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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Afinal o que é este espaço?


 

Este blog é o espaço onde registro minhas experiências, paixões e curiosidades, como uma espécie de diário digital que combina três universos que fazem parte da minha vida: as viagens, a informática de mainframe e a cultura otaku/anime. Ele nasceu da vontade de compartilhar momentos, impressões e reflexões, mas rapidamente evoluiu para algo maior, tornando-se um ponto de encontro entre relatos de mundo real e referências da cultura pop japonesa, sempre atravessados pela minha vivência como profissional e entusiasta de tecnologia.



Cada postagem é uma oportunidade de viajar junto comigo, seja no sentido literal — explorando cidades, culturas e cenários diferentes — seja no sentido figurado, acompanhando mergulhos no fascinante universo dos animes ou em curiosidades da área de informática. Quando escrevo sobre viagens, meu objetivo é transportar o leitor para o lugar onde estive. Uso fotos, filmes, links e até desenhos para tornar cada relato mais vívido. Como alguém que se define quase como um turista profissional, confesso que adoro a sensação de dormir em uma cama diferente e acordar em um lugar totalmente novo. Essa mistura de estranhamento e descoberta me inspira a registrar tudo: os detalhes das ruas, as cores dos mercados, a comida local, as expressões das pessoas. Minha câmera está sempre à mão, pronta para capturar “tudo e mais um pouco”.



Por outro lado, meu lado informático de mainframe também se manifesta aqui. A tecnologia é mais do que meu trabalho: é parte da minha identidade. Escrevo sobre curiosidades do mundo do mainframe, sua história, suas ferramentas e como ele ainda hoje sustenta sistemas críticos em todo o planeta. Muitas vezes, faço paralelos entre a estabilidade e a robustez do mainframe com as próprias viagens que realizo: ambos exigem disciplina, organização e, ao mesmo tempo, abertura para lidar com o inesperado.



E, é claro, não poderia faltar o universo que me acompanha desde cedo: o dos animes e da cultura otaku. Aqui, compartilho guias, listas e análises de personagens, tramas e estilos visuais. Gosto de explorar desde clássicos até produções mais recentes, sempre buscando conexões entre simbolismo, estética e impacto cultural. Para mim, os animes são mais do que entretenimento: são uma lente pela qual também podemos enxergar valores, dilemas e até mesmo comparações com a vida real.



Essa mistura de temas pode parecer inusitada, mas é justamente isso que dá personalidade ao blog. Ele não é apenas um espaço para registrar viagens, nem apenas um diário de informática, tampouco somente uma vitrine de cultura otaku. É o reflexo de quem sou: um viajante curioso, um profissional apaixonado por tecnologia e um otaku que encontra nos animes inspiração e companhia.



Portanto, ao visitar este espaço, você encontrará um pouco de tudo: relatos de viagem repletos de imagens e curiosidades, reflexões sobre mainframe e informática, e guias envolventes sobre animes. Minha intenção é que cada leitor possa se sentir parte dessa jornada, seja viajando junto, aprendendo algo novo sobre tecnologia ou descobrindo um anime para maratonar.



Embarque comigo nesta aventura!




Seja muito bem-vindo ao El Jefe Midnight Lunch.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

🌅 O Quintal de Itatiba – onde as aves cantam o tempo 🕊️

 



🌅 O Quintal de Itatiba – onde as aves cantam o tempo 🕊️
por Bellacosa Mainframe

Há lugares que não cabem em palavras — e meu quintal em Itatiba é um desses.
Nele, o tempo não corre: flutua entre o canto dos pássaros e o perfume das frutas maduras.

O sol nasce devagar, iluminando o coqueiro guerreiro que resiste às mandrovas e serve de farol às maritacas que chegam aos bandos. A goiabeira, generosa, se enfeita de doçura; as mamoeiras, filhas do Quiririm, recordam a casa de meu pai; e entre laranjas, pitangas e jabuticabas, a vida vai brotando como se o próprio chão lembrasse histórias antigas.

Mas o melhor presente de Deus — aquele que nenhum dinheiro compra — é a orquestra viva das aves.
Pelas manhãs, colibris namoram flores, pardais fazem algazarra nos beirais, rolinhas pulam felizes pelo chão.
Lá do alto, o joão-de-barro trabalha incansável, enquanto o bem-te-vi anuncia o dia com sua voz clara.
E quando penso que já ouvi de tudo, surge um canário, amarelo como o sol, abrindo o coração em música.
Há também os anônimos — pequenas vozes que não sei nomear — mas que completam a sinfonia da vida.

