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segunda-feira, 23 de outubro de 2023

💫 Adeus, Lili — Crônica de uma amizade que atravessou oceanos

 


💫 Adeus, Lili — Crônica de uma amizade que atravessou oceanos
Por El Jefe, no Bellacosa Mainframe Midnight Edition

Existem amizades que não nascem de explosões épicas ou grandes coincidências do destino — mas de pequenas linhas de código da vida, compiladas com carinho ao longo dos anos. A minha com a Lili começou assim, em 1997, nos corredores do programa de trainees do Banco Real. Cada um na sua turma, cada um com sua pressa e sonhos. Mas, por um bug do universo — ou talvez uma benção — no sorteio do amigo secreto, caiu o nome dela: Lilian Yumi.



A partir dali, começou a rodar um job que duraria quase três décadas, com checkpoints de risadas, abends de brigas e reprocessamentos de amizade que só quem viveu entende.

Lili era intensa. Escorpiana no modo ON FIRE. daquelas que quando ficava brava, o ambiente inteiro dava abend S0C7. Às vezes, a fúria era contra mim — o “Capitão”, como ela gostava de me chamar. 

Brava, decidida, dona de uma energia que iluminava o andar inteiro — e às vezes queimava um ou outro no processo (eu, especialmente 😅). Quando algo saía do controle, ela vinha com a fúria típica do signo... e eu virava o alvo. 



Mas bastava o dump esfriar que vinha aquele jeitinho doce, um sorrisinho meio sem jeito e o clássico:

“Desculpa, Capitão. Foi mal.”

Aí ríamos juntos. Ríamos muito.
Ríamos da vida, dos bugs, das gambiarras, dos pepinos do sistema e dos planos malucos que fazíamos nas Horas Felizes — nosso ritual sagrado de toda semana. Fosse a marmita dividida no refeitório, fosse um restaurante étnico qualquer, o importante era estarmos juntos: eu, ela, o grupo, as histórias, as confabulações.



Conheci seus namorados — Henrique, Tokunaga, e o Alexandre, que acabou incorporado oficialmente ao grupo, como um novo módulo num sistema legado de amizade.



Em 2002, meu destino me levou para Portugal. Mas mesmo com o Atlântico no meio, nunca deixamos de manter a thread viva: emails, mensagens, reencontros ocasionais. Cada vez que eu voltava ao Brasil, lá estava ela — o mesmo sorriso, as mesmas histórias, as mesmas piadas internas que só quem viveu o Mainframe e o Banco Real entenderia.




Em 2013 voltei de vez. E a roda girou de novo — agora era ela quem partia. Canadá, novas terras, novos sonhos. A vida muda o cenário, mas nunca o vínculo.

Da época que trabalhávamos juntos, me lembro dos origamis que enfeitavam sua mesa, dos pequeninos pokemons e guardo com carinho quando começou a jornada dos mil tsurus... às vezes ajudava cortando o papel, às vezes ajudando a dobrar, era uma farra, momentos lúdicos entre um abend ou outro. Lembro dos códigos secretos e pings no computador avisando algo, que estava acontecendo no andar, ou mesmo a linguagem secreta, ao ve-la pela manha pingando buscapan na boca, sabia que aqueles dias seriam de pisar em ovos, senão levava com taco de beisebol na cabeça. A também tinha a fuga para a maquina do café e fofocas aleatórias sobre filmes, series, animes, livros, mangas, gibis e Pokémons.

Hoje, ao escrever estas linhas na penumbra da madrugada — quando as ideias ecoam e as lembranças gritam mais alto — percebo o quanto essas Horas Felizes foram um checkpoint eterno na minha história.

A Lili partiu.
Mas o job da amizade continua rodando — lá, em algum sistema maior, onde as exceções são tratadas com amor e as memórias nunca dão abend.



Adeus, Lili.
Obrigado pelas risadas, pelas broncas, pelos almoços, pelas confabulações e por ter deixado tanta luz no meu spool de lembranças.
Enquanto eu viver, o log da nossa amizade continuará ativo.

