terça-feira, 5 de julho de 2011

🥤 Gini – O Refri do “Yes!” que Virou Lenda

 


🥤 Gini – O Refri do “Yes!” que Virou Lenda

Uma crônica Bellacosa Mainframe para o El Jefe Midnight Lunch

Existem sabores que não são apenas bebidas — são checkpoints de memória, como se o cérebro desse um $HASP373 e liberasse um job de infância direto no spool do coração. Entre esses sabores, um nome brilha como uma mensagem WTOR chamando atenção: Gini.

Sim, Gini, o refrigerante francês de limão que chegou ao Brasil com a ousadia de quem sabia que ia virar clássico. Um refri tão icônico que parecia ter sido montado em assembler gustativo: rápido, direto, ácido na medida e com um aftertaste que dizia “pede mais um”.




🟢 Origem – Da França para o Mundo (e para o seu boteco preferido)

Gini nasceu na França, fabricado originalmente pela Perrier, a mesma gigante dos refrigerantes gaseificados. Foi lançado nos anos 1950, com o slogan ousado para época:

La plus chaude des boissons froides
(“A mais quente das bebidas frias” — olha o charme europeu.)

O nome Gini vem de uma brincadeira com “Genie”, o gênio da garrafa — aquela entidade mística que concede desejos. E, convenhamos, uma garrafinha gelada em tarde de verão era praticamente um desejo realizado.




🟡 História – Do frescor europeu à febre brasileira

Gini aportou no Brasil entre os anos 60 e 70, num mercado em ebulição. Aqui, virou rapidamente sinônimo de:

  • bebida leve,

  • sabor forte de limão,

  • e um charme gringo que poucos refrigerantes tinham.

Nas lanchonetes, nos bares de bairro, e nas prateleiras com poeira estratégica dos mercadinhos, Gini reinou bonito entre o Guaraná Taí, o Quatro Estações, o Bravo, o Sukita raiz e tantos outros bravos guerreiros carbonatados.

Tinha aquele azedinho distinto, diferente do Sprite e do Soda Limonada. Um sabor que não era para amadores — era para quem curtia uma vibe meio punk, meio disco, meio “vamos descer a rua de chinelo, vento no rosto e Gini na mão”.




🏭 Fabricante – Do império Perrier ao destino atual

Depois de mudanças e fusões no setor (como tudo no mundo corporativo, inclusive no mainframe), a marca Gini acabou ficando sob o guarda-chuva da Nestlé Waters.

No Brasil, a produção e distribuição mudaram bastante ao longo do tempo — até desaparecer do mercado nacional, deixando saudade, controvérsia e debates eternos sobre seu verdadeiro sabor.


🧃 Comentários – Gini era para os fortes

Tomar Gini era uma experiência:
Era ácido, era seco, quase um SORT com opção SUM não documentada.
Ou você amava, ou ele te ensinava a amar.

Gelado, ficava perfeito.
Natural, parecia te bater com uma toalha molhada.
Mas era justamente isso que fazia a personalidade da bebida.

Era o refrigerante que te dava um tapa e depois um abraço.


🥚 Easter-Egg – O Slogan Proibidão

Na França, Gini ficou famoso (e polêmico) por campanhas de marketing extremamente ousadas — bem mais quentes do que o público brasileiro jamais viu.

Em 2006, rolou até uma campanha com um “Gini imoral, mas irresistível” que foi banida em vários países.

No Brasil, pouca gente sabe:
📌 Gini já tentou se reposicionar como bebida “sexy”.
Só não vingou porque aqui, sexy mesmo era o sanduíche de mortadela gigante e uma garrafa de Gini geladíssima na mesa de mármore da padaria.


📉 Situação Atual – Onde está o Gini?

Hoje, Gini ainda existe na Europa, principalmente na França, mas com presença muito menor do que nos seus anos dourados.

No Brasil…
virou lenda urbana gastronômica.

Vez ou outra aparece alguém dizendo:

“Ouvi dizer que voltou!”
“Venderam uma garrafa no Mercado Livre por 200 reais!”
“Meu tio jura que ainda toma no interior!”

Mas oficialmente, Gini não é mais produzido no Brasil.
Só vive nas memórias, nos papos de bar e no coração dos nostálgicos — como um dataset migrado para FIT que ninguém mais acha o backup.