Do nascer ao pôr do sol, sou parte desse concerto.
E, vez ou outra, um maluco canta na madrugada, lembrando que nem o silêncio é absoluto quando a natureza tem algo a dizer.

Amo essas aves. Amo seus sons, suas asas, sua leveza.
Elas fazem do meu dia uma pintura viva — um quadro onde o som é cor e a alma encontra repouso.
🌿✨


segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

🌴 O Quintal de Itatiba – onde o tempo repousa 🕰️



🌴 O Quintal de Itatiba – onde o tempo repousa 🕰️
por Bellacosa Mainframe

Há um lugar onde o sol se despede devagarinho, tingindo o céu de cobre e saudade. Fica em Itatiba, e é ali que meu quintal respira.
Um quintal que não é apenas chão — é memória viva.

Logo na entrada, o coqueiro guerreiro se ergue altivo, desafiando mandrovas atrevidas que tentam roubar-lhe o espaço. Ele resiste, firme, e em troca abriga maritacas tagarelas que fazem do entardecer uma orquestra tropical.
Mais adiante, uma goiabeira antiga se enche de frutos doces e brancos, daqueles que perfumam o ar e fazem lembrar infância — e talvez um tempo em que tudo era mais simples.

As mamoeiras, estas são especiais. Vieram do Quiririm, lá da casa de meu pai. Plantadas com o mesmo carinho com que se transmite uma história. Aqui, em Itatiba, se adaptaram bem — gostam do solo, do vento, e da conversa das abelhas.
Entre elas, crescem laranjeiras, jabuticabeiras, limoeiros, pitangueiras e mexeriqueiras — umas já oferecem o doce presente, outras ainda aprendem o ofício de frutificar.

Há também flores, folhagens e pequenas batalhas diárias contra as sauvas, que teimam em lembrar que até o paraíso precisa de vigilância.
Mas o quintal segue, sereno, pulsando vida, tempo e lembranças.

Quando o sol se põe por trás das colinas, as sombras se alongam e o vento carrega o cheiro cítrico das frutas. É nesse instante que o coração entende:
não é apenas um quintal — é o arquivo natural da alma, onde cada planta guarda uma história e cada raiz é uma lembrança que insiste em florescer. 🌿











sexta-feira, 8 de novembro de 2024

📜 El Jefe Midnight Lunch – Diário de um Coelho Mainframeado 🐇💾

 

📜 El Jefe Midnight Lunch – Diário de um Coelho Mainframeado 🐇💾

Por Vagner Bellacosa – escrito com o cheiro de spool queimando e café passado na madrugada


Às vezes eu me sinto o coelho da Alice.

Sempre correndo, sempre atrasado, olhando para um relógio imaginário preso no pulso como um job com TIME=1440 e EXEC = contagem regressiva constante. A vida adulta é uma espécie de JCL infinito — steps em cadeia, dependencies em cascata, return codes imprevisíveis. Um STOP não existe, no máximo um WAIT.

E sabe o que mais me espanta?
Esse bug funcional da vida moderna onde rodamos múltiplos batchs simultâneos, mas sem aumento de CPU, memória ou I/O. Arruma a cama, sobe o job CAFÉ, unload na máquina de louça, LOAD ROUPAS, estende, recolhe, paga boletos... sempre com uma flag de débito acesa no console.



Não sou workaholic — longe disso, nem optimized compile eu faço por prazer. Mas o dia a dia virou um CICS transacional enlouquecido, um loop sem checkpoint, sem flush. O século XXI prometeu cloud, AI, carros voadores, hoverboard… e nos entregou só latência humana, notificações infinitas e a sensação de que o tempo é o dataset mais raro do planeta.

Antes, existia aquela cenoura dourada chamada aposentadoria.
Cinquenta anos, job finalizado com RC=0, vida mais tranquila, mesa de dominó na praça, um churrasco no sábado, tempo para existir.



Agora?
62 anos para submit, com uma redução de renda que parece dump hexadecimal ilegível. Vou ter que continuar processando em batch, quase na mesma carga, para manter o mínimo de qualidade de vida.

E me dizem:

"Guarde dinheiro para velhice."

