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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Completa integração na sociedade

Meios de transporte em Milão


Estamos na capital da Lombardia: Milão, estou andando na viale Molise e parei num cruzamento onde fiquei apreciando as pessoas andando, umas preocupadas e apressadas, outras displicentes e tranquilas.

Quem pensa que estamos andando nos bairros centrais, vejam todo integrados, pedestres, ciclistas, motociclistas em motorinos, lambretas e motos, automóveis e bondes. Para quem anda em São Paulo e se perde no caótico transito, em que ninguém é de ninguém, pedestre não tem vez, semáforos não são respeitados.

Espero que vejam o vídeo e saibam a qualidade de vida que existe, quando todos fazem a sua parte, sendo o mais importante o governo fornecer os meios para termos transporte publico de qualidade, interligando a cidade em anel com diversos níveis de integração e  a preços acessíveis.

Vejam com seus próprios olhos a paz no transito milanês.



segunda-feira, 16 de junho de 2014

🚲 Crônicas do Vaguinho — A Monareta Verde, uma phenix e a Liberdade


🚲 Crônicas do Vaguinho — A Monareta Verde, uma phenix e a Liberdade

Ao estilo Bellacosa Mainframe, para o blog El Jefe Midnight Lunch

Alguns garotos ganham a liberdade com uma chave de casa.
Outros, quando fazem 18 anos.
Eu ganhei a minha em 1984, numa época dura, de crise do petróleo, inflação louca, ditadura se desfazendo e o Brasil andando com a sola do sapato.
Liberdade, pra mim, veio na forma de duas rodas remendadas. Um natal antecipado.

E essa é a saga da minha primeira bicicleta — a Monareta Verde que virou não apenas um veículo, mas um portal para o mundo.



🛠️ A Bicicleta Ferida e o Pacto dos Padrinhos

Meu tio Pedrinho tinha uma Monareta verde. Coisa linda. Até o dia em que ele, do alto de seu desastrismo épico, resolveu medir forças com um poste.

O poste venceu.

A bicicleta… nem tanto.

  • garfos dianteiros tortos

  • guidão em forma de “S” pós-acidente

  • pneus mortos

  • ferrugem florescendo

  • freios inexistentes

  • corrente que parecia cordão de pipa desgastada

Minha avó, furiosa, queria vender a “criatura assassina”.
Mas meu avô — sábio, sereno, estrategista digno de almirante do CICS — decretou:

“Vamos dar pro Vagner. Ele não tem bicicleta. Ele arruma.”

Um decreto imperial.
E assim começou minha epopeia.

Quando minha tia Miriam e o tio Osmar surgiram no Cecap com aquela relíquia capenga, eu não ganhei apenas uma bicicleta. Ganhei um caminho.



🔧 Operação Ressurreição: Eu, Meu Pai e A Monareta Impossível

Era 1984.
Não tínhamos quase nada.
Mas tínhamos tempo, garra e a vontade do meu pai de me reconquistar depois dos dramas familiares do ano anterior.

Cada peça foi um capítulo:

  • lixar ferrugem com lixa de madeira

  • endireitar o guidão com técnica de “força bruta e esperança”

  • trocar o breque improvisando cabos

  • reapertar eixos como quem ajusta engrenagens de um mainframe

  • pintura remendada, mas feita com amor

  • garfos dianteiros alinhados com golpes suaves que mais pareciam reza

  • corrente trocada

  • pneus remendados com colinha branca, lixa fina e fé

Quando terminamos, quem olhava dizia:

“Nossa, compraram uma bike nova!”

Mas nós sabíamos.
Era mais que nova: era renascida.



🚴 A Magrela Sem Nome — Minha Nave Espacial

Eu nunca dei nome pra ela.
E, ironicamente, isso a tornava mais especial.

Era simplesmente minha magrela.
Minha amiga.
Minha confidente.
Meu passaporte.

