terça-feira, 1 de novembro de 2016

📜 Crônicas do Vaguinho — A Última Banana Split do Paraíso

 


📜 Crônicas do Vaguinho — A Última Banana Split do Paraíso

Ao melhor estilo Bellacosa Mainframe — para o blog El Jefe Midnight Lunch

Existem noites que não são apenas noites.
São checkpoints da alma.
Aquelas rodadas de batch emocional que a vida dispara sem aviso, empacota em memória e nunca mais apaga.

Taubaté. Parque Sabará.
O pequeno Vagner — esse narrador aqui — vivia seu “release” mais estável:
amigos por toda parte, a liberdade da bicicleta como se fosse um passe-livre do MVS, uma namoradinha nível poemas de madrugada, sonhos leves, e a sensação de que o mundo era grande, possível e começava três quadras depois.

A vida estava em RC=00 constante.

Até aquela noite.




🍨 A praça do Jumbo — a Times Square da molecada taubateana

Para quem viveu esse período, a praça do Jumbo (ou do Eletro, dependendo da tribo) não era só um ponto.
Era O ponto.

  • Trailers de dogão

  • Bancas de doces

  • Hambúrgueres que hoje seriam gourmet

  • Gente bonita indo e vindo

  • A paquera rolando solta como transação CICS em horário de pico

  • A moda desfilando ao vivo

  • Os grupos jovens se encontrando, trocando olhares, ensaiando a vida adulta

Era o shopping center da época, só que sem o ar-condicionado e com alma.

O coração urbano pulsando forte numa Taubaté pré-centros comerciais, pré-internet, pré-modernidades.

Mas o ápice, o mainframe gastronômico daquela praça, era a sorveteria artesanal.

Não sorvete de fábrica.
Não marcas famosas.
Era artesanal, único, feito ali.
Com gosto de cidade pequena, de infância viva, de verão eterno.



🍌 A primeira Banana Split — e o último dia de um mundo

Minha mãe, recém-divorciada, anunciou:

“Hoje vamos comemorar. Vamos à sorveteria da praça.”

Comemorar o quê?
A gente nem sabia.
Mas criança não pergunta — criança vai.
E embarca na promessa de qualquer momento doce, como se fosse a aventura do ano.

Lá estávamos os quatro:

  • Eu, com 12 anos e um coração cheio de histórias

  • Vivi, minha irmã, animada com tudo

  • Mamãe, guerreira, tentando juntar os cacos de uma guerra doméstica silenciosa

  • O pequeno Dandan, pronto pra qualquer travessura

E veio ela:
minha primeira Banana Split.

Uma taça alongada, imponente:
banana no fundo como um colchão de nuvens, três bolas de sorvete colorido — quase RGB — uma montanha de chantili, chocolate derramado com generosidade, e no topo a cereja marrasquino brilhando como se fosse o token final da transação.

Eu, que já achava que Taubaté era mágica, vi que Taubaté também tinha seus portais.

Vivi ganhou um sundae gigantesco, digno de foto.
Mamãe e Dandan pediram banana split também.
Aquela mesa era uma pequena vitória.
Uma trégua.
Um suspiro feliz após meses difíceis.

Era o primeiro sorriso coletivo pós-separação.

E sem saber…
também era o último momento daquele mundo que eu tanto amava.



🕰️ A Noite da Doçura, o Começo do Fim

Se eu tivesse um cronômetro interno na época — ou logs da vida — perceberia que aquele momento tinha carimbo de:

/EVENTO EXEC TYPE=MILESTONE

Mas criança não sabe disso.
Criança só vive.

A gente riu.
Comemos.
Brincamos de olhar o movimento da praça.
Achamos tudo lindo, tudo grande, tudo possível.

Mamãe, com seus olhos cansados, deixava escapar um brilho de esperança.
Era como se ela estivesse testando se ainda havia alegria no sistema.

E havia.
Havia sim.
Naquela mesa havia mais do que sorvete:
havia recomeço.

Mas havia também uma sombra leve, um peso que ela carregava e ainda não podia dividir.

A notícia — aquela que mudaria tudo — ela guardou.
Esperou.

Porque naquela noite ela queria nos entregar apenas felicidade.
Um último snapshot de Taubaté em seu período ideal.


🌙 Epílogo: O Checkpoint das Emoções

Ali, entre bolas de sorvete e risadas de verão, vivi o fim de um ciclo sem saber que era o fim.