Eu rio. Um REXX bem-resolvido dói menos.
Como guardar, se o custo de vida é um ABEND constante? Se tudo quebra, tudo vence, tudo sobe? E olha que eu não estou na base do salário mínimo — sou profissional gabaritado, especialista, com diploma e experiência.

Aí imagino quem vive com bem menos.
Se eu, com infraestrutura parruda, já sinto fragmentação no storage, imagino um usuário com 256K de RAM tentando rodar um SAP.

O século XXI vendeu uma utopia, um canto de sereia digital, e quando abrimos o dataset percebemos:
o contrato social veio corrompido.



E agora?
Com IA otimizando tudo, automatizando tudo, demitindo o que for scriptável...
pra onde vão os humanos?
Quem nos recompila?
Quem garante que não seremos apenas prints obsoletos de um sistema legado?

Talvez sejamos todos coelhos.
Correndo, correndo, correndo...



Só espero que no final do buraco exista algo mais do que só joblog.
Tomara que tenha Wonderland.

E café quente.

☕🐇💾
Bellacosa, desligando o terminal — mas só por um MERGE rápido, o próximo job já está em hold.


quarta-feira, 9 de outubro de 2024

AS HISTÓRIAS DE RODAPÉ — UM MANUAL DE PRESERVAÇÃO DO CLÃ BELLACOSA


AS HISTÓRIAS DE RODAPÉ —

UM MANUAL DE PRESERVAÇÃO DO CLÃ BELLACOSA
Ao melhor estilo Bellacosa Mainframe, para o El Jefe Midnight Lunch




Existem textos que a gente escreve.
E existem textos que nos escrevem.

Caro leitor anonimo. Quando conto que revisitei minhas postagens antigas e percebi que muitos dos protagonistas já estão velhos demais para lembrar — ou simplesmente partiram — sinto que ter tocado naquela fibra silenciosa que costura toda memória humana:
o medo de perder o que só eu ainda me lembro.

E é aí que nasce a minha missão, talvez sem perceber, não, melhor dizendo percebi e já assumi:
me tornar o guardião dos rodapés da História.



📜 OS GUARDIÕES DO QUE QUASE FOI ESQUECIDO

A maior parte dos humanos passa pela vida sem estátua, sem busto, sem placa, sem nome de rua.
Mas cada pessoa que existiu deixou:

  • um gesto,

  • uma palavra,

  • um sorriso,

  • um cheiro de café

  • aquele momento marcante que muda o futuro

  • ou uma história boba
    que só sobrevive se alguém carregar adiante.



E aí entra eu, Vagner Renato Bellacosa, deixo minha pegada:
sou um cronista de um universo que não está nos livros, mas nos afetos.
Escrevo sobre gente comum com a mesma seriedade com que descreveria o IPL do z/OS.
Porque sei que a vida é feita de pequenos patches, e cada história é um byte que não pode ser perdido. Como sensor removo parte ruins, afinal quero deixar o belo e agradável de lembrar.



🕰️ O PARADOXO DA SAUDADE

Sinto tristeza porque percebe que estou virando a última página, dando o último nó de uma cadeia de memória.
E sinto alegria porque cada crônica minha é um commit definitivo no repositório do tempo.

É como abrir o SDSF e ver que os jobs da infância já viraram OUTPUT, mas que ainda posso salvar o log antes do purge.

A saudade dói porque houve amor.
E alegra porque o amor deixou rastros.



🌌 HISTÓRIAS QUE NÃO SAIRIAM NO PLANTÃO DA GLOBO

É disso que falo:
dos causos minúsculos,
que não mudaram o mundo,
mas mudaram o meu mundo.

O tipo de narrativa que nunca seria manchete, mas poderia muito bem ser um dataset GDG:
versões sucessivas que só existem porque alguém se deu ao trabalho de criar mais uma geração.

Essas micro-histórias do clã Bellacosa são como sub-rotinas esquecidas que sustentam o programa maior da minha vida.

Ninguém vê.
Mas se remover… tudo cai.



🌱 A MISSÃO DE DEIXAR VIVO

Minha missão é percebi uma coisa que muita gente evita encarar:
somos a última memória viva de muita gente que amamos.

É pesado?
É.
Mas também é a forma mais pura de amor intergeracional.

Ao narrar essas vidas simples — minha mãe Mercedes, meus bisavôs, avôs, tios torneiros, os amigos, os vizinhos, os desconhecidos que cruzaram seu caminho —  estou praticando uma forma íntima de eternidade.

Não a eternidade dos monumentos.
A eternidade dos afetos.

