Firenze a disneylandia da Italia
De todas as cidade italianas que visitei, Firenze me marcou por ser a mais viva. Comparando-a ha um grande parque de diversões, imagine uma cidade que atrai multidões.
✨ Bem-vindo ao meu espaço! ✨ Este blog é o diário de um otaku apaixonado por animes, tecnologia de mainframe e viagens. Cada entrada é uma mistura única: relatos de viagem com fotos, filmes, links, artigos e desenhos, sempre buscando enriquecer a experiência de quem lê. Sou quase um turista profissional: adoro dormir em uma cama diferente, acordar em um lugar novo e registrar tudo com minha câmera sempre à mão. Entre uma viagem e outra, compartilho também reflexões sobre cultura otaku/animes
🍖 GRUPO SÉRGIO — Meu Primeiro Rodízio, Minha Primeira Side Quest Gastronômica
Bellacosa Mainframe — Blog El Jefe Midnight Lunch
Há coisas que a vida guarda numa gaveta secreta da alma.
Pequenas, bobas até.
Mas que quando abertas, uau, soltam luz, cheiro, sabor e uma saudade doce.
Nos anos 1970, aquilo que hoje se faz sem pensar — pedir iFood, entrar no Outback, comer rodízio no almoço da firma — era coisa de outro mundo.
Raro. Festivo.
Um evento com brilho próprio.
E eu tenho uma dessas joias guardadas:
a primeira vez que fui a um restaurante de rodízio.
Eu fuço os cantos da memória e não lembro exatamente quando.
Só sei que veio depois de muitas viagens onde o restaurante era o céu, mas nós ficávamos com os pés bem plantados na terra.
A regra era clara:
Dona Mercedes não gastava no que podia cozinhar.
A gente viajava com:
pão caseiro com manteiga e mortadela
bolo gelado embrulhado em papel alumínio
refrigerante enrolado em jornal pra ficar fresco
e aquele cheirinho de lar que vinha junto no porta-malas
Restaurante era luxo.
Piquenique era realidade.
E olha — era bom demais.
Mas veio o grande dia.
Não lembro quem casou.
Se era primo, vizinho, amigo do meu pai… tanto faz.
Meu foco de pequeno oni devorador era um só:
festa + comida + novidade.
Chegamos ao lendário GRUPO SÉRGIO, na Radial Leste — um salão de rodízio tão grande que mais parecia ginásio de escola técnica.
Dizem — e eu confirmo — cabiam mil pessoas lá dentro.
E não é exagero da minha pena saudosista não, hein?
✨ Mesas enormes, toalhas brancas impecáveis
✨ Pratos de porcelana do tamanho da lua cheia
✨ Talheres pesados como espada de samurai
✨ Garçons desfilando como NPCs de missão principal
✨ O cheiro sagrado da carne assando no altar de fogo
Atrás do balcão, três homens duelavam com as brasas.
Era arte. Era magia. Era churrasco.
Primeiro veio a massa:
spaghetti, fusili, lasagna, penne — o chef apontava, eu dizia sim pra tudo.
Depois saladas, palmito, queijo, azeitona.
Tudo chique, tudo brilhante, tudo novo.
E então…
A verdadeira quest começou.
linguiça calabresa
filé macio e escapando do garfo
costela que quase chorava no corte
maminha, frango, pernil, carneiro
e mais, e mais, e mais…
Eu comia como se o amanhã fosse ficção científica.
Como se aquele fosse o último jantar antes do apocalipse.
E talvez fosse — afinal, quando a vida daria outro banquete daquele?
Pequeno Vaguinho entrou no modo glória + buff de apetite + XP infinito.
Mas o final boss ainda viria…
Quando as bandejas se foram e o estômago já tocava o céu,
surge ele…
O carrinho brilhante, celestial, a nave mãe do açúcar.
Em cima:
pudim de leite — o mais brilhante dos artefatos
pudim de creme
bolo recheado com camadas impossíveis
pêssego em calda
gelatinas tremelicando como geleia de pixels
compotas, tortas, doce até a alma ficar grudenta
Resultado?
Game zerado.
Final feliz desbloqueado.
