sábado, 31 de outubro de 2015

Bellacosa Mainframe Especial Halloween Log nº 006 — “O IAHAAAAAAAAAAA da Estrada Morta”

 



🎃👻 El Jefe Midnight Lunch – Bellacosa Mainframe Especial Halloween
Log nº 006 — “O IAHAAAAAAAAAAA da Estrada Morta”


Halloween chegou, e como manda o JCL cultural, é tempo de puxar do arquivo morto aquelas histórias que deixam o SYSOUT tremendo, que fazem o dataset da alma fragmentar, que instalam no peito um ABEND UFFF de pura geladeira na espinha.

Pois hoje eu revisito uma lembrança real.
Nada de lenda urbana, nada de filme de terror italiano mal dublado.
Eu estava lá.
Eu ouvi.
Eu tremi.

E até hoje não sabemos o que foi.



📍Contexto: década de 1970

Antes do Dandan nascer, quando a unidade de produção familiar tinha apenas 4 membros — meu pai, minha mãe, minha irmã e este pequeno Bellacosa que vos escreve.
Meu pai, claro, era o cavaleiro da estrada, volante de caminhão, de ônibus, de táxi e principalmente de nosso Fusca vermelho, o cão fiel de batalha, todo remendado mas sempre indo… até aquela noite.

Rodovia provavelmente era a Washington Luiz, quando interior ainda era silêncio e pasto infinito, pista sem movimento e nenhuma base de apoio, nada de SOS, nada SAT, nada celular.
Era tudo no modo raiz, olho no farol e fé no carburador.

Mas o velho Fusquinha, nessa noite — parou.
Simples assim.
Morreu no escuro mais preto que alma de político.




🌑 CENÁRIO DE TERROR

Meus pais empurram o carro para o acostamento.
Tampa do motor aberta.
Lanterna fraca, quase sem pilha — um fio de luz impotente tentando domar um universo de trevas.

Meu pai mexe no motor.
Minha mãe segura a lanterna.
Nós, duas crianças, dentro do carro, mudinhas, duras, coração batendo mais forte que pistão de Opala SS.

Nenhum carro.
Nenhuma casa.
Nenhum poste de luz.
Só o vento e o breu.

E então, do absolutamente nada — o grito.

— IAHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Um urro rasgado.
Animal?
Humano?
Morto-vivo?
ET da Dutra?
Não sabemos.

Gelou a espinha.
Meu cérebro infantil formatou no mesmo instante.
Olhei pro rosto dos adultos e vi algo terrível: eles também estavam com medo.

E quando adulto treme — a criança implode.


Silêncio.
Depois de alguns minutos…

IAHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Mais alto.
Mais perto.

E assim madrugada adentro — o grito vinha, sumia, voltava.
Nós quatro encolhidos dentro de um carro morto no fim do mundo.
Sem saber se dali sairíamos a pé… ou carregados.




🌅 SALVAÇÃO

Só quando o sol tocou o asfalto é que um caminhoneiro apareceu.
Meu pai pegou carona, voltou com guincho, o Fusquinha foi remendado num posto de beira de estrada e seguimos viagem.

Vivos.
Inteiros.
Mas com a alma marcada como fita magnética arranhada.

Porque o IAHAAAAAAAAAAAAA
até hoje ecoa.




Não era rádio.
Não era bicho conhecido.
Não era gente pedindo socorro.

Era alguma coisa.

Talvez perdida entre mundos.
Talvez só querendo companhia.
Ou talvez — e essa é a versão que prefiro —
foi o Halloween que chegou adiantado naquela madrugada.

Bellacosa, encerrando transmissão com o farol apagando, motor engasgando, e o grito distante ainda sussurrando no spool mental:

IAHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA…

 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O que é ser fetichista — entre o desejo e o delírio

 


O que é ser fetichista — entre o desejo e o delírio

Existe um território curioso entre o desejo e o delírio.
Um ponto onde o corpo deixa de ser o centro e o detalhe passa a ser o universo.
É ali que nasce o fetiche — esse pequeno desvio do olhar que transforma o comum em irresistível.

Ser fetichista não é apenas gostar “demais” de algo.
É transformar um fragmento em mito.
Um par de sapatos, um perfume, uma voz rouca, um gesto inocente, o jeito que o cabelo cai sobre o rosto.
Não é o corpo inteiro que atrai — é a centelha, o símbolo, o objeto, o ritual.

Freud dizia que o fetiche é um truque do inconsciente para lidar com o medo e o desejo.
Mas talvez seja mais poético que isso.
O fetiche é a arte de personificar o desejo no detalhe.
É quando o toque vira linguagem, e o olhar vira altar.

