sábado, 17 de novembro de 2018

🎄 A Cidade, o Natal e a Magia Perdida da General Carneiro

 


🎄 “A Cidade, o Natal e a Magia Perdida da General Carneiro” — Um Post ao Estilo Bellacosa Mainframe para o Blog El Jefe 🎄

(Com história, emoção, nostalgia, curiosidades e aquele perfume de São Paulo anos 70 que não volta mais — mas vive dentro da gente.)




🌟 Prefácio: Quando Novembro Cheirava a Magia

Ah, novembro… hoje é só o mês da Black Friday, mas nos anos 1970 ele era o pré-carregamento do firmware natalino: o momento em que a mãe abria o “repositório sagrado” no alto do guarda-roupa para retirar os enfeites de Natal. E aquilo, meu amigo, era quase um processamento MVS STARTUP inicializando a alegria do ano inteiro.

As bolinhas de vidro? Quase sempre metade quebrada.
Os enfeites de papel? Amassados como spool sem compressão.
Mas era exatamente esse inventário prévio que anunciava o verdadeiro evento:
“Vamos ter que ir à CIDADE!”

E quando a mãe dizia “CIDADE” daquele jeito pausado… irmão, aquilo era token de autoridade. Não era Penha, não era Largo do São José, não era Patriarca. Era o centro de São Paulo.

O reino proibido. O cenário cyberpunk antes do cyberpunk existir.




🚌 O Êxodo Natalino: Quatro Aventureiros Rumo ao Centro Velho

Vila Rio Branco → CIDADE.
Uma viagem épica de 20 km que, para nós, equivalia hoje a pegar um voo internacional.

Era pegar ônibus lotado, dividir banco, sentir o cheiro de lona quente e diesel, e observar pela janela como as casas davam lugar aos prédios e os prédios aos gigantes de concreto que seguravam o céu da Praça da Sé.

A transição era tão impactante que parecia uma troca de dataset para fita magnética:
um novo mundo carregado na memória.

E lá íamos nós:

  • mãe com sua bolsa que parecia o TARDIS

  • pai firme como CICS rodando sem TRAP

  • minha irmã pequena encantada

  • eu? O pequeno explorador, já em modo debugging da vida.




🌆 A General Carneiro: O Parque de Diversões dos Pobres

Descer no Parque Dom Pedro e seguir rumo à Rua General Carneiro era atravessar um portal mágico. Aquele corredor comercial vivo, pulsante, barulhento — um verdadeiro mainframe humano processando milhares de vidas ao mesmo tempo.

Ali existia tudo:

  • lojas de brinquedos com aquelas vitrines que prometiam mundos

  • bolas de Natal brilhando como discos IBM 3330 recém-formatados

  • presépios de cerâmica

  • girlandas clássicas de papel alumínio

  • bonecas, carrinhos, trenzinhos

  • e o cheiro…
    o cheiro de caldo de cana, pastel, churrasco grego e esperança.

E nós, claro, aproveitávamos tudo.

🍢 Gastronomia de Rua 70’s (Modo Bellacosa Ativado)

  • Churrasco grego com pão murcho, rodando há horas? Delícia.

  • Caldo de cana extraído na hora? Néctar dos deuses.

  • Churros com doce de leite escorrendo? BIOS atualizada com sucesso.

Era a vida como deve ser: simples, intensa e deliciosa.




🎁 O Presente de Natal: A Tomada de Decisão Mais Séria do Ano

Na General Carneiro, decidir o presente natalino era uma operação de alto risco.
Quase uma transação CICS que não podia dar rollback.

Se escolhesse errado, só no ano seguinte.
Daí o pequeno Vagner analisava:

  • cavalo de madeira?

  • carrinho de lata?

  • revólver de espoleta?

  • jogo de montar?

  • pião colorido?

Mas o meu verdadeiro tesouro era um "FORTE APACHE" , o brinquedo que marcou minha infância e ao longo dos anos foram mais ou menos uns 6 ou mais.... amava os soldadinhos na eterna luta contra os índios, os cavalos, a carroça e o trem a vapor.

Essa escolha definia o destino lúdico de todo o ano.
Era quase um IPL de personalidade.




👣 O Centro Velho: O Grande Labirinto Humano

A vida pulsava.
As pessoas cruzavam esquinas como processos paralelos.
Os camelôs gritavam como mensagens SYSLOG.
O vento entre os prédios era mais frio, mais alto, mais vivo.

E nós éramos quatro andarilhos, quatro protagonistas daquele RPG paulistano dos anos 70, caminhando pelas ruas cheias de histórias, memórias e possibilidades.

✨ Easter-Egg Paulistano

Quem viveu sabe:
A luz do sol batendo nos prédios da Rua Direita refletia nas janelas como se fossem ornamentos gigantes de Natal.
Aquilo era magia pura.
Natural, espontânea, urbana.


👨‍👩‍👧‍👦 A Tradição Continua: A Árvore de Natal Hoje

E agora, décadas depois, lá está você, Bellacosa, repetindo o ritual:

  • montar a árvore

  • separar enfeites

  • ajustar luzes

  • lembrar da mãe pegando a cadeira

  • lembrar da emoção de ir à CIDADE

  • lembrar do brilho das lojas

  • lembrar da alegria simples que morava na rua General Carneiro.

A árvore de hoje carrega chips, LEDs, enfeites modernos…
Mas o espírito que acende tudo é o mesmo daquele menino de 1970 que via o mundo brilhar com pouco — e por isso brilhava muito.


🎄 Conclusão: O Natal Como Sistema Operacional da Memória

O Natal da infância é o MVS da nossa alma:

  • robusto

  • duradouro

  • cheio de jobs

  • repleto de mensagens

  • com logs que revisitamos sempre que precisamos de um reboot emocional.

É a tradição que não falha.
O upgrade que não substitui — apenas aprofunda.
O sistema que nos mantém humanos diante do tempo.

E este final de semana, ao montar sua árvore, lembre-se:
você não está só montando enfeites.
Você está recompilando memórias, reinstalando afetos, inicializando a magia de novo.

E a General Carneiro inteira está ali dentro.


Sem comentários:

Enviar um comentário