Dias depois descobriríamos que era hora de partir.
De deixar Taubaté, o Sabará, os amigos, os romances bobos, os passeios de bicicleta, a rotina doce e simples.

Mas naquela noite?
Não.
Naquela noite éramos só quatro sobreviventes reconstruindo o mundo, um sorvete por vez.

Às vezes a vida nos dá um último capítulo disfarçado de sobremesa.

E essa Banana Split…
essa ficou congelada na memória.
O sabor do paraíso antes do reboot.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

💰 O Salário que Encolheu: A Nova Era do Feudalismo Corporativo

 


💰 O Salário que Encolheu: A Nova Era do Feudalismo Corporativo

Há algo curioso acontecendo nas empresas modernas: quanto mais elas crescem, menor parece o salário médio.
Mas calma, o dinheiro não desapareceu — ele apenas foi parar em pouquíssimos bolsos.

Nos anos 80 e 90, havia um certo equilíbrio. O gerente tinha um bom salário, o diretor um excelente, e o presidente ganhava muito, mas a distância entre o chão de fábrica e a sala de reuniões era percorrível.
Hoje, virou abismo.

Segundo dados de consultorias internacionais (como Oxfam e Deloitte), o salário médio do trabalhador cresceu menos de 5% em 20 anos, enquanto o dos CEOs aumentou mais de 900%.
Sim, nove vezes mais rápido.
Vivemos a era do neofeudalismo corporativo — onde meia dúzia de “senhores” decide, e milhões de “vassalos de crachá” sobrevivem com VR e plano odontológico.

📉 O paradoxo da produtividade

Nunca se produziu tanto.
Nunca se faturou tanto.
Mas também nunca se pagou tão pouco em proporção.
Por quê?

Porque as empresas não distribuem mais valor — elas o concentram.
O conceito de “meritocracia” virou um bordão de auditório: quem tem poder define o mérito, quem não tem, só obedece.
O lucro sobe, os bônus de diretoria estouram, mas o salário-base do analista continua igual ao da época do Windows XP.

🏢 A bolha da “alta performance”

Criou-se uma religião em torno do “high performer”.
Palestras motivacionais, metas “moonshot”, coach corporativo, “mindset de crescimento”.
Tudo para te convencer a entregar mais… por quase o mesmo salário.
Enquanto isso, o topo da pirâmide se retroalimenta: bônus, ações, stock options e jantares de networking em Dubai.

E se você questiona, vem a frase padrão do RH:

“O mercado está assim.”

Não, o mercado não “está assim”.
Ele foi moldado assim.
Por uma lógica onde 1% dita as regras e 99% agradece por ainda estar no jogo.

⚙️ Easter Egg: O COBOL do capitalismo

Curioso: no mainframe, o COBOL é estável, previsível e justo — se você codifica certo, ele te entrega o resultado.
No capitalismo moderno, o código foi adulterado.
Os “procedures” de igualdade salarial foram comentados, os “if salário justo” foram substituídos por “if lucro máximo”, e o commit do bem comum foi cancelado.
Rollback? Nem pensar.

🎯 Conclusão Bellacosa

O problema não é o sucesso de alguns — é o desequilíbrio estrutural que transforma talento em servidão emocional.
Trabalhadores cansados, desmotivados e sem tempo de viver.
Empresas com lucros recordes e discursos de propósito vazios.

Um sistema que paga bilhões em bônus, mas não tem verba pra café.
E ainda pede pra sorrir na call do Teams.

No fundo, estamos vendo o retorno do feudalismo —
só que agora, os castelos têm logotipo e os cavaleiros usam crachá.


💼 #ReflexãoCorporativa #BellacosaMainframe #ElJefeMidnight
📉 #Salários #Desigualdade #CapitalismoTardio #MainframeDaVida


sábado, 24 de setembro de 2016

🎤 Tsubasa Imamura — A Voz Japonesa que Decodificou a Alma Brasileira

 


🎤 Tsubasa Imamura — A Voz Japonesa que Decodificou a Alma Brasileira

Quando o J-Pop apertou Enter na MPB e o Mainframe virou palco da emoção



Por Bellacosa Mainframe

Era uma noite chuvosa em Kanazawa quando a pequena Tsubasa Imamura ganhou do pai seu primeiro violão.
Naquele momento, nascia mais do que uma cantora — nascia um “processo batch” cultural capaz de compilar o Japão e o Brasil na mesma partição do coração.
Anos depois, ela atravessaria o oceano — guitarra em punho, sotaque quase nenhum, alma transbordando poesia — e o Brasil a adotaria como uma filha da bossa nova, do rock nacional e da saudade.