Com ela eu:

  • cruzava o Cecap como se fosse o Velho Oeste

  • ia ao mercado comprar pão e voltar com troco (sim, existia isso)

  • levava a Vivi e o Dandan para a escola

  • atravessava trilhos da Central do Brasil

  • pedalava até Tremembé

  • ia pra Pindamonhangaba sem Google Maps

  • me aventurava em Caçapava

  • tentar subir a serra rumo a Campos do Jordão (maluco desde cedo)

  • explorar os distritos rurais do Pinheirinho e Tataúba

  • Ir até a fábrica da Volkswagen Taubaté para ver meu tio Santiago saindo do serviço

  • aprendia a reparar pneus com garfo de cozinha, porque pobre é engenheiro nato

  • virar mecânico senhor em manutenção de bicicleta 

  • fazia escambo de serviços na borracharia por um remendo a quente

  • pular rampas improvisadas,

  • tentar acompanhar o primo Marcelo em sua estilosa BMX numa pista de cross acidentada e com rampas.

  • levava tombos que viraram tatuagens naturais nas pernas

  • usar para travessuras censuráveis, tais como espionar as meninas do job, tomando banho de piscina e se bronzeando nuas em chácaras perdidas na velha estrada de Tremembé

Era meu carro, minha moto, meu skate, meu avião e meu boing 747.



🌅 A Liberdade Sobre Duas Rodas

A Monareta verde me deu algo que nenhuma outra coisa poderia dar naquele tempo:

Horizonte.

Num Brasil difícil, num lar remendado, num bairro simples, aquela bicicleta era:

  • a sensação do vento batendo no rosto

  • o barulho gostoso da corrente engatada

  • o cheiro da rua depois da chuva

  • a alegria de pedalar até o limite do sol

  • a certeza de que o mundo era maior que a sala da nossa casa

Todos temos uma primeira bicicleta.
A minha não era perfeita.
Mas era minha.
E, como tudo que nasce das mãos da gente, tinha mais alma do que qualquer bike de loja de shopping.


💚 Epílogo: A Monareta Virou História — E História Virou Afeto

Hoje, olhando pra trás, percebo:

Eu não ganhei uma bike.
Eu ganhei uma infância inteira.

A Monareta verde 1982 não existe mais.
Mas as cicatrizes nos joelhos, as viagens impossíveis e as lembranças de mim e do meu pai lado a lado…
Ah, essas sobrevivem como se fossem cromadas.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Pequeno Trabalhador, Versão 3.0 Missão frangos brancos

 


📝 El Jefe Midnight Lunch — O Pequeno Trabalhador, Versão 3.0

MISSÃO FRANGOS


Por Bellacosa Mainframe

Eu sempre digo que, se alguém um dia quiser entender de onde vem minha teimosia, minha criatividade e esse meu jeitão de ver solução até dentro de um dump hexadecimal, é só olhar pra minha infância. Ali, entre madeira, ferramentas, bicicletas e sonhos de cruzeiros novos, nasceu esse escriba que vos fala.

Na parte anterior já contei algumas das aventuras laborais desse pequeno trabalhador que precisava ajudar nas contas de casa, seja vendendo coxinha, entregando roupas e camisas passadas, pedalando para entregar encomendas. Hoje vamos mergulhar em mais um capítulo daquela saga que só quem cresceu nos anos 1980 conhece: a economia doméstica na unha, no braço… e na bicicleta.




Meu pai, o lendário Seu Wilson, era um empreendedor nato. Daqueles que, se tivesse nascido no Vale do Silício, provavelmente teria inventado o Zowe do mundo agro — mas como nasceu no interior, inventava negócios no quintal de casa mesmo. E sempre com aquela visão: “tem que entrar mais cruzeiro novo pra fechar o mês.”

Foi então que ele desenterrou uma ideia antiga da época da fundição dos terminais de bateria, trocar pintainhos por sucatas de ferro-velho em uma decadente perua Kombi..

