sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A bola saltitona no Shopping Dom Pedro

Brincadeira de Primos no shopping



Dia desses pegamos o formiguinha e a priminha dele e fomos dar uma voltinha no Shopping Dom Pedro de Campinas, após as voltinhas de costumes e ida ao MC,

Resolvemos leva-los na área dos jogos, qual a nossa surpresa, havia sido instalado uma piscina com bola flutuantes.


O formiguinha ficou receoso, porem a priminha mandou ver e se divertiu a valer.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Cama elastica na festa de aniversario do Gui

Bagunçando na cama elastica

A Festa de Aniversario sempre é a alegria da criançada, agora imaginem um monte de garotos fazendo bagunça juntos e que nesta festa tem uma cama elástica.

O formiguinha pirou quando viu, nao se via garotos na festa, todos estavam aguardando impacientemente sua vez para saltar e saltar na cama de elástico.




Numa das vezes em que o formiguinha foi, consegui capturar alguns momentos, vocês nem imaginam a briga que foi para ele sair dali para ir cortar o bolo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

🚂 Sorocaba/1982 — Arquivo de Trilhos, Banheiros Selvatizados & Carnaval Infantil

 


🚂 Sorocaba/1982 — Arquivo de Trilhos, Banheiros Selvatizados & Carnaval Infantil

(Tape Load > /memories/1982/sorocaba_train_trip.bin)

Algumas lembranças não vêm em HD — mas vêm quentes.
Vêm com cheiro de diesel, com vento na janela e com aquele tec-tec hipnótico que só trilho antigo sabe fazer.

1982.
Meu pai tinha o velho fusca azul, fiel e barulhento.
Mas naquele carnaval decidimos fazer algo maior — ir de trem até Sorocaba.
Sim, aventura ferroviária pura, raiz, sem tutorial, sem Google Maps, apenas alma e trilhos.

Lembro da chegada à Estação da Luz, imponência de cartão-postal.
Dali, seguimos rumo à plataforma da Sorocabana, para embarcar no trem da antiga Sorocabana, já sob comando da Fepasa — gigante paulista dos tempos em que ferrovia ainda era mapa vivo no Estado.


A viagem foi mais do que transporte — foi rito de passagem.

A janela era cinema.
O trilho era trilha sonora.
E eu, garoto encantado, absorvia tudo como backup eterno na cabeça.

E tinha o carrinho de guloseimas, claro.
Pipoca estalando, refrigerante de garrafa pesada, biscoito de polvilho, amendoim torrado com cheiro que invadia vagão inteiro.
A experiência completa.



Mas a parte que o tempo nunca apagou —
o banheiro da estação.
Aquele banheiro ferroviário raiz, digno de paleontologia social brasileira:

Sem privada.
Duas plataformas para apoiar os pés, agachar e rezar para a estabilidade.

Se eu não estivesse surpreendido, vem a maior de todas as surpresas, daquelas de cair o queixo. Tínhamos ido ao banheiro da estação, mas nada nos surpreenderia mais que o banheiro no vagão de passageiros do trem.

Aquela cabine minuscula, assento plástico e a privada, melhor dizendo vaso sanitário era metálica com um estranho botão na lateral.




E o mais surreal — a descarga despejava o nosso serviço direto nos trilhos, sem filtro, sem poesia, sem engenharia sueca.
Você apertava, um estanho barulho e lá ia o passado direto para os dormentes, em movimento.
Selvagem. Primitivo. E, para uma criança de 7-8 anos, incrivelmente fascinante.

Foi longa a viagem, extensa como filme épico.
Mas eu não queria que terminasse.



Em Sorocaba, as memórias são borradas como foto velha, mas eu ainda sinto o riso, a correria, a liberdade infantil com as primas — filhas do primo Claudio e sua esposa Marli.
E o ápice do roteiro: Carnaval de rua.
Sambódromo improvisado, escola na avenida,  crianças farreando, os primos brincando: Ana Claudia, Vagner, Giovana e Viviane, a fantasia brilhando na noite quente do interior.

Pulso cultural batendo forte, suor, serpentina e alegria solta como confete ao vento.

E os pequenos bebês Daniel e Claudio presos aos colos nada puderam fazer...

Sorocaba, trem, trilhos, banheiro bárbaro e carnaval —
é assim que guardo 1982 no peito.
Não é sobre luxo, nem sobre conforto: é sobre primeira aventura.

Porque crescer é isso —
de vez em quando o Fusca fica na garagem,
e a gente embarca naquilo que ainda não sabe explicar,
mas nunca mais esquece.