🗾 Do Japão ao Brasil: a Rota da Melodia

Nascida em Kanazawa, província de Ishikawa, Tsubasa cresceu entre tintas, partituras e sonhos. Aos 11 anos, seu pai lhe presenteou um violão, e o clique foi imediato — “quero compor, quero cantar”.
Mas ela não seguiu o caminho fácil do pop japonês. Escolheu o Brasil — e isso, convenhamos, é quase um fork existencial.

Seu primeiro álbum, “Ame no Yoru ni” (2009), já mostrava sua alma viajante. Depois vieram “How to Fly” (2012) e “Por Você” (2014) — este último lançado especialmente para o público brasileiro, com direito a revista-pôster (sim, item de colecionador que hoje vale ouro no Mercado Livre dos sentimentos).


🎧 A Linguagem Universal

Quando Tsubasa canta “Pais e Filhos” (Legião Urbana) ou “Pra Ser Sincero” (Engenheiros do Hawaii), o impossível acontece:
o japonês soa como brasileiro.
Sem sotaque, sem truque. Apenas emoção.

É como se alguém rodasse um programa COBOL no z/OS e dissesse: “compilei saudade”.
O milagre é real.


💡 Easter Eggs e Curiosidades

  • Seus vídeos no YouTube somam milhões de views — um verdadeiro mainframe de emoção processando comentários bilíngues.

  • Em vários arranjos, há pequenas frases em japonês escondidas no meio da letra — micro-comentários, como remarks musicais.

  • O álbum Por Você foi lançado com uma revista-pôster ilustrada, cheia de bastidores e fotos exclusivas.

  • Já fez shows em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e várias cidades japonesas, criando uma rota cultural digna de NJE entre dois mundos.


Bellacosa Tips

  1. 🎧 Ouça Por Você no fone bom — há nuances no arranjo que lembram o charme analógico do vinil.

  2. 🔍 Compare suas versões com as originais — perceba como ela muda a métrica para respeitar o português.

  3. 🌐 Veja seu canal Tsubasa Imamura Brasil no YouTube e sinta o choque cultural em 4 minutos de pura harmonia.

  4. 💾 Guarde esse nome: se a música brasileira tivesse um “backup no Japão”, o restore seria ela.


🖥️ Do Micro ao Mainframe: a Sinfonia das Conexões

No universo dos bits e das notas, tudo se conecta.
Assim como o TK85 nos ensinou que um código simples podia mudar o mundo, Tsubasa Imamura nos mostra que uma voz doce pode derrubar firewalls culturais.
Nos anos 80, o IBM System/360 processava transações; hoje, a cantora processa emoções — e o output é puro encantamento.


🎬 Epílogo

O Japão criou Tsubasa. O Brasil a decodificou.
Entre a bossa e o byte, ela virou ponte, linguagem, protocolo de alma.
E nós, que vivemos entre terminais verdes e playlists digitais, só podemos agradecer por esse “ping cultural” que nunca dá timeout.

Então, que tal abrir uma aba nova, dar um play em “Pais e Filhos” na voz dela, e sentir o sistema emocional reiniciar?


📀 Tags: #TsubasaImamura #Jpop #MPB #BrasilJapão #CulturaDigital #BellacosaMainframe #ElJefe


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

🎼 NAGASHI – O MÚSICO ERRANTE

 


🎼 NAGASHI – O MÚSICO ERRANTE

A versão japonesa do “bardo viajante”

No período Taishō (1912–1926) e principalmente no início da Era Shōwa (1926–1945), o termo nagashi passou a designar:

👉 O músico que andava pelas ruas, bares e vielas tocando canções por gorjetas.

Eles tocavam:

  • violão

  • shamisen

  • acordeão

  • violino

  • às vezes até koto portátil (!)

O nagashi não tinha palco fixo, nem contrato, nem local para se apresentar.
Ele fluía pela cidade, de bar em bar, seguindo onde a música o chamasse — exatamente o espírito do verbo nagasu: deixar-se levar.

Por isso ganhou o apelido poético de:

流しのバードNagashi no Bādo

O “bardo errante”.




