terça-feira, 18 de julho de 2023

☕ Bellacosa Mainframe Café – Edição Especial: “O Cansaço Contemporâneo: sobrevivendo ao século XXI”

 


Bellacosa Mainframe Café – Edição Especial

“O Cansaço Contemporâneo: sobrevivendo ao século XXI”

O dia do homem comum é uma exaustão existencial do século XXI.
É o sentimento de estar no meio de um ruído infinito, onde tudo compete pela sua atenção, e nada oferece sentido real.

Vamos destrinchar isso com clareza:


⚡ O excesso de opinião

Hoje, cada detalhe da vida virou arena de debate.

  • O que você come virou guerra moral (carne x vegetariano x vegano).

  • A fé virou campanha de conversão.

  • Política é um ringue de verdades absolutas.
    Tudo exige posicionamento, tudo pede reação, tudo compete pelo seu tempo e energia.
    O resultado? cansaço mental crônico.


💼 A monotonia disfarçada de obrigação

O emprego, que antes dava sentido e pertencimento, agora é muitas vezes apenas fonte de estresse e sobrevivência.
Boletos, trânsito, reuniões, metas — e aquele sentimento de “apenas existo para pagar a conta”.
O ciclo se repete e engole o desejo de aventura, de criação, de liberdade.


🎬 Cultura em piloto automático

Os filmes, séries e músicas muitas vezes parecem reciclar fórmulas antigas.
Tudo é projetado para agradar a massa, gerar likes e engajamento — não para tocar a alma.
A arte perdeu o risco, o mistério, a subversão. E o cinema que você ama, que fazia você sonhar, parece distante.


🌀 A vida contemporânea como sobrecarga

O século XXI criou um excesso de escolha e informação, mas não aumentou a sabedoria ou a paz interior.
O problema não é você — é o ambiente:

  • A tecnologia amplifica o que irrita.

  • As redes sociais potencializam o conflito.

  • A economia exige desempenho emocional constante.

E no meio disso tudo, o significado se perde.
Não é falta de capacidade de aproveitar a vida — é a estrutura social que esmaga o prazer genuíno.


🌿 Pequenas válvulas de escape

Não existe receita mágica, mas algumas estratégias funcionam:

  1. Filtrar ruído: desligar notificações, evitar debates inúteis, reduzir exposição a algoritmos de conflito.

  2. Atividades que não são performance: caminhar, cozinhar, tocar um instrumento, escrever — sem objetivo de mostrar nada a ninguém.

  3. Conexão verdadeira: cultivar amizades profundas, conversas reais, não disputas de opinião.

  4. Micro-significados: encontrar pequenos gestos de sentido: leitura, contemplação, cuidado com algo vivo (mesmo uma planta).


☕ Reflexão Bellacosa

A vida contemporânea pode ser sem graça — mas só se você permitir que a superfície da distração defina sua experiência.
O que está em jogo não é a idade, nem o mundo externo, mas o que você decide nutrir internamente.

Enquanto houver espaço para criar significado, ainda é possível transformar o caos em território próprio.
Você não precisa lutar contra todos os ruídos do mundo — só precisa escolher quais ecos merecem entrar na sua mente.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

🔍 COBOL Mainframe e o Código Legado: sobreviver, entender e não quebrar produção

 



🔍 COBOL Mainframe e o Código Legado: sobreviver, entender e não quebrar produção

Se você trabalha com COBOL no mainframe, preciso ser honesto logo de início:

👉 Seu trabalho provavelmente não é escrever código novo. 👉 Seu trabalho é entender código antigo o suficiente para não destruir um sistema que sustenta a empresa.

Este post é inspirado no IBM COBOL Software Development Practices – Module 3: Working with Existing Code, mas com uma diferença fundamental:

📌 aqui não tem romantização, marketing nem slide bonito. 📌 aqui tem legado, risco, produção e decisões difíceis.


1️⃣ A verdade que poucos cursos falam em voz alta

Muitos analistas acertam quando dizem que o foco do COBOL hoje não é criar sistemas novos do zero.

A realidade é esta:

  • código escrito por pessoas que já se aposentaram

  • regras de negócio que nunca foram documentadas

  • batch que roda há 15, 20, 30 anos

  • sistemas que não podem parar

Trabalhar com legado não é atraso tecnológico. 👉 É engenharia em ambiente hostil.