Lá fomos nós, acompanhados pelo primo Celo, para o bambuzal que havia nos limites do Cecap. E olha… aquilo pra mim era quase uma expedição ao estilo Indiana Jones. Cortamos troncos grossos, carregamos nos ombros (e no improviso, porque Bellacosa que é Bellacosa sempre dá um jeito), e voltamos pra casa com o cheiro de mato fresco impregnado na roupa.

A partir dali, o mestre carpinteiro — vulgo meu pai — entrou em ação. Eu lembro como se fosse hoje: martelo, serrote, alinhamento de taquaras de bambu, amarrando a tela de metal, aquele jeito meticuloso de quem faz com orgulho e precisão. Eu e o Celo ajudando como podia, imaginando se minha tia Deise imaginava o que o filho aprontava, quando estava na companhia do primo e do tio. Em pouco tempo, nasceu o galinheiro da família Bellacosa.

E como todo empreendimento precisa de matéria-prima, lá fomos nós comprar algumas dezenas de pintainhos. O cheiro de ração de crescimento, depois a de engorda, os sacos pesados, as visitas à beneficiadora de arroz do Quiririm para pegar casca de arroz… tudo isso fazia parte do pacote.

E onde entra este pequeno trabalhador nisso tudo?

Ah, meu amigo…
Entra onde sempre entra: no pedal.



Minha fiel Monareta, verde e tinindo, era praticamente um veículo oficial do negócio:

  • pedalar pra buscar ração;

  • pedalar pra entregar os animais;

  • pedalar pra trocar água e voltar;

  • Sempre pedalando em alguma missão.

  • pedalar pra tudo aquilo que envolvia o “logístico rural urbano express”.

Além disso, este que vos escreve.
  • tinha que limpar o galinheiro;

  • ajudar a alimentar

  • capturar o mais gordinho de acordo com a escolha do cliente.

Mas existe uma cena que, até hoje, quando fecho os olhos, vejo como se estivesse passando em Super-8:



Galinhas com os pés amarrados penduradas no guidão da bicicleta.
Eu, com meus poucos anos, magrelo, mas destemido.
E a Monareta voando pelas ruas de paralelepípedos do CECAP, ruas de terra até o Quiririm , levantando poeira, rumo a mais uma entrega ou compra de itens.

Era surreal. Era engraçado. Era trabalho.

Às vezes fico imaginando o que os vizinhos achavam e diziam sobre essas maluquices. O Cecap composto por muitos empregados bem remunerados da industria automotiva, que prosperou nos anos 1980 no Vale do Paraiba.

Era a vida como ela era.

E no fim das contas, era também o início dessa mentalidade Bellacosa de fazer acontecer. Porque se eu aprendi algo naquele galinheiro artesanal, entre pássaros cacarejando e bambus cortados, foi que todo sistema — seja um CICS, seja um quintal — funciona melhor quando a família coopera. Todo mundo tinha um papel, e eu tinha a minha missão com orgulho.



E assim cresceu este pequeno trabalhador, construído entre galinhas, bicicletas e a eterna vontade de fazer o melhor com o que se tem.

No meio da simplicidade, nasceu o Mainframe humano: resiliente, criativo, sistemático… e com grandes histórias pra contar no Midnight Lunch.

Até a Parte 4. 🐓🚲💾


domingo, 21 de julho de 2013

📂 O Pequeno Trabalhador do Cecap, Versão 2.0

 



📂 El Jefe Midnight Lunch — Bellacosa Mainframe
Log nº 007 — O Pequeno Trabalhador do Cecap, Versão 2.0


Depois do grande ABEND familiar que nos reposicionou no mapa da vida lá em 1983, fomos realocados para o CECAP — Quadra B, onde o vento gelado batia na janela e a realidade batia mais forte no bolso.
E no spool doméstico havia um job que rodava todo mês, sem pausa, sem abend retry, sem cancel step:

Faltava dinheiro. Sempre.

A fotografia ajudava quando havia cliente.
Mas a maior parte do tempo vivíamos de JCL com RETURN CODE 04: rodava, mas com alerta no console.

