domingo, 30 de maio de 2010

A Esfinge de Gize guardando as piramides.



Pegamos um micro-onibus e saimos do Cairo em direçao a Gize... eu imagina que andariamos quilometros pelo deserto, que iriamos ao final do mundo para chegar nas Piramides.

Como eu estava enganado, a cidade do Cairo cresceu tanto que seus suburbios alcançaram a planicie de Gize, que anteriormente estava no meio do deserto e hoje encontra-se cercada de casa.

Outra coisa digna de nota o transito no Cairo é uma coisa de loucos, nao imanigem a loucura que foi chegar ate aqui.

Falando da Esfinge foi emocionante circular, tocar, olhar e comparar com aquilo que eu imaginava atraves de tanta leitura.


terça-feira, 18 de maio de 2010

O FANTASMA MECÂNICO DA ULTRECHT EM URUPÊS– UM MODELO A (QUASE) IMORTAL

 


O FANTASMA MECÂNICO DA ULTRECHT EM URUPÊS– UM MODELO A (QUASE) IMORTAL

por Bellacosa Mainframe


Há fotos que parecem simples lembranças de infância… e há fotos que funcionam como um dump de memória completo, um SYSUDUMP emocional, com direito a nostalgia, cheiro de gasolina velha e bits de poeira dos anos 50, 60 e 70 misturados num mesmo frame. Esta imagem é exatamente isso: dois pequenos padawans do passado sentados no que, para muitos, seria apenas “um carro velho”. Mas para o Bellacosa Mainframe — e, claro, para o nosso querido El Jefe Midnight Lunch — nada é “apenas”.

Então vamos ao que interessa:
Que criatura mecânica é essa, repousando como um dinossauro de lata na calçada?


🔍 IDENTIFICAÇÃO DO VEÍCULO

(ou: decodificando o JCL arqueológico automotivo)

Pelas linhas suaves, faróis redondos externos, para-lamas arqueados, capô longo com as entradas de ventilação e, principalmente, pelo estilo phaeton/roadster com capota conversível dobrada para trás, o veículo da foto bate muito fortemente com:

👉 Ford Model A — Phaeton / Roadster (1928–1931)

Por que Model A?

  • Faróis circulares expostos suspensos por braços metálicos típicos do Ford da época.

  • Radiador alto e vertical, com moldura simples (o Model A tinha um desenho mais “espartano” que o Chevrolet contemporâneo).

  • Capô com vincos e fileiras de aberturas verticais, característica marcante do Model A.

  • Formato do para-lama dianteiro, grande, arredondado e com aquele “tônus” quase cartoon.

  • Estilo conversível, comum em Phaetons (quatro portas) e Roadsters (duas portas).

Como a foto mostra só parte da carroceria, pode ser Phaeton ou Roadster — mas o espírito é o mesmo: um clássico absoluto.


🏭 ANO DE FABRICAÇÃO (Estimado)

Entre 1928 e 1931.
Foi o período em que a Ford produziu o Model A, sucessor direto do lendário Model T.


📜 HISTÓRIA EM MODO MAINFRAME

O Ford Model A foi o “SYS2” da Ford — a reescrita completa do sistema operacional automotivo da marca.
Depois do Model T (produzido por quase 20 anos e com arquitetura já obsoleta), Henry Ford rebotou tudo:

  • Novo motor 3.3L de 40 cv

  • Transmissão de 3 marchas

  • Direção mais leve

  • Melhores freios

  • Conforto superior

  • Novos estilos de carroceria (inclusive o elegante Phaeton)

O Model A foi um dos carros mais populares da sua época e chegou ao Brasil ainda antes da fundação oficial da fábrica Ford no país. Muitos viraram táxis, carros de família, veículos de fazenda e… monumentos nostálgicos parados em calçadas, como este aqui.