2️⃣ Identificar mudanças não é caçar erro

Um dos maiores erros de quem começa no legado é confundir:

“isso está feio” com ✅ “isso está errado”

Antes de pensar em mudar qualquer linha, você deveria conseguir responder:

  • isso é bug ou regra de negócio?

  • esse código roda sempre ou só em exceção?

  • quem consome essa saída além do que aparece no programa?

📍 Situação real: Você encontra um IF gigante, cheio de GO TO e NEXT SENTENCE.

Junior pensa:

“Vou refatorar isso tudo.”

Mainframeiro experiente pensa:

“Onde está o dump? Qual batch chama isso? Quem usa esse arquivo?”

👉 No legado, entender vem antes de melhorar.


3️⃣ Decidir quanto mudar: o princípio do Do No Harm

Esse é o ponto mais valioso do módulo — e o mais ignorado na prática.

No mainframe, nem tudo que está errado deve ser corrigido.

Escala real de decisão:

  • 🔴 Não mexer – código crítico, sem teste, sem histórico

  • 🟠 Isolar – código suspeito, mas necessário

  • 🟡 Ajuste cirúrgico – bug conhecido, impacto controlado

  • 🟢 Refatorar – sistema compreendido, risco aceitável

  • Reescrever – raro, caro e politicamente complexo

📍 Frase obrigatória em qualquer análise de legado:

“Isso precisa ficar bonito ou precisa continuar pagando salário no fim do mês?”


4️⃣ Ferramentas modernas ajudam — mas não pensam por você

Existem ferramentas modernas, mas são caras, nem sempre a disposição e demadam um extenso treinamento para utiliza-las, conheça algumas:

  • IBM Developer for z/OS

  • Code Review for COBOL

  • Utilities de migração

  • automação, DevOps, integração

Mas aqui vai a verdade da trincheira:

⚠️ Ferramenta não substitui leitura de código. ⚠️ Ferramenta não entende contexto histórico. ⚠️ Ferramenta não assume a culpa quando produção cai.

Ferramentas apontam. 👉 Quem decide é o engenheiro.


5️⃣ Code Review for COBOL: salvador e armadilha

As regras de revisão são excelentes:

  • código inacessível

  • PERFORM recursivo

  • GO TO fora de escopo

  • NEXT SENTENCE

  • escopos implícitos

Mas atenção:

🚨 Regra acionada ≠ erro funcional.

📍 Situação clássica: O Code Review aponta Unreachable Code. Você remove. Produção cai.

Depois descobre que:

  • o trecho só executava em falha rara

  • era acionado por JCL alternativo

  • ninguém lembrava mais

👉 Ferramenta mostra o problema. 👉 Engenharia decide a ação.


6️⃣ O que quase nenhum curso fala: dump e produção

É no dump que você realmente entende o legado:

  • fluxo real

  • valores inesperados

  • corrupção de dados

  • PERFORM assassino

Código bonito não paga SLA. Batch atrasado custa dinheiro. Mudança errada custa carreira.

COBOL legado é técnica + responsabilidade.


7️⃣ Como se aprende COBOL legado de verdade

Não é só em curso. Não é só ferramenta. Mas sim após horas de trabalho, analisando fluxogramas amarelados, ficando vesgo de analisar listagem de programas e apontar duvidas.

O ciclo real é:

  1. ler o código

  2. rodar o batch

  3. analisar o dump

  4. entender impacto

  5. decidir não mexer

  6. documentar

  7. só então, talvez, mudar


☕ Conclusão Bellacosa Mainframe

Os conselhos, workshops, a literatura e o curso tem a mentalidade correta. A trincheira ensina o resto.

No mainframe:

O melhor programador não é o que escreve o código mais bonito. É o que entende o legado, muda pouco, documenta bem e mantém o sistema vivo.

Se você vive isso no dia a dia, comenta aqui 👇

🔹 Já encontrou código que parecia errado, mas salvava produção?

🔹 Já decidiu não mexer — e dormiu tranquilo?

#Mainframe #COBOL #Legado #zOS #EngenhariaDeSoftware #BellacosaMainframe