segunda-feira, 2 de novembro de 2015

El Jefe Midnight Lunch

Meia noite, estou com fome!


Deu meia noite e bateu uma fome dos diabos, abro armário, geladeira e saio fazendo a maior confusão. Encontro tudo o que preciso, resolvo fazer um sanduba, o rei dos sandubas.

Utilizo em seu preparo pão amanhecido, queijo em fatias, ovo frito com a gema mole, muita cebola, pimenta , manjericao e azeite.



Frito o bife de pernil bem temperado deixando-o ao ponto. Acrescento a cebola
Ao final frito o ovo nessa gordura



Preparo o sanduiche e coloco na chapa para derreter o queijo e deixar a casca crocante.

Graças a este sanduiche tive a epifania de montar meu blog, fotoblog, fan-page no facebook e google plus e video no youtube.

Por isso desde esse dia, assino minhas paginas como El Jefe Midnight Lunch.

Bom apetite.

Crônica — Pilhas Caras, Brinquedos Offline e um Sonho Chamado Ferrorama




Crônica — Pilhas Caras, Brinquedos Offline e um Sonho Chamado Ferrorama

Para o Blog El Jefe Midnight Lunch — Edição Bellacosa Mainframe

A infância não é feita apenas de doces memórias — às vezes ela vem com senha de acesso restrito, versão demo, recurso limitado por orçamento e por boleto vencendo.
E no meu caso, os vilões não eram monstros nem fantasmas.
Eram pilhas.
Essas pequenas tiranas cilíndricas que decidiam quanto tempo um brinquedo podia existir.

Tínhamos uma vida de onda — ora maré alta, comida farta, risada solta; ora maré baixa, contas apertadas, criatividade para sobreviver.
Meu pai com a fotografia, minha mãe com salgados, manicure, bordados, o que aparecesse.
Quando a grana apertava, a família estendia a mão como ponte.
Nunca faltou amor.
Mas sobravam limites.

E é por isso que eu odiava brinquedos a pilha.


Não que eu não achasse incríveis.

Robôs que andavam, carrinhos que piscavam, fuscas que davam ré quando batiam na parede — aquilo era um trailer do futuro passando no cinema da sala.
Mas o ingresso era caro.
Pilhas custavam quase como ouro, ainda mais no late-game da ditadura, com a inflação mordendo o salário como um pitbull faminto.



Meus pais compravam um kit por mês.
Acabou? Acabou.
Só no próximo ciclo fiscal familiar.
E aí ficavam lá, meus brinquedos — parados, imóveis, como estátua greco-romana — esperando energia para viver.
Brincar com eles sem pilha era como tentar ouvir vinil sem agulha.

A solução científica-milenar? A geladeira.
Colocávamos as pilhas no gelo como se fossem soldados feridos na enfermaria.
E elas ressuscitavam por alguns minutos gloriosos.
Depois morriam novamente, dramaticamente, sem música de despedida.

Por isso, os reis do meu quartel não tinham pilha:
Fort Apache e soldados Gulliver.
Movidos a imaginação, sem consumo energético, 100% renovável.
Ali a batalha nunca acabava — era fusão nuclear de fantasia e chão de terra.
A infantaria marchava, o canhão disparava som com a boca, o cavalo corria como búfalo.
Era offline mode, mas com servidor dedicado na mente.

E havia um sonho.
Grandioso, inalcançável, quase mitológico:

O Ferrorama.


O trem elétrico da Estrela.
O Orient Express da infância brasileira.
A Torre Eiffel dos brinquedos.

Eu imaginava aquele trilho montado na sala, locomotiva fumegando, vagões brilhantes, estação lotada de passageiros que só existiam na minha cabeça.
Mas o preço era astronômico, coisa para filho de bancário ou de dentista do bairro.
Eu ficava com versões humildes, trenzinhos simples, plástico cru, motor fraco — mas rodavam sonhos.

Demorei anos para entender, mas aquilo me ensinou algo duro e valioso:

Quem sonha com o que não pode ter,
aprende a criar mundos com o que tem.

Hoje olho a prateleira, cheia de itens que eu jamais imaginei um dia possuir — alguns valem mais do que dois ou três Ferroramas dos anos 80.
E o menino de pilha gelada olha para tudo isso com um sorriso torto, meio vitorioso, meio nostálgico.

Porque a verdadeira bateria que movia minha infância não era alcalina —
era imaginação ilimitada com orçamento limitado.

E no fundo, é ela que me move até hoje.

sábado, 31 de outubro de 2015

Bellacosa Mainframe Especial Halloween Log nº 006 — “O IAHAAAAAAAAAAA da Estrada Morta”

 



🎃👻 El Jefe Midnight Lunch – Bellacosa Mainframe Especial Halloween
Log nº 006 — “O IAHAAAAAAAAAAA da Estrada Morta”


Halloween chegou, e como manda o JCL cultural, é tempo de puxar do arquivo morto aquelas histórias que deixam o SYSOUT tremendo, que fazem o dataset da alma fragmentar, que instalam no peito um ABEND UFFF de pura geladeira na espinha.

