domingo, 28 de agosto de 2011

A estaçao ferroviaria em Cremona

Descansando e aguardo o trem para retornar a casa.


Em minha estadia na Italia, aproveitava todos os tempos livres para andar, feito um andarilho caminhava pelas cidades, apreciando cada cantinho. Nestes dias de liberdade, as vezes caminhava mais de 20 quilómetros.

Então ao final do dia estava mortinho, quando retornava a estação só queria um banquinho para sentar e aguardar meu trem para voltar a bat-caverna.



A maneira de Forrest Gump sentado e esperando o trem, aproveitada para conversar com as pessoas, outras vezes ficava fotografando trens, em uma destas vezes aproveitei para registrar o movimento em Cremona.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O dia em que o mini Oni perdeu para o cãozinho do apocalipse

 


📜 El Jefe Midnight Lunch – Bellacosa Mainframe Logs
O dia em que o mini Oni perdeu para o cãozinho do apocalipse

Voltemos à Pirassununga, 1983 — aquele ambiente rural-urbano onde o asfalto não era bem asfalto, o silêncio não era bem silêncio, e as crianças não eram exatamente crianças… eram unidades autônomas de caos, equipadas com energia infinita, pés ligeiros e zero bom senso.

E no meu caso específico:
um pequeno Oni em modo provocação contínua.




🐕💀 O cruz-credo em miniatura – 30 cm de ódio puro

No caminho da escola, existia um ser.
Um daemon canídeo.
Uma criatura saída diretamente do IBM Hell Center, versão 30 centímetros de altura, perninhas finas, latência zero e latido com volume de sirene de teste de descompressão.

Eu tentava passar no modo stealth.
Mas a peste me detectava a 100 metros de distância, como se tivesse um RACF EXIT escrito só para identificar Bellacosa.

E começava o ataque sonoro.
Latido atrás de latido…
Um log interminável de aborrecimento.

A antipatia era mútua:
eu achava ele insuportável,
e ele achava que minha existência era uma ofensa pessoal.



🥢 A guerra fria Bellacosa vs. Mini-Cão

Em certos dias, eu no modo Oni provocador:

  • batia o pé no chão

  • arrastava galhos na grade

  • fazia tec-tec-tec-tec só pra irritar

  • e ainda olhava com cara de “chama no x1, coragem!”

Todo santo dia tinha algum episódio.
E nenhum de nós queria perder.

Mas… toda guerra tem um dia decisivo.



☠ A vingança canina – O ataque surpresa

Lá vou eu caminhando com um pote de peixinhos (não lembro por quê, mas a vida do Bellacosa é um RDD cheio de registros bizarros).
Um adolescente estava com o portão aberto e pediu para ver os peixes.
Eu, educado, entreguei o pote.

Foi quando, do fundo do inferno, saiu ele:

o mini Cavaleiro do Apocalipse, versão toy, vindo na velocidade de um I/O mal configurado.

Eu, com o dono ali do lado, não podia reagir como de costume.
Então fiz o que qualquer Oni covarde, desesperado e consciente da própria mortalidade faria:

fugi e trepei numa árvore.

E foi por pouco.
Mas o ódio canino daquele demônio de 30 cm era maior que seu tamanho.

Ele deu um salto.
Um salto digno de Olimpo canino.

E abocanhou minha panturrilha.

Não foi profundo.
Não foi sério.
Mas doeu…
e pior…
feriu o orgulho.

Meu log interno registrou:

“Erro crítico: mini-cão venceu o embate. Orgulho comprometido. Reiniciar?”

O dono capturou a fera, pediu desculpas, prendeu o mini-cerberus e quase se ajoelhou de vergonha.
Eu respondi:

— “Tá tudo bem… não foi nada…”

Por dentro?

Eu queria formatar aquele cachorro.
Com baixa densidade.
E sem backup.



🐦 Sobre animais… cada um com seu bicho

Esse episódio reforçou algo que me acompanha até hoje:
nunca fui fã de cachorros, principalmente os barulhentos.

A Vivi sempre foi o oposto: ama cães, gatos, tudo que tenha pelo e quatro patas.
Os bichinhos sempre foram dela — eu só convivia.