Há quem veja o fetichista como um excêntrico — alguém que “desvia do normal”.
Mas o que é o normal, afinal?
O amor também é uma forma de fetiche: a gente escolhe uma pessoa, entre bilhões, e diz “essa aqui é única”.
Isso não é racional, é mágico.
O fetichista só leva essa mágica a sério demais — transforma o detalhe em religião.

No fundo, ser fetichista é ser devoto do detalhe.
É enxergar beleza onde os outros veem banalidade.
É transformar o toque de uma luva, o som de um salto, o cheiro de uma roupa em poesia.
É uma confissão disfarçada de vício, uma forma de dizer:
“não amo o todo, amo o que nele me fascina.”

Talvez por isso o fetichista viva entre o mistério e o tabu.
Porque o mundo teme quem vê beleza onde os outros não veem nada.
Mas é aí que mora o encanto — o fetichista é o último romântico do inconsciente,
aquele que ainda acredita que o desejo é feito de símbolos, não de corpos.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

😂 Rindo à Japonesa: o Humor do Oriente Que Encanta (e Confunde) o Ocidente

 



😂 Rindo à Japonesa: o Humor do Oriente Que Encanta (e Confunde) o Ocidente

O humor japonês é um mundo à parte — cheio de sutilezas, expressões teatrais, trocadilhos malucos e situações absurdamente cotidianas. Se você já assistiu a algum anime, dorama ou programa japonês e se perguntou “por que eles estão rindo disso?”, bem-vindo ao universo fascinante do warai (笑い) — o riso nipônico.

Neste artigo, vamos mergulhar no que faz o Japão rir: sua história, seus estilos, os tipos de comédia, e claro, alguns nomes e curiosidades para você começar a entender e se divertir com essa parte essencial da cultura oriental.


🎭 Raízes do Riso: O Humor Tradicional Japonês

Antes do stand-up, existiam os palcos de tatame.
O humor japonês tem origem no Kyōgen (狂言) — uma forma teatral do século XIV que surgia entre os atos sérios do teatro Noh. Enquanto o Noh era espiritual e sombrio, o Kyōgen era o oposto: cotidiano, engraçado e cheio de sátira. Personagens como servos atrapalhados e mestres tolos divertiam o público com gestos exagerados e situações absurdas — uma espécie de “Chaves do Japão feudal”.

No século XVII, surge o Rakugo (落語): um contador de histórias sentado sobre um tatame, usando apenas um leque (sensu) e uma toalhinha (tenugui) para criar dezenas de personagens. É uma arte de improviso e ritmo, onde o humor nasce da fala e do silêncio. Mestres como Katsura Bunshi e Shijaku Katsura II mantêm viva essa tradição até hoje.


📺 Da TV ao Anime: O Humor Moderno e seus Estilos

O Japão moderno continua a rir — mas agora com câmeras, microfones e memes.
Nas décadas de 1950 e 1960, surgiram as duplas de comediantes, conhecidas como manzai (漫才). Um formato rápido e cheio de energia: um comediante “sério” (tsukkomi) e outro “bobo” (boke). Um faz a piada absurda, o outro corrige com indignação. É como o eterno duelo entre o sensato e o insano — um reflexo da harmonia e caos da sociedade japonesa.

Alguns grupos e nomes famosos incluem:

  • Downtown (Matsumoto Hitoshi e Hamada Masatoshi) — ícones do humor televisivo, criadores do lendário programa Gaki no Tsukai (“Não ria!”).

  • Ninety-Nine e London Boots — representantes do humor dos anos 90 e 2000.

  • Bakarhythm e Kojima Yoshio — mestres do humor nonsense e físico.

Nos animes, o manzai e o boke/tsukkomi aparecem em duplas clássicas:

  • Naruto e Jiraiya, Gintoki e Shinpachi, Kagura e Gintoki, Tanjiro e Zenitsu — e até Luffy e Zoro.
    A estrutura é a mesma: um fala bobagem, o outro reage com desespero.


💡 Dicas Para Entender o Humor Japonês

  1. Observe o contexto cultural: o japonês valoriza o absurdo e o embaraço social — rir do inesperado é uma forma de aliviar a tensão.

  2. Os trocadilhos (dajare) são reis: quanto mais ruim o jogo de palavras, mais risadas provoca.

  3. O silêncio é cômico: muitas vezes o riso vem da pausa desconfortável, não da fala.

  4. Gestos e expressões valem ouro: o exagero corporal substitui o palavreado.

  5. Assista com mente aberta: o humor japonês pode parecer estranho, mas há beleza na estranheza.


🧠 Curiosidades Divertidas

  • O Japão tem programas de comédia 24h por dia em canais locais.

  • Existem concursos nacionais de manzai — o M-1 Grand Prix é o “Oscar” do humor japonês.