Pois hoje eu revisito uma lembrança real.
Nada de lenda urbana, nada de filme de terror italiano mal dublado.
Eu estava lá.
Eu ouvi.
Eu tremi.

E até hoje não sabemos o que foi.



📍Contexto: década de 1970

Antes do Dandan nascer, quando a unidade de produção familiar tinha apenas 4 membros — meu pai, minha mãe, minha irmã e este pequeno Bellacosa que vos escreve.
Meu pai, claro, era o cavaleiro da estrada, volante de caminhão, de ônibus, de táxi e principalmente de nosso Fusca vermelho, o cão fiel de batalha, todo remendado mas sempre indo… até aquela noite.

Rodovia provavelmente era a Washington Luiz, quando interior ainda era silêncio e pasto infinito, pista sem movimento e nenhuma base de apoio, nada de SOS, nada SAT, nada celular.
Era tudo no modo raiz, olho no farol e fé no carburador.

Mas o velho Fusquinha, nessa noite — parou.
Simples assim.
Morreu no escuro mais preto que alma de político.




🌑 CENÁRIO DE TERROR

Meus pais empurram o carro para o acostamento.
Tampa do motor aberta.
Lanterna fraca, quase sem pilha — um fio de luz impotente tentando domar um universo de trevas.

Meu pai mexe no motor.
Minha mãe segura a lanterna.
Nós, duas crianças, dentro do carro, mudinhas, duras, coração batendo mais forte que pistão de Opala SS.

Nenhum carro.
Nenhuma casa.
Nenhum poste de luz.
Só o vento e o breu.

E então, do absolutamente nada — o grito.

— IAHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Um urro rasgado.
Animal?
Humano?
Morto-vivo?
ET da Dutra?
Não sabemos.

Gelou a espinha.
Meu cérebro infantil formatou no mesmo instante.
Olhei pro rosto dos adultos e vi algo terrível: eles também estavam com medo.

E quando adulto treme — a criança implode.


Silêncio.
Depois de alguns minutos…

IAHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Mais alto.
Mais perto.

E assim madrugada adentro — o grito vinha, sumia, voltava.
Nós quatro encolhidos dentro de um carro morto no fim do mundo.
Sem saber se dali sairíamos a pé… ou carregados.




🌅 SALVAÇÃO

Só quando o sol tocou o asfalto é que um caminhoneiro apareceu.
Meu pai pegou carona, voltou com guincho, o Fusquinha foi remendado num posto de beira de estrada e seguimos viagem.

Vivos.
Inteiros.
Mas com a alma marcada como fita magnética arranhada.

Porque o IAHAAAAAAAAAAAAA
até hoje ecoa.




Não era rádio.
Não era bicho conhecido.
Não era gente pedindo socorro.

Era alguma coisa.

Talvez perdida entre mundos.
Talvez só querendo companhia.
Ou talvez — e essa é a versão que prefiro —
foi o Halloween que chegou adiantado naquela madrugada.

Bellacosa, encerrando transmissão com o farol apagando, motor engasgando, e o grito distante ainda sussurrando no spool mental:

IAHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA…

 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O que é ser fetichista — entre o desejo e o delírio

 


O que é ser fetichista — entre o desejo e o delírio

Existe um território curioso entre o desejo e o delírio.
Um ponto onde o corpo deixa de ser o centro e o detalhe passa a ser o universo.
É ali que nasce o fetiche — esse pequeno desvio do olhar que transforma o comum em irresistível.

Ser fetichista não é apenas gostar “demais” de algo.
É transformar um fragmento em mito.
Um par de sapatos, um perfume, uma voz rouca, um gesto inocente, o jeito que o cabelo cai sobre o rosto.
Não é o corpo inteiro que atrai — é a centelha, o símbolo, o objeto, o ritual.

Freud dizia que o fetiche é um truque do inconsciente para lidar com o medo e o desejo.
Mas talvez seja mais poético que isso.
O fetiche é a arte de personificar o desejo no detalhe.
É quando o toque vira linguagem, e o olhar vira altar.

Há quem veja o fetichista como um excêntrico — alguém que “desvia do normal”.
Mas o que é o normal, afinal?
O amor também é uma forma de fetiche: a gente escolhe uma pessoa, entre bilhões, e diz “essa aqui é única”.
Isso não é racional, é mágico.
O fetichista só leva essa mágica a sério demais — transforma o detalhe em religião.

No fundo, ser fetichista é ser devoto do detalhe.
É enxergar beleza onde os outros veem banalidade.
É transformar o toque de uma luva, o som de um salto, o cheiro de uma roupa em poesia.
É uma confissão disfarçada de vício, uma forma de dizer:
“não amo o todo, amo o que nele me fascina.”