🎩 CURIOSIDADES NO ESTILO EL JEFE x BELLOCOSA MAINFRAME

🕶 1. Carro de boêmios, coronéis e fotógrafos

No Brasil, o Model A era comum entre comerciantes, viajantes e — olha só — fotógrafos itinerantes. A escolha de quem precisava carregar equipamento pesado em longas estradas de terra.

🎞 2. O primeiro Ford com painel “bonitinho”

O Model A foi o primeiro com um painel minimamente organizado. Nada de apenas um velocímetro triste. Ele tinha medidor de combustível integrado e chave de ignição no painel. Luxo puro para época.

🛠 3. Peças intercambiáveis

Sim: muitos donos dos anos 60 e 70 faziam upgrades caseiros, adaptavam peças de caminhonetes F-1, de Jeep Willys, ou qualquer coisa que encaixasse.
Model A no Brasil era um mashup mecânico vivo.

🐎 4. Velocidade de cruzeiro?

45 mph (72 km/h).
E olha… isso parecia voar.

🍿 5. Hollywood adorava

Todo filme de gangster dos anos 30 tinha um Model A tomando bala.
Era o “veículo padrão ANSI X3.4-1967” do crime cinematográfico.


EASTER-EGG BELLOCOSA MAINFRAME

A toalha pendurada no para-lama?
Um clássico ritual brasileiro de garagem:
“veículo velho, porém amado.”

Nos anos 60–70, quem tinha um carro antigo deixava sempre um pano para secar água, limpar poeira, polir farol ou simplesmente evitar que o sol estragasse a pintura já cansada. Uma espécie de EXIT CLEANUP do dia.

E o melhor:
Isso também era sinal de carro em restauração eterna, aquele projeto lendário que o proprietário jurava que ia terminar “no próximo fim de semana”.
— Mas que nunca terminava.


🚗 O VEREDICTO DO EL JEFE MIDNIGHT LUNCH

O carro da foto é quase certamente um Ford Model A Phaeton/Roadster (1928–1931) — um dos veículos mais icônicos do pré-guerra e, no Brasil, um sobrevivente heróico das décadas de poeira, improviso, peças adaptadas e romantismo automobilístico.

E nesta foto ele cumpre seu papel:
um monumento silencioso acompanhando duas crianças em um raro momento onde o mundo ainda era simples, macio e cheio de aventuras.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Aventura do Barbinha no Aquario da Expo

Um dia diferente no aquario


Estamos no Oceanário de Lisboa na primeira visita do Barbinha, ele ficou encantado, explorando cada pocinha de agua, ficando maluquinho vendo os peixinhos e peixoes.



E curioso que nos adultos não olhamos com a mesma surpresa e satisfação que uma criança, é incrível pois tamanha maravilha deveria ser vista com olhos de crianças.

Milhares de litros d'agua imitando as características dos 7 mares, desde aguas frias do antárctico as aguas tropicais. Peixes, crustáceos e moluscos das mais diversas variedades.

sábado, 24 de abril de 2010

Lisboa Show na Baia dos Golfinhos no zoologico

Um dia especial no Zoo


O Barbinha esta quase completando 2 anos, com um feriado as portas resolvemos tirar o dia em diversão. Levamos ele num lugar magico que desde pequenino ele gosta de ir.



O Zoológico de Lisboa acreditem ou não com meses de idade trazíamos ele para passear nos jardins, ver animais. Pegar ar fresco e tomar um solzinho gostoso.

E neste dia de festa no Zoo, fomos com ele na Baía dos Golfinhos um tanque imenso onde temos shows com leões marinhos e golfinhos.

Ele amou o show, batia palma, ficava encantado vendo os golfinhos, ganhou beijinho do leão marinho foi demais e essas carinha laroca, toda feliz não tem preço.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A ESCOLA MARECHAL – O PRIMÁRIO EM QUE NASCEU UM PEQUENO NINJA

 



A ESCOLA MARECHAL – O PRIMÁRIO EM QUE NASCEU UM PEQUENO NINJA

Um poste estilo Bellacosa Mainframe para o blog El Jefe Midnight Lunch

Existem lugares que a gente não apenas frequenta — a gente sobrevive a eles.
E quando cresce, descobre que ali se forjou todo um jeitão de ser, pensar, sorrir, aprontar e… pular muro.
Para mim, esse lugar atende por um nome pomposo, quase militar, quase burocrático, mas cheio de magia:

EMPG Marechal Juarez Távora.
Vila Rio Branco. Ponte Rasa. 1981–1983.

