sexta-feira, 23 de novembro de 2018

🕊️ Origami Tsuru — A Lenda do Milagre de Papel: Quando um Dobrar Significa Esperança 🕊️

 


🕊️ Origami Tsuru — A Lenda do Milagre de Papel: Quando um Dobrar Significa Esperança 🕊️
Por El Jefe, direto do Bellacosa Mainframe Universe


Se tem uma coisa que o Japão faz como ninguém, é transformar o simples em sagrado.
E nenhum símbolo expressa isso tão bem quanto o origami tsuru (折り鶴) — o famoso grou de papel, dobrado com devoção, esperança e uma pontinha de mágica ancestral.

Não é só um enfeite, nem apenas uma dobradura.
O tsuru é praticamente um Hello World espiritual do Japão: simples, elegante e cheio de significado oculto.


🏮 A Origem: O Voo do Grou Eterno

A palavra origami vem de 折る (oru, dobrar) e 紙 (kami, papel).
Mas o tsuru tem história muito mais antiga.

Na cultura japonesa, o tsuru (grou) é uma ave sagrada, símbolo de longevidade, fidelidade e boa sorte.
Diz a lenda que o grou vive mil anos, e por isso, quem dobrar mil tsurus terá seu desejo realizado pelos deuses.

Essa crença ficou famosa no pós-guerra, com uma menina chamada Sadako Sasaki, vítima da bomba de Hiroshima.
Mesmo doente de leucemia, ela começou a dobrar mil tsurus para pedir a cura — e, mesmo não sobrevivendo, seu gesto virou símbolo mundial da paz e da esperança.
Hoje, há uma estátua de Sadako segurando um tsuru dourado no Parque da Paz de Hiroshima.

📜 “Este é o meu desejo: que todos os povos do mundo vivam em paz.” — Sadako Sasaki




🪶 O Significado: Mais que Papel

O tsuru não é apenas um amuleto de sorte.
Dobrá-lo é um ato meditativo, quase zen: cada vinco representa um pensamento, um pedido, uma oração.
É por isso que no Japão, origamis são usados em casamentos, nascimentos e até no Ano Novo — como votos de prosperidade.

E, sim, dobrar um tsuru “de coração” é bem diferente de seguir um tutorial do YouTube.
(O segredo está no respeito ao processo, não na perfeição da dobra.)


🎐 Curiosidades e Fofoquices Nipônicas

💡 1. Mil tsurus, um desejo:
O conjunto com 1000 dobraduras chama-se Senbazuru (千羽鶴) — e é tradicional pendurá-lo em templos ou enviar a pessoas enfermas como bênção.

💡 2. O desafio dos samurais:
Diz-se que os samurais dobravam tsurus para exercitar paciência e precisão antes de batalhas.

💡 3. Origami hacker:
No Japão moderno, engenheiros usam o conceito do tsuru para desenvolver satélites dobráveis e airbags inteligentes — engenharia inspirada na tradição.

💡 4. Casamento em papel:
Em cerimônias tradicionais, noivos trocam tsurus dourados e prateados — simbolizando fidelidade eterna (já que grous, na natureza, têm apenas um parceiro para toda a vida).

💡 5. Easter Egg Bellacosa:
Nos antigos mainframes da Fujitsu, havia um easter egg escondido num código de teste que imprimia um tsuru em ASCII art. (Sim, os devs japoneses são poetas também.)


📺 Animes que Citaram o Tsuru

🎬 Grave of the Fireflies (Hotaru no Haka) – o tsuru aparece como símbolo da inocência perdida na guerra.
🎬 Naruto – Itachi e Sasuke aparecem dobrando papéis, referência indireta ao tsuru e à tradição de desejos.
🎬 Bleach – em momentos de luto, personagens dobram pássaros de papel como oferendas.
🎬 Your Name (Kimi no Na wa) – a ideia de “destinos conectados por fios invisíveis” é inspirada na filosofia do tsuru.
🎬 One Piece – há uma personagem chamada Tsuru, símbolo da sabedoria e da calma em meio ao caos (nada é coincidência).

E claro, “Sadako and the Thousand Paper Cranes” virou filme e anime educativo — obrigatório nas escolas japonesas.


🪞 Dica Bellacosa: Dobre Seu Tsuru Digital

Quer sentir o espírito do festival?
Pegue uma folha de papel (ou um pedaço de punch card aposentado 🖨️), respire fundo, e siga as dobras.
Enquanto dobra, pense num desejo — de paz, de saúde, de amor, ou daquele abend que você quer resolver sem stress.