  • O termo “baka” (idiota) é praticamente patrimônio do humor — aparece em quase todo sketch.

  • Muitos atores sérios começaram em programas de comédia. Exemplo: Takeshi Kitano (Beat Takeshi), hoje um diretor cult, era um comediante manzai.


📚 Para Começar: Humor Japonês Que Vale Conhecer

🎤 Rakugo clássico:

  • Shōten (programa de TV tradicional de contadores de história)

  • Akatsuka Fujio – criador de Osomatsu-kun, um marco do humor nonsense

🎬 Filmes e séries cômicas:

  • Kikujiro no Natsu (Takeshi Kitano) – humor melancólico e poético

  • Gaki no Tsukai: Batsu Game – o desafio de não rir mais famoso do Japão

📺 Animes com DNA cômico:

  • Gintama – sátira absoluta da cultura pop

  • Saiki Kusuo no Psi-nan – humor mental e rápido

  • Nichijou – absurdos cotidianos em alta velocidade


🌸 Conclusão

O humor japonês é mais do que piadas — é uma forma de observar a vida com leveza, ironia e empatia. Ele ensina que rir de si mesmo é uma arte, e que o riso, mesmo atravessando idiomas e culturas, é uma das linguagens mais universais que existem.

Então, da próxima vez que vir um japonês rindo de um trocadilho intraduzível, lembre-se: talvez o riso não precise fazer sentido — ele só precisa ser sentido.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Pollo frito a Mississippi

Frango frito inteiro em imersão

Sempre tive vontade de provar um frango frito a moda do Mississippi, depois de tanto enrolar, um dia inspirado comecei o preparo.

Comprei um frango inteiro e deixei marinar em tempero por 24 horas... alho, cebola, salsa, oregano, pimenta vermelha, pimenta do reino, cebolinha e sal a gosto.

(versão com áudio)

Depois em uma panela bem alta, despejei quase um litro de óleo e deixei pegar ponto de fervura.


Deixei o frango ficar crocante na pele e molhadinho por dentro. Acompanha bem com arroz a moçambique ou batatas cozidas.

Arroz a moda de moçambique e feito do género de risoto italiano e utiliza-se óleo de dende e leite de coco, para dar um sabor exótico.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

⚙️ z/OS 2.2 — O despertar do Mainframe DevOps 🧩☁️



 






⚙️ z/OS 2.2 — O despertar do Mainframe DevOps 🧩☁️

Por Bellacosa Mainframe — onde o passado conversa com o futuro em EBCDIC e RESTful 😎💻


O z/OS 2.2, lançado oficialmente em setembro de 2015, foi mais que uma simples atualização: foi um marco de mentalidade.
Depois do z/OS 2.1 abrir as portas para a era híbrida e cognitiva, o 2.2 consolidou o conceito do Mainframe moderno, automatizado e pronto para DevOps, com uma pegada mais “cloud-native”, mas ainda com o DNA sólido do System z.

Prepare seu café ☕, porque hoje vamos mergulhar nas entranhas técnicas dessa revolução — o sistema que transformou o jeito de pensar, operar e programar no mundo z.


🧬 1. Contexto histórico — o z/OS entra na era da automação inteligente

O z/OS 2.2 nasceu junto ao IBM z13, uma máquina lendária com até 141 processadores, 10 TB de memória e clock de 5 GHz.
O z13 não era apenas rápido — ele foi desenhado para o mundo do analytics, mobilidade e integração contínua, e o z/OS 2.2 veio para acompanhá-lo.

🔹 Data de lançamento: setembro de 2015
🔹 Última entrega de service: 2017, antes da chegada do 2.3
🔹 Compatível com: zEnterprise EC12, BC12 e z13

O foco? Simplificação da administração, escalabilidade e automação das operações.
O mainframe, enfim, começava a falar “DevOpsês”.


💾 2. O cérebro expandido — memória, CSA e o poder 64-bit

A IBM refinou o modelo de endereçamento 64-bit iniciado no 2.1.
Com o z/OS 2.2, praticamente todo o ambiente de sistema passou a ser endereçável em 64 bits, incluindo:

  • LPA (Link Pack Area) e CSA (Common Service Area) — agora totalmente relocáveis e expansíveis.

  • SQA (System Queue Area) — reorganizada para uso mais eficiente.

  • Memory Objects de até 2 TB por address space.

  • Paging mais inteligente, com balanceamento dinâmico entre SSD e DASD.

💡 Bellacosa Curiosidade: Foi a primeira vez que a IBM implementou algoritmos de prefetch baseados em machine learning interno para otimizar cache e paging — sem precisar de software externo.


⚙️ 3. PR/SM e créditos de CPU — o cérebro oculto do equilíbrio

O PR/SM (Processor Resource/System Manager) ganhou um novo conjunto de truques com o z/OS 2.2, otimizando a interação entre LPARs e workloads concorrentes.