Eu?
Sou do time das aves.
Mas não curto gaiolas.
Gosto de liberdade.
Gosto do som de asas.
Da ideia de voar.

Mas essa conversa fica para outro capítulo.



📌 E assim termina o dia em que o Oni foi derrotado…

Derrotado por um canino de bolso.
Um microserviço do caos.
Um processo zombie cheio de dentes.

Mas faz parte da vida.
Nem sempre o herói vence.
Às vezes, quem ganha é o monstrinho de 30 cm com complexo de Napoleão.

Quando quiser, puxo mais um registro desse data set da infância.
É só mandar o comando:

CALL RARIDADE,MODE=NOSTALGIA

Bellacosa out. 🐕🔥🕶️


domingo, 21 de agosto de 2011

Viagem de trem de Milao a Monza.

Olhando pela janela do trem entre Milano e Monza.


Feito uma criança la vou eu olhando pela janelinha do trem, vendo a paisagem correndo sem fim...

E uma sensação prazeirosa, deixar a mente divagar enquanto se vê a paisagem, ouvindo o ta-tata-taaaaa ta-tata-taaaaa


Ansioso por chegar a famosa Monza, cidade que tantas historia ouvi de um amigo de outra época, o Geovanio, que como funcionário da Honda la pelos idos dos 90, fez algumas actividades nesta cidade, para auxiliar na organização a equipe Honza que participava do GP de Monza.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

📜 Memórias Sem Índice, Sem Catálogo, Sem Timeline — Volume “O Limbo 70–80”

 

📜 Memórias Sem Índice, Sem Catálogo, Sem Timeline — Volume “O Limbo 70–80”
Ao estilo Bellacosa Mainframe, com fragmentos soltos como cartões perfurados lançados ao vento.


Há um período nas minhas memórias que não respeita calendário, lógica, cronologia ou bom senso.
É o limbo 1970–1980 — um buffer de lembranças onde tudo se mistura:

  • São Paulo,

  • interior,

  • avós,

  • primos,

  • mudanças,

  • calor,

  • poeira,

  • brincadeiras,

  • e o eterno improviso da família Bellacosa.

Esse capítulo é sobre Ibitinga — a terra dos bordados, da brasilite fervendo e das tanajuras crocantes.



🌞 Ibitinga — O Caldeirão de Asfalto e Telha Brasilit

Meu pai, na eterna missão de “agora vai”, resolveu negociar os famosos bordados de Ibitinga.
E isso, claro, gerou mais uma migração.

Da casa lembro de três coisas:

  • um calor monstruoso, daqueles que fazem miragem na sala;

  • o barulho metálico da telha brasilite dilatando no sol;

  • e a liberdade absoluta: brincar na rua até tarde, correr, subir em coisas, cair de outras.

Foi lá também que provei um prato típico, obra da fauna local e da curiosidade infantil:
tanajuras assadas.

Crocantes. Amanteigadas.
Uma explosão de proteínas.
O primeiro snack gourmet de sobrevivência.


🪔 A Noite do Lampião e o Fusca de Farol Aceso

Mas a grande lembrança, a história digna de um Bellacosa Midnight Files, foi a visita a um sítio nos confins do município.

Sem energia elétrica.
Lampião de querosene.
Galinheiros.
Cavalo arisco.
E o som eterno do mato — cri cri cri.

Meu pai fez amizade com os sitiantes, e fomos passar o dia lá.
À noite, moeram cana para fazer guarapa: o caldo de cana raiz, aquele que pinga direto do engenhoca de madeira.

Tudo ia bem… até meu pai cometer um clássico:

deixar o farol do Fusca aceso.

Sim.

Fusca 1960 e alguma coisa, bravíssimo, mas com uma bateria do tempo de D. Pedro I.
Depois de horas iluminando o nada do mato:

puff — bateria morta.
Carro não pega.
Nem com reza forte.



🐎 A Jornada Noturna de Charrete

E aí começou o episódio épico.

— “Vamos pegar uma bateria emprestada no outro sítio.”

Montaram a charrete.
Lá fomos nós, com um cavalo que claramente não assinou contrato para aquele turno extra.