Se quiser ir além, há sites e apps que simulam a dobra em 3D — e até tsurus NFT (sim, o Japão também mergulhou nessa).


💭 Bellacosa Reflexão

O tsuru é um lembrete de que a delicadeza é também uma forma de força.

Dobrar mil vezes o mesmo papel é, no fundo, uma aula sobre paciência, fé e repetição com propósito — algo que todo mainframe coder entende muito bem.

Lembranças que guardo com carinho, a imagem da minha amiga Lilian Yumi, que entre uma compilação e outra de programas PLI, ou enquanto esperávamos a fila de compilação no SDSF. Ela costumava fazer origamis e teve uma época que ela começou a missão Tsuru, sua mesa começou a lotar com dezenas destes pequeninos grous.

Porque, convenhamos: compilar um COBOL sem erro também é uma forma de meditação zen. 😌


📜 Easter Egg Final:
No Japão, dizem que se você sonhar com um tsuru voando, um novo ciclo está começando.
Então, se na próxima madrugada de deploy você ver algo voando pelo data center...
Talvez não seja um bug. Pode ser sorte batendo asas. 🕊️


sábado, 17 de novembro de 2018

🎄 A Cidade, o Natal e a Magia Perdida da General Carneiro

 


🎄 “A Cidade, o Natal e a Magia Perdida da General Carneiro” — Um Post ao Estilo Bellacosa Mainframe para o Blog El Jefe 🎄

(Com história, emoção, nostalgia, curiosidades e aquele perfume de São Paulo anos 70 que não volta mais — mas vive dentro da gente.)




🌟 Prefácio: Quando Novembro Cheirava a Magia

Ah, novembro… hoje é só o mês da Black Friday, mas nos anos 1970 ele era o pré-carregamento do firmware natalino: o momento em que a mãe abria o “repositório sagrado” no alto do guarda-roupa para retirar os enfeites de Natal. E aquilo, meu amigo, era quase um processamento MVS STARTUP inicializando a alegria do ano inteiro.

As bolinhas de vidro? Quase sempre metade quebrada.
Os enfeites de papel? Amassados como spool sem compressão.
Mas era exatamente esse inventário prévio que anunciava o verdadeiro evento:
“Vamos ter que ir à CIDADE!”

E quando a mãe dizia “CIDADE” daquele jeito pausado… irmão, aquilo era token de autoridade. Não era Penha, não era Largo do São José, não era Patriarca. Era o centro de São Paulo.

O reino proibido. O cenário cyberpunk antes do cyberpunk existir.




🚌 O Êxodo Natalino: Quatro Aventureiros Rumo ao Centro Velho

Vila Rio Branco → CIDADE.
Uma viagem épica de 20 km que, para nós, equivalia hoje a pegar um voo internacional.

Era pegar ônibus lotado, dividir banco, sentir o cheiro de lona quente e diesel, e observar pela janela como as casas davam lugar aos prédios e os prédios aos gigantes de concreto que seguravam o céu da Praça da Sé.

A transição era tão impactante que parecia uma troca de dataset para fita magnética:
um novo mundo carregado na memória.

E lá íamos nós:

  • mãe com sua bolsa que parecia o TARDIS

  • pai firme como CICS rodando sem TRAP

  • minha irmã pequena encantada

  • eu? O pequeno explorador, já em modo debugging da vida.




🌆 A General Carneiro: O Parque de Diversões dos Pobres

Descer no Parque Dom Pedro e seguir rumo à Rua General Carneiro era atravessar um portal mágico. Aquele corredor comercial vivo, pulsante, barulhento — um verdadeiro mainframe humano processando milhares de vidas ao mesmo tempo.

Ali existia tudo:

  • lojas de brinquedos com aquelas vitrines que prometiam mundos

  • bolas de Natal brilhando como discos IBM 3330 recém-formatados

  • presépios de cerâmica

  • girlandas clássicas de papel alumínio

  • bonecas, carrinhos, trenzinhos

  • e o cheiro…
    o cheiro de caldo de cana, pastel, churrasco grego e esperança.

E nós, claro, aproveitávamos tudo.

🍢 Gastronomia de Rua 70’s (Modo Bellacosa Ativado)

  • Churrasco grego com pão murcho, rodando há horas? Delícia.

