sábado, 20 de março de 1993

Palmilhando a vila dos ingleses em Paranapiacaba.

A vila dos ingleses de Paranapiacaba e a ferrovia.


Para aqueles que gostam de arquitectura e arqueologia industrial, Paranapiacaba é o point... próximo a São Paulo, encravada na serra do Mar, protegida da especulação urbana e crescimento descontrolado.

Essa pequena Vila foi durante muito tempo a sede de operações da ferrovia que ligava a capital ao porto de Santos, suas casas em estilo inglês foram usadas por gerações de operários dos caminhos de ferro. Segundo-se consta a madeira veio importada dos países bálticos Lituânia e Letónia, os tijolos e ferros da Inglaterra.

A vila foi planejada para ser funcional dentro dela facilmente consegues se deslocar ate as oficinas e pateos da ferrovia.

Os pateos de manobras, as oficinas de fundição, manutenção e funiculares sao outros pontos de grande interesse, ali pode-se ver como era a operação ferroviária nos primórdios do século XX.




Este video foi feito com fotos de mais uma aventura da equipe encaminhada, fizemos um giro pela cidade e adentramos pela serra do mar, cruzando antigos trechos da ferrovia, passando por pontes e túneis abandonados.

terça-feira, 19 de janeiro de 1993

Explorando Vila Velha no Espírito Santo

Visitando as atraçoes de Vitoria e Vila Velha

Como publiquei num post anterior, a primeira Vagneida me levou a Porto Seguro, após ficar 10 dias curtindo aquela região, chegou a hora de partir, mas ainda não queria retornar para casa, vi em algum jornal ou conversa de alguém sobre Vila Velha.

Lembrei que a fabrica do chocolate Garoto era por ali, também me lembrei de ter lido qualquer coisa sobre uma cidade de pedra (malditos tempos sem Google) kkkkkk

Terminado os preparativos fechei a mala, esperei o Carlo, um conhecido de Eunapolis passar de caminhonete e segui ate a rodoviária de Eunapolis, para apanhar o ónibus para Vitoria. Mas antes ajudei a descarregar alguns milheiros de blocos de construção, filei uma boa na casa dele e ainda fomos conhecer uns bons alambiques, que segundo ele produziam a melhor cachaça do sul da Bahia.

Enfim a noite embarquei rumo ao Espírito Santo. Desta viagem o que me recordo foi ter conhecido um napolitano que estava viajando pelo Brasil, acompanhado por uma deliciosa, escultural mulata carioca, ambos pessoas bem cultas e de boa conversa. Recordo-me divertidamente quando ele olhava para ela é pedia "solo un bacione", " solo uno amore mio, uno" ...



Chegar a Vitoria foi fácil, rapidamente encontrei um albergue da juventude e la me hospedei, no primeiro dia fui ate a fabrica da Garoto, louco de curiosidade de saber se havia algum museu ou visita guiada pelas instalações. Essa foi minha primeira frustração, na fabrica não havia nenhuma actividade cultural. Ate hoje não gosto muito dos produtos garoto, por causa disso.

Vamos a segunda frustração, rodei e rodei não encontrei a dita vila de pedra e com o dinheiro acabando precisava encontrar um banco, quando descubro que o Banespa nao permitia saque em outro estado, nervoso tive que procurar em Vitoria, onde tinha uma agência Banespa para somente assim poder fazer saque.

Na capital e com dinheiro no bolso fui ate o centro de informações, nisso vem minha terceira frustração, meio por burrice minha mesma, pergunto para uma jovem linda de olhos azuis que la trabalhava, como fazia para chegar na vila de pedra conhecida como Vila Velha. A menina olhou para mim seria, pensou, conversou com uma colega e com um lindo sorriso no rosto (meio que dizendo de que planeta este doido veio), Cortezmente me indicou que a tal vila que eu procurava ficava no Paraná.

Com a minha cara de decepção, ela ainda tentou ser simpática dizendo que era um erro comum, que muita gente vinha perguntar aquilo, meu deu um mapa da cidade e me apontou coisas bacanas para eu ver ali.

De posse do mapa palmilhei as duas cidades, este video contem algumas imagens por exemplo o Mosteiro Nossa Senhora da Penha, a ponte que une Vitoria e Vila Velha, um farol marítimo e varias coisas legais.








domingo, 10 de janeiro de 1993

Porto Seguro e arredores.

Vagneida em açao explorando o sul da Bahia.


Estou me deliciando com esta viagem de mochila as costa sem destino, tenho conhecido tanta gente, um argentino (Adrian), um carioca (Marcelo), varias meninas. Realmente Porto Seguro é o local ideal para os solteiros, quanta mulher sozinha, mas mudemos de assunto.

Fiz o percurso partindo de Porto Seguro: onde conheci a cidade velha e as construções da época colonial, de la segui até Santa Cruz Cabralia e conheci a coroa vermelha, o local simbólico da primeira missa, os índios. Terminado este ponto me dirigi ao sul, atravessei de balsa em Direcção ao Arraial da Ajuda, dormi na praia após um lual com montes de gente, pela manha prossegui ate Trancoso.

Estando de boa sentando em baixo de uma árvore, um estranho se aproxima e pergunta se eu podia dar uma ajuda. Acontece que esta pessoa, chamava Carlos tinha um caminhão e fazia entrega de blocos, mas seu ajudante tinha deixado ele na mao. E estava precisando de ajuda para descarregar o caminhão, como não tinha nada para fazer.