E isso é muito mais forte.



💾 EU SOU O BACKUP HUMANO

Cada vez que escrevo, o Vagner vira personagem, narrador e voyeur, rodo um REPRO no catálogo da memória.
Converte lembranças voláteis — que morreriam comigoo — em histórias persistentes.
Faço journaling da vida de quem não teve chance de contar a própria história.

Talvez seja isso que me emociona:
perceber que, gostando ou não, virei o historiador oficial do seu clã.

E está fazendo isso com honestidade, humor, carinho e uma pitada de imaginação poética, que é onde o Bellacosa Mainframe brilha.



🌍 NAVEGANDO NA PERIFERIA DA VIA LÁCTEA

Fecho meu texto dizendo que essas pessoas viveram nesta pequena esfera azul perdida no subúrbio da galáxia.

E complemento:
o Universo não se importa conosco, mas nós importamos uns aos outros.

Por isso minhas crônicas, ao meu ver, valem ouro.
Porque estou salvando a única coisa que realmente significa alguma coisa no fim:
os pequenos instantes significativos de vidas anônimas.



🌙 CONCLUSÃO — ESCREVO O QUE O TEMPO NÃO CONSEGUE APAGAR

Minha missão é continuar escrevendo, ao estilo Bellacosa.
Continuar congelando esses segundos que fariam falta se sumissem.
Continuar sendo o relator-mor do clã.
Continuar sendo a ponte entre quem veio antes e quem virá depois.
Continuar transformando poeira estelar em narrativa.

Porque, no fim, quando todos nós formos apenas elétrons dispersos,
as histórias que deixou serão o último log disponível do sistema e disponível para lerem e imaginarem como foi.

E isso, meu amigo leitor,
é ser eterno na melhor acepção possível.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

🖥️📼 Dicionário Bellacosa Mainframe para Sobreviventes do El Jefe

 


🖥️📼 “Dicionário Bellacosa Mainframe para Sobreviventes do El Jefe”

(Ou: traduzindo o dialeto cigano do Vagner para o mundo real)

Quem acompanha as minhas memórias no El Jefe Midnight Lunch já percebeu uma coisa: às vezes, no meio de uma lembrança de bolinho de chuva, pastelão americano e listagem de papel contínuo, eu largo um termo de mainframe do nada, como se fosse a coisa mais normal que existe.

Mas eu sei, meus amigos:
📌 Nem todo mundo fala “COBOLês avançado”
📌 Nem todo mundo cresceu abraçado a um CICS desde bebê
📌 Nem todo mundo tem saudade do barulho da impressora 3800 de madrugada

Então, aqui está: o Dicionário Bellacosa Mainframe, criado para que qualquer leitor — mesmo que nunca tenha visto um cartão perfurado — consiga entender minhas histórias, comparações e analogias.



🔷 TERMOS BÁSICOS

Mainframe

O Godzilla dos computadores.
Aquela máquina gigante, estável, que não cai, não falha e não pergunta se você quer atualizar no meio do trabalho.

Tradução humana:
O adulto responsável enquanto seu PC está em crise existencial.


JCL

Job Control Language.

É o “ritual mágico”, o “livro de feitiços”, o “receituário da avó espanhola”: você escreve, entrega para o sistema e ele executa.

Analogia Bellacosa:
É como escrever uma receita de bolo tão detalhada que até o bisavô Francisco conseguiria assar o bolo sem reclamar.


COBOL

A linguagem de programação que muita gente disse que iria morrer…
e não morreu.
E não vai morrer.
E provavelmente vai processar sua aposentadoria daqui a 30 anos.

Tradução humana:
É o português arcaico dos computadores: prolixo, claro e impossível de substituir totalmente.


CICS

O “caixa eletrônico dos programas”.
É onde as transações acontecem, onde o dinheiro anda, onde a mágica empresarial vive.

Analogia Bellacosa:
É o shopping center das aplicações.
Todo mundo passa lá.


VSAM

É como um armário gigante cheio de gavetas organizadinhas (às vezes).
A casa das tabelas e registros que os sistemas acessam.

Tradução humana:
O “armário de documentos” que só você sabe onde está cada pasta.


TSO/ISPF

A “entrada do prédio”.
O lugar onde você loga, mexe, edita arquivos, cria coisas.

Analogia Bellacosa:
É o seu “escritório virtual 1980 edition”, só que sobrevivente da Guerra Fria.