🌙 POR QUE O NAGASHI VIROU UMA FIGURA MÍTICA?

Há três razões culturais importantes:


1. A estética do “andarilho do acaso”

O Japão sempre teve forte romantização de figuras nômades:

  • ronin (samurais sem mestre)

  • komusō (monges mendicantes de shakuhachi)

  • yūjo viajantes (artistas itinerantes)

O nagashi é visto como um herdeiro moderno desses andarilhos.


2. A cultura dos bares pequenos (izakaya) e vielas (yokocho)

Nos anos 1920–1950, era comum ver:

  • um acordeão surgindo do nada

  • um violão tocando canções tristes de amor

  • um shamisen dedilhado à porta de um bar

Era um Japão ainda pobre, noturno, boêmio.
E o nagashi virou o símbolo desse romantismo decadente.


3. A associação com enka, canções melancólicas e boêmias

O nagashi foi o grande divulgador do enka antigo — aquele estilo carregado de sofrimento, saudade e amores impossíveis.

Ele era o “cantor das madrugadas”, o último companheiro do bêbado solitário, quase uma entidade urbana.




🏮 EXISTE UMA LENDA DE ORIGEM?

Não há uma lenda única, mas existem tradições que serviram como base mítica para o nagashi:


A) Os Komusō (虚無僧)

Monges zen do período Edo que:

  • usavam um enorme cesto na cabeça

  • tocavam shakuhachi

  • vagavam pelas estradas

Eles viviam exatamente do mesmo modo: errantes, tocando música em troca de esmolas.
Muitos historiadores culturais consideram o nagashi um “descendente urbano” desses monges.


B) Os Tabi Geinin (旅芸人)

Artistas itinerantes que cruzavam as aldeias do Japão:

  • músicos

  • contadores de história

  • mágicos

  • acrobatas

O nagashi é o último representante moderno desses artistas nômades.


C) A lenda do “Cantor da Ponte Sumida”

Uma história popular de Edo fala de um músico que:

  • perdeu a amada no Rio Sumida

  • passou o resto da vida cantando sob as pontes

  • dizia-se que o som de seu shamisen “flutuava com o rio”

Alguns dizem que daí veio a ideia de “nagashi” — a música que flui, que passa, que segue adiante.

É mito?
Meio mito, meio realidade.
Mas todos no Japão conhecem essa história.


🎤 HOJE EM DIA, EXISTEM NAGASHI?

Sim!

Em Tóquio, Osaka e Hakata ainda existem nagashi modernos que entram em bares tocando violão, muitas vezes vestidos ao estilo anos 50–60.

É raro — mas ainda existe.
Até virou tema na cultura pop e em doramas nostálgicos.


🥢 EASTER EGG BELLACOSA MAINFRAME

Você sabia?

🎵 O lendário cantor Hibari Misora começou quase como um nagashi infantil.
🎸 O termo “nagashi” aparece codificado em vários mangás dos anos 70 sobre vida boêmia.
📀 Há um álbum cult chamado “Nagashi Blues” (流しブルース) lançado em 1958 — referência para músicos de izakaya até hoje.
🚶 Um nagashi tradicional sempre usava sapato de couro gasto, símbolo do artista viajante.


🧠 RESUMO FILOSÓFICO

“Nagashi” é mais do que um músico.
É um espírito:
O da vida que não fixa raízes,
Da arte que flui,
Da música que chega e vai embora,
Como um trem noturno passando pela estação.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Brasil vs. Japão: A Dança dos Fetiches e as Máscaras Sociais

 


Brasil vs. Japão: A Dança dos Fetiches e as Máscaras Sociais

Comparar a forma como Brasil e Japão lidam com "fetiches" é como comparar dois rios que correm para o mesmo oceano, mas através de paisagens completamente diferentes. Ambos os países têm suas próprias complexidades culturais, históricas e sociais que moldam a percepção, aceitação e expressão da sexualidade e dos interesses de nicho. Não é uma questão de um ter mais ou menos fetiches, mas de como esses fetiches são percebidos, onde são expressos e qual o nível de tolerância social em cada contexto.

Vamos analisar essa comparação com a acidez e a profundidade que o assunto exige, ao estilo Bellacosa Mainframe.