PS: Este adendo é coisa da Vivi, que lembrou de um acidente curioso nesta viagem, onde meu pai foi querer testar suas habilidades sobre patins, acabou batendo a cabeça no muro e um furo dolorido com um prego escondido.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

🌈🐑 A Ovelha Arco-Íris — o NPC mais aleatório do Japão… que virou meme cultural

 


🌈🐑 A Ovelha Arco-Íris — o NPC mais aleatório do Japão… que virou meme cultural

Se você assiste anime há algum tempo, já deve ter esbarrado nela:
uma ovelhinha fofinha, colorida, vibrante, com lã em degradê arco-íris, geralmente pastando no fundo da cena como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Pois é… não é um yokai oficial, não é um kami, não é um mascote tradicional japonês.
Então o quê, afinal, é essa criatura psicodélica?

Vamos por partes.


🐑🔥 1. Origem: a mascote invisível da era dos jogos e animes

A “ovelha arco-íris” surgiu como:

  • gag visual (piada de fundo) em animes dos anos 90/2000;

  • mascote de “debug” em jogos japoneses (isso mesmo!);

  • easter egg de ilustração, usado quando o estúdio precisava preencher cenários com algo neutro, engraçado e não ameaçador.

E por que ovelha?

Porque ovelha é o NPC universal do Japão — aparece em countryside, em sonhos, em fantasias, em mundos isekai.
E por que arco-íris?
Porque artistas japoneses amam cores pastéis + kawaii nonsense.

Resultado: uma criatura multicolorida que não faz nada, mas que todo estúdio tem no estoque de assets.


🌈📀 2. O Easter-Egg de parede de fundo (o famoso “background joke asset”)

Entre animadores, existe um termo interno:

“iroiro hitsuji” — いろいろ羊 — ‘ovelha variada’

É um asset de enfeite, usado como:

  • marca registrada do animador,

  • teste de cor em novos episódios,

  • gag para quem percebe detalhes.

Alguns animadores usavam a ovelha arco-íris para testar paletas de cor no final da produção.
Se a paleta acertasse o tom da lã, o episódio tava pronto.


🎮🧪 3. A lenda dentro da indústria de games

No mundo dev japonês:

  • RPGs antigos tinham sprites de ovelhas coloridas para testar mapas isométricos;

  • Alguns MMOs usavam Rainbow Sheep como mob secreto ou item de evento.

Exemplo:

“Se você encontrar uma ovelha arco-íris, o build está estável.”

— piada interna de programadores da SquareSoft e Falcom

Sim, já foi até mascote de debug.


😂💬 4. O meme moderno: ‘ovelha arco-íris = coisa fofa inútil’

Entre fãs, a expressão virou gíria:

  • “Fulano é uma rainbow sheep” → alguém fofinho, aleatório, inofensivo

  • “Cena arco-íris” → momento bobo de respiro cômico

  • Em alguns animes moe, virou até símbolo de caos kawaii controlado.

Aparece muito em:

  • isekais,

  • animes slice-of-life,

  • séries infantis e fantasias leves.


🔍✨ 5. Curiosidade que poucos sabem (nível Bellacosa Mainframe)

A ovelha arco-íris já foi usada como placeholder de censura!

Em storyboards de alguns estúdios, quando algo ia ser removido, testado ou censurado, colocavam:

👉 um sticker de ovelha arco-íris em cima da cena

Uma mistura de:

  • ironia,

  • marca pessoal do animador,

  • forma de acharem rápido o frame para revisão.


🧠🎛️ 6. Porque os japoneses AMAM esse tipo de mascotinho nonsense

Culturalmente:

  • O Japão adora criaturas kawaii + absurdas,

  • Mascotes de coisa nenhuma são comuns,

  • Criar “seres aleatórios” faz parte do estilo humorístico japonês (o nonsense pastel).


🐑🌈 7. Conclusão no estilo Bellacosa Mainframe

A ovelha arco-íris é:

  • metade mascote,

  • metade piada interna,

  • metade teste de cor,

  • metade easter egg…

Sim, tem mais de duas metades —
mas matemática nunca foi aplicada a mascotes japoneses mesmo.

Ela representa aquela leveza absurda, aquele toque de nonsense japonês, a mesma lógica que cria:

  • cachorros que pilotam naves,

  • gatos falantes que trabalham em kombini,

  • e slimes que derrotam dragões ancestrais.

A ovelha arco-íris é a buffer area do anime —
aquela zona neutra de fofura onde o cérebro respira antes de voltar ao caos.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

⚙️ Como Quase viro Torneiro Mecânico (e o SENAI Me Salvou de Mim Mesmo)

 


⚙️ Como Quase viro Torneiro Mecânico (e o SENAI Me Salvou de Mim Mesmo)

Crônica ao estilo Bellacosa Mainframe para o blog El Jefe Midnight Lunch

Existem destinos que brigam com a gente.
Outros que puxam a gente pelo colarinho.
E alguns que dão um grito, uma sirene e uma botinada numa porta de aço — só para deixar bem claro qual caminho você não deve seguir.

