✨ Bem-vindo ao meu espaço! ✨ Este blog é o diário de um otaku apaixonado por animes, tecnologia de mainframe e viagens. Cada entrada é uma mistura única: relatos de viagem com fotos, filmes, links, artigos e desenhos, sempre buscando enriquecer a experiência de quem lê. Sou quase um turista profissional: adoro dormir em uma cama diferente, acordar em um lugar novo e registrar tudo com minha câmera sempre à mão. Entre uma viagem e outra, compartilho também reflexões sobre cultura otaku/animes
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sábado, 24 de fevereiro de 2024
🔻 Dia 730 – O Segundo Inverno: quando o mundo aprendeu a conviver com a guerra
🔻 Dia 730 – O Segundo Inverno: quando o mundo aprendeu a conviver com a guerra
Por Bellacosa Mainframe | Crônicas do Front Adormecido
Dois anos.
A contagem virou calendário, e o calendário virou cicatriz.
Hoje é 24 de fevereiro de 2024, e a guerra na Ucrânia continua — menos barulhenta, mais pesada. O som das bombas se misturou ao da rotina, e o mundo aprendeu a viver com o absurdo.
A guerra já não é manchete; é plano de fundo. Um ruído constante na história moderna.
🕯️ O Segundo Inverno
As cidades ucranianas estão cobertas de neve e saudade.
Os abrigos viraram casas, os generadores viraram vizinhos, e as escolas voltaram a abrir com paredes remendadas por esperança.
As crianças brincam entre crateras, e os adultos fingem não notar o som distante dos drones. A vida insiste.
Mas há algo novo no ar — um cansaço que nem o heroísmo cura. O mundo parou de se perguntar “quando acaba?” e começou a perguntar “como continua?”
⚙️ A Máquina da Guerra Não Parou
A Rússia consolidou o império de fumaça: territórios ocupados, fronteiras movediças, discursos que misturam nostalgia e medo.
O Ocidente, cansado de prometer ajuda infinita, fala agora em “equilíbrio estratégico” — expressão elegante para dizer que a esperança perdeu orçamento.
As sanções ainda existem, mas perderam dentes. O gás voltou a circular, o comércio se adaptou, e a hipocrisia global aprendeu a se maquiar de neutralidade.
🛰️ O Campo Invisível: A Guerra Digital Evolui
Se em 2022 o front era físico, e em 2023 era psicológico, em 2024 ele é informacional.
Inteligências artificiais fabricam testemunhos, vozes, até líderes falsos. A verdade, aquela velha companheira, virou peça rara — e valiosa.
A desinformação é a nova bomba. Invisível, silenciosa, eficaz.
🕊️ A Ucrânia, Ainda
Ainda de pé. Ainda lutando.
Zelensky é agora uma figura trágica e quase mítica — o homem que envelheceu dez anos por cada inverno.
O país sobrevive, não pela força, mas pela teimosia. Pela crença de que resistir é existir.
Nas trincheiras, há mais soldados do que sonhos. Mas há também poetas, pintores, músicos — artistas de guerra, moldando dor em arte, e caos em memória.
🌍 O Mundo Que Se Acostumou
A guerra deixou de ser um choque e virou um hábito — e talvez esse seja o verdadeiro colapso moral do século XXI.
Os noticiários já não choram, os influenciadores não postam bandeiras azuis e amarelas, os protestos perderam o brilho.
Mas lá, no leste da Europa, o tempo ainda tem cheiro de pólvora.
💬 Para o Padawan que observa o terceiro inverno se aproximando:
Nem toda guerra termina com tratado. Algumas apenas desbotam, até que o mundo esqueça as razões e só lembre das ruínas.
Aprenda isto:
A paz não é o contrário da guerra.
É o intervalo frágil entre duas desilusões.
🕯️ Dois anos depois, o planeta aprendeu a conviver com o absurdo.
E a Ucrânia, sozinha no frio, ainda carrega a chama que o mundo cansou de olhar.
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sábado, 10 de fevereiro de 2024
🌃 O Salaryman como Símbolo da Solidão Moderna
🌃 O Salaryman como Símbolo da Solidão Moderna
No Japão, o homem médio veste terno preto e alma cinza.
O salaryman é o retrato da solidão que se aprendeu a disfarçar com rotina.
Ele acorda com o despertador, embarca em silêncio no trem lotado e atravessa a cidade com o olhar fixo no chão.
No meio da multidão, é invisível — e talvez seja esse o ponto.
💼 A máscara do dever
A vida do salaryman é uma performance social.
Sorrisos no horário comercial, submissão educada, lealdade ao grupo, gaman — a palavra japonesa para suportar sem reclamar.
Ele não pertence a si mesmo: pertence à empresa, ao cronograma, ao sistema.
A solidão surge não por falta de gente ao redor, mas por falta de espaço para existir como indivíduo.
Nos animes e mangás, essa solidão aparece em olhares cansados e jantares solitários.
Em “Shinya Shokudō”, o restaurante abre só à meia-noite — porque é quando o salaryman finalmente tem um momento para si.
Em “Aggretsuko”, a protagonista grita no karaokê o que jamais diria no escritório: o ódio, o tédio, o desespero de quem finge estar tudo bem.
🕯️ Solidão em massa
É um paradoxo moderno: nunca estivemos tão conectados, mas o salaryman vive isolado em meio à multidão.
O trem é uma metáfora perfeita — corpos próximos, almas distantes.
A cidade vibra em energia, mas o indivíduo se apaga.
A cultura japonesa chama isso de “kodoku” (孤独) — solidão profunda, a sensação de estar desconectado mesmo cercado de gente.
Nos anos 90, isso se tornou tema recorrente na arte e nos animes, reflexo de uma geração que viu o colapso da estabilidade econômica e o surgimento de uma nova forma de vazio.
🏙️ O silêncio da cidade grande
Os salarymen povoam os izakayas depois do expediente, copos de saquê entre mãos trêmulas.
Conversam sobre o tempo, riem forçado, voltam para casa tarde demais.
Muitos dormem nos bancos da estação. Alguns não voltam — e tornam-se jōhatsu, os evaporados, pessoas que desaparecem da própria vida.
A solidão urbana japonesa é uma epidemia silenciosa, e o salaryman é o seu rosto mais comum.
Ele não é vilão nem vítima — é o produto de uma sociedade que trocou intimidade por eficiência.
📺 O reflexo nos animes
Nos animes, o salaryman moderno carrega o peso simbólico do homem que perdeu o propósito, mas continua andando.
Ele não sonha em ser herói. Só quer suportar mais um dia.
A sua história raramente tem clímax — mas há uma beleza nisso: a resistência silenciosa, o cotidiano transformado em poesia mínima.
Obras como “Tokyo Godfathers”, “NHK ni Youkoso!” e “Paranoia Agent” exploram esse vazio com sutileza brutal — personagens quebrados tentando achar sentido em meio ao concreto e às luzes artificiais.
💔 O homem que ainda está lá
O salaryman é o homem comum de um mundo extraordinariamente cansado.
Ele carrega o Japão nas costas e o vazio no peito.
Sua solidão é a solidão de todos nós — o medo de parar e perceber que talvez não saibamos mais quem somos sem o trabalho, sem a rotina, sem o uniforme social.
Entre o som dos trilhos e o brilho dos néons, ele segue.
Calado, invisível, mas estranhamente poético.