  • Caldo de cana extraído na hora? Néctar dos deuses.

  • Churros com doce de leite escorrendo? BIOS atualizada com sucesso.

Era a vida como deve ser: simples, intensa e deliciosa.




🎁 O Presente de Natal: A Tomada de Decisão Mais Séria do Ano

Na General Carneiro, decidir o presente natalino era uma operação de alto risco.
Quase uma transação CICS que não podia dar rollback.

Se escolhesse errado, só no ano seguinte.
Daí o pequeno Vagner analisava:

  • cavalo de madeira?

  • carrinho de lata?

  • revólver de espoleta?

  • jogo de montar?

  • pião colorido?

Mas o meu verdadeiro tesouro era um "FORTE APACHE" , o brinquedo que marcou minha infância e ao longo dos anos foram mais ou menos uns 6 ou mais.... amava os soldadinhos na eterna luta contra os índios, os cavalos, a carroça e o trem a vapor.

Essa escolha definia o destino lúdico de todo o ano.
Era quase um IPL de personalidade.




👣 O Centro Velho: O Grande Labirinto Humano

A vida pulsava.
As pessoas cruzavam esquinas como processos paralelos.
Os camelôs gritavam como mensagens SYSLOG.
O vento entre os prédios era mais frio, mais alto, mais vivo.

E nós éramos quatro andarilhos, quatro protagonistas daquele RPG paulistano dos anos 70, caminhando pelas ruas cheias de histórias, memórias e possibilidades.

✨ Easter-Egg Paulistano

Quem viveu sabe:
A luz do sol batendo nos prédios da Rua Direita refletia nas janelas como se fossem ornamentos gigantes de Natal.
Aquilo era magia pura.
Natural, espontânea, urbana.


👨‍👩‍👧‍👦 A Tradição Continua: A Árvore de Natal Hoje

E agora, décadas depois, lá está você, Bellacosa, repetindo o ritual:

  • montar a árvore

  • separar enfeites

  • ajustar luzes

  • lembrar da mãe pegando a cadeira

  • lembrar da emoção de ir à CIDADE

  • lembrar do brilho das lojas

  • lembrar da alegria simples que morava na rua General Carneiro.

A árvore de hoje carrega chips, LEDs, enfeites modernos…
Mas o espírito que acende tudo é o mesmo daquele menino de 1970 que via o mundo brilhar com pouco — e por isso brilhava muito.


🎄 Conclusão: O Natal Como Sistema Operacional da Memória

O Natal da infância é o MVS da nossa alma:

  • robusto

  • duradouro

  • cheio de jobs

  • repleto de mensagens

  • com logs que revisitamos sempre que precisamos de um reboot emocional.

É a tradição que não falha.
O upgrade que não substitui — apenas aprofunda.
O sistema que nos mantém humanos diante do tempo.

E este final de semana, ao montar sua árvore, lembre-se:
você não está só montando enfeites.
Você está recompilando memórias, reinstalando afetos, inicializando a magia de novo.

E a General Carneiro inteira está ali dentro.


segunda-feira, 12 de novembro de 2018

🔒💡 DICAS BELLACOSA PARA BLINDAR O SUBCONSCIENTE

 


🔒💡 DICAS BELLACOSA PARA BLINDAR O SUBCONSCIENTE
(Ou como manter o “SPOOL emocional” limpo e sem vazamento de segredos)


🧩 1. SET THINK=ON
Treine a pausa consciente. Antes de responder, respire, conte até três.
Esse pequeno delay é como um WAIT 003, tempo suficiente para o racional assumir o controle e evitar um abend verbal.


💬 2. VERIFY BEFORE EXEC
Antes de soltar uma frase, simule mentalmente o impacto dela.
Pergunte-se: “se eu rodar esse comando agora, o que vai gerar no output?”.
Essa checagem é o syntax check da comunicação humana.


🧠 3. CLEAR TEMP DATASETS
Não guarde raiva, ciúme ou ressentimento em datasets temporários.
Essas emoções esquecidas acabam ocupando espaço no storage emocional e, em algum momento, explodem no pior horário do expediente da alma.


🔐 4. SET RACF=STRICT
Limite o acesso de certas pessoas (ou situações) ao seu emocional.
Nem todo mundo merece READ/WRITE nos seus sentimentos.
Aprenda a dar apenas DISPLAY AUTHORITY.