Avanços notáveis:

  • HiperDispatch aprimorado, com melhor localização de cache e “affinity awareness”.

  • WLM (Workload Manager) mais sensível a prioridades de negócios.

  • Dynamic LPAR weight adjustment: o sistema redistribui automaticamente créditos de CPU entre partições conforme o workload.

  • Soft Capping “aware” — agora detecta picos temporários e aplica limites de forma inteligente, evitando throttling brusco.

🎩 Easter Egg técnico: Se você observar o SMF 70-1 do z/OS 2.2, vai notar métricas novas de “CPU delay by dispatch group”. Essa foi uma das primeiras sementes do que viria a ser o Container Performance Management no z/OS 2.4+.


🧰 4. Aplicativos internos e softwares — o z/OS vai para a nuvem

O z/OS 2.2 trouxe uma das maiores ondas de modernização da história do sistema:

🔹 z/OSMF (Management Facility) 2.2

O grande astro da versão.
O z/OSMF deixou de ser “um web painel bonito” e virou uma plataforma de orquestração e automação, com:

  • Workflows automáticos para instalação, migração e tuning;

  • REST APIs nativas para integração com ferramentas externas (Jenkins, Ansible, UrbanCode, etc.);

  • Wizard de Parmlib e profile assistido — o sistema se “autoafina”.

💬 Bellacosa Insight: Foi o nascimento do conceito “Mainframe as Code” dentro da IBM.


🔹 JES2 (V2R2)

Mais rápido, mais limpo e finalmente unicode-aware.

  • Melhor compressão de spool.

  • Novo formato de checkpoint em 64 bits.

  • Subsystem Interface (SSI) modernizada para integração com automações externas.

🔹 RACF

Revisado para suportar mais de 1 milhão de perfis ativos sem degradação.
Novos logs SAF, e suporte inicial a password phrases com 100 caracteres.

🔹 UNIX System Services

Expansão para POSIX 2008, suporte nativo a Python e Node.js (início da integração com z/OS Open Tools).
Shells mais leves, com fork otimizado.

🔹 DFSMS e DFSMShsm

Reorganização total do storage management — agora com:

  • Data Class-aware Tiering, movendo datasets frios para fita automaticamente.

  • Catalog Search Rebuild mais rápido (aquela lerdeza do IDCAMS LISTCAT começou a sumir 😅).


🧩 5. Instruções de máquina e z13 — performance turbinada

O z/OS 2.2 foi otimizado para o novo z13 chip, que trouxe inovações absurdas em instruções e performance:

  • SIMD (Single Instruction, Multiple Data): acelera cálculos matemáticos e criptográficos.

  • Vector Facility: base do que hoje o z16 usa para IA e analytics.

  • Crypto Express5S com hardware AES-GCM e SHA-3 nativo.

  • Transactional Memory 2.0, reduzindo o overhead de locks no DB2.

📈 Resultado: workloads Java, DB2 e CICS ficaram 20% a 30% mais rápidos só com recompilação ou tuning leve.


☁️ 6. Nuvem, APIs e o z/OS Connect (preview edition)

Sim, o z/OS 2.2 foi o “berço” do z/OS Connect Enterprise Edition.
Pela primeira vez, o mainframe falava JSON nativo, publicando e consumindo REST APIs com segurança RACF.

  • CICS TS 5.3 passou a ser o host natural para APIs REST.

  • MQ 8.0 foi integrado como canal de comunicação padrão.

  • E os workloads IMS/DB2 começaram a se comportar como microservices antes da moda.

💬 Curiosidade Bellacosa: algumas demos internas da IBM em 2015 chamavam o z/OS Connect de "Mainframe Tinder", porque ele fazia “match” entre o legado e o mobile. 😂


🔐 7. Segurança, criptografia e auditoria

A segurança subiu de patamar:

  • ICSF (Integrated Cryptographic Services Facility) expandido com novos algoritmos ECC e RSA 4096.

  • Audit Trail centralizado via SMF 80/81, pronto para frameworks como SIEM e QRadar.

  • AT-TLS reforçado com certificados SHA-256.

E claro — zAware (z/OS Analytics for z) ganhou integração nativa: o sistema começava a “entender seu próprio comportamento”.


🧙‍♂️ 8. Curiosidades, bastidores e “fofoquices” IBMianas

  • 🧠 Internamente, o z/OS 2.2 era chamado de “Blue Lightning” — pela cor e velocidade do z13.

  • ☕ O time do z/OSMF 2.2 tinha devs que antes trabalharam no Lotus Notes (sim, os mesmos!).