NPCs sorriam. O mundo piscava.
E eu sabia: aquele dia ficaria guardado para sempre.
Hoje, rodízio é trivial.
PF vira almoço de qualquer terça.
A vida segue, o paladar amplia.
Mas nenhum churrasco — por mais caro, fino, premiado que seja — superou
o primeiro portal aberto na Radial Leste, o Rodízio Grupo Sérgio.
Foi como derrotar o chefão final e, de brinde, ganhar o pergaminho da lembrança eterna.
E toda vez que fecho os olhos, ainda vejo:
a carne brilhando, o prato pesado, o sorriso da infância.
E sinto fome de novo.
Não só de comida —
de vida. 🥩🔥
– Bellacosa Mainframe, Vagner menino, Vagner hoje.
🜂 El Jefe Midnight Lunch apresenta
Existem datas que não passam.
Existem fotos que desbotam, mas não desaparecem.
E existem festas que, mesmo quando terminam, continuam iluminando o coração como lâmpadas coloridas que ninguém teve coragem de guardar.
Para mim, Vagner do século XXI,
o Natal de 1982 foi essa constelação inesquecível.
Venha me acompanhar nesse mergulho no tempo —
para revisitar o último grande ritual da Famiglia,
uma despedida involuntária, doce e amarga,
antes de o Brasil virar o Brasil dos anos 80,
antes da inflação morder os sonhos,
antes do cruzeiros novos derreterem,
antes dos adultos perderem o silêncio,
antes de entender o peso da palavra “última”.
Era um domingo qualquer,
mas toda família sabe que os domingos nunca são só domingos.
Minha avó Anna, mulher de fibra, tecelã de vida e de fios,
sentou-se no almoço com aquele ar de quem guarda uma decisão maior que ela mesma.
No meio da macarronada, da criançada correndo, dos tios discutindo futebol,
ela falou a frase que dividiria a história em duas metades:
“Este será o último grande Natal.”
E o mundo parou sem parar.
Eu tinha 8 anos,
não entendia política,
não entendia inflação,
não entendia custo de carne,
não entendia aposentadoria.
Mas entendi — por alguma mágica especial que só crianças têm —
que aquilo significava que algo grande estava acabando.
Meu avô Pedro, homem sério e carismático à sua maneira,
estava se aposentando, após uma longa vida nas fábricas da Mooca.
E na sua casa — como na de milhões de brasileiros —
aposentadoria era sinônimo de “dinheiro mais curto”.
Somado à crise econômica dos anos 80,
à hiperinflação que começava a devorar salários antes do dia 10,
à incerteza do país que entrava numa tempestade…
ficou claro:
O Natal de 1982 não era apenas uma festa.
Era uma despedida de um estilo de vida.
Da fartura repartida.
Do porco criado no quintal e abatido exclusivamente para as ceias, eram dois um para o natal e outro para o ano novo.
Dos 20 primos correndo pelo quintal.
Dos mais de 50 adultos conversando, rindo, brigando, reconciliando —
essas coisas de família italiana que só quem vive sabe.
E como é curioso o coração infantil:
enquanto o mundo dos adultos desmoronava,
você ganhava o que seria o melhor presente de Natal da sua vida.
Um caminhão basculante a pilha, da lendária fabrica de brinquedos Estrela.
Não era só um brinquedo —
era uma máquina do tempo.
Era a prova brilhante de que aquele Natal tinha sido pensado com amor,
que mesmo na sombra do “último”,
houve espaço para alegria genuína.
Criança não entende o fim das coisas,
mas entende brilho nos olhos.
E aquele caminhão brilhou, fisicamente durou somente um ano, destruído pelo incêndio de 1983, a grande tempestade, mas minha memória, ainda viva décadas dentro de você.
1982 também carregou luto.
O adeus ao bisavô Luigi, figura carismática,
pilar moral, emocional e espiritual da família.
Sua partida não apagou a festa —
mas deu a ela aquele tom meio sépia,
meio nostálgico,
meio de fotografia antiga guardada na gaveta da cozinha.
Foi o último Natal da velha guarda completa.
O último com a mesa cheia de verdade.
Depois da festa, veio a realidade.