No caminho, tudo escuro.
Mato fechando.
Cheiro de bicho.
E nós, balançando na charrete como se fôssemos figurantes de filme de cangaço.

Resultado?

Ninguém tinha bateria.
Voltamos frustrados.
Dormimos no sítio.

Dormir improvisado no interior é assim:
um colchão antigo, cheiro de madeira, barulho de grilos e a lanterna tremulando no lampião.


🍊 O Exterminador do Pomar

No dia seguinte, eu perambulava pelo sítio quando o amigo do meu pai fez um gesto de silêncio:

— “Vem cá… sem barulho…”

Ele aponta para um pé de laranja.
Vai chegando devagar, devagarinho…

De repente, num movimento digno do Circo Garcia:

Pega uma cobra pelo rabo.
Rodopia.
PA-BUM!

O reptil não teve chance alguma.
Foi o shutdown definitivo.

Eu, criança, assisti tudo com:

  • 40% choque

  • 30% fascínio

  • 20% medo

  • 10% pensando: “ainda vou escrever isso no futuro.”


🍆 As Berinjelas…

Mas essas ficam para o próximo bloco de memória, porque história boa tem que vir em clusters, não em full load.

terça-feira, 5 de julho de 2011

🥤 Gini – O Refri do “Yes!” que Virou Lenda

 


🥤 Gini – O Refri do “Yes!” que Virou Lenda

Uma crônica Bellacosa Mainframe para o El Jefe Midnight Lunch

Existem sabores que não são apenas bebidas — são checkpoints de memória, como se o cérebro desse um $HASP373 e liberasse um job de infância direto no spool do coração. Entre esses sabores, um nome brilha como uma mensagem WTOR chamando atenção: Gini.

Sim, Gini, o refrigerante francês de limão que chegou ao Brasil com a ousadia de quem sabia que ia virar clássico. Um refri tão icônico que parecia ter sido montado em assembler gustativo: rápido, direto, ácido na medida e com um aftertaste que dizia “pede mais um”.




🟢 Origem – Da França para o Mundo (e para o seu boteco preferido)

Gini nasceu na França, fabricado originalmente pela Perrier, a mesma gigante dos refrigerantes gaseificados. Foi lançado nos anos 1950, com o slogan ousado para época:

La plus chaude des boissons froides
(“A mais quente das bebidas frias” — olha o charme europeu.)

O nome Gini vem de uma brincadeira com “Genie”, o gênio da garrafa — aquela entidade mística que concede desejos. E, convenhamos, uma garrafinha gelada em tarde de verão era praticamente um desejo realizado.




🟡 História – Do frescor europeu à febre brasileira

Gini aportou no Brasil entre os anos 60 e 70, num mercado em ebulição. Aqui, virou rapidamente sinônimo de:

  • bebida leve,

  • sabor forte de limão,

  • e um charme gringo que poucos refrigerantes tinham.

Nas lanchonetes, nos bares de bairro, e nas prateleiras com poeira estratégica dos mercadinhos, Gini reinou bonito entre o Guaraná Taí, o Quatro Estações, o Bravo, o Sukita raiz e tantos outros bravos guerreiros carbonatados.

Tinha aquele azedinho distinto, diferente do Sprite e do Soda Limonada. Um sabor que não era para amadores — era para quem curtia uma vibe meio punk, meio disco, meio “vamos descer a rua de chinelo, vento no rosto e Gini na mão”.




🏭 Fabricante – Do império Perrier ao destino atual

Depois de mudanças e fusões no setor (como tudo no mundo corporativo, inclusive no mainframe), a marca Gini acabou ficando sob o guarda-chuva da Nestlé Waters.

No Brasil, a produção e distribuição mudaram bastante ao longo do tempo — até desaparecer do mercado nacional, deixando saudade, controvérsia e debates eternos sobre seu verdadeiro sabor.


🧃 Comentários – Gini era para os fortes

Tomar Gini era uma experiência:
Era ácido, era seco, quase um SORT com opção SUM não documentada.
Ou você amava, ou ele te ensinava a amar.