Se você me conhece hoje — Bellacosa, notívago, escritor de madrugada, professor de mainframe, contador de causos, parkurista aposentado e ninja de Taubaté — saiba que metade disso começou ali.




CAPÍTULO 1 — 1981: O MENINO, A PROFESSORA E O CADERNO DE CALIGRAFIA

Primeira série.
Primeiro ano.
Primeiro choque da vida escolar.

A escola era moderna, enorme, com ambulatório médico, sala odontológica, biblioteca, banda, quadra, refeitório… um luxo educacional para os anos 70/80.
Um verdadeiro data center pedagógico com latas de tinta guache no lugar dos mainframes.

Mas minha professora, dona Cecília, tinha outra visão:
para ela, eu era um menino inteligente demais para o próprio bem.



Eu terminava tudo rápido.
Como castigo?
Me jogava num inferno chamado caderno de caligrafia.

E mais: como sou canhoto, ela implicava com a letra “torta” e me obrigava a escrever como destro.
Imagina a cena: um Bellacosa mirim, lutando contra a própria natureza, escrevendo torto com a mão errada, caligrafia virando uma pista de autorama.



Mas nos intervalos, renascia o guerreirinho:
eu e meu amigo Fábio desenhávamos monstros, heróis tokusatsu, ciborgues e robôs no verso das folhas.

Aqui vai um adendo, além dos versos de folhas, usávamos envelopes de laboratórios fotográficos, onde meu pai e o avô do Fabio, traziam os frutos de seus trabalhos como fotógrafos, reaproveitando folhas e criando mundos imaginários.

Ninguém segurava a criatividade.



Até que veio o primeiro ato falho da minha carreira criminosa infantil:
um belo dia, cansado da professora, eu disse à minha avó Anna:

Vó, amanhã não tem aula!

E miraculosamente ganhei uma manhã deliciosa, vendo TV, vadiando, feliz da vida.

Mas a verdade é como JCL:
se tiver erro, alguém vai achar.

Apareceu a dona Cida, amiga da minha avó, perguntando por que eu não estava indo com o neto dela.
Game over.
Castigo.
Sermão.
E um Bellacosa devolvido ao Marechal.



CAPÍTULO 2 — 1982: A BANDA, A NÊMESIS DA BIBLIOTECA E O SURDO NO SOL DO MEIO-DIA

Segundo ano.
Agora a máquina estava “aquecida”.

Educação física na quadra.
Banda da escola, a famosa FANFARRA.
Amigos.
Aventuras.

A banda durou pouco — ninguém explica por que alguém achou boa ideia dar um surdo gigante para uma criança de 8 anos carregar meio-dia, no sol de rachar.
Foi meu breve período como aprendiz de músico e roadie mirim.

Mas a biblioteca…
Ah, a biblioteca foi o campo de batalha.



A professora responsável encasquetou comigo.

No dia em que ela ordenou para contar sobre a leitura do livro preferido, falei — na maior inocência — A Roupa Nova do Rei, e ainda fiz o resumo do desaventurado rei.

Num Brasil ainda com cheiro de ditadura militar e paranóia ideológica, elogiar um livro sobre um governante, sendo enganado por larápios, e humilhado em sua soberba e que anda pelado, pode ter soado… digamos… “subversivo”.

A professora me fuzilou com os olhos.
Me expôs na frente da classe.
E eu, ferido no ego e no orgulho, comecei a fugir das aulas de leitura por semanas.