☕💻
*E lá no topo do JCL da vida, deixo registrado: //LILI FOREVER EXEC PGM=FRIENDSHIP


PS: 📓 Uma história real nascida nos bastidores do Banco Real, escrita nas madrugadas do El Jefe Midnight Lunch





🕯️ Em memória de Lilian Yumi Nishimaru (1979–2023)
👨‍💻 Por Vagner Bellacosa


📍 Blog El Jefe Midnight Lunch — onde a madrugada é produtiva, o coração é nostálgico e o Mainframe é eterno.



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

🕊️ Origami Tsuru — A Lenda do Milagre de Papel: Quando um Dobrar Significa Esperança 🕊️

 


🕊️ Origami Tsuru — A Lenda do Milagre de Papel: Quando um Dobrar Significa Esperança 🕊️
Por El Jefe, direto do Bellacosa Mainframe Universe


Se tem uma coisa que o Japão faz como ninguém, é transformar o simples em sagrado.
E nenhum símbolo expressa isso tão bem quanto o origami tsuru (折り鶴) — o famoso grou de papel, dobrado com devoção, esperança e uma pontinha de mágica ancestral.

Não é só um enfeite, nem apenas uma dobradura.
O tsuru é praticamente um Hello World espiritual do Japão: simples, elegante e cheio de significado oculto.


🏮 A Origem: O Voo do Grou Eterno

A palavra origami vem de 折る (oru, dobrar) e 紙 (kami, papel).
Mas o tsuru tem história muito mais antiga.

Na cultura japonesa, o tsuru (grou) é uma ave sagrada, símbolo de longevidade, fidelidade e boa sorte.
Diz a lenda que o grou vive mil anos, e por isso, quem dobrar mil tsurus terá seu desejo realizado pelos deuses.

Essa crença ficou famosa no pós-guerra, com uma menina chamada Sadako Sasaki, vítima da bomba de Hiroshima.
Mesmo doente de leucemia, ela começou a dobrar mil tsurus para pedir a cura — e, mesmo não sobrevivendo, seu gesto virou símbolo mundial da paz e da esperança.
Hoje, há uma estátua de Sadako segurando um tsuru dourado no Parque da Paz de Hiroshima.

📜 “Este é o meu desejo: que todos os povos do mundo vivam em paz.” — Sadako Sasaki




🪶 O Significado: Mais que Papel

O tsuru não é apenas um amuleto de sorte.
Dobrá-lo é um ato meditativo, quase zen: cada vinco representa um pensamento, um pedido, uma oração.
É por isso que no Japão, origamis são usados em casamentos, nascimentos e até no Ano Novo — como votos de prosperidade.

E, sim, dobrar um tsuru “de coração” é bem diferente de seguir um tutorial do YouTube.
(O segredo está no respeito ao processo, não na perfeição da dobra.)


🎐 Curiosidades e Fofoquices Nipônicas

💡 1. Mil tsurus, um desejo:
O conjunto com 1000 dobraduras chama-se Senbazuru (千羽鶴) — e é tradicional pendurá-lo em templos ou enviar a pessoas enfermas como bênção.

💡 2. O desafio dos samurais:
Diz-se que os samurais dobravam tsurus para exercitar paciência e precisão antes de batalhas.

💡 3. Origami hacker:
No Japão moderno, engenheiros usam o conceito do tsuru para desenvolver satélites dobráveis e airbags inteligentes — engenharia inspirada na tradição.

💡 4. Casamento em papel:
Em cerimônias tradicionais, noivos trocam tsurus dourados e prateados — simbolizando fidelidade eterna (já que grous, na natureza, têm apenas um parceiro para toda a vida).

💡 5. Easter Egg Bellacosa:
Nos antigos mainframes da Fujitsu, havia um easter egg escondido num código de teste que imprimia um tsuru em ASCII art. (Sim, os devs japoneses são poetas também.)