Gelado, ficava perfeito.
Natural, parecia te bater com uma toalha molhada.
Mas era justamente isso que fazia a personalidade da bebida.

Era o refrigerante que te dava um tapa e depois um abraço.


🥚 Easter-Egg – O Slogan Proibidão

Na França, Gini ficou famoso (e polêmico) por campanhas de marketing extremamente ousadas — bem mais quentes do que o público brasileiro jamais viu.

Em 2006, rolou até uma campanha com um “Gini imoral, mas irresistível” que foi banida em vários países.

No Brasil, pouca gente sabe:
📌 Gini já tentou se reposicionar como bebida “sexy”.
Só não vingou porque aqui, sexy mesmo era o sanduíche de mortadela gigante e uma garrafa de Gini geladíssima na mesa de mármore da padaria.


📉 Situação Atual – Onde está o Gini?

Hoje, Gini ainda existe na Europa, principalmente na França, mas com presença muito menor do que nos seus anos dourados.

No Brasil…
virou lenda urbana gastronômica.

Vez ou outra aparece alguém dizendo:

“Ouvi dizer que voltou!”
“Venderam uma garrafa no Mercado Livre por 200 reais!”
“Meu tio jura que ainda toma no interior!”

Mas oficialmente, Gini não é mais produzido no Brasil.
Só vive nas memórias, nos papos de bar e no coração dos nostálgicos — como um dataset migrado para FIT que ninguém mais acha o backup.


🔍 Curiosidades – Gini no modo Bellacosa

  • 🔹 Foi um dos primeiros refrigerantes no Brasil com “pegada jovem”.
    Antes mesmo do marketing moderno falar em lifestyle.

  • 🔹 Seu sabor limão era mais “adulto” do que o dos concorrentes — próximo de soda italiana.

  • 🔹 No Japão, o nome “Gini” lembra foneticamente “銀” (gin), que significa prata — coincidência curiosa para uma bebida que parecia brilhar.

  • 🔹 Existem colecionadores de garrafas Gini que tratam o objeto como se fosse uma sysres rara.

  • 🔹 Em algumas regiões da França, Gini virou base para drinks com vodka ou rum.

  • 🔹 O mascote original lembrava um “gênio” estilizado — reforçando o trocadilho Genie → Gini.


🥤✨ Conclusão – Gini: o refresco que virou mito

Gini não foi só um refrigerante.
Foi um checkpoint emocional, um arquivo de memória comprimido em vidro verde, um “restore taste” da infância de muita gente.

Era o tipo de bebida que transformava um simples lanche num episódio de vida, com gosto de rua, de verão, de risada e de simplicidade.

E como tudo que marcou época, saiu de linha, mas nunca saiu da história.

Gini existe — na França, nos arquivos da Perrier, e principalmente no spool nostálgico de quem viveu seu sabor.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

📜 Crônicas da Rua Ultrecht – Volume “Novo Horizonte”

 


📜 Crônicas da Rua Ultrecht – Volume “Novo Horizonte”
Ao estilo Bellacosa Mainframe, para os leitores fiéis deste escriba desorganizado e feliz

Há memórias que chegam como dump de sistema: fragmentadas, desalinhadas, registros misturados, datas colidindo como timestamps descompassados num JES2 atolado.
Mas, no meio desse caos mental, há sempre um bloco consistente, um dataset íntegro: Novo Horizonte, interior de São Paulo.
Fim dos anos 1970, início dos anos 1980.
Antes da pré-escola, antes da alfabetização, antes do Dandan — ou depois, quem sabe. A cronologia é um JCL mal comentado. Mas a lembrança, essa sim, é vívida.



🌽 Novo Horizonte — O Parêntese da Infância

Aqueles meses (ou seria um ano?) em Novo Horizonte foram como um fork no meu sistema de vida.
Meu pai, fotógrafo, resolveu tentar sorte na cidade dos primos.
E ali reencontrei três figuras lendárias:

  • Sidney

  • Marcele

  • Duzinho

Filhos de Eduardo e Cleuza, parentes do meu pai e operadores oficiais da oficina técnica da vida real, especializada em tratores, caminhonetes e utilitários rurais.
Era um mundo de graxa, ferro, escapamentos quentes, parafusos, barulho e cheiro de óleo queimado — um parque de diversões para qualquer criatura diabinha em formação.



