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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Bunch e os sete anoes

Bunch e os sete anões



A analogia “BUNCH e os Sete Anões” é uma das mais saborosas — e irônicas — da história do mercado de mainframes nas décadas de 1960 e 1970. Ela mistura rivalidade tecnológica, marketing agressivo e uma boa dose de folclore corporativo, exatamente no espírito old school do mundo mainframe.


Quem cunhou o termo

O termo BUNCH surgiu dentro da própria indústria e da imprensa técnica norte-americana no final dos anos 1960. Ele não foi “oficialmente registrado” por uma única pessoa, mas é amplamente atribuído a analistas de mercado e jornalistas especializados, que buscavam uma forma rápida de classificar os concorrentes da IBM.

Já a contraparte “os Sete Anões” foi uma alfinetada informal, quase uma fofoca de corredor corporativo, atribuída a executivos e engenheiros da IBM, usada de forma meio jocosa (e meio arrogante) para se referir aos concorrentes menores.

A metáfora vinha diretamente do conto da Branca de Neve:
a IBM era a “Branca de Neve” dominante, e os outros… bem, os anões.


O que era o BUNCH

BUNCH é um acrônimo formado pelas iniciais dos principais concorrentes da IBM no mercado de mainframes:

  • Burroughs

  • Univac

  • NCR

  • Control Data Corporation (CDC)

  • Honeywell

Essas empresas disputavam grandes contratos governamentais, bancários, militares e científicos.


Quem eram “os Sete Anões”

Além das empresas do BUNCH, o rótulo “Sete Anões” incluía também:

  • RCA

  • GE (General Electric)

Por isso, dependendo da época e da fonte, você verá variações na lista. Mas a ideia central era sempre a mesma:
👉 todos juntos ainda não alcançavam o domínio da IBM.


O papel da IBM: a “Branca de Neve”

Nos anos 1960–70, a IBM dominava entre 65% e 75% do mercado mundial de mainframes. O lançamento do IBM System/360 (1964) foi um divisor de águas:

  • Arquitetura compatível entre modelos

  • Forte ecossistema de software

  • Suporte técnico agressivo

  • Contratos “casados” (hardware + software + serviços)

Isso deixou os concorrentes em desvantagem brutal.


Curiosidades e fofocas corporativas 🧾

  • 💬 Diz-se que engenheiros da IBM usavam o termo “anões” em reuniões internas, nunca publicamente.

  • 🧠 A CDC, com Seymour Cray, chegou a superar a IBM em computação científica, mas não em volume de vendas.

  • 🏦 Burroughs dominava bancos porque sua arquitetura era orientada a transações e segurança.

  • 🧾 Univac carregava o prestígio de ter feito o primeiro computador comercial da história.

  • 💣 Honeywell era forte em contratos militares e aeroespaciais.

  • 😬 A GE saiu do mercado de mainframes em 1970, vendendo sua divisão para a Honeywell.

  • 🔥 A RCA fez o mesmo, abandonando o setor por prejuízos enormes.


Easter eggs técnicos

  • Muitos sistemas do BUNCH tinham arquiteturas mais elegantes que as da IBM, mas perdiam no ecossistema.

  • Algumas linguagens e conceitos de segurança bancária nasceram nos mainframes da Burroughs.

  • A obsessão da IBM por compatibilidade nasceu do medo real de perder espaço para o BUNCH.


Dicas para quem estuda mainframe hoje

  • Entender o BUNCH ajuda a compreender por que a IBM virou sinônimo de mainframe.

  • Muitas ideias modernas de virtualização, segurança e transações nasceram nesses “anões”.

  • A arrogância da IBM quase virou fraqueza — e foi isso que levou aos processos antitruste nos anos 1970.


Conclusão ao estilo Bellacosa Mainframe 😎

O BUNCH e os Sete Anões não eram fracos — eram fragmentados.
A IBM venceu menos pela tecnologia pura e mais pela estratégia, padronização e controle do ecossistema.

No fim das contas, a história dos mainframes prova uma velha verdade do mundo corporativo:

Não basta ser o mais inteligente da sala — é preciso ser o mais organizado.

Em memória dos diversos fabricantes de Mainframe do seculo passado.