🪞 5. RUN INTROSPECTION,MONTHLY
Agende revisões de sistema internas — medite, escreva, reflita, converse com alguém de confiança.
Essa rotina de housekeeping mental previne travamentos, mantém o raciocínio limpo e a autoestima bem indexada.


Epílogo Bellacosa:
Blindar o subconsciente não é trancá-lo no cofre.
É fazer tuning entre emoção e razão, deixando o sistema mental rodar redondo, com logs limpos, sem ruído nem abend.

Porque no fim, o segredo do equilíbrio é simples:

“Quando o coração fala, o cérebro deve estar no console.” 💻❤️

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

🍱 Comidas Japonesas que o Brasil Adotou sem Saber

 

🍱 Comidas Japonesas que o Brasil Adotou sem Saber

Por Vagner Bellacosa ☕ — Midnight Lunch Edition

Se o Japão inventou o kaizen, o Brasil inventou o jeitinho.
E quando os dois se encontraram na cozinha, nasceu uma alquimia culinária que transformou receitas milenares em lanches de esquina, marmitas de fábrica e delícias de feira livre.

Prepare seu hashi ou seu garfo de alumínio, porque hoje é dia de desvendar o menu secreto da colonização gastronômica japonesa — aquele que o Brasil saboreia há décadas sem nem desconfiar da sua origem oriental.




🍤 Tempurá – o ancestral nobre do “tudo que vai no óleo”

Antes de existir o pastel, o bolinho de chuva e o isopor da feira, existia o tempurá.
Trazido pelos imigrantes japoneses no início do século XX, ele nasceu de uma adaptação portuguesa (peixinhos da horta) e foi reinventado no Japão como arte leve e precisa: temperatura certa, óleo puro, textura de nuvem.

Mas o brasileiro olhou e pensou:

“Interessante... e se eu fizer isso com banana, salsicha e mortadela?”

Nascia o tempurá paulistano de feira, fritura democrática e adaptável, que mantém viva a essência nipônica: pegar algo simples e torná-lo sublime — ou pelo menos crocante.




🍢 Churrasquinho de gato – o yakitori com samba no espeto

O yakitori japonês é o pai espiritual do nosso churrasco de rua.
Os japoneses grelhavam pedaços de frango com tare (molho agridoce).
Aqui, o brasileiro substituiu o frango por tudo o que cabia no espeto: carne, coração, queijo coalho, e até linguiça duvidosa das 23h45.

Moral da história:

O yakitori é disciplina. O churrasquinho é resistência.
Ambos alimentam corpos cansados e almas de plantão.




🥟 Pastel de Feira – o ninja disfarçado de chinês

Durante a Segunda Guerra Mundial, os imigrantes japoneses em São Paulo começaram a vender uma versão modificada dos rolinhos chineses (chun kun), trocando bambu por carne e gengibre por queijo.
Era uma tática de sobrevivência — e acabou virando símbolo paulistano.

O pastel é o ninja da feira: veio do Japão, usou nome chinês e conquistou o Brasil.
Hoje é o mainframe da comida de rua — uptime total e sabor legado.




🍞 Pão de leite – o shokupan travestido de padaria de bairro

Sabe aquele pão doce fofinho de padaria que parece abraço de vó?
É herdeiro direto do shokupan, pão japonês feito com o método tangzhong, uma pasta de farinha cozida que mantém a massa úmida e macia.
O brasileiro amou tanto que adaptou para o “pão de leite”, recheou de presunto e o vendeu como lanche de padaria.

No fundo, o shokupan é o COBOL dos pães: antigo, sólido e ainda indispensável no legado da panificação paulistana.




🥢 Yakissoba – o prato que veio de navio e virou prato feito

Criado na China, aprimorado no Japão, adotado no Brás.
O yakissoba virou o prato internacional do almoço de rua.
Os japoneses o trouxeram nas marmitas (bentô) e os brasileiros o transformaram em banquete de shopping e praça de evento.
Hoje, é o prato que une culturas, gera memes e dá sustância até o fim do turno.


Bellacosa comenta:

O Brasil tem essa magia de absorver tudo e devolver com tempero, samba e história.
Enquanto o Japão codificou o kaizen, o brasileiro implementou o kaizinho:

“Melhora um pouquinho cada dia, desde que sobre pro pastel de amanhã.”