🌭 O Hot Dog da Iluminação Química

Foi lá que eu vivi minha primeira epifania gastronômica.

Até então, na minha casa, “hot dog” era:

  • pão

  • salsicha

  • molho de tomate caseiro

Delicioso, mas… doméstico.
Quase artesanal.

Então veio o evento.
A mordida.
A descoberta.

Hot dog com ketchup.

Meu Deus.
O choque cultural.
A explosão industrial.
O sabor químico, doce, artificial, processadíssimo — e absolutamente perfeito.

Era como sair de fita magnética e entrar no SSD.
Como trocar gloops de tinta por polímeros sintéticos de primeira geração.
Como sair de CP/M e descobrir mainframe z/OS.

Até hoje — até hoje — quando provo ketchup, uma pequena cena pós-créditos sobe na minha mente:
eu, pequenino, segurando um hot dog e pensando:
o que é esse néctar das fábricas?



⚠️ Epic Fail Nº 271 — A Piscina de Óleo Queimado

Mas nenhuma lembrança supera o grande mergulho.

Na oficina do Edu, havia um reservatório aberto no chão — um fosso pouco profundo onde se acumulava óleo queimado de lubrificação.
Preto.
Denso.
Pegajoso.
Cheiro forte.
Aquele tipo de resíduo que hoje teria uns 47 alertas ambientais e umas cinco multas da CETESB.

Eis que, num momento de inspiração duvidosa, Sidney, provavelmente com a inocência (ou malícia) típica dos primos mais velhos, comenta:

“Olha ali… a piscina!”

Eu, crédulo, aspirante a passarinho, criatura ainda sem firmware de autopreservação, pensei:

“Piscina = pular.”

E pulei.

Sim.
Eu pulei dentro do óleo.



🛢️ O Batismo Petrolífero

Subi do fosso como um personagem bugado de jogo 8-bit:

  • inteiramente preto,

  • grudento,

  • escorrendo óleo,

  • com a roupa condenada,

  • e com a alma impregnada de hidrocarbonetos.

Minha mãe quase teve um AVC.
Meu pai não sabia se brigava ou fotografava.
E eu, no auge da inocência, estava mais curioso do que arrependido.

Hoje, quando vejo fotos de derramamento de crude no mar, aves cobertas de petróleo, tartarugas lutando para mexer a nadadeira…
me bate uma solidária pontada no peito.

Eu sei.
Eu sei o que é viver isso.

Sou praticamente um sobrevivente de derramamento ambiental, versão infantil.


🎞️ Novo Horizonte — O Episódio Perdido da Série

Essas memórias não têm ordem, não têm lógica, não seguem calendário.
São como blocks jogados pelo tempo, soltos na memória, prontos para serem reorganizados por algum futuro arqueólogo digital.

Mas elas existem.
Pulam do passado como aquele hot dog vermelho, aquele pulo no poço, aquele abraço da infância simples.

sábado, 9 de abril de 2011

🍡 Dango — O “Job Step” Mais Fofo da Gastronomia Japonesa

 


🍡 Dango — O “Job Step” Mais Fofo da Gastronomia Japonesa

Post Bellacosa Mainframe para Otakus do El Jefe Midnight Lunch


Se você é otaku raiz, já deve ter visto milhares de vezes aquele espetinho com três bolinhas coloridas, sempre aparecendo em festivais, piqueniques, cenas de amizade e… claro… em Clannad, que praticamente transformou o dango em entidade divina.

Pois bem, padawan, hoje vamos abrir o dataset culinário chamado DANGO — um doce tão tradicional no Japão quanto um COBOL bem indentado no mainframe.

Prepare-se para mergulhar em origem, curiosidades, easter eggs e história, tudo temperado com o bom humor Bellacosa Mainframe.


🍡 O QUE É DANGO?

Dango é um bolinho japonês feito de mochiko (farinha de arroz glutinoso), moldado em esferas pequenas e servido geralmente em um espeto (kushi).