1983 foi duro. Mudei, cresci na marra, morei em 3 cidades num unico ano...
Muito duro.
O país mergulhou ainda mais na crise,
as famílias apertaram o cinto,
e o ciclo dourado das festas da Famiglia Bellacosa
virou memória.
Não por falta de amor.
Mas por falta de condições.
E às vezes, a vida é assim:
não acaba com estrondo,
acaba com um anúncio no almoço de domingo.
O Natal de 1982 não está perdido.
Ele vive em:
cada cheiro que lembra o porco assado,
cada risada registrada na mente,
cada primo que cresceu e se espalhou pelo mundo,
cada adulto que partiu,
cada gesto de Anna e Pedro,
cada tradição que não volta mais, mas também não morre.
Ele vive, principalmente,
em mim.
No menino de 8 anos que assistiu sem entender
um ciclo inteiro se fechar.
E que hoje, décadas depois,
escreve, sente, recorda —
e revive.
As famílias são como sistemas legados:
robustas, emocionais, cheias de histórias,
mas também sensíveis às mudanças externas.
1982 foi o shutdown de um módulo inteiro da vida familiar:
encerrou uma tradição,
selou uma era,
marcou a transição entre abundância e adaptação,
e se tornou um cartão-postal emocional,
guardado como o último backup de um tempo que não volta.
Mas, como todo bom sistema mainframeiro,
ele continua rodando na sua memória —
estável, íntegro, imutável.
Porque eu não lembro apenas da festa.
Me lembra do que ela significa:
Que mesmo quando o mundo aperta,
a família encontra um jeito de celebrar.
E alguns Natais não são apenas datas.
São destinos.
Peposa
A sobrevivente com seus 43 anos a Peposa da Vivi... os carrinhos se perderam no tempo,mas essa pequena testemunha de pelúcia, sobreviveu ao tempo.
📜 El Jefe Midnight Lunch – Bellacosa Mainframe Files
Modo Pequeno Oni — Acidente, imprudência e baratas em formação tática
Senhoras e senhores deste coffee-break digital, puxem suas cadeiras para mais perto da churrasqueira emocional, porque hoje venho com mais um daqueles relatos que só poderiam nascer da mente de um mini-humaninho com excesso de energia, nenhuma noção de perigo e um planeta inteiro para destruir aos poucos — vulgo eu, versão 1984, Cecap Edition.
Quem cresceu naquele condomínio experimental do caos sabe: rede de esgoto pública era lenda urbana. Cada quadra tinha sua fossa própria — uma espécie de HDFS orgânico de água duvidosa, odores indescritíveis e baratas em cluster.
E quando o caminhão pipa chegava para o dump + clean daquele reservatório das trevas, era um espetáculo digno de filme do John Carpenter:
baratas de todas as classes, tamanhos e versões — as pretas, as francesas , as assustadoras vermelhas voadoras e as lendárias brancas, que pareciam saídas do inferno com firmware turbo.
Mas ainda não é aqui que o servidor travou.
Não, não... o crash veio depois.
A subprefeitura do Quiririm iniciou a obra que para olhos infantis parecia coisa de faraó:
escavadeiras cavando trincheiras épicas, caminhões trazendo manilhas EA3 gigantes, empilhadas sem proteção, sem cerca, sem placa de não entre, sem firewall, sem nada.
E o que acontece quando você entrega um labirinto militar feito de concreto para um bando de crianças com energia nuclear no sangue?
Exato.
Modo SWAT ativado.
Corre. Sobe. Pula. Entra no túnel. Sai do túnel. Salta de três metros.
Missão impossível sem dublê.
O cronograma da obra dizia instalar esgoto.
O cronograma das crianças dizia sobreviver ao impossível antes que escureça.
…ela arrebenta.
E o mini Bellacosa aqui despencou de uns três metros, rolando entre manilhas até o gramado — apagando o sistema operacional por alguns minutos.
Meu primo Celo desesperado — choro, pânico, bug geral.
Os outros achando que eu tinha dado shutdown permanente.
Para eles foram longos minutos.
Para mim? Apenas um reboot rápido com erro de memória e dores no kernel.