  • 🧩 Foi a primeira versão que recebeu testes de integração contínua com Jenkins rodando no próprio z/OS.

  • 💬 Rumores dizem que a IBM testou o z/OS 2.2 no “Blue Cloud Lab”, um datacenter experimental com PR/SM distribuído entre continentes.


🚀 9. Conclusão — o Mainframe acorda para o DevOps

O z/OS 2.2 não é só uma atualização: é um ponto de virada cultural e técnico.
Ele uniu o tradicional mundo batch e transacional à filosofia DevOps, APIs e automação, consolidando o que hoje conhecemos como o ecossistema “Hybrid Mainframe”.

O gigante não apenas sobreviveu — ele se reinventou com estilo.
E nós, mainframers, ganhamos um novo brinquedo para brincar de futuro. 😎


Bellacosa Mainframe
☕ Onde bits têm alma e memória tem história.
💬 E você, padawan — lembra a primeira vez que viu o z/OSMF com REST APIs?
Deixe nos comentários: foi amor, susto ou “onde fica o ISPF disso aí?” 😂

domingo, 18 de outubro de 2015

🎞 Cineminha do Sr. Wilson — Antes do Grande Incêndio de 1983

 


🎞 Cineminha do Sr. Wilson — Antes do Grande Incêndio de 1983
Um Mainframe de Memórias, Projetado em Luz e Saudade


Sabe aquele comando que a gente executa no coração e ele imediatamente carrega uma tela antiga, cheia de granulação afetiva, cheiro de poeira quente de lâmpada e risos engavetados? Pois é. Toda vez que acessam minha ROM emocional e pedem lembranças, um dos primeiros programas que roda é esse:

CINEMINHA.WILSON.SLIDES.1970_1983.RUN

Era um tempo em que o cinema não estava num aplicativo, nem em streaming, nem a um clique — estava em casa, aceso em luz quente atravessando transparências, pintando a parede de histórias nossas. E antes do grande incêndio de 1983 consumir parte do arquivo físico, consumimos — com gula de infância — cada imagem, cada cena, cada fragmento de vida projetado no lençol improvisado que virava telão.


📽 Meu pai, o Sr. Wilson

Fotógrafo profissional, retratista de alma inquieta — e de coração ainda mais inquieto.
Ele não só capturava momentos: ele os engarrafava em diapositivos, pequenos quadradinhos mágicos que chamávamos de binoculinhos, vendidos em formato de caixinhas plásticas, que apontávamos para algo luminoso, olho-a-olho, onde o mundo cabia numa pinça do polegar opositor. Era tecnologia vintage, uma câmera escura portátil, acessível para quem não podia bancar foto impressa. Além dos binóculos, havia quadradinhos de papel, que montávamos para encaixar num projetor. E em casa existia um tesouro: centenas de slides, dezenas de viagens, excursões, aniversários, chuva, sol, pão com manteiga e gargalhada de domingo.


Depois do jantar, o ritual começava.

Lençol branco esticado na parede.
Luz apagada.
Projetor ligado.
VRUUUMMMMMMMMMMMMM — a ventoinha iniciava como um mainframe aquecendo.

E então… viagem.
Horas de viagem.
Sem sair da sala.


O mundo desfilava na parede como trilhos de trem emocional:

— A praia do primeiro banho de mar
— Os primos comendo melancia no quintal
— A vó com avental florido sorrindo tímida
— A rua, a feira, o cachorro, a chuva, o Natal.
Tudo. Tudo guardado. Tudo vivo em luz.

Até que — inevitável — os menores pescavam no sono.
E acordávamos na cama no dia seguinte como quem volta de longuíssima jornada astral.


🍿 Era nosso cinema.

Sem ingresso.
Sem crítica.
Sem spoiler.
Apenas família — plugada na mesma tomada de afeto.

E eu?
Eu virei o que sou por causa daquilo.

Acumulador de imagens, colecionador de momentos, arquivista compulsivo do cotidiano.
Hoje entupo redes sociais com fotos — família, rua, desconhecidos, avenidas, semáforos, um raio de sol atravessando janela. Sou storage infinito de memórias porque aprendi cedo que o mundo pode queimar, sim — literalmente — mas o que a gente projeta na alma, fica.

🔥 Depois daquele cinema, vieram tempos duros.
Meu pai, mulherengo, criativo demais para caber em si, começou a romper coisas.
Financeiro frágil, escolhas tortas, casamento em risco.
A estrutura — que antes parecia tão sólida quanto o projetor — trincou.

Mas naquela sala escura de luz amarela, nada disso existia.
O futuro não estava compilado.
As dores estavam em stand-by.
Nós éramos só família — conectada pela arte de ver o passado juntos.

Um mainframe de amor, antes do crash.
E eu guardo, backup fiel, cada fotograma.