E assim seguimos: de hashis a garfos, do bentô ao PF, conectando culturas como terminais 3270 conectam o CICS — com um bom caldo de cana ao lado.


terça-feira, 6 de novembro de 2018

O brilho que guiava os pequenos Onis – e que hoje me faz falta

 


📜 El Jefe Midnight Lunch – Bellacosa Mainframe Chronicles
O brilho que guiava os pequenos Onis – e que hoje me faz falta

Essa memória, ah… essa aqui não tem CEP, não tem JCL fixo, não tem dataset endereçado em um único volume.
Ela é um PDS espalhado pela vida, com membros gravados em Urupês, Ibitinga, São José do Rio Preto, Catanduva, São Carlos, Sorocaba, Pirassununga e Taubaté.

Se procurar bem, acho até que tem alguns registros perdidos no track daquela estrada de terra onde eu caí de bicicleta pela primeira vez.

Mas em todos esses lugares…
em todas essas noites…
existia um personagem que fazia o coração do pequeno Oni acelerar:

o vagalume.



✨ Os pirilampos – os LEDs da natureza, antes da natureza virar shopping center

Anos 1970 e 1980.
Ruas de terra.
Pouquíssima luz pública.
Mato crescendo livre, como se fosse proprietário do terreno (e era mesmo).
O mundo ainda não tinha sido atacado pelo bug do excesso de iluminação, do excesso de concreto, do excesso de tudo.

E ali, no meio daquela escuridão amiga, uma coreografia mágica acontecia:

pontos de luz flutuantes, piscando devagar…
como pequenos mainframes bioluminescentes rodando seus próprios ciclos de IPL noturnos.

Eu amava vagalumes.
De verdade.
De um jeito profundo, puro, quase reverente.

Era como caminhar numa trilha guiada por estrelas que desceram pra brincar com a gente.


🌿 O patch da Dona Mercadê – olhos brilhando e potes com furinhos

Minha mãe, Dona Mercadê, contava histórias da infância dela no norte do Paraná, onde os vagalumes eram tantos que pareciam iluminar o quintal inteiro.
Ela dizia que pegava alguns em potes de vidro com tampas furadinhas.
Só para curtir o brilho por alguns minutos.

E os pequenos Onis da Dona Mercadê, claro… replicaram o script.

A gente fazia o mesmo:
capturava alguns, via aquela luz mágica correndo no potinho…
e depois soltava.

Porque a verdadeira beleza era ver o bichinho livre.
Livre e brilhando.




🕷️🐞 Uma fauna inteira que dividia a paisagem

Naquela época, tinha inseto pra dar e vender.
A biosfera era quase um sysplex completo:

  • besouros gigantes

  • besouros com chifre que pareciam saídos de um RPG

  • joaninhas simpáticas

  • lacraias medonhas

  • aranhas que te julgavam de longe

  • centopeias com cara de “tenta ver pra ver”

Alguns perigosos, outros camaradas.
Alguns pousavam suavemente na mão.
Outros você olhava de longe e dizia:
“passo”.

Mas todos tinham espaço no mundo.
Porque havia muito mato, muito verde, muito silêncio.
E principalmente: pouca luz artificial pra bagunçar o baile da natureza.




💔 Hoje… o sumiço

Hoje… se eu disser que vejo vagalume no quintal, estou mentindo.
Faz anos que não vejo um sequer.
As ruas claras demais mataram a magia.
O verde virou cimento.
Os bichinhos perderam lar, perderam ritmo, perderam espaço.

E eu?
Eu perdi parte daquela infância.
Aquela sensação de trilha iluminada por pequenas almas luminosas.
Aquele silêncio pontuado por piscadas mágicas.


📌 No fundo, o que eu queria mesmo…

…era abrir a janela de casa agora,
ver um único vagalume,
um só, piscando devagar,
e sentir por um instante o mesmo encanto que senti em 1978, 1981, 1984…

Mas, enquanto ele não aparece,
guardo o brilho na memória —
porque algumas luzes não se apagam nunca.

Bellacosa out. ✨🟢🌙


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

💍 Mulheres Over 40 e o Loop do “Casar de Novo”

 


💍 Mulheres Over 40 e o Loop do “Casar de Novo”

Por El Jefe — uma reflexão Bellacosa Mainframe para quem já cansou do Ctrl+C Ctrl+Casamento

Tem algo curioso acontecendo na geração over 40.
Muitas mulheres, incríveis, inteligentes, bem resolvidas, depois de dois ou três relacionamentos fracassados, decidem… tentar casar de novo.