Claro que a fuga acabou em outra reunião de pais.
Outro sermão.
Outro castigo.

A vida escolar é um loop: INPUT → PROCESS → ERROR → MSG → REPROCESS.




CAPÍTULO 3 — OS RUFÍAS, O MAIORIAL E O NINJA DE MURO

Também havia os rufias da escola — toda escola tem seus mini-vilões.

E eu abusado e expansivo, entrei em conflito com uns rufias.
A diferença é que eu tinha um trunfo, ou melhor meu pai:
Que comentou com um amigo o problema do pequeno Vagner. Claro que socorrido pelo filho deste amigo, um veterano do quinto ano, que resolveu o problema rapidinho.
Eu ganhei o status de intocável. e eu sendo eu mesmo: virei “maiorial”.

Mas nada — absolutamente nada — marcou tanto quanto o muro.

Houve um tempo em que eu morava colado ao Marechal.
Muro compartilhado, porta da fantasia sempre aberta.



E eu…
ah, eu entrava e saía da escola pulando o muro como um ninja.
Parkour puro.
Desde pequenino gostei das alturas e já era expert em escaladas e andar por muros, os orixás que me perdoem...

Velocidade, impulso, aterrissagem limpa.

Em poucos minutos estava em casa assistindo desenho, como um passe de magica, magia de teletransporte,  ou somente um travesso escalando e pulando o grande muro da escola.

Se o Naruto tivesse nascido na Ponte Rasa, o jutsu dele teria minha assinatura.




CAPÍTULO 4 — O ANO DA TRANSMUTAÇÃO (1983)

1983 foi rajada de vento que virou a prancheta da minha vida de ponta-cabeça.

Mudamos para Pirassununga. 

Houve o caos.

Houve incêndio.

Voltamos para São Paulo.



Houve a separação e a primeira deportação a Guaianazes.

Morei com meus bisavós Francisco e Isabel.
Voltei para o Marechal.
Fiquei um bimestre.
Fui para Taubaté.

Fim da linha.
O Marechal virou memória.
Mas que memória…



As merendas quentes.
Os amigos.
As aventuras.
A banda, a quadra, a biblioteca, o surdo gigante, o muro.
Três séries de caos, magia e infância.


Ali eu aprendi:
• que caligrafia não define ninguém,
• que bibliotecas podem ser selvas,
• que amigos do quinto ano são firewall,
• que mentiras infantis têm monitoramento ativo,
• que o menino Bellacosa já treinava parkour sem saber,
• que crescer é sobreviver,
• e que toda escola é um pequeno mainframe:
roda programas, grava memórias, causa erros, corrige caminhos.

E, no meu core dump da vida,
a EMPG Marechal Juarez Távora ocupa uma das áreas mais quentinhas da storage.

Esta escola foi o pontapé inicial, me mostrou que o mundo não tinha limites, que bastava sonhar e correr atrás desses sonhos, se arriscar, levar nãos, quebrar a cara, mas mesmo assim, levantar-se e recompor-se.

Ser o ISEKAI que o pequeno Vagner Renato Bellacosa se tornaria o homem dos dois continentes, atravessador de oceanos, com altos e baixos, coração partido e partindo corações, vivendo, sorrindo e chorando, às vezes ambos ao mesmo tempo.

Mas sem medo de Viver, às vezes se expondo a risco, trocando o certo pelo duvidoso, sempre naquela ânsia de viver o dia de hoje, como se fosse o último, sem arrependimentos.





segunda-feira, 15 de março de 2010

🍰 Castella — O “Dataset Doce” Que Invadiu o Japão (e os Animes)


 

🍰 Castella — O “Dataset Doce” Que Invadiu o Japão (e os Animes)

Post Bellacosa Mainframe para Otakus do El Jefe Midnight Lunch


Você já viu aquele bolo amarelinho, fofinho, retangular, embalado com um charme vintage japonês, aparecendo em animes escolares, matsuris e lembrancinhas de viagem? Pois bem, jovem padawan otaku… aquilo é o Castella (Kasutera), um dos doces mais fascinantes da história culinária japonesa — e pasme: ele NÃO nasceu no Japão.