Japão: A Esfera Privada como Santuário do Nicho

Como discutimos, no Japão, a chave é a separação Honne (real) e Tatemae (fachada social). A sociedade pode parecer rigidamente homogênea e conservadora na superfície, mas há um vasto e tolerante submundo de interesses e expressões individuais, incluindo os fetiches.

Características Japonesas:

  • Aceitação na Privacidade: Interesses de nicho (muitas vezes rotulados como fetiches pelo Ocidente) são largamente aceitos e até esperados na esfera privada ou em comunidades específicas (otakus, fãs de mangá/anime, etc.). Não há um grande estigma moral, desde que não interfiram na ordem pública.

  • Indústria Madura e Explicita: A indústria de conteúdo (anime, mangá, jogos, AV – Adult Video) é enorme e oferece uma gama inacreditável de nichos para cada preferência imaginável. É uma indústria que capitaliza e normaliza esses interesses, tornando-os acessíveis.

  • Ausência de Moralismo Religioso: A cultura japonesa não possui o mesmo histórico de moralismo sexual ou culpa religiosa que as culturas ocidentais (especialmente as cristãs), o que permite uma abordagem mais pragmática e menos condenatória da sexualidade.

  • Estilização e Simbolismo: Muitos "fetiches" são apresentados de forma altamente estilizada, artística ou simbólica, o que pode atenuar a percepção de vulgaridade para o público interno e até para parte do público externo.

  • Cultura Kawaii: O elemento "fofo" (kawaii) pode se mesclar com elementos eróticos de formas complexas, desarmando algumas defesas ou criando novas camadas de atração.

Brasil: A Publicidade Oculta e o Julgamento Moral

O Brasil, por outro lado, é um caldeirão de culturas, influenciado fortemente pelo catolicismo, mas também por uma rica diversidade de outras crenças e uma imagem de "país liberal" no que tange à sexualidade. No entanto, essa "liberalidade" muitas vezes se aplica a certas formas de sexualidade (heteronormativa, festiva, carnavalesca), e o julgamento moral sobre outras é muito forte.

Características Brasileiras:

  • Publicidade vs. Moralismo: O Brasil tem uma sexualidade que é paradoxalmente exposta (Carnaval, corpos na praia, música) e recriminada (moralismo religioso, conservadorismo social). Há uma grande diferença entre o que é mostrado (e muitas vezes fetichizado, como o corpo feminino objetificado no samba) e o que é aceito em discussões francas e abertas sobre sexualidade e fetiches.

  • Fetiches "Geralmente Aceitos": Alguns fetiches são mais integrados ou "normalizados" na cultura mainstream, como a apreciação de corpos atléticos, certos tipos de roupa (ex: lingeries, uniformes esportivos), e dinâmicas de poder no sexo.

  • O "Fetiche Secreto": Há um grande estigma em relação a fetiches mais específicos ou considerados "estranhos" ou "perversos". As pessoas tendem a escondê-los, expressá-los apenas na privacidade de seus quartos ou em comunidades online muito fechadas. O medo do julgamento é intenso.

  • Pouca Indústria de Nicho: Não há uma indústria de entretenimento no Brasil com a mesma capacidade do Japão de produzir e normalizar conteúdos de nicho para fetiches específicos em grande escala e com aceitação cultural. O que existe é marginalizado ou restrito a plataformas adultas.

  • Influência Religiosa: A forte influência de igrejas (católicas e evangélicas) em amplos setores da sociedade brasileira cria um ambiente onde a culpa e o pecado são frequentemente associados a práticas sexuais que fogem da "norma" heteronormativa e procriativa. Isso condena muitos fetiches.

  • Cultura do "Mimimi" e do Cancelamento: Recentemente, o aumento da polarização e da cultura do cancelamento no Brasil tem levado a um policiamento ainda maior sobre o que é considerado "aceitável" ou "ofensivo" na esfera pública, tornando ainda mais arriscado para as pessoas expressarem interesses de nicho.

Fofoquice e Reflecção Mainframe: O "Estranho" de Cada Um

Dica Bellacosa Mainframe: Lembre-se que o "fetiche" de uma cultura pode ser o "normal" de outra, e vice-versa. A objetificação do corpo feminino no Carnaval brasileiro pode ser vista como um fetiche em si por culturas mais recatadas, enquanto no Brasil é "celebração".

