✨ Bem-vindo ao meu espaço! ✨ Este blog é o diário de um otaku apaixonado por animes, tecnologia de mainframe e viagens. Cada entrada é uma mistura única: relatos de viagem com fotos, filmes, links, artigos e desenhos, sempre buscando enriquecer a experiência de quem lê. Sou quase um turista profissional: adoro dormir em uma cama diferente, acordar em um lugar novo e registrar tudo com minha câmera sempre à mão. Entre uma viagem e outra, compartilho também reflexões sobre cultura otaku/animes
sábado, 31 de agosto de 2024
Padawans Aprendam COBOL
🔻 O Século da Mentira: quando o mundo inteiro começou a falar a língua do tirano
🔻 O Século da Mentira: quando o mundo inteiro começou a falar a língua do tirano
Por Bellacosa Mainframe | Encerramento da Série “Anatomia de um Regime Fantasma”
Há uma ironia amarga no nosso tempo:
O século XXI prometeu transparência — e nos entregou reflexos distorcidos.
A verdade, tão abundante quanto o Wi-Fi, tornou-se descartável.
Vivemos na era em que todos dizem algo, e ninguém realmente sabe.
O autoritarismo russo não criou essa era.
Apenas a antecipou.
O resto do mundo — democrático, ocidental, progressista — acabou por imitá-lo, com filtros e hashtags.
🌐 O Sistema da Mentira Global
A mentira moderna não precisa de censura.
Ela precisa de distração.
É o século do scroll infinito, da indignação programada, da timeline que decide o que você acredita.
Enquanto os velhos regimes controlavam a informação pela ausência, os novos fazem o oposto: te afogam nela.
A desordem é a nova forma de controle.
O Kremlin entendeu isso cedo — e o planeta aprendeu rápido demais.
🧠 O Colapso da Verdade
Antigamente, a verdade era uma busca.
Hoje, é um incômodo.
As pessoas não querem saber, querem pertencer.
E o pertencimento moderno é algorítmico: quem questiona, é excluído.
As democracias, cansadas e cheias de ruído, começaram a adotar a gramática do medo.
Chamam vigilância de segurança.
Chamam manipulação de engajamento.
Chamam conformismo de “consenso social”.
A mentira já não tem dono — é multinacional.
📡 O Mundo Conectado, Desconectado de Si Mesmo
Enquanto a Ucrânia sangra no frio, a informação viaja mais rápido que qualquer socorro.
Mas a compaixão não acompanha a velocidade.
Estamos sobrecarregados de tragédias, incapazes de sentir todas elas.
O império russo mostrou o roteiro; o resto do planeta seguiu a encenação.
Hoje, a verdade é só mais um formato de conteúdo — sujeita a edição, monetização e esquecimento.
🩸 O Novo Autoritarismo: Limpo, Digital e Elegante
Não há mais campos de prisioneiros, há termos de serviço.
Não há mais propaganda, há tendências patrocinadas.
Não há mais censura, há recomendações personalizadas.
A ditadura contemporânea não grita — ela sussurra.
E o silêncio vem disfarçado de escolha.
O século da mentira é sofisticado demais para botas e bandeiras.
Ele usa logotipos, feeds e discursos sobre empatia.
💬 Para o Padawan que tenta enxergar entre os ruídos:
A verdade ainda existe — mas agora exige esforço.
Exige solidão, dúvida, e coragem de desconfiar até do que confirma nossas crenças.
“No fim, o inimigo da verdade não é a mentira,
é a indiferença.”
🕯️ Vivemos no século em que a mentira se tornou infraestrutura.
E cada vez que aceitamos o absurdo como rotina,
ela cresce, polida, funcional, elegante —
até o dia em que não reste mais ninguém para lembrar que era uma mentira.
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
Como os algoritmos sequestraram a liberdade de escolha
Como os algoritmos sequestraram a liberdade de escolha
Quando a internet decide por você
A promessa inicial da internet era simples: liberdade. Escolher o que ler, o que assistir, o que explorar. Mas, pouco a pouco, a realidade se distanciou dessa utopia. Hoje, parece que não escolhemos mais — somos escolhidos por algoritmos.
Mas como isso aconteceu? E por que sentimos que nossas decisões online não são mais nossas?