Acordei zonzo, vendo estrelas, com a cabeça latejando como se alguém tivesse feito um IPL com parâmetros errados. Mas levantei. Firme. Manquejando, mas inteiro.
Voltar para casa sem contar nada para ninguém.
Banho. Janta. Lição. Cabeça doendo. Ego intacto.
Medo absoluto de levar bronca maior do que a queda.
No dia seguinte?
De volta ao campo de guerra.
Brincando de SWAT nos mesmos tubos, como se o firmware tivesse atualizado e agora eu fosse à prova de falhas.
Juventude, meus caros, é o mainframe mais resiliente já inventado.
Um dia o esgoto foi concluído. As fossas sumiram.
As baratas perderam o território.
Mas o campo de manilhas?
Esse ficou registrado na minha ROM emocional para sempre.
Porque ali descubro — olhando para trás — que criança alimentada por curiosidade e ausência de medo é uma força da natureza.
Destrutiva. Imprevisível.
E totalmente inesquecível.
👀
E eu ainda acho que tinha algo naquela água do Cecap…
por Vagner Bellacosa — para o El Jefe Midnight Lunch
Existem viagens que a gente faz com as pernas… e viagens que a gente faz com o coração.
Essa aqui é das duas.
Na década de 70, quando o Brasil era uma mistura de concreto cru, sonho industrial e poeira de estrada, não era qualquer um que tinha carro — e naturalmente, meu pai Wilson estava sem carro nessa época (novidade nenhuma, né?). Então, para visitar os Bellacosa de Taubaté, embarcamos no ônibus da Pássaro Marrom, naquela velha rodoviária ao lado da Estação da Luz, ainda cheirando a café fraco e fumaça de cigarro Minister.
O trajeto?
Todas. As. Cidades. Do. Vale. Do. Paraíba. Uma por uma.
O famoso pinga-pinga que transformava um percurso de duas horas em uma epopeia homérica.
Éramos seis almas nessa jornada:
Eu, o moleque curioso.
Vivi, com sua risada fácil.
Mamãe Mercedes, sempre alerta.
Papai Wilson, o mestre dos rolos.
Vó Anna, nosso porto seguro.
Tio Pedrinho, parceiro de aventuras.
E lá fomos nós, sacolejando Dutra afora, sonhando com a chegada.
Quando finalmente descemos no Quiririm, seguimos para o Cecap, onde meus primos Andreia e Marcelo moravam.
Meu caro leitor:
aquilo não era um conjunto habitacional. Era um castelo.
Na visão de uma criança da década de 70, o complexo branco no alto da colina parecia uma muralha medieval protegendo cavaleiros, damas, primos, e histórias esperando para acontecer.
Os blocos desenhavam um grande quadrado, e no centro havia uma praça enorme com eucaliptos, aroma fresco que misturava infância, liberdade e vento do interior.
Era seguro.
Era bonito.
Era mágico.
E o melhor: tinha quadra B, quadra C, quadra D — cada uma com seus corredores secretos que serviam perfeitamente para que primos hiperativos pudessem se perder com estilo.
O abraço dos Bellacosa Dio foi o começo da farra.
Brincamos até a noite, exploramos corredores como se fossem masmorras, colhemos jabuticabas proibidas, visitamos a praça central para inventar histórias — porque criança da década de 70 não brincava, criava universos.
A Deia e o Celo eram companheiros de altas traquinagens, daquelas famosas festas de Natal e Ano Novo na Vila Rio Branco, se começar a escrever das bagunças, peraltices e momentos divertidos que passamos juntos. Vai faltar espaço na tela do celular. Tivemos o que podemos dizer infância feliz, juntos compartilhamos histórias e momentos únicos.
Andamos de bicicleta, jogos de bolinha de gude, bafo de figurinhas, queimada, pega-pega, pular corda, o primeiro videogame e muitas horas vagando pela rua em busca de aventura.
Mas existe um momento nessa viagem que merece ser guardado num cofre de ouro emocional:
A pizza da tia Deise.
Veja bem, isso é anos 70.
Pizza era:
Massa aberta na mão,
fina,
napolitana,
feita no capricho da tradição.
