Este blog é um diário de viagens, cada entrada é relativo há uma viagem com fotos, filmes, links, artigos, desenhos tudo aquilo que possa enriquecer a descrição deste momento.
Eu sou quase um turista profissional que ama viajar, adora dormir em cama diferente e acordar em lugar estranho. Nao sou esquisito, sempre de maquina fotográfica em punho registro tudo e mais um pouco.
Seja BemVindo.
A riqueza e prosperidade trazida pela cafeicultura em Amparo deixou diversos patrimónios espalhados pela cidade, temos como exemplo a linha Mogiana, cuja algumas construções ainda resistem: pontes, túneis e estação de trem, casas do século passado no centro.
Mas na minha opinião a joia de todo este património é a Fazenda A Colónia, na entrada da cidade para quem vem de Bragança/Morungaba. Uma fazenda imponente toda conservada com suas construções centenárias.
Temos o casarão principal que foi cenário das cenas externas da novela Os Imigrantes exibida na década de 80 na rede Bandeirantes, paiol, armazéns, celeiros, casa dos colonos, ferramentas e lago. Tudo a mostra para quem for curioso.
Existe também um restaurante a beira do lago com uma deliciosa comida da fazenda.
Estamos na serra do mar em uma região cortada por tubalaçoes de uma antiga usina hidroeléctrica, cortada pela antiga estrada que ligava São Paulo a Santos, passando por Cubatao.
A meio da serra existe desde tempos imemoriais uma pousada que servia para descanso a meio da subida, com restaurante, lareira, estábulos e jardins para que se aproveitasse ao máximo o repouso, antes de prosseguir rumo ao planalto.
Com a abertura da Anchieta e posteriormente a Imigrantes, esta estrada caiu em desuso, suas construções foram abandonas se degradando com o tempo. Após um restauro feito pela Eletropaulo estas instalações foram devolvidas ao publico sendo utilizadas para ócio e lazer.
Esta visita foi feita em 1993 e as instalaçoes ainda não estavam a 100% , podendo reparar nas imagens com azulejos quebrados e algumas passagens bloqueadas e sem escadas.
O Zooparque de Itatiba esta situado as margens da Rodovia Dom Pedro, no inicio das suas actividades desenvolvia actividades de proteçao e tratamento de aves apreendidas pelo Ibama, com a expertise adquirida e com a dedicação de todos os funcionários, foi evoluindo até se transformar em parque zoológico.
Com o passar dos anos foram chegando outras espécies repteis, anfíbios e mamíferos tornando os habitats mais completos.
Em 1993 o zooparque tinha esta aparência tinha alguns recintos sendo construídos, muito espaço em aberto e as árvores ainda eram pequenas, recém plantadas em alguma obra paisagística.
CODESP, a serra do mar e as maravilhas da mata Atlântica
Em mais uma aventura da equipe Encaminhada, viemos para a regiao da serra do mar, próximo a Paranapiacaba e seguimos em Direcção a CODESP dentro de uma reserva protegida.
Um lugar completo com trilhas, cachoeiras, rios e lago com condutas para a hidroeléctrica, depois descemos em Direcção a casa das maquinas, andamos de trem pela região e para completar a mega aventura pegamos balsa pelo rio Itapanhau.
A Tata, o Edsinho, o Emilinho e o Edu estavam na trupe, onde nos divertimos o dia todos, devido a ser uma instalaçao industrial, o terreno era pouco acidentado e foi uma das caminhadas mais fácil que fizemos.
Boas recordações tenho do Trem e da Balsa, tipo meio Indiana Jones.
Mais uma aventura do grupo Encaminhada, desta vez estamos em Atibaia fazendo as trilhas ao pe da Pedra Grande, o objectivo é subir por uma trilha lateral e chegar ao de cima antes do por do sol.
O grupo esta bem empolgado, esta trilha parece fácil, mas enganou-me sem árvores de grande porte para fazer sombra, nenhum curso d'agua para refrescar, a brincadeira acabou sendo dura.