E das horas que passei no laboratório fotográfico improvisado em casa, ajudando a revelar filmes diapositivos.



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Sobre Homens comuns e seu impacto na vida de um garoto

 


Sobre Homens comuns e seu impacto na vida de um garoto

O HERÓI ORIGINAL DA LINHAGEM BEL LACOSA (E A PERDA DO REFERENCIAL AOS 12)**
Por El Jefe – Bellacosa Mainframe Midnight

Há sempre um momento na vida em que alguém nos serve de bússola.
Quando criança, o mundo é uma constelação simples: pai, mãe, casa, ruas pequenas e a imensidão das histórias contadas na mesa de jantar. Era assim comigo até meus doze anos — quando o divórcio dos meus pais rompeu um eixo silencioso dentro de mim. Perdi o norte. Perdi a figura de referência. E, órfão daquele modelo masculino tão meu, acabei fugindo para um refúgio que muitos meninos daquela era também conheceram: os heróis de fantasia.

Livros, gibis da Abril, filmes da Sessão da Tarde, cavaleiros, samurais, bárbaros, jedis, mutantes, super-sentais e todo tipo de guerreiro improvável passaram a ocupar o espaço que antes era do meu pai.

Mas antes da fantasia, antes da ficção me adotar, existia algo infinitamente mais poderoso:

as histórias que meu pai contava do herói dele — meu bisavô Luigi.

E ali estava o mito fundador da linhagem Bellacosa.



O GIGANTE DE ATIBAIA – O PRIMEIRO “AVATAR” DA FAMÍLIA

Luigi era um gigante de quase dois metros,
olhos azuis de cortar o vento
e aquela força bruta dos napolitanos da velha guarda, que atravessaram o Atlântico sem medo e sem garantia.

Meu pai contava essas histórias com brilho nos olhos e voz cheia, como quem recita epopeia homérica na laje de casa.

E eu, garoto, achava aquilo tudo a coisa mais épica do mundo.

“Seu bisavô tinha um sítio em Atibaia…”
“Caçava no mato com a coragem de dez homens…”
“Virou jogador do Juventus nos anos 20…”
“Foi meter o nariz na política…”
“Trabalhou como adjunto de delegado…”
“Resolviiia tudo no braço, era encrenqueiro, mas justo…”

Era meu primeiro super-herói.
O Batman da Mooca.
O Conan da Quarta Parada.
O Aquiles que tomava Antártica no boteco enquanto olhava de rabo de olho o Palestra Itália — afinal, o irmão era um dos astros.

E eu ria ao imaginar aquele homem enorme, turrão, misturando português e italiano porque simplesmente se recusava a deixar que lhe proibissem sua língua durante a Segunda Guerra. A repressão policial não o dobrava — apenas o irritava.


Já que falei de irritar, isso é outra lenda de família, a bocas miúdas, quase que segredo marcial. Contavam que ele odiava homens que batesse na esposa, consta que na época de sub-delegado. As mulheres iam à delegacia dar queixa de violência domestica. Na madrugada, ele pegava a viatura, como um bom capo chamava uns dois ou três auxiliares, tutti buona genti. Dirigia até a casa do dito cujo, enfiava na viatura, levava num campinho de futebol, la para os lados dos baldios de Sapopemba, dava um belo enxerto de porrada e mandava o individuo tomar jeito, senão aconteceria novamente. Segundo a lenda, muitos que passaram por esse corretivo tomaram jeito na vida, afinal saco na cabeça e porrada no ermo na época eram bons corretivos. 

Era fácil, muito fácil, para um menino de oito, nove, dez anos, olhar para tudo isso e pensar:
“um dia quero ser como esse herói que meu pai tanto admira.”



A MO(O)CA E SUAS FRONTEIRAS MÍTICAS

As histórias sempre tinham um cenário forte:
a Mooca.
A zona italiana.
Aquele caldeirão de imigrantes onde o sotaque vale mais que RG.

Meu pai descrevia a Mooca antiga com quase a mesma reverência que falava do Luigi:

— espanhol cruzava a rua errada, dava briga;
— polonês pisava na zona dos italianos, confusão;
— português cochichava alto demais, pronto, já tinha discussão.

E dentro desse tabuleiro humano, Luigi reinava.
O “carcamano encrenqueiro”, como alguns chamavam — uns amavam, outros odiavam, mas todos respeitavam.

Porque havia homens que eram rocha.
Luigi era um monolito.

E ali estavam as raízes da família Bellacosa fincadas no cimento quente da Mooca.



O DIA EM QUE PERDI O NORTE

Mas então veio o divórcio.
E o menino que queria ser Luigi ficou sem mapa, sem bússola e sem narrativa.