🔍 Curiosidades – Gini no modo Bellacosa

  • 🔹 Foi um dos primeiros refrigerantes no Brasil com “pegada jovem”.
    Antes mesmo do marketing moderno falar em lifestyle.

  • 🔹 Seu sabor limão era mais “adulto” do que o dos concorrentes — próximo de soda italiana.

  • 🔹 No Japão, o nome “Gini” lembra foneticamente “銀” (gin), que significa prata — coincidência curiosa para uma bebida que parecia brilhar.

  • 🔹 Existem colecionadores de garrafas Gini que tratam o objeto como se fosse uma sysres rara.

  • 🔹 Em algumas regiões da França, Gini virou base para drinks com vodka ou rum.

  • 🔹 O mascote original lembrava um “gênio” estilizado — reforçando o trocadilho Genie → Gini.


🥤✨ Conclusão – Gini: o refresco que virou mito

Gini não foi só um refrigerante.
Foi um checkpoint emocional, um arquivo de memória comprimido em vidro verde, um “restore taste” da infância de muita gente.

Era o tipo de bebida que transformava um simples lanche num episódio de vida, com gosto de rua, de verão, de risada e de simplicidade.

E como tudo que marcou época, saiu de linha, mas nunca saiu da história.

Gini existe — na França, nos arquivos da Perrier, e principalmente no spool nostálgico de quem viveu seu sabor.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

📜 Crônicas da Rua Ultrecht – Volume “Novo Horizonte”

 


📜 Crônicas da Rua Ultrecht – Volume “Novo Horizonte”
Ao estilo Bellacosa Mainframe, para os leitores fiéis deste escriba desorganizado e feliz

Há memórias que chegam como dump de sistema: fragmentadas, desalinhadas, registros misturados, datas colidindo como timestamps descompassados num JES2 atolado.
Mas, no meio desse caos mental, há sempre um bloco consistente, um dataset íntegro: Novo Horizonte, interior de São Paulo.
Fim dos anos 1970, início dos anos 1980.
Antes da pré-escola, antes da alfabetização, antes do Dandan — ou depois, quem sabe. A cronologia é um JCL mal comentado. Mas a lembrança, essa sim, é vívida.



🌽 Novo Horizonte — O Parêntese da Infância

Aqueles meses (ou seria um ano?) em Novo Horizonte foram como um fork no meu sistema de vida.
Meu pai, fotógrafo, resolveu tentar sorte na cidade dos primos.
E ali reencontrei três figuras lendárias:

  • Sidney

  • Marcele

  • Duzinho

Filhos de Eduardo e Cleuza, parentes do meu pai e operadores oficiais da oficina técnica da vida real, especializada em tratores, caminhonetes e utilitários rurais.
Era um mundo de graxa, ferro, escapamentos quentes, parafusos, barulho e cheiro de óleo queimado — um parque de diversões para qualquer criatura diabinha em formação.



🌭 O Hot Dog da Iluminação Química

Foi lá que eu vivi minha primeira epifania gastronômica.

Até então, na minha casa, “hot dog” era:

  • pão

  • salsicha

  • molho de tomate caseiro

Delicioso, mas… doméstico.
Quase artesanal.

Então veio o evento.
A mordida.
A descoberta.

Hot dog com ketchup.

Meu Deus.
O choque cultural.
A explosão industrial.
O sabor químico, doce, artificial, processadíssimo — e absolutamente perfeito.

Era como sair de fita magnética e entrar no SSD.
Como trocar gloops de tinta por polímeros sintéticos de primeira geração.
Como sair de CP/M e descobrir mainframe z/OS.

Até hoje — até hoje — quando provo ketchup, uma pequena cena pós-créditos sobe na minha mente:
eu, pequenino, segurando um hot dog e pensando:
o que é esse néctar das fábricas?



⚠️ Epic Fail Nº 271 — A Piscina de Óleo Queimado

Mas nenhuma lembrança supera o grande mergulho.

Na oficina do Edu, havia um reservatório aberto no chão — um fosso pouco profundo onde se acumulava óleo queimado de lubrificação.
Preto.
Denso.
Pegajoso.
Cheiro forte.
Aquele tipo de resíduo que hoje teria uns 47 alertas ambientais e umas cinco multas da CETESB.

Eis que, num momento de inspiração duvidosa, Sidney, provavelmente com a inocência (ou malícia) típica dos primos mais velhos, comenta:

“Olha ali… a piscina!”