Subimos contornando a encosta e por volta das 16 horas chegamos ao nosso destino e com sorte chegamos bem a tempo de ser o salto dos parapentes.
A Tatinha ficou extremamente cansada e dormiu o restante da viagem somente acordando em Sampa.
Estamos em Peruibe, se dirigindo ate a Barra do Una, eu já conhecia a Jureia tendo acampando ali no ano anterior.
Mas desta vez foi diferente pegamos varias trilhas pela mata, ziguezagueando ate chegar em praias deserta, depois retornamos e ficamos um bom tempo brincando em um rio.
Neste rio tínhamos um tobogan natural, pequenas cascatas, mini corredeira e o mais divertido uma corda amarrada em uma árvore que permitia saltar bem no meio do rio.
Digo logo que não reconheço o cara que esta fazendo macaquice na corda. Essa foi mais uma viagem do grupo encaminhada.
Sendo um mochileiro e aventureiro por natureza, nestas viagens criei varias amizades com hippies e outros malucos beleza, numa destas conversas ouvi dizer sobre uma praia deserta que ficava no litoral norte de São Paulo, pertinho de Ubatuba.
Aproveitei uma oportunidade juntei as tralhas, mochila nas costas e parti. Para quem conhece a Rodovia Tamoios e a Rio Santo sabe bem o inferno que e pegar estas estradas, previsto de chegar em Ubatuba as 19 horas, foi desembarcar por volta das 23 horas, sem conhecer muito bem a cidade e sem carona, fui andando até o camping, após uns 40 minutos cheguei, gritei, chamei e bati palmas.
Me aparece um negão com uma 12 na mão, perguntando o que eu queria, disse que tinha ligado mais cedo naquele dia e que precisava de um lugar para montar minha barraca, o cara me olhou, pensou e então abriu a porteira, me indicando onde devia armar a barraca.
Em menos de meia hora estava instalado e dormindo feito um anjinho, o cansaço falou mais alto. Pela manha depois de um café reforçado, fui me informar como fazer para chegar ate Trindade, o mesmo cara me informou e disse que só de carona, chegaria ate la, pois não havia nenhum transporte publico naquela região. Outra informação que me facultada: Trindade era um distrito de Paraty e pertencia ao estado do Rio.
De mochila as costa retorno a estrada em busca de carona, por sorte passa um carro e ganho carona ate uma cachoeira, na divisa de SP e RJ. Chegando aguardo mais um tempinho sentado a beira da estrada quando ganho outra carona, a pessoa esta indo para Paraty, um engenheiro que estava indo fazer medições, por sorte fez um pequeno desvio e me deixou mesmo na entrada de Trindade, uma puta de uma ladeira que levava a vila dos pescadores.
Neste ponto em diante nao teve jeito, encontrei outro grupo de mochileiros e fomos caminhando ate a Vila. Segui ate a praia do meio onde montei minha barraca próximo há uma árvore. E comecei preparar meu almoço curtindo a sombrinha da árvore e tomando as ultimas cervejas supostamente gelada que trazia comigo.
Estava de boa, quando chega um carro com placa de Campinas com um pessoal barulhento, pensei comigo lá se foi minha paz, grande e acertado pensamento. Eram um grupo de amigos, 2 caras e 2 garotas, sendo que 3 deles eram enfermeiros do Hospital Irmãos Penteado de Campinas. Um parte era seu primeiro acampamento e nada sabiam sore o assunto e ainda um dos casais estavam meio irritados dando patadas mutuamente.
Vendo que não iria ter sossegado, voluntariamente me propus a ajuda-los. Montamos as 2 barracas, cavei as valas e ao final ganhei 2 vizinhos ficando com as barracas porta com porta. Uma delas foi preparar o almoço e os restante do grupo ficou aproveitando para papear e saborear cervejas realmente geladas.