🔷 TERMOS DO DIA A DIA (QUE EU VIVO USANDO)

Listagem em formulário contínuo

Uma tira infinita de papel com furos laterais.
Se você nunca rasgou errado e destruiu tudo, você não viveu o suficiente.

Tradução humana:
O “scroll infinito” antes da internet.


Carbonado

Sabe papel carbono?
Então.
Agora imagine isso… mas TURBINADO.
Várias cópias saindo juntas.

Tradução humana:
Era o “CTRL+C / CTRL+V” da década de 1970.


80, 130 e 255 colunas

Não é código secreto.
É a largura do papel.
80 colunas era o padrão dos cartões perfurados.
130 e 255… eram para os relatórios parrudos.

Tradução humana:
O tamanho da sua “tela impressa”.


REXX

Uma linguagem simples, simpática e poderosa para automação.

Analogia Bellacosa:
É o “canivete suíço” do mainframe.


JES2

É o maestro que rege todos os jobs.
O cara que segura a bronca no processamento.

Tradução humana:
O gerente que recebe mil requisições, organiza a fila e manda cada uma para sua máquina.


🔷 TERMOS FOFINHOS (QUE PARECEM PERIGOSOS)

Dump

Parece uma palavra feia, mas é só a “fotografia” da memória quando algo deu ruim.

Analogia Bellacosa:
É como tirar foto da bagunça da sala antes de arrumar, para mostrar depois quem fez o estrago.


HSM

O “bibliotecário automático”.
Ele arquiva arquivos velhos e recupera quando você precisa.

Tradução humana:
O Tio que guardava tudo em caixas no porão e lembrava exatamente onde estava cada coisa.


RACF

O guardião da porta.
O segurança do prédio.
A catraca eletrônica que diz “você entra” ou “você não entra”.

Tradução humana:
O porteiro que impede seu primo mala de subir no seu apartamento.


🔷 TERMOS LENDÁRIOS (RESTRITOS A BELLACOSOLOGIA AVANÇADA)

O famoso “JOB explodiu”

Significa apenas que falhou.
Mas dizer “explodiu” deixa mais dramático.


“SDUMP do demônio”

Quando o dump é tão grande que parece que o sistema escreveu Guerra e Paz em hexadecimais.


“Modo Ninja”

Quando o analista faz ajustes rápidos, limpos e precisos, sem derrubar o sistema, sem ser visto e ainda deixa tudo funcionando melhor do que antes.


🎯 Conclusão: por que isso importa para o leitor do El Jefe Midnight Lunch?

Porque as minhas histórias misturam:

🍞 bolinho de chuva
🎞️ O Gordo e o Magro
📼 impressoras de formulário contínuo
🖥️ mainframe
👴 memórias do bisavô espanhol
📟 SDUMPs, RACF, CICS, JCL

…e tudo isso faz parte do meu mundo.

E agora, faz parte do seu também.
Bem-vindo à Bellacosa-lândia Mainframe Edition™.


quinta-feira, 14 de março de 2024

📜 O Retorno, Parte II — O Velho da Montanha e o Silêncio do Mundo

 


📜 O Retorno, Parte II — O Velho da Montanha e o Silêncio do Mundo
por El Jefe, Bellacosa Mainframe Edition

Dez anos se passaram desde o retorno.
O tempo fez o que sempre faz: apagou alguns rastros, aprofundou outros, deixou a alma com cicatrizes que só se sentem em dias de silêncio.

Cinquenta anos de idade — a curva do caminho onde o corpo desacelera, mas o pensamento ganha fôlego.
Hoje, olho pra trás e me vejo partindo em 2002, cheio de sonhos, cruzando o Atlântico com a cabeça leve e o coração aberto. O mundo parecia vasto, possível, ainda cheio de cores.
A Europa era o cenário, mas o enredo era meu.

Quando voltei, em 2014, o Brasil me pareceu um espelho embaçado.
Agora, dez anos depois, percebo que o mundo inteiro virou esse espelho — rachado, confuso, ruidoso.
Guerras, extremismos, ruínas políticas, falsos profetas de todas as ideologias.
Não existe mais aquele “lá fora” que um dia me encantou.
E o “aqui dentro” aprendeu a se defender ficando quieto.

A dorzinha ainda está aqui.
Não é grito, é suspiro.
Um incômodo discreto, desses que se sentam contigo no fim do dia e perguntam:
“Lembra de quem você era?”