Eu, crédulo, aspirante a passarinho, criatura ainda sem firmware de autopreservação, pensei:

“Piscina = pular.”

E pulei.

Sim.
Eu pulei dentro do óleo.



🛢️ O Batismo Petrolífero

Subi do fosso como um personagem bugado de jogo 8-bit:

  • inteiramente preto,

  • grudento,

  • escorrendo óleo,

  • com a roupa condenada,

  • e com a alma impregnada de hidrocarbonetos.

Minha mãe quase teve um AVC.
Meu pai não sabia se brigava ou fotografava.
E eu, no auge da inocência, estava mais curioso do que arrependido.

Hoje, quando vejo fotos de derramamento de crude no mar, aves cobertas de petróleo, tartarugas lutando para mexer a nadadeira…
me bate uma solidária pontada no peito.

Eu sei.
Eu sei o que é viver isso.

Sou praticamente um sobrevivente de derramamento ambiental, versão infantil.


🎞️ Novo Horizonte — O Episódio Perdido da Série

Essas memórias não têm ordem, não têm lógica, não seguem calendário.
São como blocks jogados pelo tempo, soltos na memória, prontos para serem reorganizados por algum futuro arqueólogo digital.

Mas elas existem.
Pulam do passado como aquele hot dog vermelho, aquele pulo no poço, aquele abraço da infância simples.

sábado, 9 de abril de 2011

🍡 Dango — O “Job Step” Mais Fofo da Gastronomia Japonesa

 


🍡 Dango — O “Job Step” Mais Fofo da Gastronomia Japonesa

Post Bellacosa Mainframe para Otakus do El Jefe Midnight Lunch


Se você é otaku raiz, já deve ter visto milhares de vezes aquele espetinho com três bolinhas coloridas, sempre aparecendo em festivais, piqueniques, cenas de amizade e… claro… em Clannad, que praticamente transformou o dango em entidade divina.

Pois bem, padawan, hoje vamos abrir o dataset culinário chamado DANGO — um doce tão tradicional no Japão quanto um COBOL bem indentado no mainframe.

Prepare-se para mergulhar em origem, curiosidades, easter eggs e história, tudo temperado com o bom humor Bellacosa Mainframe.


🍡 O QUE É DANGO?

Dango é um bolinho japonês feito de mochiko (farinha de arroz glutinoso), moldado em esferas pequenas e servido geralmente em um espeto (kushi).

Ele pode ser:

  • doce

  • salgado

  • tostado

  • servido quente, frio, com molho, com pasta de feijão, com chá…

É versátil igual JCL:
👉 “muda um parâmetro aqui, um DD ali, e já vira outra receita”.


📜 ORIGEM — UM DOCE FEUDAL

O dango existe há mais de mil anos no Japão.
Ele foi o primo mais simples e barato do mochi — então, enquanto o mochi era coisa de cerimônia, o dango era o doce “do povo”.

Ele aparece desde o período Heian (794).
Ou seja, quando nossas avós ainda estavam aprendendo a fazer bolo, os japoneses já tinham dango rodando em produção.


⭐ TIPOS FAMOSOS DE DANGO (O “MANUAL DO OPERADOR OTÁKU”)

1. Hanami Dango

O mais visto em animes:
➡️ rosa, branco e verde
Comido durante a apreciação das sakuras.
É o “dango oficial do romance escolar”.

2. Mitarashi Dango

Coberto com molho de shoyu doce caramelizado.
É o dango do “npc que vende no templo”.

3. Anko Dango

Coberto com pasta de feijão doce.
Clássico, tradicional e doce como um dump bem resolvido.

4. Bocchan Dango

Três cores vibrantes, referência ao romance “Bocchan”.
É o dango com “literatura na veia”.


🎎 DANGO NOS ANIMES — ONDE ELE APARECE?

CLANNAD – O mais famoso de todos

Os Dango Daikazoku viraram MEME CULTURAL.
A música ficou marcada e até hoje rende lágrimas mais rápidas que um ABEND U4038 em dia de entrega.

InuYasha

Dango aparece em momentos de descanso, sempre vinho com aquele clima de aldeia feudal.

Demon Slayer / Kimetsu no Yaiba

Rengoku é visto comendo dango — claro, o homem era praticamente movido a carboidrato.

Lucky Star

Usado como gag de comédia em episódios escolares.