Minha mãe então ressuscitou um dataset antigo da família:
venda de coxinhas, risoles e croquetes para fora.
Massa na mão, óleo na panela, sonho no peito — e zero logística automatizada.

Porque anos 1980 não tinham iFood, não tinham motoboy, não tinham PIX.
Então quem era o mensageiro oficial, entregador e cobrador, full-stack na marra?



Vaguininho de Monareta Verde, prazer.
Versão bicicleta com garupa, caixa de papelão e cheiro de coxinha invadindo a rua inteira.
Eu cortava o bairro de ponta a ponta, pilotando como se fosse Harley, mas na realidade era Monareta a pedal impulsionada por coxinha e força de vontade.

Ali conheci todos os becos, escadões, donas-de-casa com avental e chaleira no fogo.
Era entregar, receber o pagamento, às vezes tomar um calote nível Soft-Error, mas na maioria volto vitorioso com troco e sorriso gorduroso.

Mas achou que parava aí?
Negativo, padawan do pão dormido.

Minha mãe também lavava e passava roupas para fora, e adivinha quem entregava as peças no cabide, embaladas no plástico?

Sim.
Eu. Office-boy de ferro, XP subindo na raça.

E então veio o job mais épico, o Workload Manager rodando no limite:



🌳 Missão: Desbravar a Floresta — Praça da Quadra G

Meu pai fechou contrato para limpar a praça inteira.
Mas limpar é eufemismo — aquilo era Amazônia versão pocket, mato na altura do peito, arbustos demoníacos, árvores com galhos que pareciam ter alma.

Escalação do time:

FunçãoNomeNível
Chefe do SquadSeu WilsonRAID 1 de coragem
Capataz MirimEu, VaguininhoCPU a carvão
Primo Braço ForteCeloAgilidade +2, Força +3

Trabalhamos dias inteiros.
Sol torrando, blusa suada, calo na mão, cheiro de terra molhada — o inferno e o paraíso da infância no mesmo pacote.

E foi ali, na grieta verde da praça, que o destino deu ENTER.



Conhecemos Andrea.

Linda. Riso iluminado. Olhos que derrubavam firewall emocional.
Eu e o Celo?
Completamente derrotados — RESPONSE CODE 00: SUCESSO TOTAL DA PAIXÃO.

Mas essa história…
Essa continua em outro log.
Outro turno.
Outro spool de memória.



Porque o capítulo que vem, meu parceiro — é aventura com final de boss, XP alto e plot twist digno de mainframe 3390 explodindo trilha.

E eu prometo:
Vou contar.

Bellacosa, encerrando job, segurando a Monareta e lembrando do perfume da Andrea no vento.

Ps: Quem diria que aquele vendedor de coxinhas em Pirassununga iria assumir ares tão, grandes em Taubaté

Ps2: Em outra oportunidade falo da mini granja Bellacosa, outro dos empreendimentos do sr. Wilson e mais uma vez este pequeno trabalhador dando duro no alto dos meus 9 para 10 anos...

domingo, 13 de maio de 2001

A Fazenda Santa Rosa passeio ciclistico do dia das Maes

Ciclo-passeio pela zona rural de Itatiba

A minha cidade por opção é Itatiba , me apaixonei pela princesinha da colina e aqui estou . Nasci na capital andei por diversas cidades, sem nunca fixar raízes. Morei em Sao Paulo, Ibitinga, Novo Horizonete, Pirassununga, Quiririm e Taubate.



Porem devido aquelas escolhas da vida, conheci Itatiba em 1993, mudei-me para cá em 1998 e aqui estamos vendo a cidade crescer.

Este passeio ciclistico foi na zona rural próximo a antiga fazenda Santa Rosa, partindo do Itatiba Futebol Clube foram aparecendo mais e mais ciclistas ate chegarmos nos cafundos de Itatiba.

Curiosamente percebi como esta sem forma visita, eu que andava tantos quilómetros em bike, fui andar alguns poucos quilómetros e quase morri. Conheci um lado da cidade que nunca tinha visto, foi um bom domingo.