Sim, lembro. E às vezes sinto falta.
Mas entre um voo e outro — Lisboa, Porto, Madrid, Paris — já aprendi que o retorno nunca mais será completo.
Hoje cruzo o oceano como turista, e talvez seja isso que me mantém são: saber que o passado continua lá, mas que não há mais casa possível no tempo.

Meu filho cresce em Portugal.
É estranho vê-lo seguir um caminho que parece o mesmo que um dia escolhi, mas com uma leveza que já não tenho.
Ele é o futuro, eu sou o arquivo — um dataset antigo, ainda funcional, mas lido apenas por quem entende a linguagem.

A política ficou pra trás.
As ilusões também.
Sobrou o professor, o consultor e o velho da montanha — meio ermitão, meio filósofo de estrada, vivendo longe da confusão, aprendendo a ouvir o som do vento e o ruído da própria respiração.

Descobri que a paz não é o oposto da guerra, é a arte de não participar dela.
E que o silêncio, esse companheiro fiel, é o mais honesto dos diálogos.

Hoje, se me perguntam se sou feliz, não sei responder.
Mas sei que sou inteiro — mesmo que em pedaços.
E isso, aos cinquenta, é uma forma de vitória.

☕️ Bellacosa Mainframe — porque algumas almas só rodam bem no modo batch, processando o tempo em silêncio.

domingo, 13 de agosto de 2023

QUANDO A VIDA PERDE O SENTIDO — E COMO UM GUERREIRO DAS ANTIGAS RECUPERA O SEU

 


QUANDO A VIDA PERDE O SENTIDO —
E COMO UM GUERREIRO DAS ANTIGAS RECUPERA O SEU

Um post ao estilo Bellacosa Mainframe para o El Jefe Midnight Lunch


Há momentos na vida em que até o mais experiente navegador,
o mesmo que cruza mares, estradas, países e séculos com a bússola interna calibrada,
se perde.

E não por falta de mapa.
Mas porque o mapa deixa de fazer sentido.

Antes de chegar nesse ponto — nesse precipício silencioso onde tudo parece estagnado — percorri uma verdadeira saga. E como toda boa epopeia, ela começa com um plano ousado, coragem pura, barriga no mundo e uma pitada daquele caos criativo que só os Bellacosa conhecem.

Mas para entender, isso devemos no tempo, vamos voltar ao início da Vagneida.




⚙️ O PLANO, O SALTO E O PREÇO

Com aquele sentimento de dever cumprido, ter ajudado e encaminhado meus irmãos, ter dado um teto a minha mãe, concluído minha faculdade. Achava que era hora de resgatar os sonhos do garoto, que um dia sonhou ser marinheiro.

Movi fichas, apostei alto e apostei tudo em mim.
Sonhei grande.
Planejei o impossível.
E destravei portas que muitos nem ousam encostar.

Embarquei de volta ao velho mundo, de onde um século antes os Bellacosas saíram.

Mas todo salto exige sacrifício.
E um desses sacrifícios foi Giovana — alguém que, na timeline alternativa, talvez fosse a minha ESPOSA, minha parceira de castelo, seu futuro.
O sentimento existia.
A vontade existia.
Mas a inquietação — esse motor interno que define quem você é — falou mais alto.

Reconheço que não havia paciência para esperar mais 5 a 7 anos, até ela terminar a faculdade/mestrado.

O destino me chamou.
E eu fui, abracei com todas as forças,

tão ousado plano...




🌍 A ASCENSÃO E O TOMBO — O CICLO DOS HERÓIS

E deu certo.
No início, maravilhas.
Experiências únicas, intensas, marcantes, daquelas que mudam o DNA da alma.

Centenas de histórias, sabores novos, cultura, prosperidade,

ver no mundo 3D, tudo aquilo que sonhei em 2D

O mundo, melhor dizendo a Europa me abriu portas, horizontes e caminhos.

Mas nada é eterno, a vida sempre nos prega peças.

Até que veio o colapso.

Uma crise brutal. Com nome pomposo: Crise do Suprime

Mais uma vez, engravatados gananciosos, manipulando os bastidores...

Levaram o mundo ao Caos, alguns premios Nobels viram sua carreira evaporar...

Esquemas contabeis, fraudes, bollha financeira, falha de governos em regulamentar...




A falha estrutural que ninguém prevê e que derruba até gigantes.
Tudo ruiu.
Eu um pequeno navegante neste mar bravio...

