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domingo, 3 de dezembro de 2017

Quem construiu a maquete ferroviária de Campinas?

A cabine 2 abriga uma ferrovia em seu interior

Um grupo de amigos há 10 anos atrás juntaram-se e começaram a trabalhar para por em pratica um sonho. Construir uma ferrovia em escala, com um trabalho sem parar, construíram mais de 300 metros de trilhos distribuídos em 3 níveis, criaram um diorama que representa a Estação Central de Campinas com varias estruturas, uma refinaria de petróleo, armazéns e silos, casa e botecos, pessoas e animais.

No material ferroviário existem diversas locomotiva a vapor, elétricas e diesel,  vagões de carga e carruagens de passageiro, lindo de ser ver, perde-se a noção do tempo, assistindo o vai e vem das composições, o comboio parte da plataforma principal, gruas se movimentam com contentores.

O grau de realismo espanta vendo a vegetação rasteiro, as arvores, as construções com desgaste do tempo, as pontes em madeira, pontes em ferro. Tudo construído com profissionalismo e esmero para para comporem o cenário.

Quem curte maquetes em escala H0 tem a obrigação de visitar o complexo da Fepasa em Campinas. Aqui na sala de controle existe uma ferrovia em miniatura que encantara a todos.

O que é a Cabine de controle número 2?

É uma construção singular, situada na Estação Ferroviária de Campinas no sentido interior, próximo a a antiga plataforma da Mogiana. Sua função era controlar os movimentos das locomotivas e locomotoras nos diversos ramais que existiam na estação, através de alavancas mecanizadas abria-se ou fechava-se um desvio para outro trilho. Em suas paredes havia mostradores analógicos que indicavam o status da linha e a movimentação no local. O mostradores eram eletro-mecânicos numa era em que tudo era a válvulas, testemunhas de um tempo em que não existiam computadores nem celulares.




segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Reconhece este prédio? A Estação Central de Campinas

Um tesouro da Companhia Paulista

Começamos nossa aventura caminhando pela Catedral de Campinas, seguindo rumo há um tesouro arquitetônico do seculo XIX, que passou por 8 grandes transformações até chegar ao estado atual. Estamos caminhando rumo a estação ferroviária Central de Campinas, outrora um centro nevrálgico da cidade.

Daqui partiam trens para o interior do estado, para a capital e o porto de Santos, para Jaguariúna com constante movimento, 24 horas por dia, trens de passageiros, trens de carga, ligando todo o estado de São Paulo. Neste micro cosmo da cidade, passavam trabalhadores durante o dia e na calada da noite  boêmios, prostitutas, marginais e mendigos. Aqui havia oportunidade para todos ganharem alguns trocados ou pelos menos uma boa diversão.

Passaram por aqui milhões de pessoas em seu quase 150 anos de existência, viu o transporte ferroviário, evoluir e gradualmente desaparecer. Foi abandonada, ficou decadente, até que virou centro Cultural, venha prestigiar o trabalho de tantos homens que desde o seculo XIX trabalharam aqui modificando e incluindo novos acabamentos, ou ao menos conservando para que  não virem ruínas.

Veja o trabalho em tijolo, as peças em ferra forjado e fundido, a torre do relógio, as exposição temporárias no salão principal, veja as peças expostas que lembram o passado da Estação, adentre pelas salas, veja como eram as bilheteiras, passe a plataforma número 1 e relembre como era uma vez, quando os trens aqui chegavam, locomotivas a vapor, trens elétricos, trens a diesel.

Hoje passa por uma época inglória, futuro incerto, correndo risco de se perder para sempre, ajude-nos a proteger a estação, divulgue, comente, partilhe. Vamos fazer uma corrente para salvar a Estação e orar para que dias melhores retornem a este prédio simbolo do crescimento de uma cidade. Que voltem os trem urbanos e intercidades.




terça-feira, 10 de outubro de 2017

Estação Ferroviaria de Itapetininga em 1995

O abandono de uma estação

A cidade de Itapetininga surgiu graças aos tropeiros que seguiam rumo ao sul do país, por ser uma planície bem irrigada e com muita áreas de terras férteis, rapidamente produtores de café vieram se estabelecer e com isso houve a necessidade de se escoar esta produção.