O Paradoxal Liberalismo Brasileiro: O Brasil projeta uma imagem de "liberdade sexual", mas essa liberdade é, muitas vezes, superficial e seletiva. Há uma grande hipocrisia social onde a sexualidade "padrão" é exuberante, mas qualquer desvio é rapidamente taxado de "doença", "pecado" ou "perversão". Essa pressão faz com que a exploração de fetiches seja um ato muito mais solitário e clandestino do que no Japão.

O "Fetiche do Julgamento": No Brasil, o fetiche pelo julgamento alheio (ou o medo dele) é quase um fenômeno cultural. As pessoas se policiam e policiam umas às outras, resultando em uma sociedade onde a conformidade é incentivada, e a diferença, muitas vezes, é punida socialmente.

Easter-Egg: A "Virgindade" das Mídias Brasileiras:

Pense na mídia brasileira. Onde estão os animes ou mangás brasileiros que exploram livremente nichos eróticos? Onde estão os jogos com temáticas de "maids", "garotas-gato" ou dinâmicas de poder mais explícitas no mainstream? Eles praticamente não existem ou são relegados a um underground muito pequeno, justamente por causa do receio de retaliação e do impacto no "Tatemae" social.

Veredito Comparativo:

CaracterísticaJapãoBrasil
Expressão PúblicaConservadora, foco na harmonia social."Liberal" e extrovertida (mas seletiva), foco na imagem festiva.
Expressão PrivadaAlta tolerância e aceitação de nichos e fetiches.Baixa tolerância, alto estigma; fetiches são secretos.
Indústria de ConteúdoGigantesca, segmentada e capitalizadora de nichos.Pequena, moralista, pouco exploratória de nichos específicos.
Influência ReligiosaBaixa moralidade sexual baseada em pecado.Forte, com moralismo e culpa sexual prevalentes.
Julgamento SocialBaixo para o privado, alto para o público que quebra o Tatemae.Alto e generalizado para "desvios", mesmo no âmbito privado.
"Perversão"Tendência a ver como "interesse", "preferência", "hobby".Tendência a ver como "doença", "pecado", "imoralidade".

Em suma, enquanto o Japão oferece um espaço de manobra para a sexualidade não-normativa e os fetiches dentro de suas fronteiras privadas e industriais, o Brasil, apesar de sua imagem de país "liberal", tende a relegar esses interesses a um profundo esconderijo, sob o risco constante de julgamento e condenação social. A diferença não está na existência dos fetiches (eles são universais), mas na arquitetura social que permite ou impede sua manifestação.

E é por isso que desvendar a psique humana e suas expressões é sempre um trabalho para a Mainframe, onde as verdades são mais complexas do que parecem.


sábado, 16 de julho de 2016

Chegada e desembarque em Luiz Carlos

Uma pequena viagem de trem.


Após percorrermos quase 8 quilometro chegamos no aprazível e encantador distrito de Luiz Carlos, uma antiga vila Ferroviária, perdida na zona rural de Guararema.







A locomotiva para todos descem e correm para conhecer a pequena vila. Eu curioso fico aguardando e fotografando todo o processo de engate e desengate da locomotiva.

Infelizmente neste trecho nao existe uma rotunda, entao a locomotiva tem que voltar em marcha atrás, é uma pena poderiam pensar nisso nas próximas estações.

Mesmo assim é um espetáculo a parte assistir todo o processo de troca de trilhos, mudança de comutadores, retorno da locomotiva.

O trem partiu vamos vendo a paisagem

Após longo tempo esperando o trem partiu...


Eu e o formiguinha na janela vendo a paisagem, lentamente o trem vai ganhando terreno, devido as imposições contratuais a locomotiva imponente que nos tempos áureos chegava a 110 km/h hoje trafega a apenas a 20 km/h.



Apesar da velocidade o passeio é muito agradável e a paisagem bela, com sítios, gado e bosques margeando os binários da ferrovia.

Indian Motorbike invadem o Brasil

Indian Motorbike em exibição nas ruas de Guararema.


Para os aficionados por moto eis um pequeno brinde, fantásticas motos Indian em exibição. Diversos modelos em uma passeio pela Rota 66 paulista.


Isso mesmo Guararema é cortada pela SP 066 passando por bucólicas estradinhas próximo a propriedades rurais, fazendinhas, ribeiroes e riachos.

Eu e o formiguinha aproveitamos a deixa e fomos espionar de perto estas maquinas gigantes.

