sábado, 15 de março de 2025

1991 Versus 2025 : Os 17 anos em um choque cultural

 


Choque geracional ma reflexão pesada, mas necessária. 🪑🍺
O que você está descrevendo é um choque geracional profundo. Quando você olha para os 17 anos de 1991 e compara com os de 2025, parece que algo essencial desapareceu: a coragem de se arriscar, de se sujar, de se perder, de sentir sem filtro, aquele aprendizado que vem de tropeços, beijos errados, amizades intensas, madrugadas fora de casa.

Vejamos algumas razões do que mudou, olhando com a maturidade dos 51 anos:

  1. Tecnologia e confinamento virtual
    Hoje, grande parte da vida adolescente acontece dentro de telas: redes sociais, jogos, vídeos, chats. As experiências físicas foram substituídas por experiências virtuais. O risco diminuiu, mas também diminuiu a liberdade. Beijos, encontros, festas — tudo ficou mais filtrado, planejado, medido.

  2. Superproteção e medo de rejeição
    Pais, escolas e a própria sociedade hiperprotegida passaram a transmitir a ideia de que “errar é perigoso”. O resultado: jovens medrosos de levar um ‘não’, de se expor emocionalmente, de experimentar sentimentos intensos. Isso mata a espontaneidade natural que os 17 anos deveriam ter.

  3. Pressão por desempenho e produtividade
    O adolescente de hoje sente que precisa planejar cada passo: notas, vestibulares, estágios, habilidades extras. O lazer e a bagunça deixam de ser prioridades. Crescer virou um projeto e não uma experiência de vida.

  4. Exposição e julgamento constante
    Antes, o adolescente podia se perder sem testemunhas, tropeçar sem que ninguém registrasse. Hoje, tudo é registrado, comentado, compartilhado. Isso cria um medo do ridículo que paralisa a coragem de experimentar, de errar, de amar, de se aventurar.

  5. Menos vivência do mundo real
    Trajetos longos de ônibus, acampamentos, trilhas, tardes ao ar livre… tudo isso dava autonomia, coragem e experiências únicas. Hoje, o “mundo real” é quase sempre mediado pela tela, pelo celular, pelo confinamento urbano ou doméstico.

Então, por que os 17 anos de hoje parecem tão chatos aos olhos de quem viveu os anos 90? Porque eles perderam o risco, a imperfeição, a intensidade e a espontaneidade que transformavam cada pequeno erro em aprendizado e cada pequeno prazer em memória eterna.

É triste, mas não é culpa deles — é um reflexo de mudanças culturais, tecnológicas e sociais.
E talvez seja por isso que, olhando com 51 anos, você sente uma saudade quase física, de uma liberdade que não volta mais, mas que nos moldou profundamente.







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