🤒🔥 Infecção de Garganta — Quando o Modo Oni Era Derrubado pelo “Boss Final” da Infância
Bellacosa Mainframe — Blog El Jefe Midnight Lunch
El Jefe, hoje eu volto àquele tempo em que eu, este pequeno Oni que vivia ativado em modo turbo 24x7, tinha um único ponto fraco: a bendita garganta.
Ah, meu tendão de Aquiles…
O ABEND S0C7 do meu corpo.
Aquele bug recorrente que derrubava o sistema inteiro.
Até uns 5 anos, bastava um vento torto, uma mudança de clima, um copo de água meio gelado — pronto. Iniciava o job “infecção_de_garganta.jcl” e lá ia eu pro chão. O modo Oni ficava OFF, congelado, caído no sofá feito processo em wait state, olhos murchos, voz falhando, febrezinha, mau humor e zero travessuras.
Mas junto com a doença vinha algo precioso:
atenção máxima dos meus pais.
Por causa do histórico pesado da família — meus pais perderam dois filhos antes de nós — qualquer febrezinha minha era vista como alerta vermelho nível Data Center pegando fogo.
E apesar de estar caidinho…
como era bom sentir aquele cuidado.
🍵 As comidinhas especiais da Dona Mercedes:
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bolacha água e sal, simples e salvadora,
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canjinha de galinha com perfume maternal nível divino,
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caldinho de arroz que revivia até cadáver de sessão espírita,
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chá quentinho com aquele carinho que não vem na embalagem.
Eu ficava deitado no sofá, todo murchinho, assistindo TV, vestindo aquele modo "Oni em Hibernação", só olhando a vida passar entre desenhos e programas antigos.
Mas tinha uma parte que eu temia…
A parte que vinha depois da febre, das dores, da garganta fechando…
a parte que fazia qualquer criança virar santo por três dias:
💉 A Benzetacil.
Meu amigo… isso sim era punição divina.
Minha mãe me levava ao velho e respeitado Dr. Pereira, farmacêutico raiz, daqueles que aplicavam injeção com a mesma precisão de um operador JES2 usando punch card.
A agulhada…
Ah, aquela agulhada.
Parecia que entrava em modo I/O direto no osso.
Era dor que até o Oni mais teimoso chorava.
Mas, como num passe de mágica,
no dia seguinte — pá! — o sistema rebootava perfeito.
Modo Oni ON novamente.
Voltava a correr, aprontar, subir em árvore, derrubar coisas, assustar vizinhos e tudo mais que um pequeno Bellacosa fazia para testar os limites da física.
Com o tempo, especialmente depois da mudança para Ibitinga, o ar limpo, o clima diferente e talvez uma boa ajuda do destino fizeram a garganta parar de dar problema.
Fiquei anos sem sofrer com isso.
Quase imune.
E claro, havia a preocupação da minha mãe com o tal do “latex no sangue” — ela mesma, na juventude, sofrera com a garganta e, na roça, não havia antibiótico. Resultado: complicações cardíacas quando adulta. Isso a marcou profundamente, e em casa saúde era assunto sério. Cuidado, zelo, atenção total.
Hoje, olhando pra trás, dá até um nózinho no peito lembrar desses momentos.
A doença era ruim, mas o carinho…
Ah, esse foi o patch mágico que curou a infância inteira.
E assim seguimos, El Jefe.
De garganta inflamada a Oni revivido em 24 horas,
sempre com a Dona Mercedes operando o milagre do cuidado
e o Dr. Pereira aplicando o “patch doloroso” que reiniciava o sistema.
🧡 Bons tempos de dores fortes, mas amores maiores.




