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segunda-feira, 20 de junho de 2022

📸 Luz, Química e Memória — O Retratista e o Filho

 




📸 Luz, Química e Memória — O Retratista e o Filho

Meu amor pela fotografia começou muito antes de eu segurar uma câmera.
Nasci em meio a lentes, flashes, negativos e o cheiro doce e metálico dos químicos de revelação.
Meu pai era fotógrafo profissional — ou, como se dizia na época, um retratis­ta.
Aquele que não apenas tirava fotos, mas capturava a alma das pessoas no instante em que o tempo piscava.



Cresci entre máquinas Yashica, Pentax, Zenit, Minolta, rolos de filme Kodak e Fujifilm, flashes com baterias que pareciam instrumentos de ficção científica, e bobinas de 35mm, 40mm e monoclinhos.
Meu playground era o laboratório — um espaço entre o real e o mágico.




Acompanhava meu pai aos eventos de todos os tipos:
casamentos, batizados, aniversários, velórios, festas de rua, times de futebol e retratos de família.
Cada clique era uma cápsula de tempo, cada flash uma explosão de memória condensada.

Enquanto outras crianças brincavam com carrinhos, eu brincava com monóculos, olhando os negativos contra a luz.
Lembro dos rolos de filme pendurados para secar no varal, das fotos em preto e branco emergindo lentamente na bandeja de revelação, como se o papel respirasse o milagre da imagem.
Era pura alquimia — a magia de transformar prata e luz em lembrança.



Nos livros do meu pai encontrei o outro lado da arte:
a fotografia técnica, a fotografia artística, o passo a passo para construir um laboratório doméstico, os segredos de exposição, enquadramento, foco e narrativa visual.
E ele me ensinava tudo isso com paciência e brilho no olhar, como um sensei das sombras e da luz.

Mas a profissão, naquela época, era de extremos.
Fotógrafos viviam entre vacas gordas e vacas magras, oscilando conforme os calendários de festas e as fases da economia.
Era um ofício de glamour e aperto, luxo e cansaço, arte e sobrevivência.
Um retratista não trabalhava com pixels — trabalhava com expectativas humanas.

Hoje, décadas depois, o digital substituiu o químico,
o sensor ocupou o lugar do filme,
e o laboratório virou um software.
Mas no meu coração ainda vibra aquele som do obturador mecânico, seco e sincero, como um pulso da alma.



Carrego comigo o legado: o prazer de documentar o mundo.
Já tive dezenas de câmeras — e um acervo com mais de 50 mil fotos.
Cada uma delas é um fragmento do que vivi, do que vi e das pessoas que cruzaram meu caminho.

A fotografia me ensinou algo que vale para tudo:
não basta olhar — é preciso ver.
Ver o instante, a emoção, o erro, o reflexo.
Ver o invisível antes que o tempo apague.

E, talvez por isso, sigo clicando.
Não para congelar o passado — mas para manter o presente vivo.
Porque, no fundo, cada foto é uma linha de código da alma:
um registro persistente no mainframe da memória humana.

terça-feira, 30 de abril de 2019

Natal na Capital Paulista, enfeites e arvores enfeitam as ruas do centrão

Um andarilho explorando o Natal na Capital Paulistana.


Estamos em Dezembro de 2018 no centro velho da Capital Paulistana caminhando pelas ruas principais e visitando diversos pontos turísticos que ganharam um encanto maior.


Estão enfeitados para receber o bom velhinho, nossa jornada começa na rua São Bento, caminhamos rumo ao metro, descemos na praça principal e podemos ver a árvore de Natal ocupando todo o espaço.

Após esta pequena voltinha vamos rumo ao Mosteiro de São Bento com seu imponente relógio e sinos fantásticos, adentramos na igreja e vemos um lindo presépio e outras interessantes salas, que merecem uma visita mais detalhada.

Na próxima visita corremos até rua 24 de Maio na antiga loja da Mesbla, hoje transformada num imponente centro cultural do SESC com sua fantástica árvore de Natal e diversas pessoas frequentando este espaço.

Finalizamos nossa jornada rumando a Galeria Nova Barão na Rua 7 de Abril passando pela sua praça interior com fontes, banquinhos e belo jardim, enfeitado com temas natalinos.

Espero que tenham gostado de nossa memoria natalino, deixe seu joinha, comente e partilhe nosso video e caso não seja inscrito, inscreva-se em nosso canal.