📺 Animes que Citaram o Tsuru

🎬 Grave of the Fireflies (Hotaru no Haka) – o tsuru aparece como símbolo da inocência perdida na guerra.
🎬 Naruto – Itachi e Sasuke aparecem dobrando papéis, referência indireta ao tsuru e à tradição de desejos.
🎬 Bleach – em momentos de luto, personagens dobram pássaros de papel como oferendas.
🎬 Your Name (Kimi no Na wa) – a ideia de “destinos conectados por fios invisíveis” é inspirada na filosofia do tsuru.
🎬 One Piece – há uma personagem chamada Tsuru, símbolo da sabedoria e da calma em meio ao caos (nada é coincidência).

E claro, “Sadako and the Thousand Paper Cranes” virou filme e anime educativo — obrigatório nas escolas japonesas.


🪞 Dica Bellacosa: Dobre Seu Tsuru Digital

Quer sentir o espírito do festival?
Pegue uma folha de papel (ou um pedaço de punch card aposentado 🖨️), respire fundo, e siga as dobras.
Enquanto dobra, pense num desejo — de paz, de saúde, de amor, ou daquele abend que você quer resolver sem stress.

Se quiser ir além, há sites e apps que simulam a dobra em 3D — e até tsurus NFT (sim, o Japão também mergulhou nessa).


💭 Bellacosa Reflexão

O tsuru é um lembrete de que a delicadeza é também uma forma de força.

Dobrar mil vezes o mesmo papel é, no fundo, uma aula sobre paciência, fé e repetição com propósito — algo que todo mainframe coder entende muito bem.

Lembranças que guardo com carinho, a imagem da minha amiga Lilian Yumi, que entre uma compilação e outra de programas PLI, ou enquanto esperávamos a fila de compilação no SDSF. Ela costumava fazer origamis e teve uma época que ela começou a missão Tsuru, sua mesa começou a lotar com dezenas destes pequeninos grous.

Porque, convenhamos: compilar um COBOL sem erro também é uma forma de meditação zen. 😌


📜 Easter Egg Final:
No Japão, dizem que se você sonhar com um tsuru voando, um novo ciclo está começando.
Então, se na próxima madrugada de deploy você ver algo voando pelo data center...
Talvez não seja um bug. Pode ser sorte batendo asas. 🕊️


domingo, 13 de maio de 2018

📟🌸 “ABEND NO SISTEMA, FOME NO SISTEMA — UM DIA COMUM NO ANTIGO ABN AMRO REAL”

 


📟🌸 “ABEND NO SISTEMA, FOME NO SISTEMA — UM DIA COMUM NO ANTIGO ABN AMRO REAL”
Crônica Bellacosa Mainframe para os padawans otakus com CPF ativo e saudade de São Paulo raiz


Estamos em 1999, avenida Paulista, coração financeiro do Brasil, ainda atarefados com a fusão do banco, as correções do bug do milenio, o famoso Y2k. Mas era um dia absolutamente comum no antigo ABN AMRO Real, aquele prédio onde a gente sabia que se o CICS estivesse lento, provavelmente a cafeteria também estaria, entupida de analistas parlapiando. Eu e a Lili estávamos naquela conversa matinal clássica de quem já sobreviveu a mais dumps do que relacionamentos:

“Capitão, você já viu esse ABEND S0C7? Seu programa de rateio de acionista,, aqui tá mastigando alfanumérico como se fosse RAMEN.”
“Manda o dump, Lili… vamos ver qual tabela ODO explodiu desta vez.”



Enquanto o SYSLOG cuspia mensagens $HASP e o RACF fazia aquele “não vai passar!” digno de Gandalf corporativo, monte de memos enviados a Analise de Produção e naquele status de waiting, quando a conversa desandou — como sempre — para comidas japonesas.

Porque é isso: nada une mais um time de mainframe do que COBOL e carboidratos.