E eu fico pensando — por quê?
Por que esse retorno quase automático ao altar emocional, como se a vida só fizesse sentido dentro de um relacionamento formal?


🕰️ A herança invisível

Talvez porque fomos criados numa cultura onde o “final feliz” ainda tem formato de cerimônia, não de liberdade.
Lá no fundo, o inconsciente coletivo ainda sussurra:

“Você só é completa se alguém te escolher.”

Mesmo que ela tenha casa própria, carreira sólida e uma bagagem emocional de guerra, ainda há uma pressão — social, familiar e até interna — para “não ficar sozinha”.

Mas o paradoxo é cruel:
quanto mais tentam preencher o vazio com outro casamento, mais se afastam da leveza que tanto buscam.


🔄 O loop do recomeço

Casar novamente, para muitas, virou uma espécie de reinício de sistema.
Uma tentativa de reconfigurar o coração, como quem formata um HD esperando que o novo sistema rode sem travar.

Mas o problema raramente está no “outro”.
Está no roteiro que se repete — nas expectativas copiadas, nos papéis herdados, nas mesmas promessas instaladas com outro nome de usuário.

E aí o ciclo se repete: paixão, convivência, desgaste, frustração… reboot.
Até que, um dia, percebem que o amor não se encontra no “recomeço”,
mas no descanso do próprio sistema.


🌙 Liberdade 4.0

Por que não viver leve?
Por que não escolher encontros sinceros, afetos breves, conexões reais — sem a necessidade de transformar tudo em contrato social?

Liberdade não é solidão.
É ter a escolha de não precisar preencher o vazio com outro CPF.

A vida adulta tem beleza no silêncio, no vinho tomado sem pressa, na cama grande com travesseiro sobrando, no encontro casual que não cobra fidelidade nem entrega carência.


☕ Amor com manutenção preventiva

Talvez o segredo não esteja em “casar de novo”,
mas em reaprender a amar fora da obrigação.

Casamento não é atualização de software —
não é porque a última versão deu bug que a próxima vai rodar liso.

Talvez o amor precise de menos altar e mais autenticidade.
Menos status e mais verdade.
Menos “felizes para sempre” e mais “felizes enquanto fizer sentido”.


Enquanto isso, sigo observando o mundo pelos reflexos da janela,
vendo corações tentando se reiniciar sem fazer backup de si mesmos.
E pensando que, às vezes, o mais bonito é simplesmente ficar offline por um tempo.

#ElJefe #BellacosaMainframe #Reflexões #RelacionamentosModernos #AmorMadura #Over40 #FilosofiaDoCotidiano #VidaSolo #LiberdadeEmocional #CaféDaMadrugada


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Gêneros de Mangá: Guia Completo para Otakus e Futuros Mangakas

 




Gêneros de Mangá: Guia Completo para Otakus e Futuros Mangakas

O universo dos mangás é tão diverso quanto fascinante. Cada gênero tem sua própria linguagem, público-alvo e estilo artístico, e conhecer essas categorias é essencial tanto para leitores quanto para quem deseja criar histórias. Neste post, vamos explorar os principais gêneros, com dicas, curiosidades e exemplos que todo otaku precisa conhecer.


1. Shonen (少年)

  • Público-alvo: Meninos adolescentes (12–18 anos)

  • Estilo de traço: Dinâmico, cenas de ação, expressões exageradas, personagens heroicos.

  • Principal título: Naruto

  • Autor: Masashi Kishimoto

  • Curiosidades:

    • Foco em amizade, superação e aventura.

    • Geralmente histórias de crescimento do protagonista.

    • Mangás shonen muitas vezes têm batalhas épicas com poderes especiais.

  • Comentário: Ideal para iniciantes no mangá, pois ensina narrativa visual clara e personagens carismáticos.


2. Shojo (少女)

  • Público-alvo: Meninas adolescentes (12–18 anos)

  • Estilo de traço: Linhas delicadas, olhos grandes e expressivos, cenários detalhados e românticos.

  • Principal título: Sailor Moon

  • Autor: Naoko Takeuchi

  • Curiosidades:

    • Centrado em romance, amizade e emoções.

    • Muitas vezes contém elementos de fantasia e drama.

  • Comentário: Ótimo para aprender sobre expressão emocional e narrativa sentimental.