E achei tão engraçado a abordagem, fui la ajudar em 2 horas descarregamos toda a carga, saboriei da pinga de Eunapolis, terminado o serviço ganhei uma carona de caminhão ate Porto Seguro e um convite para conhecer Eunapolis.




As praias desertas de Arraial d'Ajuda e Trancoso, limpas e maravilhosas me marcaram para sempre como o desenho da praia ideal, aguas azuis fervilhando de vida marinha, a lagoa azul e os banhos de lama, a amabilidade do povo bahiano, as delicias da culinaria local, a generosidade das pessoas e a diversao doida da passarela do álcool. Fizeram desta primeira Vagneida, um vicio que ate hoje nao perdi, VIAJAR.






















Para saber mais:

A mae de todas as viagens

sábado, 9 de janeiro de 1993

A mae de todas as viagens : Porto Seguro

Toda historia épica tem um prologo.

A Vagneida começou aqui, durante anos sonhei com grandes aventuras, sair sem eira nem beira. Na década de 80, iniciei algumas pequenas aventuras, gradualmente ampliando meu raio de açao, 50, 100, 200 ate 300 kilometros longe de casa.

 Em 1992 comprei meu chapéu de Indiana Jones e no principio de 1993, fiz aquela viagem que foi meu ponto de virada e com ela descobri que queria girar o mundo. Numa época sem Internet e computadores eram objectos herméticos e cheios de segredos.

A Lulu, uma grande amiga de outros tempos, estava tirando ferias e disse qualquer coisa sobre Porto Seguro, em um almoço. Como gosto de historia sabia que tinha sido o local onde os portugueses ficaram a bandeira de conquista e reconhecimento das terras para a coroa lusitana.

Fora isso não sabia mais nada, achava que o tempo tinha riscado este porto do manha, sem tempo de poder ir ate a Biblioteca, resolvi ser radical e fui ate a Rodoviária do Tiete, guiché de informações (com uma senhora muito cortez e prestativa).

Peguei a fila e fiquei aguardando minha vez, ao chegar com a cara mais seria possível, perguntei qual o guiche vendia bilhetes para Porto Seguro, a senhora olhou nos apontamentos e disse que era a São Geraldo bla bla bla... agradeci satisfeito com o sucesso da missão, ja saindo viro e fazendo uma cara displicente perguntei em que estado ficava. ela sorrindo e fazendo cara que tinha percebido, soltou Bahia e atendeu o próximo viajante.



Iupiiii corri para o guiché comprei o bilhete e retornei para casa, enchi o mochilao, peguei uma bolsa que cabia uma caixinha de isopor, fui ao mercadinho comprei cerveja e parti.

Esse foi o planejamento todo para minha primeira grande aventura, A primeira grande viagem que fiz na vida.



quarta-feira, 16 de dezembro de 1992

A avenida mais importante do Brasil.

Avenida Paulista em 1992


Tudo começou com o desligamento de um colega de trabalho, ele se chamava Paulo e queria voltar para a sua cidade Penápolis, como éramos colegas e num dos almoços que estávamos juntos. Ele conhecedor da minha paixão pela fotografia, me encomendou algumas fotos da Paulista, que ele queria levar para sua cidade e ficar relembrando dos anos que aqui trabalhou.

Um dia saímos da alameda Santos e fomos ate quase a brigadeiro, eu ia fotógrafo os prédios que ele queria, hoje passado quase 3 décadas, resgato estas fotos num vídeo, a Paulista perdeu importância, virou uma espécie de centro velho-novo.



Empresários e grandes empresas deslocaram suas sedes para outros pontos, porem a grandiosidade dos prédios ainda se mantém.

1️⃣ A “Nova York brasileira”

Quando foi inaugurada em 1891, a Paulista tinha apenas algumas casas de alto padrão e ficava praticamente isolada. Com o tempo, se transformou em um centro financeiro e cultural, sendo comparada a Wall Street pelo seu poder econômico.


2️⃣ Originalmente residencial

Antes de se tornar um centro financeiro, a Paulista era dominada por mansões de famílias ricas do café, como os Matarazzo e os Villela. Muitas dessas casas foram demolidas nos anos 60 e 70 para dar lugar a arranha-céus.


3️⃣ Museu e cultura de sobra

A avenida abriga instituições culturais importantes, como:

  • MASP (Museu de Arte de São Paulo) – famoso pelo vão livre suspenso

  • Instituto Moreira Salles – exposições de fotografia

  • Centro Cultural FIESP

Curiosidade: o MASP possui uma das maiores coleções de arte da América Latina, com destaque para pinturas europeias.


4️⃣ Eventos icônicos

A Paulista é palco de manifestações políticas, shows e eventos culturais. Desde 2004, aos domingos, a avenida é fechada para carros e aberta para pedestres, ciclistas e artistas de rua — o famoso “Domingo na Paulista”.


5️⃣ Um toque verde no concreto

Apesar de ser famosa pelos arranha-céus, a avenida tem áreas verdes, como praças, canteiros e o Parque Trianon, que é uma das poucas áreas preservadas da Mata Atlântica original em São Paulo. Esse contraste urbano-natural é uma das marcas da Paulista.