Em resumo fiz uma amizade bacana com este pessoal que na partida ainda consegui uma carona ate São José dos Campos, quando ele desviaram para entrar na Rodovia Dom Pedro, eu ainda peguei outra carona ate Mogi das Cruzes e de la voltei de trem para casa.
A vila dos ingleses de Paranapiacaba e a ferrovia.
Para aqueles que gostam de arquitectura e arqueologia industrial, Paranapiacaba é o point... próximo a São Paulo, encravada na serra do Mar, protegida da especulação urbana e crescimento descontrolado.
Essa pequena Vila foi durante muito tempo a sede de operações da ferrovia que ligava a capital ao porto de Santos, suas casas em estilo inglês foram usadas por gerações de operários dos caminhos de ferro. Segundo-se consta a madeira veio importada dos países bálticos Lituânia e Letónia, os tijolos e ferros da Inglaterra.
A vila foi planejada para ser funcional dentro dela facilmente consegues se deslocar ate as oficinas e pateos da ferrovia.
Os pateos de manobras, as oficinas de fundição, manutenção e funiculares sao outros pontos de grande interesse, ali pode-se ver como era a operação ferroviária nos primórdios do século XX.
Este video foi feito com fotos de mais uma aventura da equipe encaminhada, fizemos um giro pela cidade e adentramos pela serra do mar, cruzando antigos trechos da ferrovia, passando por pontes e túneis abandonados.
Como publiquei num post anterior, a primeira Vagneida me levou a Porto Seguro, após ficar 10 dias curtindo aquela região, chegou a hora de partir, mas ainda não queria retornar para casa, vi em algum jornal ou conversa de alguém sobre Vila Velha.
Lembrei que a fabrica do chocolate Garoto era por ali, também me lembrei de ter lido qualquer coisa sobre uma cidade de pedra (malditos tempos sem Google) kkkkkk
Terminado os preparativos fechei a mala, esperei o Carlo, um conhecido de Eunapolis passar de caminhonete e segui ate a rodoviária de Eunapolis, para apanhar o ónibus para Vitoria. Mas antes ajudei a descarregar alguns milheiros de blocos de construção, filei uma boa na casa dele e ainda fomos conhecer uns bons alambiques, que segundo ele produziam a melhor cachaça do sul da Bahia.
Enfim a noite embarquei rumo ao Espírito Santo. Desta viagem o que me recordo foi ter conhecido um napolitano que estava viajando pelo Brasil, acompanhado por uma deliciosa, escultural mulata carioca, ambos pessoas bem cultas e de boa conversa. Recordo-me divertidamente quando ele olhava para ela é pedia "solo un bacione", " solo uno amore mio, uno" ...
Chegar a Vitoria foi fácil, rapidamente encontrei um albergue da juventude e la me hospedei, no primeiro dia fui ate a fabrica da Garoto, louco de curiosidade de saber se havia algum museu ou visita guiada pelas instalações. Essa foi minha primeira frustração, na fabrica não havia nenhuma actividade cultural. Ate hoje não gosto muito dos produtos garoto, por causa disso.
Vamos a segunda frustração, rodei e rodei não encontrei a dita vila de pedra e com o dinheiro acabando precisava encontrar um banco, quando descubro que o Banespa nao permitia saque em outro estado, nervoso tive que procurar em Vitoria, onde tinha uma agência Banespa para somente assim poder fazer saque.
Na capital e com dinheiro no bolso fui ate o centro de informações, nisso vem minha terceira frustração, meio por burrice minha mesma, pergunto para uma jovem linda de olhos azuis que la trabalhava, como fazia para chegar na vila de pedra conhecida como Vila Velha. A menina olhou para mim seria, pensou, conversou com uma colega e com um lindo sorriso no rosto (meio que dizendo de que planeta este doido veio), Cortezmente me indicou que a tal vila que eu procurava ficava no Paraná.
Com a minha cara de decepção, ela ainda tentou ser simpática dizendo que era um erro comum, que muita gente vinha perguntar aquilo, meu deu um mapa da cidade e me apontou coisas bacanas para eu ver ali.