Mas existe um porém a ferrovia não chegava, coube a EFS - Estrada de Ferro Sorocabana administrar essa linha férrea, que sofreu durante muito tempo com o abandono governamental, desde as obras paradas e lentidão das construções, em nossa visita a Itapetininga o ano de 1995 visitamos a estação que era o 3º prédio construído para este fim.

Muito movimentada nos tempos dos caminhos de ferro, fazia ligação com a linha Paraná que permitia chegar até Curitiba e o porto de Paranaguá, caminho alternativo para desafogar o Porto de Santos. Deste ramal ferroviário surgiram diversas cidades da parte sul do estado.

No largo da estação na época havia uma locomotiva a vapor e seu tender, protegida por grades estava em bom estado de conversação e ainda podíamos ver o poste de telégrafos com seus diversos ramais.

Falando da Locomotiva

Estamos visitando a Estrada de Ferro Sorocabana e visitamos a estação ferroviária de Itapetininga mostrando a evolução desde 1995 para verem como o patrimônio ferroviário esta abandonado. Inclusive existe uma locomotiva 4-8-0 a vapor estacionado no patio juntamente com seu tender.... onde estará? Quem sabe mais detalhes técnicos sobre ela? comentem. obrigado





quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Estrada de Ferro Sorocabana : Estação Central de Indaiatuba

O ciclo das Ferrovias no Estado de São Paulo

A Estrada de Ferro Sorocabana é o maior exemplo de como as coisas funcionam no Brasil, infelizmente ela é o exemplo clássico da má gestão do dinheiro público. Inicialmente iniciou suas atividades como empresa privada, deficitária passou por diversas administrações ruinosas até que passaram a mãos do estado.

Seu nome original era Companhia de Estrada de Ferro Sorocabana em 1875, iniciou suas atividades deficitárias, pois sua operação era mais dispendiosa que suas receitas, operando no vermelho já e seus primórdios, após troca de gestores resolveram fazer um aumento de capitais e expandiram a ferrovia rumo a áreas mais propicias no oeste do estado de São Paulo, por volta desta altura possuía 422 quilômetros.

Em 1892 nova alteração nos quadros uniram-se a Estrada de Ferro Ytuana dando origem a uma nova empresa a CUSI - Companhia União Sorocabana e Ituana funcionou aos trancos e barrancos até que em 1904 foi a falência, sendo adquirida por um consórcio do Governo Federal que revendeu a província de São Paulo.

Em 1907 foi arrendada e passou a fazer parte da Brazil Railway Company,  essa nova empresa não durou nada, foi apenas uma troca de dinheiro, com avultosa perda para o Estado, em completa penúria, com locomotivas sucateadas e trilhos em completo abandono.

Com verbas estatais atingiu sua época de ouro, criou-se a oficina de Assis, completou a expansão a oeste, ligou-se a ferrovias no sul do país, permitindo viagens até o sul do país, desenvolveu a região oeste e trouxe progresso até nova reestruturação em 1971, passando a denominar-se FEPASA. Com tantas fusões, aquisições, cisões, incorporações e outras tentativas de salvar a saúde financeira, mesmo assim a empresa morreu em 1995


Voltando a Indaiatuba e sua estação central.

Num tremendo golpe de sorte, o povo de  Indaiatuba conseguiu a guarda da locomotiva Baldwin 4-4-0 Regina número 10 da Estrada de Ferro Sorocabana, usando de manobras politicas e muito jogo de gabinete, para trazer esta icônica locomotiva a vapor..

A cidade deve conservar seus tesouros e lutar por adquirir mais, neste contexto Indaiatuba esta de parabéns. Conseguiram resgatar o seu passado histórico reformando e conservando o antigo complexo ferroviário, instalando alguns metros de trilho. Criando um museu ferroviário e partilhando sua historia, neste espaço geográfico estão juntas a primeira e a segunda estação ferroviária central, separadas por apenas alguns metros.