#SãoPaulo #Natal #SãoBento #Enfeites #PapaiNoel #Relogio #ArvoreNatal #Luzes #Natalino #Presepio #Mosteiro #Praça #Andarilho #SESC #Mesbla #ConselheiroCrispiniano #Rua7deAbril  #Rua24deMaio

domingo, 18 de junho de 2017

Grutas de Mira D'aire e seus tesouros

Entre estalactites e estalagmites.


Estamos passeando pelo distrito de Leiria, na região de Mós tem uma belíssima caverna, totalmente adaptado ao turismo, aqui descendo ao seu interior temos um verdadeiro show de luzes pelos lagos, vemos diversos espeleotemas, um grande lago subterrâneo diversas estalactites e vamos ao seu interior.

Serve para pensarmos que uma cidade bem administrada, explora todos os recursos naturais para trazer turistas e impressionar as pessoas.



quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Passeando as margens do rio Tamanduatei

Avenida do Estado e o mercado municipal


No ultimo dia do ano, uma volta pelo centro velho de Sao Paulo vendo o Rio Tamanduatei, o mercado municipal e os velhos prédios que fizeram a historia do centro velho de Sao Paulo.

Aproveitando para contar ao formiga velhas historias de outros tempos.


Foram bons anos que passei no centro, andando por estas ruas e aproveitei esta passagem para relembrar velhas historias, Vendo as evoluções, novas construções, demolições das antigas. O antigo quartel abandonado... o palácio das industrial uma vez abandonado, depois reformado , outra vez abandonado e agora um museu.


domingo, 17 de agosto de 2014

Ir Para a Cidade: A Epopeia Mágica do Mappin

 


El Jefe – Ir Para a Cidade: A Epopeia Mágica do Mappin

Por Vagner “Formiguinha” Bellacosa – Versão Bellacosa Mainframe

Existem viagens que não precisam de avião, navio ou estrada longa.
Basta um domingo, uma avó guerreira e uma criança de cinco anos com os olhos arregalados para que um simples percurso se transforme em portal.

Na Vila Rio Branco, Zona Leste, ir ao centro de São Paulo não era deslocamento.
Era ritual quase duas horas de ônibus para ir, mais duas para voltar.
Atravessando Vila Esperança, Penha, Tatuapé, Belenzinho, Brás na sua histórica Avenida Celso Garcia, ora parando no parque Dom Pedro, ora indo mais longe até a Praça Ramos de Azevedo...



Era dito com respeito, língua solene, sílaba cheia:
“Vamos pra… CI-DA-DE.”

Sair do bairro com casinhas terreas, um ou outro sobrado para ir num lugar cheio de arranha-ceus, espigões, hoje espalhados pelos 4 cantos da cidade, mas naquela época, visíveis somente nas regiões centrais. A avenida Paulista ainda era coroada pelos imensos casarões decadentes, que nos anos posteriores foram sendo demolidos e transformados em magníficos edifícios do coração financeiro da América Latina.

Um decreto real, quase uma SVC 13 chamando o próximo job da memória.

E lá ia o pequeno Vagner — inquieto, curioso, formiguinha gulosa — escoltado pela avó Anna: tecelã, doceira, general das panelas e sacerdotisa da fé.
Dessa vez, rumo ao templo supremo do consumo elegante:
O MAPPIN.




O Mappin não era loja. Era outro mundo.

Antes dos shoppings, antes das multimarcas, antes do consumo pasteurizado, existia um gigante de salões amplos e decoração de novela.
Entrar ali era como mudar de realidade —
uma espécie de isekai paulistano, só que sem magia digital:
a magia era real.

As portas se abriam e o cheiro vinha na hora: perfume, tecido, madeira encerada e o ar-condicionado que parecia soprar riqueza.

E então ele aparecia:
o ascensorista.

Um senhor de terno impecável, geralmente esverdeado, luvas brancas, sorriso cordial — tão elegante quanto um maître parisiense, mas muito mais carismático.
Segurava a porta de ferro, olhava para cima e anunciava, como narrador de rádio antiga:

— Terceiro andar… cama, mesa e banho.
Quarto andar… mobiliário.
Quinto andar… brinquedos.

E cada anúncio era uma promessa.
Cada andar, um universo cheio de possibilidades. E seus fabulosos e prestativos funcionários com elegante roupa verde, mantendo a identidade visual do grande magazine. 




