🏛 A Jornada Impossível de Bellacosa — Capítulo 2 (continuação): No Cume do Pártenon
Vocês caminham pelos degraus largos de mármore, sentindo o calor do sol refletido nas colunas impecáveis. Cada passo ecoa, mas o som se mistura com o murmúrio distante da cidade — o comércio, risos, cânticos das sacerdotisas e o vento do Egeu.
Diógenes, com seu jeito rabugento porém sábio, mastiga alguns figos secos que você trouxe. Ele estende um para você:
— Comer figos é simples, mas dá gosto de verdade à vida. Aprende isso, viajante. — Ele dá uma mordida e sorri com ironia: — Ao contrário de muitos homens, que comem riqueza e falsidade e ainda se queixam do estômago.
Sentam-se lado a lado na borda do Pártenon, e diante de vocês se estende a cidade inteira. Atenas pulsa: ruas estreitas, templos menores, o porto distante brilhando sob o sol. O cheiro do incenso das sacerdotisas ainda chega até vocês, misturado com o aroma de pão, vinho e figos.
Diógenes aponta com o dedo para a urbe:
— Vês, viajante? Tudo isso que chamam de poder, política e conquista… não passa de um cenário para a vida real: o sentir, o observar, o rir e o compartilhar. Olhar de cima é a melhor lição. Aprende a distância entre o que importa e o que apenas parece importar.
Vocês ficam em silêncio, saboreando figos, sentindo o vento e absorvendo a harmonia entre cidade e colina. O sol começa a dourar ainda mais o horizonte, e cada detalhe da Acrópole brilha como se quisesse eternizar o momento.
Diógenes quebra o silêncio com seu tom característico:
— Bellacosa, lembra-te: ser livre é ter coragem de sentar com o mundo aos pés e ainda rir dele. E rir contigo mesmo.
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