segunda-feira, 30 de setembro de 2013

💾 z/OS 2.1 — O salto técnico rumo à era híbrida do Mainframe ☁️⚙️

 





💾 z/OS 2.1 — O salto técnico rumo à era híbrida do Mainframe ☁️⚙️

Por Bellacosa Mainframe — onde bits, café e história se misturam ☕🖥️


Quando a IBM lançou o z/OS 2.1 em setembro de 2013, o mundo mainframe vivia uma encruzilhada: ou se isolava como um dinossauro tecnológico, ou se reinventava como o titã resiliente da nova era digital.
Adivinha qual caminho ele escolheu? 😎
Spoiler: o z/OS 2.1 é o marco da virada para a era híbrida e cognitiva do mainframe.

Vamos destrinchar o que mudou, as camadas técnicas e as curiosidades que tornam essa versão um divisor de águas.


🧬 1. Contexto histórico — o z/OS reencontra o futuro

O z/OS 2.1 nasceu junto com os mainframes IBM zEnterprise EC12 (zEC12), um monstro de 5.5 GHz, com 2 TB de memória, 120 processadores físicos e uma arquitetura pensada para virtualização de workloads e análise em tempo real.

O grande desafio da IBM era:

“Como preparar o z/OS para o futuro da integração, da nuvem e do mobile sem perder o legado que roda o planeta?”

Assim surge o z/OS 2.1, com foco em eficiência, elasticidade e conectividade.


🧠 2. Arquitetura e uso de memória — o cérebro expandido

O z/OS 2.1 trouxe uma reengenharia no gerenciamento de memória, aproveitando melhor a arquitetura z/Architecture e as inovações do PR/SM (Processor Resource/System Manager).

Principais avanços:

  • Suporte a 16 TB de memória virtual (um salto em relação ao 2.0).

  • Melhor uso da 64-bit addressing mode, reduzindo page faults e swaps.

  • Buffer Pools e dataspaces otimizados — ideal para DB2, IMS e CICS.

  • Cross Memory Services mais rápidos e isolados.

💡 Curiosidade Bellacosa: O kernel do z/OS 2.1 literalmente “aprende” a liberar memória mais rápido para workloads que mudam de prioridade — algo que hoje chamamos de “inteligência operacional”.


⚙️ 3. PR/SM, LPAR e créditos de CPU — o cérebro por trás da mágica

O firmware PR/SM (Processor Resource/System Manager) foi profundamente atualizado nesta geração para oferecer:

  • Dynamic CPU Weight Management: ajuste automático da prioridade das LPARs.

  • Intelligent Capping: limita o consumo sem matar o desempenho.

  • Soft Capping por Workload: controle fino para billing e otimização.

  • Suporte ao zAAP/zIIP integrados — sem necessidade de hardware dedicado.

🎩 Easter egg técnico: no z/OS 2.1, as LPARs começaram a “conversar” melhor via HiperSockets IPv6, abrindo caminho para a nuvem privada z/OS Connect.


💬 4. Aplicativos internos e softwares — a revolução silenciosa

O z/OS 2.1 veio com uma leva de atualizações internas e ferramentas novas:

🔹 CICS TS 5.1

Suporte a aplicações RESTful, JSON e web services nativos, antecipando o que hoje chamamos de API Economy.

🔹 DB2 11 for z/OS

Melhoria brutal no storage engine e otimização de index rebuild.
Menos CPU, mais throughput.

🔹 JES2 e JES3

Ambos ganharam compressão de spool, melhor suporte a Unicode e integração com RACF e SAF aprimorada.
O JES2, inclusive, ficou mais “verbozão” — logs mais inteligentes para devs e ops.

🔹 UNIX System Services (USS)

Expansão total: mais comandos POSIX, shell modernizado e integração com ferramentas open source (hello, Perl e Python!).

🔹 Communications Server

Nativo IPv6, com QoS aprimorado e integração direta com o z/OSMF.


🧩 5. z/OSMF e o renascimento do operador

O z/OS Management Facility (z/OSMF) virou protagonista.
Pela primeira vez, o operador do mainframe podia administrar o sistema via interface web, com dashboards, workflows e diagnósticos integrados.

Isso mudou tudo:

  • A operação ficou mais visual e menos criptográfica (adeus, painéis 3270 infinitos).

  • Surgiram scripts e automações REST, abrindo portas para DevOps no mainframe.

  • O z/OS começou a dialogar com o mundo Linux e Cloud.

💬 Bellacosa insight: o z/OSMF foi o primeiro passo real para o que hoje chamamos de “Mainframe as Code”.


🔍 6. Instruções de máquina e otimizações no zEC12

O z/OS 2.1 foi ajustado para o novo processador zEC12, que introduziu:

  • Instruções novas como Transactional Execution (TX) — acelera commits em DB2.

  • Crypto Express4S — hardware de criptografia de ponta.

  • Simultaneous Multithreading (SMT) — mais threads, menos gargalo.

  • HiperDispatch refinado — balanceia threads automaticamente.

Tudo isso sob o comando de um PR/SM mais “inteligente”, que distribuía créditos de CPU conforme prioridade, workload e até custo horário da LPAR (sim, billing inteligente já era realidade).


🕹️ 7. Curiosidades, fofoquices e bastidores

  • 🧙‍♂️ Dentro da IBM, o z/OS 2.1 era apelidado de “O Feiticeiro do Silício”, por causa da automação mágica dos workloads.

  • 🧩 O time que desenvolveu o z/OSMF tinha ex-devs do OS/2!

