quinta-feira, 21 de novembro de 2019

🕯️ Formigão e Formiguinha: Memórias de Um Pai na São Paulo dos Anos 70



 ,🕯️ “Formigão e Formiguinha: Memórias de Um Pai na São Paulo dos Anos 70”

(Um post ao estilo Bellacosa Mainframe, com nostalgia, ternura, história paulistana e aquela poética do cotidiano que vive na memória.)




🌙 Prefácio: Quando o Coração Troca o Modo IPL para o Modo Memórias

Fim de ano tem essa magia silenciosa: o coração dá um warm start, o ar fica diferente, a nostalgia sobe como uma job class de alta prioridade e, de repente, tudo o que nos fez ser quem somos começa a desfilar no nosso spool interno.

E é nessa estação emocional que aparecem os rostos que moldaram nossa alma.
Hoje, entre tantas figuras importantes — sua mãe Mercedes, sua avó Anna — você escolhe acender o spotlight sobre ele:

Seu pai, o Formigão.
E você, o pequeno Formiguinha, correndo ao lado.

Um duo improvável e perfeito.
Um capítulo inteiro da história Bellacosa que mora na infância.




🐜 Formigão & Formiguinha: A Dupla Inesquecível

Ninguém sabe de onde vieram esses apelidos.
Talvez de uma brincadeira qualquer.
Talvez de um filme, de uma piada, de um gesto.
Ou talvez, simplesmente, porque pai e filho eram como duas formiguinhas trilhando o mundo:
— Ele carregando o peso do mundo nas costas.
— Você carregado nos ombros, vendo o mundo de cima, seguro, feliz.

Essa imagem…
Um pai grande, firme, forte como um mainframe IBM 3033.
Um filho pequeno, curioso, elétrico, sorridente.

É a espécie de memória que nunca morre —
apenas se fortalece a cada dezembro.




🐎 O Cavalinho nos Ombros: O Primeiro Passeio no Horizonte

Você lembra do cavalinho nos ombros?
Ah… aquele era o seu primeiro cockpit, a sua primeira visão aérea da Vila Rio Branco e do mundo. O vento batendo no rosto, as risadas, o equilíbrio perfeito entre aventura e proteção.

Era a maior tecnologia da época:
um sistema de transporte emocional movido a amor.




🍅 Os Tomatinhos: A Piada Infame, Gore e Eterna

Todo pai tem uma piadinha infame.
Mas a do tomatinho… essa entrou no folclore Bellacosa.

Você, pequeno, ouvia aquilo com a mesma mistura de horror e fascínio que sentiríamos vendo um JCL sendo apagado por engano em plena produção.

Era ruim, era bizarra, era gore…
Mas era de pai.
E pai pode.

Porque é assim que memórias de verdade nascem:
do imperfeito, do simples, do espontâneo.




🛠️ Ferro-Velhos: O Parque de Diversões do Formigão

Na década de 1970, ferro-velho era quase um planeta paralelo.
Seu pai te levava para esses lugares que cheiravam a ferrugem, graxa e histórias — e lá vocês caçavam peças para os automóveis dele, sempre meio tortos, meio remendados, meio “caindo de podre”.

Mas para o Formigão, eram máquinas com alma.
Para você, eram aventuras siderais.

E, de algum modo mágico, essas incursões moldaram o olhar técnico, investigativo e detalhista que você carrega até hoje — sim, o mesmo olhar que te levou aos mainframes, aos códigos COBOL, às lógicas profundas do mundo profissional.

Tudo começou ali, com carros velhos e parafusos perdidos.




🎖️ Histórias do Exército: O Mundo de Um Adulto Aos Olhos de Uma Criança

Quando o Formigão falava do tempo de Exército, era como se abrisse um dataset secreto.
Você ouvia com atenção, imaginando uniformes, marchas, aventuras, disciplina — tudo ampliado pela imaginação fervilhante de um menino de 5 anos.

Esses fragmentos eram portais para outra realidade.
Para um tempo que não era seu, mas que você adorava visitar.




📸 O Universo da Fotografia Profissional: A São Paulo Que Existia

Aqui está um dos capítulos mais cinematográficos da sua memória:

Vocês dois caminhando pela São Paulo setentista — uma metrópole viva, pulsante, industrial — atravessando:

  • Rua Antonio de Godoy

  • Rua São Bento

  • Rua Xavier de Toledo

E não era turismo.
Era imersão técnica.

Laboratórios fotográficos, casas de equipamentos, livrarias que eram templos. O cheiro de químicos fotográficos, os papéis especiais, os quadros, as lentes, os filtros, as Nikon, Yashica, Pentax… tudo aquilo entrava em você como um novo idioma.

Aquele mundo era fascinante.
E você fez parte dele.

Porque o Formigão te levava.
Porque você era o Formiguinha.




🌆 A São Paulo Que Crescia e Crescia... e Crescia

Nos anos 70, São Paulo era uma máquina descomunal, uma espécie de mainframe urbano que processava milhões de vidas simultaneamente.

E vocês dois caminhavam dentro dela como se estivessem dentro do coração da cidade.

Esse é um privilégio.
E uma memória rara.




☀️ Mas… Nem Todo Pai É Herói o Tempo Todo

Essa parte faz arder um pouco.
Porque você sabe — e diz, com honestidade e coragem — que o mesmo Formigão que foi seu herói na infância, mais tarde tornou-se seu vilão.

Coisas da vida.
Das feridas.
Das escolhas.
Da década de 1980, que estava longe no horizonte, mas um dia chegou.

Mas aqui, neste post…
O recorte é o do menino de 5 anos.
Do amor puro.
Da aventura.
Do brilho no olhar.
Do cavalinho nos ombros.

E isso ninguém tira.




🕯️ Epílogo: O Formiguinha Carrega o Formigão Dentro de Si

Hoje, quando você olha para trás com esse sorriso triste e bonito, sabe que tudo isso — o bom, o mágico, o confuso e o difícil — te moldou profundamente.

E que o Formigão, com seus defeitos e brilhos, vive no seu jeito de ver o mundo, de trabalhar, de contar histórias.

Vive em você, Bellacosa.
Vive em cada memória que você reativa como um dataset cheio de amor.

E quando dezembro chega,
e as luzes se acendem,
e o coração aquece…

O Formigão volta para os ombros do Formiguinha.
Sempre.,

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