Ele pode ser:

  • doce

  • salgado

  • tostado

  • servido quente, frio, com molho, com pasta de feijão, com chá…

É versátil igual JCL:
👉 “muda um parâmetro aqui, um DD ali, e já vira outra receita”.


📜 ORIGEM — UM DOCE FEUDAL

O dango existe há mais de mil anos no Japão.
Ele foi o primo mais simples e barato do mochi — então, enquanto o mochi era coisa de cerimônia, o dango era o doce “do povo”.

Ele aparece desde o período Heian (794).
Ou seja, quando nossas avós ainda estavam aprendendo a fazer bolo, os japoneses já tinham dango rodando em produção.


⭐ TIPOS FAMOSOS DE DANGO (O “MANUAL DO OPERADOR OTÁKU”)

1. Hanami Dango

O mais visto em animes:
➡️ rosa, branco e verde
Comido durante a apreciação das sakuras.
É o “dango oficial do romance escolar”.

2. Mitarashi Dango

Coberto com molho de shoyu doce caramelizado.
É o dango do “npc que vende no templo”.

3. Anko Dango

Coberto com pasta de feijão doce.
Clássico, tradicional e doce como um dump bem resolvido.

4. Bocchan Dango

Três cores vibrantes, referência ao romance “Bocchan”.
É o dango com “literatura na veia”.


🎎 DANGO NOS ANIMES — ONDE ELE APARECE?

CLANNAD – O mais famoso de todos

Os Dango Daikazoku viraram MEME CULTURAL.
A música ficou marcada e até hoje rende lágrimas mais rápidas que um ABEND U4038 em dia de entrega.

InuYasha

Dango aparece em momentos de descanso, sempre vinho com aquele clima de aldeia feudal.

Demon Slayer / Kimetsu no Yaiba

Rengoku é visto comendo dango — claro, o homem era praticamente movido a carboidrato.

Lucky Star

Usado como gag de comédia em episódios escolares.

Anpaman

Sim, tem personagem-cabeça-de-dango (os japoneses adoram antropomorfizar comida).




🥢 EASTER EGGS, CURIOSIDADES & FOFOQUICES

🟣 O dango não é mochi, mas é “parente de primeiro grau”.

Enquanto o mochi é feito batendo arroz até virar pasta, o dango é feito com farinha moldada — muito mais prático.

🟤 Já foi comida de templo.

Sacerdotes serviam dango como oferenda, e virou símbolo de paz e boa sorte.

🍡 O formato de “3 bolinhas no espeto” não é aleatório.

No Japão, o número 3 traz equilíbrio e harmonia.
É basicamente um JOB com três passos perfeitinhos:

  • Setup

  • Execução

  • Finalização

🚫 Nos anos 1600, tentar vender dango sem licença do templo rendia punição.

Sim, jovem otaku, existia censura e registro até pra vender bolinha de arroz.
O shogunato adorava um controle de acesso — era o RACF da época.


🎌 SIGNIFICADO CULTURAL

O dango representa:

✔ união
✔ celebração
✔ simplicidade
✔ convívio entre pessoas

No fundo, é o “docinho social” do Japão: sempre presente em festivais e encontros.

Se fosse traduzido para o mundo mainframe, dango seria:

👉 “o coffee-break do JCL”
Amarra o time, levanta o astral, traz boas memórias.




🧰 DICAS BELLACOSA PARA RECONHECER UM DANGO EM ANIME

  • se tem espeto → é dango

  • se tem três cores → é hanami dango

  • se tem molho brilhante marrom → é mitarashi

  • se a personagem está chorando com trilha emocional → é Clannad, com certeza

  • se parece mochi mas está num palito e não “salta” → é dango (mochi é mais rebelde)


🧾 TL;DR (o Dump Final)

  • Dango = bolinho de arroz espetado

  • Antigo, tradicional e popular

  • Onipresente em animes

  • Tem função simbólica e histórica

  • É o “petisco universal” do Japão

  • E se você ver, provavelmente dá vontade de comer na hora

O dango é o legado vivo do Japão — simples, eterno, versátil.
Tipo um COBOL bem escrito: não envelhece nunca.

🍡✨