Anpaman

Sim, tem personagem-cabeça-de-dango (os japoneses adoram antropomorfizar comida).




🥢 EASTER EGGS, CURIOSIDADES & FOFOQUICES

🟣 O dango não é mochi, mas é “parente de primeiro grau”.

Enquanto o mochi é feito batendo arroz até virar pasta, o dango é feito com farinha moldada — muito mais prático.

🟤 Já foi comida de templo.

Sacerdotes serviam dango como oferenda, e virou símbolo de paz e boa sorte.

🍡 O formato de “3 bolinhas no espeto” não é aleatório.

No Japão, o número 3 traz equilíbrio e harmonia.
É basicamente um JOB com três passos perfeitinhos:

  • Setup

  • Execução

  • Finalização

🚫 Nos anos 1600, tentar vender dango sem licença do templo rendia punição.

Sim, jovem otaku, existia censura e registro até pra vender bolinha de arroz.
O shogunato adorava um controle de acesso — era o RACF da época.


🎌 SIGNIFICADO CULTURAL

O dango representa:

✔ união
✔ celebração
✔ simplicidade
✔ convívio entre pessoas

No fundo, é o “docinho social” do Japão: sempre presente em festivais e encontros.

Se fosse traduzido para o mundo mainframe, dango seria:

👉 “o coffee-break do JCL”
Amarra o time, levanta o astral, traz boas memórias.




🧰 DICAS BELLACOSA PARA RECONHECER UM DANGO EM ANIME

  • se tem espeto → é dango

  • se tem três cores → é hanami dango

  • se tem molho brilhante marrom → é mitarashi

  • se a personagem está chorando com trilha emocional → é Clannad, com certeza

  • se parece mochi mas está num palito e não “salta” → é dango (mochi é mais rebelde)


🧾 TL;DR (o Dump Final)

  • Dango = bolinho de arroz espetado

  • Antigo, tradicional e popular

  • Onipresente em animes

  • Tem função simbólica e histórica

  • É o “petisco universal” do Japão

  • E se você ver, provavelmente dá vontade de comer na hora

O dango é o legado vivo do Japão — simples, eterno, versátil.
Tipo um COBOL bem escrito: não envelhece nunca.

🍡✨


sexta-feira, 8 de abril de 2011

O DIABINHO — UMA CRÔNICA BELLACOSA MAINFRAME

 


O DIABINHO — UMA CRÔNICA BELLACOSA MAINFRAME PARA O EL JEFE MIDNIGHT LUNCH
Por Vagner Bellacosa, diretamente do cluster emocional da Zona Leste


Existem memórias que são como datasets VSAM cluster: você sabe que estão ali, arquivadas, comprimidas, algumas até com CI Size duvidoso — mas basta um GET inesperado para tudo ser lido de volta com nitidez cristalina.
E foi exatamente isso que aconteceu naquele dia perdido nos meus vintões, quando o destino resolveu executar um job de nostalgia em plena tarde no Parque Três Marias.

Estava eu, alinhado, pacato, versão Production Mode — sem bugs aparentes — caminhando ao lado da minha tia Miriam. Domingo típico de Zona Leste: criançada correndo como TSO sessions sem timeout, cheiro de pipoca no ar e aquele sol que te compila sem warnings.



De repente, surge do nada uma velhinha conhecida da família.
Daquelas figuras que carregam em seu storage todas as versões, branches e releases da árvore genealógica dos Bellacosa. Cumprimentou a minha tia, bateu o papo padrão de atualização de PTFs familiares, e aí… veio a pergunta.

“Quem é o rapagão bonito que está acompanhando você?”
Sim, ela usou rapagão bonito. Auditado e autenticado.

Miriam, sempre objetiva como um DISPLAY JOBSTATUS, responde com alegria:
“É meu sobrinho!”

A velhinha, processando a informação como um batch rodando em 31 bits, ajusta os óculos, mira em mim com precisão de Opcode e dispara:

“Ah… é filho da Deise?”

Na inocência das tias que não sabem que seguram informações nucleares na ponta da língua, Miriam responde:
“Não, é filho do Wilson.”

E então…
Silêncio.
Mas não qualquer silêncio.
Silêncio de abend S0C7 emocional.

A velhinha travou. Eu vi no olho dela o dump sendo produzido.
Reprocessou memórias antigas, alinhou registros, reconstruiu índices, revisitou décadas de logs familiares.