3. Seinen (青年)

  • Público-alvo: Homens jovens/adultos (18–40 anos)

  • Estilo de traço: Mais realista, detalhado e maduro, com violência e complexidade emocional.

  • Principal título: Berserk

  • Autor: Kentaro Miura

  • Curiosidades:

    • Aborda temas psicológicos, políticos e filosóficos.

    • Maior liberdade artística em termos de conteúdo adulto.

  • Comentário: Excelente para quem quer explorar temas profundos e traços detalhados.


4. Josei (女性)

  • Público-alvo: Mulheres jovens/adultas (18–40 anos)

  • Estilo de traço: Elegante, realista, foco em expressões e situações do cotidiano.

  • Principal título: Nodame Cantabile

  • Autor: Tomoko Ninomiya

  • Curiosidades:

    • Romance adulto, dramas profissionais e familiares.

    • Difere do shojo por ser mais maduro e realista.

  • Comentário: Ideal para explorar diálogos realistas e desenvolvimento psicológico de personagens.


5. Kodomo (子供)

  • Público-alvo: Crianças (até 12 anos)

  • Estilo de traço: Simples, divertido, cores vivas (em revistas coloridas ou educativas).

  • Principal título: Doraemon

  • Autor: Fujiko F. Fujio

  • Curiosidades:

    • Ensino de valores como amizade, respeito e criatividade.

    • Tramas curtas e fáceis de acompanhar.

  • Comentário: Bom para iniciantes que querem experimentar narrativa simples e humor leve.


6. Gekiga (劇画)

  • Público-alvo: Adultos (18+), geralmente leitores de temas sérios.

  • Estilo de traço: Realista, sombrios, narrativa madura e dramática.

  • Principal título: A Drifting Life

  • Autor: Yoshihiro Tatsumi

  • Curiosidades:

    • Criado para diferenciar quadrinhos adultos da cultura pop juvenil.

    • Foca em temas cotidianos, sociais e psicológicos.

  • Comentário: Excelente para aprender storytelling sério e técnicas de sombra e realismo.


7. Yaoi / Boys’ Love (BL) / Shonen-ai

  • Público-alvo: Mulheres jovens e adultas

  • Estilo de traço: Romântico, focado em personagens masculinos e relações emocionais.

  • Principal título: Junjou Romantica

  • Autor: Shungiku Nakamura

  • Curiosidades:

    • Explora relacionamentos entre homens com foco emocional.

    • Muitas vezes contém drama, comédia e romance.

  • Comentário: Permite explorar emoções e relacionamentos complexos.


8. Yuri / Girls’ Love (GL) / Shoujo-ai

  • Público-alvo: Mulheres e adolescentes

  • Estilo de traço: Delicado, com foco em expressões e romance entre meninas.

  • Principal título: Strawberry Panic

  • Autor: Sakurako Kimino

  • Curiosidades:

    • Desenvolve relações românticas femininas com nuances emocionais.

    • Pode variar de leve romance a dramas intensos.

  • Comentário: Excelente para praticar diálogos internos e sentimentos sutis.


9. Mecha

  • Público-alvo: Geralmente shonen/seinen, fãs de ficção científica

  • Estilo de traço: Robôs detalhados, tecnologia futurista, cenas de ação épicas.

  • Principal título: Mobile Suit Gundam

  • Autor: Yoshiyuki Tomino

  • Curiosidades:

    • Combina ação, drama e política futurista.

    • Foco em batalhas mecânicas e estratégias militares.

  • Comentário: Ideal para treinar desenho técnico e cenas de ação complexas.


10. Isekai / Fantasia

  • Público-alvo: Shonen, seinen ou shojo

  • Estilo de traço: Variedade ampla, dependendo da fantasia; cenários detalhados e magia.

  • Principal título: Re:Zero

  • Autor: Tappei Nagatsuki

  • Curiosidades:

    • Personagem é transportado para outro mundo; aventura, magia e drama são comuns.

    • Mistura ação, humor e romance em universos imaginários.

  • Comentário: Excelente para experimentar criatividade, worldbuilding e narrativa épica.


Dicas finais para otakus e aspirantes a mangakas

  • Conheça cada gênero antes de tentar escrever: entender o público-alvo é essencial.

  • Misturar gêneros pode gerar histórias únicas (ex.: shonen + isekai).

  • Observe estilos de traço e narrativa para adaptar à sua história.

  • Leia amplamente e pratique storyboards (names) para cada gênero que você explorar.