma expedição, cada site, um planeta novo.
A gente esperava, sonhava, desconectava e voltava — porque no fundo, sabíamos que a magia estava no processo, não no download.
E hoje, padawan, quando a fibra óptica carrega o mundo em milissegundos…
às vezes sinto falta de esperar a meia-noite, ouvir o modem, e sentir que o universo inteiro estava ali — no som de um chiado, na solidão de um quarto, e na promessa de um novo link. 🌌
#BellacosaMainframe #ElJefe #NostalgiaDigital #InternetDiscada #Modem56k #MadrugadaRaiz
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
🎨 Screentones no mangá e anime — o truque visual dos mestres japoneses
🎨 Screentones no mangá e anime — o truque visual dos mestres japoneses
Se você já folheou um mangá preto e branco e pensou: “Como eles conseguem dar tanta profundidade e textura só com tons de cinza?”, bem-vindo ao mundo mágico dos screentones — ou, como são chamados no Japão, “ton” (トーン).
🖋️ O que são screentones?
Screentones são camadas adesivas ou digitais com padrões de pontos, linhas, texturas ou sombreados usados pelos artistas de mangá para criar profundidade, contraste e emoção sem precisar usar cor.
Antes da era digital, o artista cortava folhas finas e transparentes com lâmina — tipo decalque — e aplicava diretamente sobre o papel do desenho. Hoje, softwares como Clip Studio Paint, MediBang Paint e Photoshop já trazem bibliotecas inteiras de screentones digitais.
🧩 Como funciona?
Os screentones simulam tons de cinza através de densidades de pontilhado (halftone).
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Pontos mais próximos → área mais escura
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Pontos mais espaçados → área mais clara
Essa ilusão ótica cria sombras, gradientes, luz, profundidade e até textura de tecido ou cabelo.
💡 Exemplos de estilos e obras
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Osamu Tezuka (Astro Boy, Black Jack) — um dos pioneiros no uso de screentones, especialmente para criar efeitos de brilho metálico e contraste dramático.
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Rumiko Takahashi (Inuyasha, Ranma ½) — usa screentones suaves para cabelos, roupas e emoções cômicas.
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CLAMP (Cardcaptor Sakura, X/1999) — exploram screentones delicados e ornamentais, criando aquele “brilho etéreo” nos personagens.
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Kentaro Miura (Berserk) — exemplo extremo: texturas densas e sobreposição de screentones criam o clima sombrio e brutal da obra.
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Naoko Takeuchi (Sailor Moon) — usa tons cintilantes e suaves, com muitos brilhos, dando feminilidade e leveza.
🖌️ Tipos de screentones mais usados
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Densidade (Dot tone): Pontilhado para sombras e volumes.
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Line tone: Linhas para movimento e tensão.
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Pattern tone: Padrões (flores, corações, estrelas) — muito comum em shōjo.
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Gradient tone: Transições suaves, imitando degradê de luz.
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Effect tone: Raios, brilhos, faíscas e fundos de impacto.
⚙️ Screentones digitais: a nova geração
Hoje, artistas usam screentones digitais arrastando e soltando camadas prontas.
O Clip Studio Paint é o queridinho dos mangakás modernos — ele até converte automaticamente grayscale em screentone para publicação impressa.
💡 Dica: se quiser experimentar, procure o pacote “Manga Materials” no CSP Assets — tem milhares de tons usados por profissionais.
🤓 Curiosidades para otaku
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Mangakás tradicionais guardavam pilhas de screentones em pastas numeradas — cada padrão tinha código!
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Um erro ao cortar screentone era caríssimo — as folhas eram importadas e vendidas por unidade.
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No anime, o screentone é raramente usado diretamente, mas inspirou o “halftone shading” em aberturas e filtros artísticos (como em Mob Psycho 100 ou SPY×FAMILY).
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Alguns artistas “assinam” seu estilo pelo tipo de screentone — por exemplo, Takehiko Inoue (Slam Dunk, Vagabond) mistura screentone com nanquim e pincel seco para um realismo sem igual.
☕ Dica Bellacosa para curiosos de plantão:
Quer entender o charme dos screentones?
Pegue um volume de “Death Note” e observe como o contraste entre luz e sombra muda conforme a moral de Light Yagami desce a ladeira.
Isso não é só roteiro — é screentone trabalhando!
📚 Resumo Bellacosa Style:
Screentones são o “Photoshop analógico” do mangá. Criam atmosfera, drama e textura com engenhosidade.
De folhas adesivas cortadas à mão a bibliotecas digitais, eles transformam preto e branco em pura emoção visual.