Até que ela concluiu o job, olhou para mim como quem revalida uma lenda urbana e soltou a mensagem de sistema definitiva:



“Ah… então você era aquele diabinho.”

Não havia contra-argumento. Não tinha rollback. Não tinha RETRY.
Estava certificado, homologado e publicado no production environment da história familiar:
Eu fui — oficialmente — o diabinho.

Aquela hora eu percebi duas coisas:

  1. A infância da gente deixa rastros mais permanentes que SMF records.

  2. Tias e velhinhas são o verdadeiro RACF: elas lembram tudo, controlam tudo, e nunca esquecem o que você fez no dataset da vida.

E quer saber?
Entre tantas memórias que formam a colcha de retalhos dos Bellacosa, essa é uma das mais saborosas, mais humanas e mais engraçadas.
Um lembrete de que, antes de sermos analistas, professores, arquitetos, mainframeiros, ou seja lá qual seja o nosso role atual…
Nós fomos crianças.
Travessas, barulhentas, curiosas, e às vezes — para o registro oficial da auditoria familiar — diabinhos certificados.

E tudo bem.
Porque é dessa energia, dessa faísca, desse “processo paralelo” da alma que nasce o sujeito que segue rodando até hoje, pleno, resiliente e com uptime invejável.

No final das contas, todos carregamos um diabinho no subsystem interno.
Alguns apenas têm logs mais famosos.


sexta-feira, 4 de março de 2011

Pudin Flan de Potinho: Lembranças Doces da Infância do Pequeno Oni

 



🍮 El Jefe Midnight Lunch — “Pudin Flan de Potinho: Lembranças Doces da Infância do Pequeno Oni”
(Um post ao estilo Bellacosa Mainframe, em primeira pessoa, direto do cluster de memórias nível GODMODE)


Sabe, padawans do meu z/OS sentimental, às vezes a vida faz uns checkpoints tão fortes que nem IPL apaga. Outro dia falei aqui — todo emocionado — da alegria que era acompanhar minha avó nas compras mensais no supermercado, lá no final dos anos 1970. Aquilo, para um garoto de seis anos com zero créditos na carteira e 100% de imaginação, era tipo entrar numa side quest secreta com loot garantido.

Eu contei sobre o potinho de gelatina colorida, sim… mas aquilo era só o sub-boss.
O verdadeiro boss final, o drop lendário, o item S-Rank daquela dungeon refrigerada era outro:

👉 o pudim flan de potinho.

Ah, meus amigos… aquilo ali não era sobremesa, era artefato mágico. Sempre vinha embalado em dupla, como se dissesse:
“Escolha sabiamente, jovem aventureiro.”

E ele ficava ali, no semi-frio do mercado — o freezer light dos pobres mortais — piscando para mim como um baú dourado no meio das prateleiras.




🏆 O Tesouro do Pequeno Oni

Quando a minha avó colocava o pacotinho no carrinho, era como se o universo rodasse um WTO anunciando:

IEFC001I — ITEM LENDÁRIO LIBERADO PARA O JOVEM HEROI.

Eu comia devagar.
Devagar MESMO.
Sem pressa, sem afobação, sem jitter no processador emocional.

Cada colherada era um commit perfeito, aquele tipo de I/O que você sabe que não dá abend. Ele derretia na boca, suave, macio, doce na medida exata — o verdadeiro manjar do pequeno oni.

E olha que pudim de leite caseiro sempre foi minha sobremesa TOP 1, minha object class favorita no catálogo sentimental. Mas o flan… o flan tinha o toque da vó Anna.
E isso, meus amigos, nenhum load module substitui.


🧡 A Magia da Acompanhante VIP

Engraçado: meus pais às vezes compravam também.
Eu adorava? Óbvio.
Era doce, era cremoso, era flan — não existe “flan ruim”, só flan mais ou menos épico.

Mas com a minha avó...
Ah… com ela era outra latência emocional.
Com ela tinha aquele header invisível chamado carinho extra, compilado na calma das compras, no ritual do supermercado, na mão segurando a minha.

Isso fazia o sabor subir para o modo ultra-wide dynamic range no coração.