Tentei, resisti, lutei por mais 4 anos...

Mas por fim...

Eu voltei.



Voltei a Itatiba — o ponto de partida, o frame zero do seu sistema operacional existencial.

Mas a volta foi dura.

Tinha reservas, reformei a casa, comprei nova mobilia.

Mas, cheguei como um herói ferido, um general derrotado, um Ulisses pós-Troia — exausto, queimado, sem brilho.

Espirito quebrado.




🕳️ A DÉCADA PERDIDA — O LIMBO ENTRE SER E ESTAR

Claro qeu como um Bellacosa, não afundei.
Mas também não emergi.
Pagava boletos, vivia dias repetidos, mantinha o navio flutuando —
mas sem rumo, sem vento, sem aventura.

Uma espécie de letargia, claro que tive viagens, aventuras, mas como Ulisses,

Sempre lutando, sempre pensando planos,

Fui politico, aspirante a socio em corretora, fui e voltei ao mainframe,

Mas um dia encontrei um aralto, um grupo de pessoas com um ideal a Digital Innovation One...

mas antes de enveredarmos por esse caminho, vida seguia...

Uma década comum.
Com momentos bons, sim.
Com pessoas que me ajudaram, me acolheram, me curaram.
Anjos terrestres que cuidaram do capitão danificado, remendaram velas, lubrificaram engrenagens, te lembraram de respirar.

Mas eu ainda assim, não era eu.
Era uma versão em modo safe, rodando em compatibilidade reduzida.

A ideia estava adormecida.
O sonho estava suspenso.
A Vagneida estava pausada.



🦠 A PANDEMIA — O PUNCH QUE TE ACORDOU

E então veio o mundo parar.

Enquanto muitos congelaram, esse choque,  derreteu o meu gelo.
A pandemia — feroz, caótica, sombria — operou em mim o oposto:
trouxe vida.

Foi o gatilho.
O clique.
O choque de 10.000 volts que reacendeu o engenho.
Despertou o inventor, o sonhador, o estrategista, o aventureiro, o maluco criativo.

A DIO com sua comunidade jovem, vibrante, cheia de Luz e Energia foi o meu farol.

Me guiando novamente ao Mar, as aventuras e desta vez com padawans em minha nau,

Ouvindo historias e trocando energias com o velho tiozão do mainframe...

O mesmo homem que iniciou a Vagneida, que quebrou padrões, que não aceita destino pré-escrito,
voltou.

E voltou com força.



🔥 O RESSURGIMENTO DO HERÓI

Eu não sou um homem que vive por arrasto.
Sou um homem que move mundos.
Que reinventa rotas.
Que desafia crises e as transforma em combustível.

A vida perdeu sentido?
Sim, por um tempo.

Mas fiz o que heróis fazem desde que o mundo é mundo:



Encontrei outro.
Recriei outro.
Me reinventei.

A diferença entre quem desiste e quem faz história é essa:
mesmo quando está quebrado, exausto, sem brilho —
você ainda tem um núcleo incandescente lá dentro.

E quando esse núcleo reacende…
meu amigo…



a Vagneida recomeça.

Mais forte, mais sábia, mais ousada.

Agora minha meta é ir ao Japão!!!! 

E ir ainda mais longe, que antes e deixar minha pegada...

E é claro, tenho sonhos impossível, mas reconheço que nasci décadas antes,,,

Mas espero que um Bellacosa do século XXII o faça e lembre-se de mim...

Amaria ir a LUA, entrar em órbita, navegando no COSMOS e ver ao longe 

nossa linda esfera azul.










 




quinta-feira, 17 de novembro de 2022

📜 Quando o Guerreiro Chorou

 


📜 Quando o Guerreiro Chorou
Uma memória Bellacosa Mainframe — raw, pesada, humana, compilada direto do spool da alma


Existem dias que o tempo não apaga. Alguns são de festa, outros são fotografia em sépia, mas certos carregam o metal frio e silêncio — são dias que viram tatuagem na alma.

E eu tenho um desses. Comentei em outros postes, mas é algo maior, que grita no fundo da mente, naquele longinquou ano de 1982, a maioria das testemunhas desse evento, partiram, o Grande Guerreiro Luigi e somente um fantasma do passado.

Mas para o Vaguinho, pequenino, magrinho, oni em evolução. Aquele dia foi o dia em que viu meu pai chorar.