De posse do mapa palmilhei as duas cidades, este video contem algumas imagens por exemplo o Mosteiro Nossa Senhora da Penha, a ponte que une Vitoria e Vila Velha, um farol marítimo e varias coisas legais.
Estou me deliciando com esta viagem de mochila as costa sem destino, tenho conhecido tanta gente, um argentino (Adrian), um carioca (Marcelo), varias meninas. Realmente Porto Seguro é o local ideal para os solteiros, quanta mulher sozinha, mas mudemos de assunto.
Fiz o percurso partindo de Porto Seguro: onde conheci a cidade velha e as construções da época colonial, de la segui até Santa Cruz Cabralia e conheci a coroa vermelha, o local simbólico da primeira missa, os índios. Terminado este ponto me dirigi ao sul, atravessei de balsa em Direcção ao Arraial da Ajuda, dormi na praia após um lual com montes de gente, pela manha prossegui ate Trancoso.
Estando de boa sentando em baixo de uma árvore, um estranho se aproxima e pergunta se eu podia dar uma ajuda. Acontece que esta pessoa, chamava Carlos tinha um caminhão e fazia entrega de blocos, mas seu ajudante tinha deixado ele na mao. E estava precisando de ajuda para descarregar o caminhão, como não tinha nada para fazer.
E achei tão engraçado a abordagem, fui la ajudar em 2 horas descarregamos toda a carga, saboriei da pinga de Eunapolis, terminado o serviço ganhei uma carona de caminhão ate Porto Seguro e um convite para conhecer Eunapolis.
As praias desertas de Arraial d'Ajuda e Trancoso, limpas e maravilhosas me marcaram para sempre como o desenho da praia ideal, aguas azuis fervilhando de vida marinha, a lagoa azul e os banhos de lama, a amabilidade do povo bahiano, as delicias da culinaria local, a generosidade das pessoas e a diversao doida da passarela do álcool. Fizeram desta primeira Vagneida, um vicio que ate hoje nao perdi, VIAJAR.
A Vagneida começou aqui, durante anos sonhei com grandes aventuras, sair sem eira nem beira. Na década de 80, iniciei algumas pequenas aventuras, gradualmente ampliando meu raio de açao, 50, 100, 200 ate 300 kilometros longe de casa.
Em 1992 comprei meu chapéu de Indiana Jones e no principio de 1993, fiz aquela viagem que foi meu ponto de virada e com ela descobri que queria girar o mundo. Numa época sem Internet e computadores eram objectos herméticos e cheios de segredos.
A Lulu, uma grande amiga de outros tempos, estava tirando ferias e disse qualquer coisa sobre Porto Seguro, em um almoço. Como gosto de historia sabia que tinha sido o local onde os portugueses ficaram a bandeira de conquista e reconhecimento das terras para a coroa lusitana.
Fora isso não sabia mais nada, achava que o tempo tinha riscado este porto do manha, sem tempo de poder ir ate a Biblioteca, resolvi ser radical e fui ate a Rodoviária do Tiete, guiché de informações (com uma senhora muito cortez e prestativa).
Peguei a fila e fiquei aguardando minha vez, ao chegar com a cara mais seria possível, perguntei qual o guiche vendia bilhetes para Porto Seguro, a senhora olhou nos apontamentos e disse que era a São Geraldo bla bla bla... agradeci satisfeito com o sucesso da missão, ja saindo viro e fazendo uma cara displicente perguntei em que estado ficava. ela sorrindo e fazendo cara que tinha percebido, soltou Bahia e atendeu o próximo viajante.
Iupiiii corri para o guiché comprei o bilhete e retornei para casa, enchi o mochilao, peguei uma bolsa que cabia uma caixinha de isopor, fui ao mercadinho comprei cerveja e parti.
Esse foi o planejamento todo para minha primeira grande aventura, A primeira grande viagem que fiz na vida.