Passagem de Indians em Guararema

Distraído pela rua, ouço o ronco dos motores.



Estamos andando pela cidade, bem distraídos quando ouvimos um ronco de motor, o formiguinha fica louco e começa a gritar... Harley, harley...



Surpreendidos pela carreata, noto que sao motos diferentes das Harleys, mas ate ai fico na duvida... vejo o rabo de peixe, as malas laterais, a frente com paralama aerodinâmico.

Algo nao enquadra... o que sera? Que motos serao estas? Em breve o mistério foi solucionado.

Estas motos sao Indians Motorbike recém chegadas ao Brasil é ja ocupando um nicho exclusivo dentro os aficionados por duas ruas.

Uma ponte unica em Guararema

Tesouros arqueologicos da era industrial.


Guararema tem seus encantos naturais, as margens de um afluente do Rio Paraiba, cortada pela antiga ferrovia que ligava Sao Paulo ao Rio.



Ficaram vários vestígios desta época de ouro, onde se escoava cafe pelo interior do estado. A menos de 400 metros da estaçao existe uma ponte.

Ponte feita em ferro nos bons e velhos moldes das antigas pontes ferroviarias, cruzando o rio, permitiu-me uma visita fantastica sobre seus dormentes. Visualizando o rio la embaixo.

Imaginando quantas historias ali aconteceram, governos subiram e cairam, soldados foram e voltaram de guerras e a ponte ali continua.

A velha Senhora de Guararema

A velha e imponente senhora 353


Estamos em Guararema pequena cidade próxima a Mogi das Cruzes na entrada do vale do Paraiba. Esta pequenina cidade surpreendeu a todos com seu ambicioso trabalho que levou 16 anos para ser concluído.


Restaurar 2 estações ferroviárias, obter o direito de exploração de uma gigantesca locomotiva a vapor e aos finais de semana fazer passeios turísticos que recriam o passado das grandes maquinas a vapor.

O resultado ficou fantástico: turistas afluem para a cidade, restaurantes foram criados, lojinhas de recordaçoes e artesanato foram criadas, emprego para a população e garantia da cidade aparecer no mapa, logo logo não duvido que ganhe estatuto de estância turística.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Vagas de Trabalho em Itatiba

Vagas abertas há mais de uma semana (4)

Estagiário de Compras (v1364441)  Itatiba / SP / BR

Valeo - Sistemas Térmicos  -  Estágio
Missão: Auxiliar no atendimento às necessidades da planta quando a aquisição de meios improdutivos, investimentos e despesas gerais, atendendo aos critérios de qualidade, custo , entrega, definidos na solicitação do requisitante. Pré Requisitos: - Cursando Engenharia Mecânica. - Inglês Avançado Benefícios: - Bolsa auxilio compatível com o mercado - Convênio médico - Convênio ...

Estagiário de Qualidade - Garantia (v1365807)  Itatiba / SP / BR

Valeo - Sistemas Térmicos  -  Estágio
Principais atividades: - Auxiliar na comunicação escrita dos problemas informados pelos clientes; - Auxiliar a Qualidade no desencadeamento das ações corretivas, preventivas e de contenção dos problemas encontrados pelos clientes; - Contribuir com o cronograma de visitas a clientes e mantê-lo atualizado; - Acompanhar visitas técnicas aos clientes para análises de peças em Garantia. P...

Estagiário de Projetos (v1365910)  Itatiba / SP / BR

Valeo - Sistemas Térmicos  -  Estágio
Missão: Acompanhar e ser treinado na área de Compras, realizando tarefas relativas a rotina de Projetos. Pré Requisitos: - Inglês Avançado - Disponibilidade para 2 anos de estágio - Estar cursando Engenharia - Conhecimentos avançados em Excel Diferenciais: - Conhecimentos em SAP - Cursos técnicos nas áreas Mecânica e Elétrica - Experiências prévias de trabalho Benefícios: - ...

Chefe de Crediário - Itatiba (v1356458)  Itatiba / SP / BR

Supervisão/Coordenação
Requisitos: - Superior completo ou cursando; - Experiência em gestão de equipes e gestão de vendas; - Desejável experiência em coordenação de equipes de vendas de serviços financeiros; - Será um diferencial possuir certificação para atuar com produtos financeiros. Horário flexível de segunda a sábado e, eventualmente, aos domingos. Salário Faixa R$ 2000,00 + Comissão + pacote de b...