  • 💬 Foi a primeira versão oficialmente “Cloud Ready”, base dos projetos iniciais do z/OS Connect EE.

  • 🕵️‍♂️ Algumas funções experimentais do z/OS 2.1 só foram “oficializadas” no 2.2, como a integração com zAware e zCX.


🚀 8. Conclusão — o mainframe, renascido

O z/OS 2.1 é o elo entre o legado e o futuro.
Ele consolidou a base técnica que permitiria o z/OS rodar workloads modernos, APIs REST, automações web e integração em nuvem — tudo sem quebrar um único programa COBOL dos anos 70.
Esse é o verdadeiro superpoder do mainframe: evoluir sem perder o passado.


Bellacosa Mainframe
☕ Onde bits têm alma e memória tem história.
💬 Deixe nos comentários: você chegou a migrar para o z/OS 2.1? Qual foi o impacto no seu ambiente?

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

“86-13-37: Quando a casa ganhou voz”. Um conto do Pequeno Trabalhador, Parte 4

 


📞 El Jefe Midnight Lunch —  Um conto do Pequeno Trabalhador, Parte 4
“86-13-37: Quando a casa ganhou voz”
Por Bellacosa Mainframe

Estamos de volta ao Cecap no Quiririm em 1984.


O cheiro de tijolo novo, tinta fresca e esperança misturado a caótica mudança de Sampa a Taubaté. A família Bellacosa em modo multitarefa, estilo “z/OS em IPL pós-pânico”: todo mundo executando job, subtarefa, batch noturno, tarefa oculta… tudo ao mesmo tempo. Era reconstrução física, emocional e financeira — tudo junto, tudo misturado — depois do incêndio de 1983.

Foram meses puxados.
Arregaçamos as mangas, suamos, improvisamos, reciclamos e substituímos cacarecos velhos para devolver dignidade ao lar, meu pai com sua experiência em fazer funiliaria em seus automóveis velhos, usou massa plástica para reconstruir o gabinete da fiel TV CRT Preto e Branco Phico Ford. A geladeira parcialmente destruída, foi reformada tanto na lataria como no motor, e colocada em estado de novo, servindo nosso lar, por mais de uma década, sendo aposentada, quando eu ja trabalhava e comprei uma zero bala nas lojas Arapuam. Cada martelada era um checkpoint. Cada móvel novo (ou semi-novo) era uma vitória. E foi no meio desse caos organizado que surgiu a grande novidade.

Algo que, para muita gente hoje, não faz nem cócegas.
Mas pra nós… era a chegada do futuro.



O telefone. Nosso primeiro telefone. O lendário número 86-13-37.

Meus pais, sempre visionários, resolveram alugar um aparelho — porque na época telefone era quase um carro: caro, raro e valioso. A justificativa era prática: “pra divulgar trabalho, ligar pra clientes, fazer panfletagem…” — sim, panfletagem real, analógica, raiz, sem algoritmo, sem impulsionamento.

E adivinha quem ficou encarregado de distribuir spam manual, caixa postal por caixa postal, por todo o CECAP?

Sim, eu mesmo.
E o Celo, meu companheiro de aventuras.
Formávamos uma dupla dinâmica que hoje renderia um spin-off só nosso: dois moleques pedalando, colando panfletos, enfiando papel nos correios, correndo de cachorro, conversando com vizinhos… éramos quase um cluster de entrega distribuída, versão 1.0.

Mas nada — absolutamente nada — superava a sensação de ter um telefone em casa.

Parecia magia.
Era como se tivéssemos instalado um gateway para o mundo.



Com o 86-13-37, tudo mudou:

📞 falar com parentes distantes;
🏖 ligar para meus avôs Anna e Pedro na Praia Grande;
👋 ouvir histórias, novidades… e broncas;
🤣 ouvir as “historinhas” no 200-1234 (quem viveu, sabe!);
😂 aplicar e receber os primeiros trotes telefônicos — o proto-meme da década.

Era um universo novo.
Era CICS aberto, sessão iniciada, TSO READY.




E aí, abro um parênteses do século XXI, porque é impossível não comparar:

O telefone fixo virou fóssil.
Tenho um até hoje… não uso há séculos. Veio grudado no pacote da fibra ótica e ficou ali como quem guarda uma peça de museu — funcional, mas ignorado.

O celular então… virou mico.
Nos primórdios custava uma fortuna, cada impulso parecia preço de mainframe por MIPS. Depois virou SMS, depois WhatsApp, Telegram… e hoje quase ninguém usa pra ligar.
A ironia: as operadoras mataram o próprio produto com ganância e tarifas absurdas. Empurraram todos nós para alternativas mais baratas, eficientes e… livres.

O triste fim do telefone.
O outrora símbolo de status, comunicação e progresso… hoje é quase um ornamento.




Mas sem chatices, porque aqui é Midnight Lunch e nostalgia merece brilho:

Ainda lembro a emoção real, quase palpável, de ver aquele aparelho instalado na sala.
A liberdade que ele trouxe.
A sensação de que o mundo estava, literalmente, a um toque de distância.

O velho 86.13.37.
A primeira voz da casa renascida.

E um dia, prometo, conto a história da central móvel de telefonia, dos filamentos de cobre coloridos, das pulseirinhas estilosas feitas com restos de cabo multicolorido… um verdadeiro ASSEMBLER de memórias.

Porque cada fio daqueles carregava uma história.
E muitas delas ainda estão aqui, vivas, prontas pra ganhar outro capítulo.

Até a próxima chamada. 📞💾✨