É curioso como o ser humano sempre precisa de um modelo para sobrepor, igualar ou contrariar.
Quando o meu sumiu, entrei no mundo dos heróis de fantasia para tentar preencher aquele vácuo.

E talvez por isso eu tenha enxergado tanto encanto nos personagens que lutam contra o destino, que erram, que quebram, que se levantam, que treinam com espadas imaginárias ou enfrentam monstros mitológicos — porque de alguma forma eles eram ecos do Luigi que meu pai contava.


O HERÓI É A HISTÓRIA QUE SOBREVIVE

Hoje, adulto, percebo uma coisa linda:

Eu não conheci o Luigi pessoalmente no auge.
Mas conheci o olhar do meu pai ao falar dele.
E isso, meu amigo, vale mais que qualquer fotografia antiga.

É nas histórias que sobrevivemos.
É nas memórias que encontramos a bússola perdida.
E é no passado — o nosso passado — que os heróis continuam vivos, gigantes e risonhos, prontos para mais uma briga na Mooca.

A linhagem Bellacosa não nasceu grande — nasceu épica.
E continua assim cada vez que alguém conta, reconta e reaviva esses capítulos.



📜 Tio Queijo e o Reino da Fartura – Crônica de um Menino em visita na Quarta-Parada


 


📜 Tio Queijo e o Reino da Fartura – Crônica de um Menino em visita na Quarta-Parada

Por El Jefe • Bellacosa Mainframe Midnight Edition

Existem memórias que não são apenas lembranças — são fotos Polaroid gravadas na alma, cheirando a naftalina, pão fresco, queijo curado e infância pobre, mas rica no que importa.

Eu cresci numa família onde o dinheiro fazia o mesmo que os JOBs do mainframe:
às vezes rodava; às vezes travava; às vezes sumia na fila de execução.

Era uma vida em ciclos:
30% fartura, 70% aperto — mas sempre com amor o suficiente para ninguém perceber que faltava açúcar no armário ou feijão no saco. A família fazia sua mágica silenciosa. Nos piores momentos, as mãos se estendiam. A união era o “SAVERESTORE” da pobreza.



Mas existiam momentos mágicos, que expandiam o mundo como se eu tivesse entrado num CICS pela primeira vez:


✨ As visitas ao bisavô José no Curaçá
✨ As tardes na casa da Tia-avó Guiomar
✨ O aconchego dos avós Pedro e Anna
✨ O abraço ancestral dos bisavós Francisco e Isabel

✨ As caminhadas com o Tio Rubens

✨ As visitas do carteiro-telegrafista Tio Benício

✨ As idas à casa da avó Alzira em Guaianazes

✨ As visitas na casa da Tia Miriam

✨ As longas viagens a Taubaté para visitar a Tia Deise

✨ As jornadas ao interior para visitar o primo Claudio em Sorocaba e primo Eduardo por onde ele estivesse.

✨ A viagem mais longa, que o clã Wilson Bellacosa indo até o Paraná, estado natal de minha mãezinha

✨ Viagens rumo ao noroeste de São Paulo : São José do Rio Preto, Urupês e Catanduva

Só que havia um lugar que… ah… esse lugar era cheat code da vida.
Era o “God Mode” da infância pobre.
Era o paraíso dos pequenos.

Era a casa do nosso lendário tio-bisavô Arthur.
O homem que, para nós, parecia mais rico que o Mappin.



🏆 O parente lendário: Arthur Dudu, o ex-Palmeiras

Dudu — como os antigos o chamavam — era figura.
Ex-jogador do Palmeiras, dono de imobiliária, presidente de time de futsal lá na Quarta-Parada…
Para nós, crianças, ele era algo entre:

  • Papai Noel,

  • Willy Wonka,

  • e um grande patriarca romano da Mooca.

Ele tinha esse sorriso paternal, aqueles olhos bondosos que brilhavam quando a casa enchia de gente.

E a mesa…
ah, a mesa
ela era um capítulo à parte.



🧀 O “Tio Queijo” e o armário mágico da fartura

A gente o chamava — brincando, mas com amor — de Tio Queijo.
Porque foi lá, naquela casa grande no Belenzinho, que aprendi o que era fartura.

Ele abria a despensa como quem revela um segredo de família.
Um armário gigantesco, que para minhas mãos de menino parecia o cofre do Tio Patinhas:

  • queijos pendurados

  • salames curando

  • frios de todos os tipos

  • goiabadas, pães, manteiga

  • engradados de refrigerante e cerveja

  • e um perfume de fartura que a casa exalava como mil natais juntos

E nós, pequeninos, éramos reis por um dia.
Brincávamos pelos corredores, corríamos no quintal, comíamos como se nunca tivéssemos visto comida na vida — porque, às vezes, não tínhamos mesmo.