Até que tia Deise chega com a ousadia culinária mais futurista da década:
40 anos antes da moda.
40 anos antes da Pizza Hut chegar no Brasil.
Ela bateu a massa no liquidificador.
Jogou aquilo na forma.
Cobrindo com molho e queijo.
Assou.
E quando saiu…
meu amigo…
Uma pizza fofa, absurdamente gostosa, revolucionária, e completamente diferente de tudo que eu conhecia.
Para uma criança, aquilo era alquimia pura.
Para um Bellacosa, era a confirmação de que a família carrega inovação no DNA.
Depois de dias intensos de bagunça, gargalhada, aventura e jabuticabas furtadas, voltamos para São Paulo — novamente no pinga-pinga. Só que dessa vez, cansado, eu observava o mundo pela janela como se estivesse deixando um reino mágico que só existia para crianças.
É engraçado imaginar que alguns anos depois, nós mesmos nos mudaríamos para Taubaté.
Mas ali, naquela primeira viagem, tudo era novidade, tudo era descoberta, e tudo era alimento para a memória.
O Cecap foi projetado como unidade modelo de habitação popular — mas para as crianças virou lore de fantasia medieval.
A pizza da tia Deise foi um spoiler acidental da culinária americana que só chegaria anos depois.
A Pássaro Marrom era praticamente o gateway interestadual da classe média baixa paulista: se você não passou por ela, você não viveu os anos 70.
O cheiro de eucalipto do conjunto ainda existe — e ativa memórias mais potentes que qualquer máquina de fita do DFHSMON.
Viajar nos anos 70 não era só deslocamento — era ritual, era aventura, era narrativa épica. A estrada sacolejava mais, o tempo demorava mais, o mundo parecia maior, e as emoções também.
Essa viagem para Taubaté não foi apenas um passeio.
Foi a primeira vez que descobri que lugares carregam alma.
Que famílias multiplicam a alegria.
E que um garoto curioso sempre transforma um conjunto habitacional em castelo, um ônibus em navio e uma pizza de liquidificador em obra-prima.
E quer saber?
Se existe algo que o Bellacosa Mainframe me ensinou é que o passado é o nosso servidor legado — e algumas memórias rodam tão bem que jamais vale a pena migrar.
PS: Meu tio Santiago trabalhava na Volkswagen de São Bernardo, quando construíram a fabrica de Taubaté, ele foi transferido para a nova unidade, durante uns tempos moraram em Caçapava, até o CECAP no Quiririm ficar pronto. Logo após se mudaram para a nova casa, fomos fazer aquela visita do clã para conhecer a nova morada.
Em 2012, a IBM apresentou o System zEnterprise EC12 (zEC12), sucessor direto do System z10 (2008) e símbolo de uma nova fase: inteligência analítica, resiliência extrema e automação integrada.
O z11 foi a materialização da filosofia “smarter computing”, trazendo uma CPU hexacore de 5,5 GHz, melhorias maciças em cache, criptografia, compressão e suporte a Analytics in-memory.
Enquanto o z10 revolucionou a arquitetura, o z11 refinou e poliu cada engrenagem, transformando o mainframe em uma plataforma cognitiva e híbrida — pronta para o que viria: o z13 e o Watson.
| Item | Detalhe |
|---|---|
| Ano de Lançamento | 2012 |
| Modelos | zEnterprise EC12 (zEC12) e zEnterprise BC12 (zBC12, 2013) |
| CPU | 5,5 GHz, 6 núcleos por chip (hexacore), 32 nm CMOS |
| Arquitetura | IBM z/Architecture (64 bits) |
| Sistema Operacional | z/OS 1.13 – 2.1 |
| Memória Máxima | 3 TB (EC12) / 512 GB (BC12) |
| Antecessor | System z10 (2008) |
| Sucessor | IBM z13 (2015) |
Processador Hexacore: de 4 para 6 núcleos por chip, com clock aumentado de 4,4 GHz → 5,5 GHz.
Memória e Cache: cache L3 de 48 MB por chip e memória até 3 TB – ideal para big data in-memory.