⏳ Memória é um dataset curioso…

Curioso como essas coisas, pequenas, insignificantes para o universo, ficam vivas na memória mesmo depois de tantas décadas.
Se fecho os olhos, ainda vejo a cena em qualidade 4K vintage:

Eu segurando o potinho.
Descolando cuidadosamente o lacre de alumínio — ritual sagrado, quase uma abertura de scroll ancestral.
E, claro, lambendo o alumínio para não desperdiçar a calda que ficava presa ali.
(Sim, eu sei que vocês também faziam isso… somos todos crias do mesmo data center.)

Depois vinham as colheradas lentas, meditativas — o flan sumindo na boca numa explosão de sabor que parecia resetar todas as threads de preocupação.

Nhame nhame.
Simples assim.
Poesia pura em forma de doce.


🌙 Fecho este turno com uma reflexão:

Não é o pudim.
Não é a calda.
Não é o supermercado.
É a companhia, é o momento, é a sensação de segurança que só uma avó pode compilar na vida da gente.

E esse potinho…
Esse pequeno flan de supermercado…
Foi um dos meus primeiros midnight lunch lendários.

E, sinceramente?

Eu ainda sinto o gosto.

🍮✨

El Jefe, guardião dos doces, destruidor de flans, mestre das memórias em modo mainframe.

quinta-feira, 3 de março de 2011

🍨 Parfait – O “JCL da Sobremesa” nos Animes

 


🍨 Parfait – O “JCL da Sobremesa” nos Animes
Por Vagner Bellacosa — Blog El Jefe Midnight Lunch — Estilo Bellacosa Mainframe


Se você é do time que maratona anime na madruga — igual eu maratonava listagem no spool do JES2 com café frio do refeitório — já percebeu um fenômeno curioso: sempre que a trama precisa de uma pausa fofa, um momento de reflexão, uma catarse emocional ou apenas um fanservice gastronômico, surge ele… o Parfait.

Sim, meus caros: o parfait é o “SYSOUT=*,HOLD=YES” dos animes.
Quando aparece, você sabe que algo importante vai acontecer.


🍨 Afinal, o que é um Parfait?

O Parfait é uma sobremesa francesa que viajou o mundo, fez intercâmbio no Japão, pegou um trem-bala, entrou num maid café de Akihabara… e ali evoluiu para Pokémon lendário da confeitaria japonesa.

No ocidente, parfait é simples: camadinhas de creme, frutas, granola.
No Japão?

É uma torre desconexa de alegria, chantilly, sorvete, frutas, bolos, pudins e eventuais leis de física sendo quebradas.

Sim: é a sobremesa que desafia a gravidade — tipo migrar um COBOL batch de 1981 para REST API sem quebrar nada.




🎌 Origem no Japão – Como virou moda nos animes?

O Japão conheceu o parfait no pós-guerra, mas ele explodiu de vez nos anos 1970–80 com a cultura dos kissaten (cafés tradicionais).
Virou símbolo de:

  • “date fofinho”

  • “reconciliação depois da treta”

  • “episódio filler onde ninguém morre”

  • “autoindulgência do protagonista depois de farmar XP emocional”

No mundo otaku, parfait virou um troféu gastronômico.


📺 Animes onde o Parfait brilha (e vira quase protagonista):

1) Working!!

O parfait é tratado com a reverência que damos a um job que rodou RC=00 sem warnings.
Cada funcionário monta um do seu jeito — e dá treta, claro.

2) Fruits Basket

Momiji devora parfait como se fosse PDS que nunca enche.
É símbolo de pureza, leveza e “proteja esse menino”.

3) Love Live! e Idolmaster

Parfait é combustível oficial de idol em treinamento.
Comparável a rodar CICS TOR com 1000 sessões abertas: precisa energia.

**4) K-On!

O grupo inteiro já parou para discutir parfait como se fosse planejamento de sprint — só que com mais açúcar.

5) Gintama (sempre ele)

Há episódios onde o parfait é tratado como arte marcial.
Porque Gintama.


🍧 Curiosidades que só um verdadeira espírito Bellacosa apreciaria

  • No Japão, o parfait é tão fotogênico que muitos cafés vendem parfaits falsos de plástico — perfeitos como um dummy dataset para teste de cenário.

  • Existem parfaits temáticos com 30 cm de altura.
    Sim, 30 cm.
    Mais alto que a pilha de printouts que eu carregava no CECAP criança.

  • Maid cafés têm parfaits “secret menu”, tipo comando não documentado do TSO.
    Quem sabe, sabe.

  • Existem “parfaits sazonais”, alinhados com o fiscal year japonês.
    Se isso não é coisa de mainframe, não sei o que é.