Esta locomotiva foi a primeira locomotiva da extinta companhia Ytuana de Estradas de Ferro, doada pelo imperador Dom Pedro II, sendo importada dos EUA, restaurada em 2002 e devolvida ao publica em sua extrema gloria.






quarta-feira, 20 de setembro de 2017

O presente do Imperador: A Companhia Ytuana e sua Locomotiva a vapor No. 1

A Locomotiva a Vapor Número 1 : Regina

Iniciamos esta conversa falando do nosso Imperador Dom Pedro II, em alguns aspectos foi um dos monarcas mais mente aberta do seu tempo, um visionário que gostava de tecnologia e servia de mecenas a vários cientistas do mundo, incentivou o desenvolvimento do telefone do Graham Bell, inclusive instalando o primeiro telefone do Brasil no Palácio Imperial Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro. Patrocinou e difundiu a fotografia e o cinema, sendo um grande colecionador de fotos.

Com o surgimento das máquinas a vapor criou leis e incentivou a introdução dos transportes sobre os trilhos, inclusive comprou uma locomotiva a vapor Baldwin, que utilizou em trilhos no Rio de Janeiro e com o surgimento da Companhia Ytuana de Estradas de Ferro, dou este trem para a empresa.

Uma locomotiva a vapor Baldwin 4-4-0, carinhosamente nomeada "Regina" foi entregue a Estrada de Ferro Ytuana, fundada através de outorga de 1870, entrando em operação em 1873, ligando diversas cidades do interior, no auge contou com 261 quilômetros de trilhos, posteriormente em uma fusão com outras ferrovias transformou-se na Estrada de Ferro Sorocabana que funcionou até ser fusionada na FEPASA.

Em nossa visita a Indaiatuba visitei a estação restaurada e percorri a pé o poucos metros de trilhos remanescente, porém a oportunidade de visualizar uma locomotiva tão importante e histórica valeu pela visita, é uma pena não estar trabalhando e possuir tão poucos trilhos.

Um pouco de historia

Esta grande maquina pertenceu ao imperador Dom Pedro II, que a adquiriu na Feira Mundial, posteriormente a dou para a Ytuana onde esteve a serviço com a locomotiva número 1, com a fusão com a Estrada de Ferro Sorocabana esta locomotiva a vapor foi renomeada para número. 10, mantendo o cognome Regina. Ficou operacional durante mais de 60 anos, terminou exposta no patio da Sorocabana ate ser resgatada e restaurada.




terça-feira, 19 de setembro de 2017

A Estação Ferroviária Central de Indaiatuba

Memoria Ferroviária: Visitando Indaiatuba 

Neste nosso vídeo iniciamos a exploração pelas antigas linhas da Companhia Ferroviária Ytuana, em tempos idos ela floresceu na região de Itu, em caminho chegou a Jundiaí vindo se ligar a Companhia Paulista, este entrocamento tinha como objetivo servir para escoar a safra cafeeira da região de Itu até o Porto de Santos.

Em nossos dias a Estação Ferroviária Central de Indaiatuba, não presta mais serviços ferroviários, tendo sido utilizada para a divulgação cultural e museológica, sendo convertida em um museu ferroviário e atual local de repouso da magnifica locomotiva número 1 da Ytuana, locomotiva que pertenceu a Dom Pedro II e foi doado a ferrovia de Itu.

A título complementar saibam que em tempos idos Indaiatuba, possuía mais 3 estações ferroviárias em seu território: Pimenta,  Itaici e Helvetia soube que existem projetos para restaurarem estes edifícios, mas como vivemos no Brasil, provavelmente nunca sairão do papel, o que é lamentável o descaso com locais que trouxeram prosperidade e riqueza no passado.

Existe um outro projeto da prefeitura de Indaiatuba, que é a criação de uma linha turística, adquirindo carruagem de passageiros e recuperar mais alguns quilômetros de trilhos,  com isso a locomotiva a vapor Regina  voltaria a transportar passageiros, soltando fumaça e apitando pelo caminho, como fazia no passado.