A minha história com o “quase” começa cedo. A família estava cheia deles: tios torneiros, avôs torneiros, primos torneiros. A serralheria e o torno eram praticamente segunda religião. E para minha mãe, torneiro mecânico era profissão de futuro — sólida, respeitável, manual, bonita de se ver no currículo.

Eu, obediente e sem internet para consultar “10 carreiras que dão match com seu signo”, fui entrando na dança.

  • Fiz inscrição no vestibulinho.

  • Passei.

  • Fui classificado.

  • E o mais raro de tudo: consegui carta de recomendação e adoção para o curso, o famoso “patrocínio” — a moeda de ouro da época.

Estava tudo certo.
Tudo escrito.
Tudo pronto.

Mas o destino, esse programador meio bêbado que vive rodando scripts improváveis, tinha outros planos.




🔔 A Sirene do SENAI — o som que separou minha vida em duas

Era dia de fazer a matrícula.
Eu e minha mãe fomos ao SENAI…
…no horário de almoço.

E aí aconteceu.

Primeiro, uma sirene.
Daquelas que arrepiam alma, bons costumes e qualquer vocação que você achava que tinha.

Depois, BUMMMM.

Uma estrondosa botinada acertou as portas de aço que separavam a área de aulas da área de máquinas.
Aquelas portas tremeram como se um Kaiju tivesse batido nelas.

E então, a visão.



👷‍♂️ A procissão azul — e a epifania

Saiu um rebanho de alunos, como uma leva de trabalhadores de mina abandonando o turno:

  • Macacões azuis

  • Capacetes brancos

  • Botinas de biqueira de aço

  • Graxa até no DNA

  • Barulho de chave inglesa batendo no bolso

  • Aquele cheiro de ferro, óleo queimado e marmita de alumínio

Olhei para aquilo.
Para aquela massa operária se esparramando rumo ao almoço.
Dei um pause mental.
Fiz uma simulação mental estilo “What If…?” da Marvel:

E se EU estivesse ali no meio deles?

Eu.
O menino que gostava de computador, de tecla, de monitor verde, de café, de cheiro de laboratório fotográfico do pai, de livros e revistas tecnológicas.

Eu ali, no meio daquela avalanche azul, com uma lima numa mão e um paquímetro na outra.

Meu cérebro deu tela azul.
Meu coração deu dump.
A lógica marcou ABEND S0C7.




🛑 Escolha crítica — commit ou rollback

Respirei fundo.
Olhei para a minha mãe.

E falei:

— Mãe… não quero isso. Vamos embora.

Se silêncio matasse, eu não estaria escrevendo este post.
Ela ficou meia pistola, meia frustrada, inteira sem entender.

Mas aceitou.

E fomos embora.

A porta de aço atrás de mim se fechou.
E com ela, a versão alternativa da minha vida.




💾 A virada — do torno ao terminal

Dias depois, estava matriculado em Processamento de Dados.

E ali, naquele desvio, naquele branch alternativo do destino, minha vida começou a compilar direito:

  • Teclado no lugar da lima

  • JCL no lugar de fresadora

  • Tabela ASCII no lugar de catálogo de ferramentas

  • Frio de CPD no lugar de calor de oficina

  • Café de madrugada no lugar de sirene industrial

Aquele menino que congelou vendo a procissão azul virou:

  • Analista

  • Professor

  • Bellacosa Mainframe

  • Evangelista do z/OS

  • Cronista de memórias boas

  • Viajante de trilhos e bytecodes

E sobretudo, alguém que ouviu a própria voz no momento certo — antes que o torno engolisse o sonho.




📌 Conclusão — A porta de aço que mudou tudo

Algumas pessoas são moldadas pelo torno.
Outras são moldadas por aquele exato momento em que percebem que não pertencem ao torno.

Eu fui moldado pela sirene.
Pela botinada.
Pelo susto.
Pela intuição.

Aquele dia me ensinou que:

  • Destino não é linha reta, é branching

  • Vocação não é herança

  • Coragem não é continuar — é dizer “não” quando todo mundo espera um “sim”

  • E portas de aço às vezes servem para te acordar

Se eu tivesse entrado na oficina naquele dia… talvez tivesse virado torneiro.
Talvez fosse feliz.
Talvez não.

Mas eu sei que o menino que saiu correndo do SENAI com a mãe irritada voltou para casa carregando um future-self no bolso:

Um futuro Bellacosa, digitando histórias na madrugada, vivendo entre bytes e trilhos, sanando incidentes e conjurando soluções às 3h da manhã como um bom Dai Maou do Mainframe.

E tudo graças àquela sirene.

Àquela porta.

E àquele não.