💡 Dicas para você, otaku moderno, sobreviver ao universo parfait:

  1. Nunca coma um parfait gigante sozinho.
    É igual tentar migrar um VSAM para DB2 sem pedir ajuda: você vai sofrer.

  2. Cuidado com o fundo do copo.
    A última camada costuma ser um gelo traíra, igual B37 inesperado no meio do job.

  3. Parfait é item de date.
    Se alguém te chama pra comer parfait, isso no Japão é praticamente um ENQ exclusivão.

  4. Respeite a estética.
    Parfait existe para ser bonito.
    Mesmo que tenha tanta informação quanto um SMF 110.


🥚 Easter Eggs culinário-otaku-mainframe

  • Alguns cafés servem parfait com pudim inteiro em cima.
    Chamo isso de “Load Module no topo da pilha”.

  • No Japão, existe um “Midnight Parfait” famoso em Tóquio.
    Sim: gente que sai do trabalho 23h e vai comer parfait.
    É o verdadeiro Job de produção rodando no late shift.

  • Em Akihabara, alguns parfaits vêm com QR codes que levam a games, músicas, wallpapers…
    Isso é quase um SYSMDUMP com interface gráfica.


Conclusão — Por que o parfait é tão amado nos animes?

Porque parfait é memória afetiva encapsulada em camadas.
Cada colherada é como encontrar um comentário engraçado do programador de 1978 na copybook.

O parfait é o checkpoint emocional do protagonista.
É o commit de felicidade.
É o “RC=00” do coração.

E pra nós, otakus-mainframeiros-do-blog-El-Jefe, parfait é aquele lembrete doce e colorido de que a vida, assim como a sobremesa, fica melhor quando misturamos memórias, sabores e boas histórias.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

💾 z/OS 1.13 — o último dos clássicos e o primeiro dos modernos ⚙️

 




Bellacosa Mainframe apresenta:
💾 z/OS 1.13 — o último dos clássicos e o primeiro dos modernos ⚙️


🕰️ Ano de lançamento e contexto histórico

O z/OS 1.13 foi lançado em 2011, no embalo da chegada do IBM zEnterprise EC12 (zEC12).
Era o fim de uma era: o último z/OS com numeração “1.x”, antes da transição para o novo formato 2.x.
Um verdadeiro divisor de águas — onde o z/OS deixou de ser apenas o “sistema operacional do mainframe” e começou a se posicionar como o sistema nervoso central do datacenter híbrido.

No mundo real, 2011 foi o ano do boom da virtualização, do Big Data nascente e da corrida por eficiência energética e custo de CPU. E o z/OS respondeu à altura.


🧠 A alma técnica do z/OS 1.13

O z/OS V1R13 trouxe um pacote de avanços que preparou o terreno para o que viria com o z/OS 2.1 e o zBC12.
Vamos aos detalhes dignos de um café forte ☕💻:

⚙️ Gerenciamento de memória e performance

  • Expansão da memória virtual 64-bit, permitindo endereçamento muito mais eficiente.

  • Aprimoramentos no z/Architecture para lidar com Large Pages (1MB e 2GB), reduzindo TLB misses e melhorando a performance de bancos de dados e CICS.

  • O Hiperspaces e o Dataspaces receberam otimizações, tornando o acesso a grandes volumes de dados em memória muito mais rápido.

  • Suporte ampliado a 1 TB de memória real por LPAR (dependendo do hardware).

💡 Curiosidade Bellacosa: Foi aqui que muitos sites começaram a migrar workloads inteiros para DB2 e IMS em modo 64-bit, abrindo o caminho para o mundo da IA que viria anos depois.


🧩 Firmware PR/SM e créditos de CPU

O z/OS 1.13 aproveitou uma grande revisão no PR/SM (Processor Resource/System Manager) introduzida com o zEnterprise.
Esse firmware é o “síndico” do condomínio das LPARs — ele decide quem ganha tempo de CPU, quem dorme, e quem acorda.

Novidades marcantes:

  • HyperDispatch aprimorado: melhora na afinidade entre threads e processadores físicos.

  • HiperSockets e OSA-Express 4S com integração mais fina no z/OS — reduzindo a latência interna de rede.

  • Créditos de CPU (MSU credits) mais dinâmicos, com suporte à política de “on-demand capacity” e “capacity upgrade on the fly”.