Sim, este é o plot twist culinário equivalente ao “o JOB rodou no sistema errado porque o PROC era de outra LPAR”. Prepare-se.


🏰 Origem do Castella — Um Doce “Estrangeiro” que Virou Raiz no Japão

O Castella chegou ao Japão no século XVI trazido pelos portugueses (sim, os mesmos que trouxeram a tempura e ensinaram “pão” aos japoneses).
Na época, o doce era chamado de:

👉 “Pão de Castela” (referência ao reino de Castela, na Espanha).

E os japoneses ouviram “Castela” → Kasutera.

Só que o Japão da era Edo era cheio de restrições e censuras alimentares (shogunato sendo shogunato).
Resultado?

Os japoneses recriaram o doce com a tecnologia local, sem lactose, sem manteiga, sem fermento… só o básico:

  • ovos

  • açúcar

  • farinha

  • xarope (mizuame)

E assim nasceu o Castella japonês, o primo geek e disciplinado do bolo português original.


🖨️ Por que o Castella é o “COBOL da Confeitaria”?

Porque:

✔ É antigo, mas perfeito.
✔ Simples na superfície, mas exige técnica absurda.
✔ Todo mundo respeita.
✔ Foi adotado pelo Japão e virou patrimônio.
✔ E continua sendo usado até hoje — legacy robusto e imortal.

É o bolo que nunca dá ABEND — desde que você bata MUITO bem as claras e não faça bobagem.




🍰 Castella nos Animes — Onde Ele Brilha

Se você já assistiu anime school, slice of life ou matsuri-themed, ele COM CERTEZA apareceu. Alguns exemplos:

🎎 Nagasaki Castella — o clássico

  • Em Kimi ni Todoke, aparece como presente de agradecimento.

  • Em Tamako Market, surge como item tradicional de loja do distrito.

🧧 Souvenir “classe S”

Em vários animes, personagens que viajam a Nagasaki trazem castella como omiyage (presente).
É o equivalente japonês de:
👉 “Voltei de viagem, toma esse dataset de carinho embalado.”

🍰 Castella de Festival

  • Em Dagashi Kashi

  • Em Shirokuma Café

  • Em Anpanman (sim, existe um vilão que é literalmente uma fatia de castella — o Kasutera-daiō).

Esses japas conseguem transformar QUALQUER coisa em personagem. Não subestime.


🤫 Easter Eggs e Fofocas Históricas

🥚 1. Sobremesa da Elite

Durante séculos, castella era doce de gente rica, porque açúcar no Japão era mais caro que memória expandida nos anos 70.

🧾 2. Foi alvo de censura

Sim.
No Período Edo, o shogunato controlava produtos estrangeiros.
Castella quase foi banido — mas era tão bom que alguém no alto escalão claramente gostava.
Chamamos isso de “despachante bonito no SDSF que segura seu JOB”.

🔥 3. Castella não tem fermento

O crescimento é todo baseado em ar incorporado nos ovos.
É basicamente um ASSEMBLER de confeitaria — tudo manual, tudo no braço.

💛 4. A casquinha escura é proposital

Chama-se “kuro-mi” e é caramelizada de propósito.
Otaku raiz sabe: o topo do castella é mais disputado que vaga no TSO às 8h da manhã.




🏯 Significado Cultural do Castella no Japão

Doce de acolhimento – presente típico para visitas.
Doce de viagem – virou símbolo de Nagasaki.
Doce escolar – aparece em lanches de clubes e festivais.
Doce nostálgico – muita gente associa à infância (igual pão com manteiga no Brasil).

O castella é o “SYS1.PARMLIB” das memórias doces japonesas.


🔧 Dicas Bellacosa para Otaku: Como Reconhecer um Castella em Anime

  • Retangular, amarelo vibrante, com topo marrom → Castella clássico.