1. Algoritmos como “curadores invisíveis”
Tudo que aparece no feed, no TikTok, no Instagram ou no YouTube é resultado de cálculos matemáticos. O algoritmo decide:
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O que você verá primeiro
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O que é “relevante” para você
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O que gera engajamento — e, portanto, lucro
O efeito é sutil, mas poderoso: o usuário passa a acreditar que está explorando livremente, quando na verdade está sendo conduzido.
2. O princípio da recompensa constante
Algoritmos exploram gatilhos psicológicos: likes, comentários, cliques e recompensas imediatas. Cada ação é registrada e usada para refinar o conteúdo entregue.
O problema é que isso modela o comportamento, reforçando apenas aquilo que já gostamos ou com o que reagimos.
Exemplo: alguém que gosta de memes de anime tende a receber apenas memes similares, perdendo exposição a obras diferentes ou críticas construtivas.
3. Filtragem de ideias e censura algorítmica
Além de moldar gostos, os algoritmos filtram informações consideradas sensíveis, ofensivas ou politicamente arriscadas.
O resultado é:
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Conteúdos legítimos sendo ocultados
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Opiniões divergentes sufocadas
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Narrativas uniformizadas
A sensação de que tudo que é fora do padrão é proibido não é coincidência — é efeito direto da automação de decisões.
4. Ilusão de escolha
O perigo é o mais sutil: acreditamos que temos autonomia. Escolhemos clicar, mas as opções já foram pré-selecionadas.
É como entrar em uma loja onde apenas algumas prateleiras são visíveis. Você acha que decide livremente, mas o inventário real é maior — e invisível.
5. Consequências culturais e individuais
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Cultura: algoritmos uniformizam tendências e tornam o consumo previsível
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Psicológico: reforçam bolhas, vícios de atenção e reforço de comportamentos
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Criativo: conteúdos arriscados, inovadores ou complexos desaparecem, pois não garantem engajamento imediato
Em resumo: o algoritmo substituiu a curiosidade por conforto e previsibilidade.
6. O que ainda podemos fazer
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Reconhecer os padrões: entender que a maioria do que vemos é curadoria automática
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Procurar fontes alternativas: feeds não convencionais, blogs, fóruns especializados
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Praticar consumo crítico: questionar “por que estou vendo isso?”
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Experimentar o “offline”: criar espaço fora do fluxo de recomendação
Mesmo sob controle algorítmico, ainda existe espaço de liberdade consciente.
Conclusão
O algoritmo sequestrou a liberdade de escolha, mas não a eliminou completamente.
Ele organiza, recomenda e direciona, mas cabe ao usuário redescobrir o sentido de navegar por vontade própria.
A pergunta que fica: estamos usando a internet ou apenas sendo usados por ela?
terça-feira, 20 de agosto de 2024
Debugando programa COBOL
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
Conversão do REAL um grande trabalho da informática mainframe
segunda-feira, 5 de agosto de 2024
⚠️ A Filosofia do Desejo em Anime
⚠️ A Filosofia do Desejo em Anime
Entre o Fetiche, o Amor e o Tempo
Introdução
O desejo humano sempre foi um sistema arcaico, cheio de ruídos, desvios e obsessões.
Nos animes, ele encontra formas estéticas, narrativas e simbólicas que transformam o olhar em filosofia.
Esta série explora seis aspectos do desejo: o fetiche pelo corpo, pelo poder, pela solidão, pelo caos e, finalmente, pela eternidade.
Não se trata de pornografia nem de moralismo — trata-se de entender como o humano deseja e como o desejo se manifesta através da arte japonesa.
Índice
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Parte 1 — Entre o Desejo e o Estilo: 5 Animes na Fronteira do Fetichismo
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Parte 3 — O Fetiche da Solidão: amor, vazio e hiperconectividade
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Parte 4 — O Amor como Simulação: quando o humano compete com o virtual
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Parte 5 — O Amor e o Fetiche do Caos: quando o desejo vira autodestruição
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Parte 6 — O Amor e o Fetiche da Eternidade: quando o desejo desafia o tempo
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Parte 1 — Entre o Desejo e o Estilo: 5 Animes na Fronteira do Fetichismo
Existem animes que flertam com o fetiche sem cruzar a linha do hentai.