🍙 ONIGUIRI — O Capitão jurava que era coxinha triangular

Lili, com a sabedoria ancestral de quem já brigou com VSAM RLS, disse:

“Lili, não se estresse, mas eu sempre achei que oniguiri era tipo uma coxinha de sushi.”

E Lili, já em modo senpai, mas quase tacando o teclado na minha cabeça:

“Oniguiri é arroz moldado com carinho e desespero… tipo adaptar copybook novo às 11h58 antes de virar janela.”

Falamos de umeboshi, nori, triângulos, e daquela clássica cena dos animes em que o herói segura o oniguiri com brilho mágico como se fosse um “recupera arquivo perdido” do SDSF.


🍢 DANGO — O trio bolinha que parece job rodando em classe A

Eu ri:

“Dango parece spool: tudo em filinha.”

E a Lili:

“E quando vem com molho mitarashi, parece até que passaram caramelo na JCL pra ver se roda mais rápido.”

Já estávamos naquele nível da fome em que qualquer objeto circular virava comida.


🍰 CASTELLA — O bolo que engana qualquer analista no horário da tarde

Este curioso e atrapalhado amigo:

“Esse é aquele bolo de mel que parece pão de ló?”

Lili no comando...


“Sim, o bolo importado pelos portugueses no século XVI… o único código legado dessa época que ainda funciona sem ABEND.”


🍮 PUDIM JAPONÊS — O PUDIM OTAKU OFICIAL

E, obviamente, caímos na discussão eterna: “Por que no anime o pudim brilha?”

Minha resposta técnica:

“Porque os animadores usam brilho pra dizer: ‘se alguém comer isso sem permissão, o episódio vira filler de briga’.”


De repente…

O relógio do CICS marcava 11h59

E Lili soltou:

“Capitão, se a gente não sair AGORA, só sobra aquele obentô triste com arroz duro do bar da esquina.”

E como dois analistas experientes evitando S322 em batch crítico, levantamos imediatamente.


🍜 Destino: Um restaurante japonês delicioso na Brigadeiro Luís Antônio

Saímos pela Paulista com aquela sensação de missão crítica:
“Se não chegar antes do meio-dia, a fila é maior que validação de RACF num dia de troca de senha.”

E fomos lembrando dos clássicos:

  • Temaki do tamanho de um volume VSAM

  • Lámen fumegante que cura até dump de madrugada

  • Katsu que crunch-crunch igual teclado mecânico novo do programador

  • Karaage que te dá vontade de escrever copybooks melhores

Lili, empolgada:

“Hoje eu quero katsudon. Igual o do Yu-Gi-Oh.”
“Mano… katsudon é do Yuri on Ice.”
“É tudo com Y… deixa quieto.”

E rimos.

Porque mainframe é isso:
entre um ABEND e outro, a gente cria histórias, gargalha e sempre, sempre planeja o almoço.



🍡🍡🍡 Para saber mais sobre delícias da culinária niponica: 🍱🍱🍱

30 comidas japonesas em animes

https://eljefemidnightlunch.blogspot.com/2012/08/30-comidas-otaku-que-aparecem-em-animes.html


Doces niponicos para otakus

https://eljefemidnightlunch.blogspot.com/2013/06/parte-1-doces-otaku.html


Comidas japonesas de rua e barraquinhas

https://eljefemidnightlunch.blogspot.com/2014/10/parte-2-lanches-street-food-otaku.html


Pratos quentes e deliciosos da culinaria japonesa

https://eljefemidnightlunch.blogspot.com/2015/09/parte-3-pratos-quentes-caseiros-otaku.html


Comidas classicas japonesas.

https://eljefemidnightlunch.blogspot.com/2016/07/parte-4-classicos-tradicionais.html


Comidas exoticas e bizarras no Japão

https://eljefemidnightlunch.blogspot.com/2017/01/parte-5-comidas-estranhas-bizarras-dos.html