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terça-feira, 16 de outubro de 2018

As Aventuras do Pequeno e Inquieto Vagner: Quando a curiosidade desafia muros, telhados… e até santos.

 


As Aventuras do Pequeno e Inquieto Vagner

Capítulo Especial para o Blog El Jefe — Ao estilo Bellacosa Mainframe

“Quando a curiosidade desafia muros, telhados… e até santos.”

Existem crianças que colecionam figurinhas.
Existem crianças que colecionam carrinhos.
E existem crianças — raras, perigosamente especiais — que colecionam histórias de quase-morte, sustos épicos e cicatrizes que brilham como badges de um herói de RPG.

O pequeno Vagner dos anos 1970 era desse terceiro tipo.
Um mini-escalador, meio ninja, meio gato de telhado, completamente movido a curiosidade e energia inesgotável.
Um personagem digno de um anime isekai corporal, onde cada episódio terminava com sua mãe segurando a cabeça e o pai jurando que “dessa vez ele aprendeu”. (Spoiler: não aprendeu.)

E esta é uma dessas histórias.


🏡 Um quintal, uma casinha de santo e uma criança sem limites

Os anos 1970 eram uma mistura deliciosa de caos, espiritualidade, improviso e liberdade.
Nada de tablet, internet ou brinquedos eletrônicos: o playground era o mundo inteiro.

Seu pai e sua mãe, num momento de espiritualidade profunda, converteram-se à Umbanda.
E como bons devotos, construíram no fundo do quintal uma casinha de santo:
um pequeno templo particular dedicado aos guias, com suas oferendas, velas, objetos sagrados e aquele ar de respeito silencioso que toda criança deveria olhar de longe.

"De longe".
Mas claro que o Vagner não entendeu essa parte.




🎪 O Pequeno Vagner descobre o “parkour” antes dele existir

Com 4 para 5 anos, o menino já havia descoberto a engenharia dos muros.
Para ele, eram pistas de circo.
Barreiras para adultos, mas autódromos imaginários para crianças inquietas.

Ele subia.

Ele corria.

Ele equilibrava.

O pequeno Vagner era uma mistura de trapezista do Circo Piolin com ninja mirim da Vila Rio Branco na Ponte Rasa.

Nem os telhados estavam a salvo.




E então o destino disse: “vamos testar esse garoto”

Um dia, no auge da sua carreira de equilibrista clandestino, sua mãe gritou seu nome —
Aquele grito que toda criança reconhece instantaneamente como:

“Se eu não descer AGORA, as consequências serão piores do que quebrar o braço.”

Vagner, lógico, tenta descer rápido.
Mas rápido demais.

Em vez de usar o caminho seguro, ele decide inovar:
usa a casinha dos santos como degrau.

Sim.
O templo.
O altar.
O lugar sagrado.

Peso de uma criança.
Estrutura frágil.
Resultado inevitável.




💥 Colapso divino

O pequeno Vagner desce.
A casinha desce também.
As telhas voam.
Os santos… coitados… alguns ganham alta celestial.

E no meio do cenário pós-apocalíptico, lá está ele:
Vagner, o Sobrevivente, coberto de pó, alguns arranhões e uma expressão que misturava susto com “acho que fiz besteira”.

Susto dos pais?
Nível: CHERNOBYL.

Punição?
Longa, completa, detalhada, com direito a bronca sobre:

  • perigo

  • respeito

  • orixás

  • saúde

  • limites

  • obediência

  • e uma menção especial a “você ainda vai me matar de susto”.

Mas o santo dele, convenhamos, não só era forte — era ninja também.


🧿 Easter Egg Espiritual: Orixás gostam de crianças inquietas

Curiosamente, dentro das tradições afro-brasileiras, existe uma ideia poética de que crianças arteiras são protegidas por guias brincalhões, cheios de vida e movimento.

Se duvidar, algum deles riu lá de cima naquele dia.
Provavelmente disse:

“Deixa o menino. Ele tem caminhos longos e incríveis pela frente.”

E estava certo.


💫 Conclusão: sobrevivente desde os 5 anos

O pequeno Vagner cresceu, virou especialista em mainframe, professor, contador de histórias, e homem de tecnologia.

Mas o espírito inquieto continua lá. A pequena Vivi tem menção honrosa que ficou ajudando nos curativos e acompanhando o irmão se recuperando.
Só que hoje, em vez de escalar muros e derrubar casinhas de santo, ele escala sistemas, resolve problemas gigantescos, pula obstáculos corporativos e ainda encontra tempo para relembrar — com humor e poesia — essas aventuras que moldaram seu repertório de vida.



E cá entre nós:
quem derrubou uma casa de orixá aos 5 anos sobrevive a qualquer coisa.