🍖 GRUPO SÉRGIO — Meu Primeiro Rodízio, Minha Primeira Side Quest Gastronômica
Bellacosa Mainframe — Blog El Jefe Midnight Lunch
Há coisas que a vida guarda numa gaveta secreta da alma.
Pequenas, bobas até.
Mas que quando abertas, uau, soltam luz, cheiro, sabor e uma saudade doce.
Nos anos 1970, aquilo que hoje se faz sem pensar — pedir iFood, entrar no Outback, comer rodízio no almoço da firma — era coisa de outro mundo.
Raro. Festivo.
Um evento com brilho próprio.
E eu tenho uma dessas joias guardadas:
a primeira vez que fui a um restaurante de rodízio.
🍞 Antes do luxo existia marmita afetiva
Eu fuço os cantos da memória e não lembro exatamente quando.
Só sei que veio depois de muitas viagens onde o restaurante era o céu, mas nós ficávamos com os pés bem plantados na terra.
A regra era clara:
Dona Mercedes não gastava no que podia cozinhar.
A gente viajava com:
-
pão caseiro com manteiga e mortadela
-
bolo gelado embrulhado em papel alumínio
-
refrigerante enrolado em jornal pra ficar fresco
-
e aquele cheirinho de lar que vinha junto no porta-malas
Restaurante era luxo.
Piquenique era realidade.
E olha — era bom demais.
Mas veio o grande dia.
🥩 GRUPO SÉRGIO — Radial Leste, na Quarta Parada: o portal para outro mundo
Não lembro quem casou.
Se era primo, vizinho, amigo do meu pai… tanto faz.
Meu foco de pequeno oni devorador era um só:
festa + comida + novidade.
Chegamos ao lendário GRUPO SÉRGIO, na Radial Leste — um salão de rodízio tão grande que mais parecia ginásio de escola técnica.
Dizem — e eu confirmo — cabiam mil pessoas lá dentro.
E não é exagero da minha pena saudosista não, hein?
💫 E lá estava eu, com os olhos faiscando…
✨ Mesas enormes, toalhas brancas impecáveis
✨ Pratos de porcelana do tamanho da lua cheia
✨ Talheres pesados como espada de samurai
✨ Garçons desfilando como NPCs de missão principal
✨ O cheiro sagrado da carne assando no altar de fogo
Atrás do balcão, três homens duelavam com as brasas.
Era arte. Era magia. Era churrasco.
Primeiro veio a massa:
spaghetti, fusili, lasagna, penne — o chef apontava, eu dizia sim pra tudo.
Depois saladas, palmito, queijo, azeitona.
Tudo chique, tudo brilhante, tudo novo.
E então…
🔥 ROUND 3 — A INVASÃO DAS CARNES
A verdadeira quest começou.
-
linguiça calabresa
-
filé macio e escapando do garfo
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costela que quase chorava no corte
-
maminha, frango, pernil, carneiro
-
e mais, e mais, e mais…
Eu comia como se o amanhã fosse ficção científica.
Como se aquele fosse o último jantar antes do apocalipse.
E talvez fosse — afinal, quando a vida daria outro banquete daquele?
Pequeno Vaguinho entrou no modo glória + buff de apetite + XP infinito.
Mas o final boss ainda viria…
🍮 O Carrinho das Sobremesas — Game Clear
Quando as bandejas se foram e o estômago já tocava o céu,
surge ele…
O carrinho brilhante, celestial, a nave mãe do açúcar.
Em cima:
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pudim de leite — o mais brilhante dos artefatos
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pudim de creme
-
bolo recheado com camadas impossíveis
-
pêssego em calda
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gelatinas tremelicando como geleia de pixels
-
compotas, tortas, doce até a alma ficar grudenta
Resultado?
Game zerado.
Final feliz desbloqueado.
NPCs sorriam. O mundo piscava.
E eu sabia: aquele dia ficaria guardado para sempre.
Hoje, rodízio é trivial.
PF vira almoço de qualquer terça.
A vida segue, o paladar amplia.
Mas nenhum churrasco — por mais caro, fino, premiado que seja — superou
o primeiro portal aberto na Radial Leste, o Rodízio Grupo Sérgio.
Foi como derrotar o chefão final e, de brinde, ganhar o pergaminho da lembrança eterna.
E toda vez que fecho os olhos, ainda vejo:
a carne brilhando, o prato pesado, o sorriso da infância.
E sinto fome de novo.
Não só de comida —
de vida. 🥩🔥
– Bellacosa Mainframe, Vagner menino, Vagner hoje.