✨ Bem-vindo ao meu espaço! ✨ Este blog é o diário de um otaku apaixonado por animes, tecnologia de mainframe e viagens. Cada entrada é uma mistura única: relatos de viagem com fotos, filmes, links, artigos e desenhos, sempre buscando enriquecer a experiência de quem lê. Sou quase um turista profissional: adoro dormir em uma cama diferente, acordar em um lugar novo e registrar tudo com minha câmera sempre à mão. Entre uma viagem e outra, compartilho também reflexões sobre cultura otaku/animes
sábado, 2 de dezembro de 2017
SP 360: A gruta viva de bambus em Morungaba
terça-feira, 31 de outubro de 2017
SP 360: Viagem pela estrada iluminada de Morungaba
Os bambus iluminados a noite.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
O Pequeno Trabalhador, Versão 3.0 Missão frangos brancos
📝 El Jefe Midnight Lunch — O Pequeno Trabalhador, Versão 3.0
MISSÃO FRANGOS
Por Bellacosa Mainframe
Eu sempre digo que, se alguém um dia quiser entender de onde vem minha teimosia, minha criatividade e esse meu jeitão de ver solução até dentro de um dump hexadecimal, é só olhar pra minha infância. Ali, entre madeira, ferramentas, bicicletas e sonhos de cruzeiros novos, nasceu esse escriba que vos fala.
Na parte anterior já contei algumas das aventuras laborais desse pequeno trabalhador que precisava ajudar nas contas de casa, seja vendendo coxinha, entregando roupas e camisas passadas, pedalando para entregar encomendas. Hoje vamos mergulhar em mais um capítulo daquela saga que só quem cresceu nos anos 1980 conhece: a economia doméstica na unha, no braço… e na bicicleta.
Meu pai, o lendário Seu Wilson, era um empreendedor nato. Daqueles que, se tivesse nascido no Vale do Silício, provavelmente teria inventado o Zowe do mundo agro — mas como nasceu no interior, inventava negócios no quintal de casa mesmo. E sempre com aquela visão: “tem que entrar mais cruzeiro novo pra fechar o mês.”
Foi então que ele desenterrou uma ideia antiga da época da fundição dos terminais de bateria, trocar pintainhos por sucatas de ferro-velho em uma decadente perua Kombi..
Lá fomos nós, acompanhados pelo primo Celo, para o bambuzal que havia nos limites do Cecap. E olha… aquilo pra mim era quase uma expedição ao estilo Indiana Jones. Cortamos troncos grossos, carregamos nos ombros (e no improviso, porque Bellacosa que é Bellacosa sempre dá um jeito), e voltamos pra casa com o cheiro de mato fresco impregnado na roupa.
A partir dali, o mestre carpinteiro — vulgo meu pai — entrou em ação. Eu lembro como se fosse hoje: martelo, serrote, alinhamento de taquaras de bambu, amarrando a tela de metal, aquele jeito meticuloso de quem faz com orgulho e precisão. Eu e o Celo ajudando como podia, imaginando se minha tia Deise imaginava o que o filho aprontava, quando estava na companhia do primo e do tio. Em pouco tempo, nasceu o galinheiro da família Bellacosa.
E como todo empreendimento precisa de matéria-prima, lá fomos nós comprar algumas dezenas de pintainhos. O cheiro de ração de crescimento, depois a de engorda, os sacos pesados, as visitas à beneficiadora de arroz do Quiririm para pegar casca de arroz… tudo isso fazia parte do pacote.
E onde entra este pequeno trabalhador nisso tudo?
Ah, meu amigo…
Entra onde sempre entra: no pedal.
Minha fiel Monareta, verde e tinindo, era praticamente um veículo oficial do negócio:
-
pedalar pra buscar ração;
-
pedalar pra entregar os animais;
-
pedalar pra trocar água e voltar;
Sempre pedalando em alguma missão.
pedalar pra tudo aquilo que envolvia o “logístico rural urbano express”.
-
tinha que limpar o galinheiro;
-
ajudar a alimentar
capturar o mais gordinho de acordo com a escolha do cliente.
Mas existe uma cena que, até hoje, quando fecho os olhos, vejo como se estivesse passando em Super-8:
Galinhas com os pés amarrados penduradas no guidão da bicicleta.
Eu, com meus poucos anos, magrelo, mas destemido.
E a Monareta voando pelas ruas de paralelepípedos do CECAP, ruas de terra até o Quiririm , levantando poeira, rumo a mais uma entrega ou compra de itens.
Era surreal. Era engraçado. Era trabalho.
Às vezes fico imaginando o que os vizinhos achavam e diziam sobre essas maluquices. O Cecap composto por muitos empregados bem remunerados da industria automotiva, que prosperou nos anos 1980 no Vale do Paraiba.
Era a vida como ela era.
E no fim das contas, era também o início dessa mentalidade Bellacosa de fazer acontecer. Porque se eu aprendi algo naquele galinheiro artesanal, entre pássaros cacarejando e bambus cortados, foi que todo sistema — seja um CICS, seja um quintal — funciona melhor quando a família coopera. Todo mundo tinha um papel, e eu tinha a minha missão com orgulho.
E assim cresceu este pequeno trabalhador, construído entre galinhas, bicicletas e a eterna vontade de fazer o melhor com o que se tem.
No meio da simplicidade, nasceu o Mainframe humano: resiliente, criativo, sistemático… e com grandes histórias pra contar no Midnight Lunch.
Até a Parte 4. 🐓🚲💾