sexta-feira, 10 de outubro de 2014

🎄 Taubaté e o final boss Bailinhos, amigo secreto e luz meia-boca

 


🎄 Taubaté e o final boss: Bailinhos, amigo secreto e luz meia-boca

Memórias doces das escolas de Taubaté

Esta é, sem dúvida, uma das lembranças mais doces que carrego de Taubaté. Um conjunto de eventos simples, mas carregados de significado, vividos entre 1983 e 1984 no Quiririm e depois em 1985 e 1986 no Parque Sabará, nas escolas Deputado Cesar Costa e Amador Bueno da Veiga.

Naquele tempo, existia um ritual sagrado de fim de ano. Cada sala, de forma quase autônoma — algo bem stand-alone, sem centralização — escolhia um dia para fazer sua festinha de confraternização. Tinha de tudo: amigo secreto, comes e bebes, musiquinha, risadas e aquele clima de “missão cumprida” por mais um ano letivo finalizado sem abend.





Lembro com carinho da primeira caneta “de adulto” que ganhei da Adriana, ainda na quarta série. Para muitos era só uma caneta. Para mim, era quase um upgrade de sistema operacional, um sinal claro de que eu estava subindo de versão.

Os comes e bebes tinham sua própria organização social:
rapazes levavam bebidas, meninas traziam quitutes.
Quando dava, fazíamos uma vaquinha — crowdfunding analógico raiz — para melhorar o cardápio. E, claro, sempre surgia alguém com aquele toca-fitas parrudo estilo boombox, com dois alto-falantes, orgulho tecnológico da época, pronto para animar o bailinho.



No quinto ano, ganhei uma das minhas melhores memórias: a Gisele me ensinando a dançar música lenta. Dois passinhos para lá, um prá cá, corpos colados, mão na cintura e no ombro. Gisele, Gisele, danadinha. Nada de exageros. O som tinha que ficar baixo, porque outras salas ainda estavam em aula. Mesmo assim, era mágico.

Chegávamos mais cedo para preparar a sala:
arrastar cadeiras, empurrar mesas, criar um salão improvisado.
Fechávamos as cortinas para dar aquele escurinho estratégico e íamos ao painel de luzes desligar metade das lâmpadas. Um dimmer manual, na raça.

A professora coordenadora ficava ali, presente, fiscalizando — nosso RACF humano, garantindo que nada saísse do controle. E não saía. Era tudo muito saudável:
o bailinho,
o baile da vassoura,
as risadas,
a confraternização.



Claro que os outros professores apareciam para dar um alozinho, era um dia que as barreiras se quebravam, não existiam professores e alunos, apenas colegas de viagem, que terminaram com sucesso mais uma jornada. O Ômega escolar, vencer o chefe final e avançar para o nível seguinte.

Era a alegria pura de terminar mais um ano, passar de série, estreitar laços, criar histórias. Coisa simples. Coisa de interior nos anos 1980. Mas que rendia causos infinitos:
casalzinhos se formando,
paqueras evoluindo,
a chance de dançar com a mais gata da turma,
a zoação dos que amarelaram na hora H.

Troca de presentes, música baixa, luz meia-boca, coração acelerado.
Nada sofisticado. Nada artificial. Tudo real.



Hoje, muitos nomes se perderam na memória. Mas naquela época, cada colega era parte ativa do meu mundo. E lembrar desses momentos ainda anima o coração, como um job antigo que, quando relido, continua funcionando perfeitamente — sem precisar de manutenção.

Bons tempos. Tempos doces. Tempos que não dão rollback, mas deixam logs eternos na alma.


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Conheça as regras da dança da vassoura:

Momentos divertidos em bailinhos fosse na escola, fosse festas na garagem, onde houvesse um baile e uma pessoa espirituosa com uma vassoura disponivel


Regras da Dança da Vassoura

https://eljefemidnightlunch.blogspot.com/2014/10/danca-da-vassoura.html


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