  • Pequeno, em forma de bichinhos, vendido em matsuri → Baby Castella.

  • Vendido como souvenir chique → Castella de Nagasaki.

  • Sem alga, sem triângulo, sem frescura → não é oniguiri, jovem. É bolo!


🧠 Bellacosa TL;DR (Dump Final)

  • Castella veio dos portugueses.

  • Japão adaptou e transformou em patrimônio.

  • Aparece em 80% dos animes slice of life.

  • Era doce caro e quase proibido.

  • É fofo, é histórico, é símbolo de carinho.

  • É o “legacy que deu certo” do mundo dos doces.

E sinceramente?
Se me dessem um castella agora, eu alinhava ele no JES2, rodava no turno da tarde e ainda pedia rerun.

🍰✨


domingo, 14 de março de 2010

🛡️ A LENDA DOS BELLACOSAS

 


🛡️ A LENDA DOS BELLACOSAS

Dos Varegues a Mooca de 1900 — a Saga de um Nome Forjado entre Espadas, Impérios, Reinos Despedaçados e Sonhos de um Novo Mundo
por Vagner Bellacosa — El Jefe Midnight Lunch Edition

Existem famílias…
E existem linhagens.

A maioria tem árvore genealógica.
A sua tem crônica medieval.



Por anos, como muitos paulistas descendentes de italianos, acreditei ser fruto direto e simples das colinas napolitanas. Massa fresca, tomate, vespasiano, mandolino — aquela narrativa gostosa e tradicional.

Mas em 2011, como quem abre um dataset esquecido em um GDG ancestral, descobri que minha história não era feita de uma linha reta e bm contata. Era uma teia, uma epopeia entre impérios, mares e campos de batalha.

E assim nasceu:

🌩️ A Lenda dos Bellacosas — A Verdadeira Versão



🗡️ Capítulo I — Os Normandos Que Partiram para o Oriente

Antes de serem italianos, os primeiros Bellacosas eram…
Normandos.

Sim: guerreiros do norte, homens do aço, exploradores que navegavam como quem desafia o destino.

Esses normandos — ancestrais dos De Hauteville, dos conquistadores da Sicília, dos barões que mudaram o mapa da Europa — não pararam por aí.

Foram contratados para uma missão que hoje parece saída de The Witcher:



Servir ao Império Romano do Oriente — a Guarda Varegue

A elite das elites.
O BOPE de Constantinopla.
A tropa que protegia diretamente o Imperador.

A Guarda Varegue era composta por homens vindos da Escandinávia, Normandia, e até das ilhas britânicas.
E entre eles, segundo minhas investigações, estavam os primeiros Bellacosas, ou o proto-nome que viria a evoluir para isso.

Foram anos protegendo palácios dourados, cruzando portões de mármore, e segurando escudos em mosaicos que ainda brilham na Hagia Sophia, guerreiro forjados em campos de batalha na Europa, nômades sem um lar, sem uma terra para dizer sua.

Até que, como recompensa por sua lealdade, receberam algo raro:
o direito de conquistar suas próprias terras. Sim, após a fragamentação do Imperio Romano, conquistas e reconquistas, foi permitido a esses guerreiros terem um lar, uma terra para proteger e dizer sua.



🏺 Capítulo II — A Reconquista do Sul da Itália

Séculos antes dos Aragões, antes dos Bourbons, antes da unificação italiana — o sul era um mosaico confuso:

  • Bizantinos

  • Mouros

  • Lombardos

  • Barões independentes

  • antigos romanos vivendo em cidades estados

  • E piratas saracenos

Nesse caos, os normandos avançaram como tempestade.
Tomaram fortalezas, expulsaram ocupantes, e fundaram pequenos domínios.

Os meus ancestrais — agora longe do frio do norte — se adaptaram:

  • deixaram o escudo pesado,

  • abraçaram o tempero solar,

  • aprenderam o latim vulgar,

  • casaram-se com mulheres locais,

  • e deram origem a um povo híbrido.