A escada rolante: a montanha-russa da infância

Hoje banal.
Naquele tempo?
Tecnologia futurista.
Uma linha de montagem mágica que engolia crianças e devolvia adultos sorrindo.

O pequeno Vagner subia como quem vai para o espaço.
Sentia o coração bater.
As mãos suavam.
E a avó sorria — ela já tinha visto isso mil vezes, mas gostava de ver o menino se maravilhar.




A lanchonete e a invenção da “praça de alimentação”

Antes dos shoppings transformarem comida em sistema, o Mappin já sabia fazer a coisa acontecer.
Mesinhas impecáveis, talheres brilhando, garçons com educação britânica.
Sorvete de casquinha cremoso, perfeito.
Um caldo de cana ou um doce que parecia ter vindo de um reino distante.

Para uma criança da Vila Rio Branco, aquilo não era lanche.
Era glamour com gosto de infância.




O relógio do Mappin

Atravessando a rua, reinando em frente ao Teatro Municipal, estava ele:
o relógio que marcava a hora de São Paulo.

Imponente, elegante, com aquele ar de “eu sei que você olha para mim todos os dias”.
Ponto de encontro de casais, famílias, profissionais, fotógrafos — e, claro, da avó Anna e seu neto explorador.





O jingle que virou tatuagem da memória

Você lembra.
Todo mundo lembra.
É impossível esquecer.

🎶 “Mappin, venha correndo, Mappin, é a liquidação…” 🎶

Naquela época, jingle era marketing.
Hoje, virou patrimônio emocional.




Presentes com pedigree

Não se embrulhava um simples presente.
Se embrulhava status.
O papel verde, o logotipo inconfundível — abrir aquilo era receber um pedaço de São Paulo.

E para o garoto que vivia entre armazéns simples da periferia, aquilo era quase um passe para outro mundo:
um mundo onde tudo brilhava, cheirava bem, funcionava, sorria.




O que fica quando tudo passa

O Mappin faliu.
Fechou.
Virou fantasma arquitetônico, história contada entre cafés e saudades.

Mas…
Dentro do adulto Vagner, ele continua vivo.
Vive no garoto curiosíssimo que andou de elevador dos anos 1970,
se encantou com escadas rolantes,
comeu sorvete de casquinha,
e acreditou, com toda a força da inocência,
que aquele lugar era uma porta para o infinito.

E era.

Porque quem vive intensamente uma memória nunca perde o lugar — carrega o lugar dentro.

O Mappin quebrou.
Mas na sua lembrança?
Ele ainda está de portas abertas.

Com elevadorista sorrindo,
com brinquedos no quinto andar,
com o papel verde esperando embrulhar um sonho,
com Anna segurando sua mão,
com você olhando para cima como quem descobre o mundo.



Um dia o Mappin se foi, ganância de empresários, erros estratégicos, crise financeira e um legado da cultura paulistana do século XX, se foi, ficando somente memorias e lembranças. Que vão se apagando da mente humana.




sábado, 2 de outubro de 2004

Caminhada pelo centro histórico de Itatiba SP

O centro histórico de Itatiba SP


Ver fotografias antigas é um prazer, aqui temos o centro de Itatiba como era em 2004, vejam os tipos de carros estacionados, vejam as evoluções dos edifícios, veja a igreja matriz, a biblioteca, alguns casaroes.



Esta pequena viagem no tempo permite-nos reflectir sobre nossa cidade, pensar naquilo que deu certo e naquilo que deu errado.

Historicamente Itatiba foi rica com as plantações de café, chegou a possuir um ramal ferroviário próprio que interligava a cidade em diversos pontos, possui acesso a 3 maiores rodovias do estado de SP.

Tem um rio de médio porte que fornece agua para a cidade e por estar em uma região de planalto, tem um ecossistema diferenciado, existem tantas coisas que podem ser feitas, exploradas que possam permitir a cidade crescer e enriquecer.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 1990

O Centro Velho de Sao Paulo na decada de 90

Amo o centro de São Paulo, tantas caminhadas fiz... 

Desde a tenra infância tenho um amor pelo centro, quando chegava o final do ano, meus pais diziam que tínhamos que ir ate a "cidade" para comprar as bolas de natal e nossos presentes. Era uma alegria chegar no parque Dom Pedro (mesmo passando mau no ónibus).