Criptografia Totalmente Integrada: co-processador CryptoExpress4S com aceleração para AES, SHA-3, RSA e Elliptic Curve.
Compressão em Hardware: zEDC (z Enterprise Data Compression) reduz até 80% o consumo de I/O.
Infraestrutura Analítica: suporte nativo a IBM DB2 Analytics Accelerator (IDAA) — integração direta com appliances Netezza.
RAS Avançado: autodiagnóstico com predictive failure analysis, microcode resiliente e reinício assistido (RAS 2.0).
Energia e Sustentabilidade: 25% mais desempenho com consumo similar ao z10 — conceito de Green Computing Evolution.
Codinome interno: “T-Rex”, um apelido que sobreviveu desde a fase de testes, simbolizando força e longevidade.
Foi o mainframe com o maior clock real já lançado (5,5 GHz) — nenhum outro processador comercial o superou até hoje.
O z11 foi o primeiro mainframe a permitir “Capacity on Demand em tempo real”, ativando processadores adicionais sem reinicializar.
A IBM usou o Watson (sim, o da Jeopardy!) em testes de tuning da plataforma z11.
Suporte completo ao zAware (Analytics for System z), um mecanismo de detecção de anomalias operacionais baseado em aprendizado de máquina — primeira aplicação prática de IA no mainframe.
O EC12 era tão estável que muitos bancos ainda o mantêm ativo em DR, mesmo após migrações ao z14/z15.
Frequência: 5,5 GHz (recorde absoluto em servidores até hoje).
Cache: L1 – 64 KB, L2 – 3 MB, L3 – 48 MB compartilhado.
Canais I/O: FICON Express8S, OSA-Express4, HiperSockets aprimorados.
Firmware: PR/SM + HMC 2.14, suporte a Dynamic Memory Reconfiguration.
Criptografia: CryptoExpress4S com PCIe, suportando 4096-bit RSA.
Hypervisor: PR/SM com Logical Channel Subsets e CPU Pooling.
Estude o z11 como ponte para o z13: foi aqui que nasceram conceitos de analytics embarcado, IA preditiva e compressão zEDC.
Treine o olhar para performance tuning: o z11 é o laboratório perfeito para entender WLM, zIIP e DB2 acceleration.
Aprofunde-se em specialty engines: zAAP (Java), zIIP (DB2), IFL (Linux) e ICF — o z11 foi o primeiro a permitir balanceamento dinâmico entre eles.
Curiosidade de aula: o z11 EC12 teve edições comemorativas nos 100 anos da IBM, com painéis personalizados nas primeiras unidades.
Dica prática: ainda hoje é usado em ambientes de homologação por grandes bancos — ideal para testar z/OS 2.1 com workloads híbridos.
O projeto System z11 EC12 nasceu em 2009, sob o nome interno “Project T-Rex II”, com investimento de mais de 1 bilhão de dólares e participação dos laboratórios IBM de Poughkeepsie (EUA), Boeblingen (Alemanha) e Guadalajara (México).
A IBM o apresentou oficialmente em 28 de agosto de 2012, destacando seu papel no Smarter Planet Initiative, o movimento que buscava transformar TI corporativa em plataforma cognitiva e sustentável.
O zBC12, lançado em 2013, levou a mesma tecnologia para empresas médias, consolidando o sucesso comercial da geração z11.
O System z11 (zEC12) foi o primeiro mainframe a:
Rodar análises em tempo real com zAware;
Trazer compressão e criptografia em hardware integradas;
Executar 5,5 GHz de pura estabilidade sem pular um ciclo;
Consolidar o conceito de infraestrutura híbrida zEnterprise (mainframe + blade POWER/x86).
Foi a base direta do z13, que traria o suporte a analytics cognitivo e Big Data com Watson e Spark — mas tudo começou aqui, com o z11.
O IBM System z11 EC12 foi o “mainframe da maturidade”: estável, inteligente, analítico e extremamente elegante em sua engenharia.
Mais do que performance, trouxe autonomia e automação — preparando o palco para a era cognitiva.
“Se o z10 foi músculo, o z11 foi o cérebro. E juntos, abriram o caminho para o Watson ouvir o som dos bits.”
— Bellacosa Mainframe