Era a prova viva de que riqueza não é dinheiro:
é partilha, mesa cheia, porta aberta.



👨‍👩‍👧‍👦 A constelação Bellacosa do lado leste da cidade

O núcleo familiar era uma constelação cheia de figuras únicas:

  • O bisavô Luigi, sábio e calmo, lá na Vila Alpina

  • Seu irmão, Arthur Dudu, o coração generoso do Belenzinho

  • O primo Dimas, ator de teatro, brilho e cultura na família

  • As irmãs Aracy e Guaraci sempre atenciosas

  • Tios, tias, agregados, compadres, vizinhos — todos parte de um grande dataset afetivo

Cada visita era um snapshot perfeito de alegria.


🎄 Conclusão: a infância pobre, mas rica – muito rica

Olhando agora, percebo como aquelas visitas foram indexadas no meu coração.
Em um tempo onde a vida se dividia entre o pouco e o quase nada,
aquele armário cheio de queijos parecia o paraíso.
O riso do tio, o cheiro da casa, a bagunça feliz dos primos…
tudo isso era a verdadeira riqueza que hoje entendo.

A infância foi humilde, sim.
Mas o amor — esse era abundante.
E nos dias em que íamos ao Belenzinho,
a pobreza tirava folga e deixava a gente brincar em paz.


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Tadashii (正しい): O Kanji da Correção e da Justiça

 


Tadashii (正しい): O Kanji da Correção e da Justiça

Se você já começou a estudar japonês, provavelmente já se deparou com o kanji . Mas quando ele se transforma em 正しい (tadashii), o significado ganha vida e se conecta profundamente com a cultura e a linguagem japonesa. Hoje, no El Jefe, vamos explorar tudo sobre esse kanji: o que ele significa, curiosidades, dicas de uso e alguns detalhes interessantes para você impressionar seus amigos com conhecimento linguístico.

O que é Tadashii?

Tadashii (正しい) é um adjetivo japonês que significa “correto”, “justo”, “verdadeiro” ou “adequado”. Ele é usado tanto para situações objetivas — como respostas certas em uma prova — quanto para comportamentos éticos ou socialmente aceitos.

Exemplos de uso:

  • この答えは正しいです。
    Kono kotae wa tadashii desu.
    Esta resposta está correta.

  • 正しい道を歩む。
    Tadashii michi o ayumu.
    Seguir o caminho correto / justo.

Curiosidades sobre o Kanji 正

  1. Origem e forma: O kanji representa originalmente cinco traços que simbolizam contagem ou correção — como quando você risca linhas para contar. É curioso como esse kanji evoluiu de uma ideia de “contagem correta” para “correção” no sentido moral e factual.

  2. Pronúncias diferentes:

    • On’yomi (leitura chinesa): せい (sei) ou しょう (shō)

    • Kun’yomi (leitura japonesa): ただしい (tadashii)

  3. Expressões comuns:

    • 正直 (shōjiki) — honesto, sincero

    • 正義 (seigi) — justiça

    • 正月 (shōgatsu) — Ano Novo (literalmente “mês correto”)

Dicas de Uso

  • Verifique o contexto: “Tadashii” pode se referir a uma resposta correta, uma conduta ética ou até uma atitude adequada para a situação.

  • Combinação com partículas: É comum aparecer com a partícula です para formalidade: 正しいです (tadashii desu).

  • Como adjetivo: Lembre-se que tadashii é um adjetivo i-adjective, ou seja, termina em “i” e pode ser conjugado: 正しくない (tadashikunai, não é correto) ou 正しかった (tadashikatta, estava correto).

Comentário Cultural

O conceito de tadashii vai além do que está certo ou errado. Na cultura japonesa, muitas vezes ele está ligado à harmonia social e ao respeito às regras. Ou seja, algo “tadashii” é não só factual, mas também adequado ao contexto social. Isso reflete uma mentalidade de equilíbrio e respeito que é muito valorizada no Japão.

Detalhes que Enriquecem seu Estudo

  • Memorizar o kanji pode ser mais fácil se você pensar nele como uma contagem correta: cada traço marcado é um passo em direção à precisão.

  • Combine com outros kanjis para formar palavras poderosas:

    • 正解 (seikai) — resposta correta

    • 正体 (shōtai) — verdadeira identidade

    • 正当 (seitō) — legítimo, justo

Conclusão

Tadashii (正しい) não é apenas “correto” no sentido literal, mas um reflexo da busca japonesa por precisão, justiça e adequação social. Aprender esse kanji vai muito além da tradução: é entender uma pequena parte do pensamento japonês, e isso enriquece qualquer estudo de língua ou cultura.

Se você quiser dominar kanjis importantes, comece pelo 正 — ele é simples, versátil e cheio de significado!