  • Melhor controle de Weight e Capping, reduzindo desperdício de ciclos em workloads não prioritários.

💬 Tradução Bellacosa: o z/OS 1.13 começou a pensar em energia e custo como gente grande.
Era o mainframe dizendo: “Posso ser poderoso, mas também posso ser eficiente.”


🧰 Softwares internos e integração

O pacote interno do z/OS 1.13 veio turbinado. Algumas gemas técnicas:

ComponenteNovidades e aprimoramentos
JES2Suporte estendido ao spool em 64-bit e melhorias no checkpoint dataset.
RACFAutenticação com PassTickets aprimorada e integração com LDAP.
DFSMSNovo Space Constraint Relief e HSM otimizado para migração automática.
TCP/IP stackNovos algoritmos de flow control e suporte a IPv6 estável.
RRS (Resource Recovery Services)Recuperação de transações em sysplex mais rápida.
zFSSistema de arquivos z/OS Filesystem agora padrão, substituindo HFS.
z/OSMF (Management Facility)Ferramenta web para gerenciamento, interface moderna (início tímido, mas promissor).

💾 Curiosidade técnica:
Foi também com o z/OS 1.13 que o z/OSMF começou a ser levado a sério — ele ainda era “meio bugado”, mas a IBM já previa que o futuro seria web-based até no mainframe.


🧮 O que muda nas instruções de máquina

O z/OS 1.13 passou a explorar novos z/Architecture instructions do z196 e zEC12:

  • DFP e BFP Floating-Point extensions — operações matemáticas de alta precisão.

  • Cryptographic Extensions — suporte a SHA-2, AES-256 e SSL/TLS acelerados via hardware.

  • Transactional Execution Facility (TEF) — início do suporte a instruções atômicas de transação.

  • Cache Subset Controls — instruções para controle fino de cache L3/L4.

📘 Nota técnica Bellacosa: O z/OS 1.13 é considerado o primeiro z/OS “totalmente preparado para o futuro”, pois ele já foi desenhado para o zEC12 e zBC12, lançados depois.


💬 Avanços de software e operação

Alguns pontos que brilharam:

  • SDSF com interface ISPF aprimorada e novos filtros dinâmicos.

  • Workload Manager (WLM) mais inteligente, com políticas adaptativas baseadas em service class goals.

  • Parallel Sysplex com tolerância de latência reduzida — o tempo de comunicação entre LPARs caiu drasticamente.

  • SMF expandido, com novos tipos de registros para performance e segurança.

  • JES2 Checkpoint Duplexing — o checkpoint podia ser espelhado para maior confiabilidade.


🧬 Curiosidades, histórias e “fofoquices”

  • Muitos chamam o z/OS 1.13 de “o último z/OS raiz” — o último antes da virada para o z/OS 2.x, quando a IBM mudou completamente o modelo de licenciamento e de suporte.

  • O z/OS 1.13 é lembrado com carinho por sysprogs porque era estável como uma rocha — dizem que muitos ambientes o rodaram por 10 anos sem um único IPL completo.

  • É também o primeiro z/OS com suporte “oficial” a RACF passphrase longa (até 100 caracteres!).

  • E, claro, foi o último a rodar “confortavelmente” em hardware da geração z10 — depois disso, o 64-bit virou obrigatório de verdade.


🧭 Resumo técnico Bellacosa

ItemDestaque técnico
Lançamento2011
Hardware alvoz196 / z114 / zEC12
Memória suportadaaté 1 TB por LPAR
Kernelz/Architecture 64-bit
Firmware PR/SMHyperDispatch + capping dinâmico
Novos recursoszFS padrão, JES2 duplexing, z/OSMF, IPv6
Instruções novasCriptografia, FP extensions, Transactional Execution
CuriosidadeÚltima versão da série 1.x do z/OS
Apelido entre sysprogs“O último dos estáveis”

Bellacosa Mainframe conclui:
O z/OS 1.13 foi aquele equilíbrio perfeito entre tradição e inovação.
Ele ainda tinha o charme dos painéis ISPF, a robustez do JES2 e a estabilidade lendária do MVS — mas já piscava o olho para o futuro com o z/OSMF, IPv6 e automação web.

“Se o z/OS fosse um whisky, o 1.13 seria aquele 18 anos envelhecido em tambor de Sysplex: suave, encorpado e impossível de esquecer.” 🥃💾