Eles exploram o corpo, o poder e o detalhe, transformando o olhar em experiência estética.
Animes e destaques:
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Kill la Kill (2013) — Uniformes que concedem poder e vulnerabilidade.
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Neon Genesis Evangelion (1995) — O corpo como prisão e desejo psicológico.
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Prison School (2015) — Controle, punição e humor exagerado.
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Code Geass (2006) — Poder como sedução.
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Black Lagoon (2006) — Força e agressividade feminina como fetiche.
Reflexão de Balcão:
O fetiche não é vulgaridade, é olhar, símbolo e poesia do desejo humano.
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Parte 2 — Poder, Submissão e o Mito da Mulher Ideal
O desejo humano é ambivalente: dominar e se entregar.
Nos animes, isso aparece como poder e submissão, e o fetiche se torna filosofia visual.
Animes e destaques:
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Code Geass — O olhar que domina e seduz.
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Evangelion — Vulnerabilidade e confiança.
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Personagens femininas — Rei Ayanami, Belldandy, Esdeath, Revy: ideal vs. força.
Reflexão de Balcão:
O fetiche é o que nos revela o que mais desejamos e tememos: o poder e a entrega.
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Parte 3 — O Fetiche da Solidão: amor, vazio e hiperconectividade
A era digital transformou o desejo em pixel, tela e notificação.
O fetiche moderno é o “quase amor”, a conexão impossível e a saudade virtual.
Animes e destaques:
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Your Name (2016) — Amor à distância e conexão impossível.
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Oshi no Ko (2023) — Idol como objeto de desejo consumível.
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Sword Art Online (2012) — Amor simulado em mundos digitais.
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Violet Evergarden (2018) — Amor traduzido em cartas e palavras.
Reflexão de Balcão:
O fetiche da solidão mostra que o toque pode não existir, mas o desejo persiste.
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Parte 4 — O Amor como Simulação: quando o humano compete com o virtual
O desejo humano se projeta em máquinas e inteligência artificial.
O fetiche se torna programação emocional, onde amar é interagir com a perfeição sintética.
Animes e destaques:
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Chobits (2002) — Amor por androide que aprende a sentir.
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Plastic Memories (2015) — Paixão por IA com prazo de validade.
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Her (2013) — Vínculo emocional digital perfeito.
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NieR:Automata (2017) — Androides que amam e sofrem como humanos.
Reflexão de Balcão:
O novo fetiche é amar sem risco físico, mas sentir a dor de forma intensamente real.
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Parte 5 — O Amor e o Fetiche do Caos: quando o desejo vira autodestruição
O amor pode ser destrutivo e fascinante ao mesmo tempo.
O fetiche do caos é amar sabendo que vai doer.
Animes e destaques:
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Neon Genesis Evangelion (1995) — Traumas e desejo de fusão emocional.
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Perfect Blue (1997) — A obsessão com a própria imagem.
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Koi Kaze (2004) — Amor proibido e culpa.
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Nana (2006) — Destruição mútua e vício afetivo.
Reflexão de Balcão:
O caos revela o humano em sua forma mais crua: desejo, dor e vulnerabilidade.
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Parte 6 — O Amor e o Fetiche da Eternidade: quando o desejo desafia o tempo
O último estágio do fetiche é a memória e a saudade.
O amor se torna eterno na lembrança, mesmo quando o tempo insiste em separar.
Animes e destaques:
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Your Name (2016) — Conexão impossível e destino.
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5 Centimeters per Second (2007) — Amor lento e doloroso.
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Vivy: Fluorite Eye’s Song (2021) — Amor e falha atravessando décadas.
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The Garden of Words (2013) — Instantes suspensos, o toque que não acontece.
Reflexão de Balcão:
O fetiche da eternidade é amar alguém que talvez nunca exista — e, ainda assim, sentir-se pleno por isso.
Conclusão da Série
Do corpo ao espírito, do toque ao pixel, do caos à eternidade:
o anime nos ensina que o desejo humano é multifacetado.
O fetiche não é apenas sexual, mas filosófico, psicológico e estético.
É o modo de compreender o amor, a saudade, a solidão e a eternidade.
Como todo bom café de balcão, ele deixa resquícios:
uma sensação de prazer, um pouco de dor e muito sobre o que somos.