Subir aquela ladeira cheia de lojas, cheia de gente e barracas, entrar em loja por loja em busca da melhor oferta. Fui crescendo e esse amor evoluindo. Anos mais tarde quando comecei a trabalhar fui logo escalado para ser office-boy no centro.

Nessa época foi a gloria conhecia todos os artistas de ruas, sabia de cor e salteado as trapaças dos trambiqueiros, nos fliperamas e lugar menos bons era reconhecido pelos trombadinhas e nunca tive nenhum problema no centro, entregando todos as minhas remessas sem nenhum extravio.

Conhecia as meninas da Martins Fontes, as meninas da João Mendes... tabu mesmo era só a rapaziada da Republica, evitava passar por ali, as vezes fazia uma longa volta pela Avenida São João só para não ter que atravessar a praça.

Comprava revistas suecas para revender na Paulista, ia na galeria do Rock em busca de tintas e equipamentos de tatuagem (serviço que naqueles anos 90 começavam a surgir pela cidade), comprava disco em vinil raro na 24 de Maio, selos na Conselheiro Crispiniano, revelava fotografias e buscava material fotografico na Amaral Gurgel.


Na Sao Bento comprava produtos químicos na Boutique Veado Douro e tantas outras encomendas que me faziam, sempre tinha uma listinha de compras a fazer no centro... Galeria Page, Florêncio de Abreu, Ladeira Porto Geral e tantas outras,

De final de semana quando nao tinha nada para fazer ia dar minhas voltinhas pelo centro, assistir filmes no Olido, Ipiranga, Maraba, Marrocos e vários outros que hoje são estacionamentos e igrejas, mesmo as quartas-feiras com a meia entrada era uma grande pedida.

Não esquecendo o Mappin e o Mesbla templos do consumo, ou a esfiha Chic da São João, o caldo de cana e pastel no Largo do Passaindu. E as igrejas, o teatro Municipal, o Mercado que era todo sucateado, as banquinhas de jornal e os sebos. Que vida tinha o centro.


Curiosidades do centrão

1️⃣ Caminhe pelas ruas de pedra

O Triângulo Histórico, entre Rua XV de Novembro, São Bento e Direita, ainda guarda trechos de paralelepípedos originais, usados desde o século XIX. São perfeitos para sentir o ritmo da cidade antiga.


2️⃣ Observe os detalhes arquitetônicos

Prédios como o Edifício Martinelli e o Palácio das Indústrias têm relevo, cerâmicas e vitrais quase esquecidos. Muitos visitantes passam sem notar pequenas assinaturas de arquitetos e escultores.


3️⃣ Igrejas antigas

O Mosteiro de São Bento e a Catedral da Sé são tesouros históricos. Curiosidade: a Sé foi construída sobre o marco zero da cidade e já teve múmias e ossários preservados sob o solo.


4️⃣ Descubra a arte urbana antiga

Alguns edifícios têm murais e painéis de azulejos escondidos em fachadas laterais. São verdadeiros easter eggs históricos, quase invisíveis aos apressados.


5️⃣ Mercado Municipal – além dos pastéis

O Mercadão é famoso, mas poucos sabem que suas portas e vitrais contam a história dos alimentos que chegaram à cidade com imigrantes italianos, japoneses e portugueses.


6️⃣ Biblioteca Mário de Andrade

Uma das maiores bibliotecas da América Latina, com coleções raras sobre São Paulo antiga. Vale explorar os corredores silenciosos e mapas históricos da cidade.


7️⃣ Pequenos cafés históricos

O Café Girondino e o São Domingos resistem há décadas. Ali você encontra decoração original, cardápio tradicional e mesas que viram palco de negociações e fofocas históricas.


8️⃣ Passeio de bonde e memória

Embora os bondes originais não circulem mais, ruas como a Itaim Bibi preservam calçadas e trilhos antigos. Eles contam a história do transporte público antes do metrô.


9️⃣ Beco do Pinto e ruas escondidas

O centro antigo tem vielas e becos pouco conhecidos, onde antigos cortiços e lojas de artesanato sobrevivem ao tempo. São ótimos para descobrir pequenas histórias urbanas.


🔟 Museus secretos

O Museu Anchieta, o Museu de Arte Sacra e pequenos centros culturais guardam relíquias esquecidas, de documentos coloniais a peças de ouro do ciclo do café, quase invisíveis aos turistas comuns.