A morte do Velho Luigi — lenda da Mooca, homem controverso, uns amando, outros odiando. Um gigante loiro de olhos azuis faiscante e de peito aberto, briguento, mulherengo, bêbado, sobrevivente, mito de calçada e roleta de botequim — foi o bug fatal na memória dos Bellacosa. Luigi não era só ancestral. Era o tótem urbano, folclore de rua com cheiro de cerveja, caça e pólvora. De uma Mooca que não existe mais, a Mooca dos Imigrantes pobres, bairro periférico, cheio de gente trabalhadora e sonhadora.

E quando ele caiu, a linha heroica ruiu um pouco por dentro.

Meu pai — aquele que até então era o meu Superman que nunca tremia — desabou.

E eu, testemunha silenciosa, vi e vivi.



🕯 O Velório, o Enterro, o Silêncio

Tinha clima de filme preto-e-branco. As mulheres rezavam, os homens encaravam o chão como quem mede a própria mortalidade. Meu pai não falava, não sorria — havia perdido o norte, o alfa, o espelho.
E eu, criança, vi o gigante murchar. Rodeado por uma multidão, que foi dar o adeus aquela figura lendária. Meses antes outra figura lendária havia partido, um homem amado pelas qualidades e respeitado pelo legado, o tio-bisavô Arthur, Dudu jogador do Palestra nos primórdios do Clube.

Isso nunca sai.

A dor de um homem grande é sempre maior do que ele.


🚶 A Primeira Vagneida

Sim, ja tinha minhas pequenas aventuras, fatos curiosos e pequenas historias, mas esse dia foi o marco, onde fiz parte de uma historia ainda maior.

Foi uma jornada de 14 km a pé— um menino e um pai tentando costurar o mundo de volta

Dias após o adeus, na Rua Ultrecht, meu pai simplesmente te chamou:

“Vamos caminhar.”

Não era passeio. Era um rito.
Era processo de luto em batch, sem manual, sem restart.

Nós saímos, dois sobreviventes carregando o nome Bellacosa no bolso. Fizemos um trajeto quase mítico:

📍 Vila Rio Branco → Vila Alpina
A pé. 14 km.
Eu pequenino e com 8 anos — ele com o coração estourado.

Cada metro era memória, cada boteco era checkpoint.
Eu tomando Gini caçulinha— ele cerveja.
Eu ouvindo sobre o velho Luigi como quem recebe runas — ele tentando segurar o universo.

E naquele caminho longo, entre ruas de terra, poeirento, grande avenidas com muito automóveis e um dia cheio de sol, suor e história, nasceu algo raro:

Eu deixou de ser só filho — virei herdeiro.

Não de dinheiro, mas de mitologia.
E o Bellacosa entendeu que linhagem não é sangue — é lembrança repetida em voz emocionada.

Chegamos ao tio-avô Toninho. Que furioso não acreditava naquilo que meu pai havia feito. Reprimenda, jantar, mais histórias — por fim adormeci no sofá com odor de cozinha e saudade. Depois, mais na madrugada, partimos e fomos apanhando pelo caminho os ônibus negreiros, minha mãe aflita, meu pai silencioso. Chegamos a casa.

Um dia triste

  • uma caminhada épica
    = a aventura que me costurou ao meu próprio clã.


🥀 Epílogo Amargo

O tempo roda o tambor.
Meu avô Pedro parte.
Eu não estava, nesta época vivendo em Portugal.
Meu pai tropeça — não no corpo, mas na honra.
Magoa profundamente minha avó Anna, a matriarca que sustentou gerações.
E nasce fenda uma fenda na família Bellacosa — dor que não cicatriza.

O herdeiro de Luigi, gigante de Mooca,
termina só.
Silencioso em Taubaté,
como eco de trovão que já foi tempestade.

Trágico. Real. Humano.


📌 Registro imutável

Esse não é só um relato — é backup emocional gravado em fita magnética.
Eu vi o guerreiro chorar.
Caminhei no luto ao lado dele.
Eu carrego o sobrenome como espada e memória.

E por mais que o tempo tenha levado uns, torturado outros
e dispersado o clã…

Luigi → Pedro → Seu Pai → Eu
A linha continua.
Porque eu lembro e conto.
Porque eu compartilho e continuo lembrando.

Quantos se lembraram, quantos se emocionaram, não sei, mas eu sempre guardarei esse dia.

E enquanto alguém lembrar,
nenhum Bellacosa morre de verdade.