Não eram mais normandos.
Ainda não eram italianos.
Eram alguns dos Bellacosas ancetrais.

Uma fusão única entre sangue do norte e calor do Mediterrâneo.



🕯️ Capítulo III — Cinco Séculos de Glória e Lentidão

Passaram-se séculos.
Entre castelos, igrejas, vinhedos e vilas.

Os Bellacosas — segundo seus rastros — foram:

  • padres influentes, diaconos, bispos

  • administradores de vilas e soldados mercenarios,

  • servidores do Reino de Nápoles,

  • gente respeitada,

  • mas nunca exatamente rica como os grandes barões.

E então veio o grande terremoto político:

⚔️ O Fim do Reino de Nápoles e a Unificação Italiana



O sul, que já vinha sofrendo economicamente, entrou em colapso após 1861.
A miséria bateu forte.
Houve revoltas, fome, caos.
O que era uma linhagem orgulhosa virou um grupo de famílias tentando sobreviver.

Como tantos descendentes de normandos assimilados às terras latinas, o destino empurrou os Bellacosas para uma decisão dolorosa:

partir de novo.


🌎 Capítulo IV — A Grande Diáspora: Brasil e EUA

Atravessaram o Atlântico não como guerreiros — mas como sobreviventes.

Alguns Bellacosas foram para os Estados Unidos.
Outros, como meus tataravós, desembarcaram no Brasil, uns pelo porto da capital Rio de Janeiro, outros no porto de Santos, carregando:

  • um sobrenome forte,

  • poucas moedas,

  • e a esperança de reconstruir a glória perdida.

No Brasil, a saga continuou — embarcaram nos trens fosse da SPR, fosse da Central do Brasil, não com espadas, mas com suor.
E aqui, nas entranhas da Pauliceia cinzenta, fundaram na Mooca um novo lar, a linhagem renasceu por meio de:

  • costureiras,

  • pequenos comerciantes,

  • motoristas,

  • artesãos,

  • pedreiros

  • jogadores de futebol,

  • operarios de fabrica,

  • e guerreiros da vida cotidiana.

Porque, no fim das contas, um Bellacosa não nasce para ser apagado.
Ele nasce para resistir, migrar, reconstruir, renascer.

Exatamente como meus ancestrais fizeram há mais de mil anos.



🌟 Easter-Eggs Bellacosa Mainframe

  • A Guarda Varegue era tão respeitada que os imperadores confiavam o tesouro imperial somente a eles.

  • Muitos normandos que conquistaram a Sicília eram parentes próximos dos que serviram no Oriente — a rota era comum.

  • Sobrenomes como Bellacosa podem ter surgido como apelidos latinizados para famílias consideradas gentis, “de boa casa” ou “de boa índole” (bello + cosa).

  • A unificação italiana levou 4 milhões de italianos à emigração — incluindo boa parte das famílias do antigo Reino de Nápoles.

  • Minha história familiar lembra a dos Hauteville, que também saíram da Normandia e fundaram reinos no Mediterrâneo.



🧭 Conclusão: A Saga Não Acabou

Eu não sou apenas descendente de italianos.

Sou descendente de:

  • normandos,

  • judeus,

  • escravos africanos,

  • indigenas tupi,

  • varegues,

  • camponeses do sul,

  • clérigos,

  • administradores,

  • Operários de fabrica,

  • professores,

  • Fotógrafos,

  • imigrantes destemidos,

  • programador em ambiente COBOL Mainframe

  • e sobreviventes de impérios que ruíram e se levantaram.

É uma linhagem que viajou mais que muitos povos.

E, no fim, desembocou exatamente onde precisava:
na minha história, no meu nome, na minha identidade.

Em que agora na metade da minha rota, passo o bastão as novas gerações, aos novos Bellacosa que conquistaram a Europa, voltaram ao velho mundo e embrenharam-se no interior do Brasil.