Neste vídeo mostramos a primeira e segunda estação central de Indaiatuba, se prestarem atenção verão um pequeno edifício com dizeres deposito, esta foi a primeira estação da Ytuana em território de Indaiatuba, explorando o terreno pode-se ver a locomotiva, brasoes, logotipos da Sorocabana.



quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

🚂 Sorocaba/1982 — Arquivo de Trilhos, Banheiros Selvatizados & Carnaval Infantil

 


🚂 Sorocaba/1982 — Arquivo de Trilhos, Banheiros Selvatizados & Carnaval Infantil

(Tape Load > /memories/1982/sorocaba_train_trip.bin)

Algumas lembranças não vêm em HD — mas vêm quentes.
Vêm com cheiro de diesel, com vento na janela e com aquele tec-tec hipnótico que só trilho antigo sabe fazer.

1982.
Meu pai tinha o velho fusca azul, fiel e barulhento.
Mas naquele carnaval decidimos fazer algo maior — ir de trem até Sorocaba.
Sim, aventura ferroviária pura, raiz, sem tutorial, sem Google Maps, apenas alma e trilhos.

Lembro da chegada à Estação da Luz, imponência de cartão-postal.
Dali, seguimos rumo à plataforma da Sorocabana, para embarcar no trem da antiga Sorocabana, já sob comando da Fepasa — gigante paulista dos tempos em que ferrovia ainda era mapa vivo no Estado.


A viagem foi mais do que transporte — foi rito de passagem.

A janela era cinema.
O trilho era trilha sonora.
E eu, garoto encantado, absorvia tudo como backup eterno na cabeça.

E tinha o carrinho de guloseimas, claro.
Pipoca estalando, refrigerante de garrafa pesada, biscoito de polvilho, amendoim torrado com cheiro que invadia vagão inteiro.
A experiência completa.



Mas a parte que o tempo nunca apagou —
o banheiro da estação.
Aquele banheiro ferroviário raiz, digno de paleontologia social brasileira:

Sem privada.
Duas plataformas para apoiar os pés, agachar e rezar para a estabilidade.

Se eu não estivesse surpreendido, vem a maior de todas as surpresas, daquelas de cair o queixo. Tínhamos ido ao banheiro da estação, mas nada nos surpreenderia mais que o banheiro no vagão de passageiros do trem.

Aquela cabine minuscula, assento plástico e a privada, melhor dizendo vaso sanitário era metálica com um estranho botão na lateral.




E o mais surreal — a descarga despejava o nosso serviço direto nos trilhos, sem filtro, sem poesia, sem engenharia sueca.
Você apertava, um estanho barulho e lá ia o passado direto para os dormentes, em movimento.
Selvagem. Primitivo. E, para uma criança de 7-8 anos, incrivelmente fascinante.

Foi longa a viagem, extensa como filme épico.
Mas eu não queria que terminasse.



Em Sorocaba, as memórias são borradas como foto velha, mas eu ainda sinto o riso, a correria, a liberdade infantil com as primas — filhas do primo Claudio e sua esposa Marli.
E o ápice do roteiro: Carnaval de rua.
Sambódromo improvisado, escola na avenida,  crianças farreando, os primos brincando: Ana Claudia, Vagner, Giovana e Viviane, a fantasia brilhando na noite quente do interior.

Pulso cultural batendo forte, suor, serpentina e alegria solta como confete ao vento.

E os pequenos bebês Daniel e Claudio presos aos colos nada puderam fazer...

Sorocaba, trem, trilhos, banheiro bárbaro e carnaval —
é assim que guardo 1982 no peito.
Não é sobre luxo, nem sobre conforto: é sobre primeira aventura.

Porque crescer é isso —
de vez em quando o Fusca fica na garagem,
e a gente embarca naquilo que ainda não sabe explicar,
mas nunca mais esquece.

PS: Este adendo é coisa da Vivi, que lembrou de um acidente curioso nesta viagem, onde meu pai foi querer testar suas habilidades sobre patins, acabou batendo a cabeça no muro e um furo dolorido com um prego escondido.