Talvez por isso o fetichista viva entre o mistério e o tabu.
Porque o mundo teme quem vê beleza onde os outros não veem nada.
Mas é aí que mora o encanto — o fetichista é o último romântico do inconsciente,
aquele que ainda acredita que o desejo é feito de símbolos, não de corpos.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

😂 Rindo à Japonesa: o Humor do Oriente Que Encanta (e Confunde) o Ocidente

 



😂 Rindo à Japonesa: o Humor do Oriente Que Encanta (e Confunde) o Ocidente

O humor japonês é um mundo à parte — cheio de sutilezas, expressões teatrais, trocadilhos malucos e situações absurdamente cotidianas. Se você já assistiu a algum anime, dorama ou programa japonês e se perguntou “por que eles estão rindo disso?”, bem-vindo ao universo fascinante do warai (笑い) — o riso nipônico.

Neste artigo, vamos mergulhar no que faz o Japão rir: sua história, seus estilos, os tipos de comédia, e claro, alguns nomes e curiosidades para você começar a entender e se divertir com essa parte essencial da cultura oriental.


🎭 Raízes do Riso: O Humor Tradicional Japonês

Antes do stand-up, existiam os palcos de tatame.
O humor japonês tem origem no Kyōgen (狂言) — uma forma teatral do século XIV que surgia entre os atos sérios do teatro Noh. Enquanto o Noh era espiritual e sombrio, o Kyōgen era o oposto: cotidiano, engraçado e cheio de sátira. Personagens como servos atrapalhados e mestres tolos divertiam o público com gestos exagerados e situações absurdas — uma espécie de “Chaves do Japão feudal”.

No século XVII, surge o Rakugo (落語): um contador de histórias sentado sobre um tatame, usando apenas um leque (sensu) e uma toalhinha (tenugui) para criar dezenas de personagens. É uma arte de improviso e ritmo, onde o humor nasce da fala e do silêncio. Mestres como Katsura Bunshi e Shijaku Katsura II mantêm viva essa tradição até hoje.


📺 Da TV ao Anime: O Humor Moderno e seus Estilos

O Japão moderno continua a rir — mas agora com câmeras, microfones e memes.
Nas décadas de 1950 e 1960, surgiram as duplas de comediantes, conhecidas como manzai (漫才). Um formato rápido e cheio de energia: um comediante “sério” (tsukkomi) e outro “bobo” (boke). Um faz a piada absurda, o outro corrige com indignação. É como o eterno duelo entre o sensato e o insano — um reflexo da harmonia e caos da sociedade japonesa.

Alguns grupos e nomes famosos incluem:

  • Downtown (Matsumoto Hitoshi e Hamada Masatoshi) — ícones do humor televisivo, criadores do lendário programa Gaki no Tsukai (“Não ria!”).

  • Ninety-Nine e London Boots — representantes do humor dos anos 90 e 2000.

  • Bakarhythm e Kojima Yoshio — mestres do humor nonsense e físico.

Nos animes, o manzai e o boke/tsukkomi aparecem em duplas clássicas:

  • Naruto e Jiraiya, Gintoki e Shinpachi, Kagura e Gintoki, Tanjiro e Zenitsu — e até Luffy e Zoro.
    A estrutura é a mesma: um fala bobagem, o outro reage com desespero.


💡 Dicas Para Entender o Humor Japonês

  1. Observe o contexto cultural: o japonês valoriza o absurdo e o embaraço social — rir do inesperado é uma forma de aliviar a tensão.

  2. Os trocadilhos (dajare) são reis: quanto mais ruim o jogo de palavras, mais risadas provoca.

  3. O silêncio é cômico: muitas vezes o riso vem da pausa desconfortável, não da fala.

  4. Gestos e expressões valem ouro: o exagero corporal substitui o palavreado.

  5. Assista com mente aberta: o humor japonês pode parecer estranho, mas há beleza na estranheza.


🧠 Curiosidades Divertidas

  • O Japão tem programas de comédia 24h por dia em canais locais.

  • Existem concursos nacionais de manzai — o M-1 Grand Prix é o “Oscar” do humor japonês.

  • O termo “baka” (idiota) é praticamente patrimônio do humor — aparece em quase todo sketch.

  • Muitos atores sérios começaram em programas de comédia. Exemplo: Takeshi Kitano (Beat Takeshi), hoje um diretor cult, era um comediante manzai.


📚 Para Começar: Humor Japonês Que Vale Conhecer

🎤 Rakugo clássico:

  • Shōten (programa de TV tradicional de contadores de história)

  • Akatsuka Fujio – criador de Osomatsu-kun, um marco do humor nonsense

🎬 Filmes e séries cômicas:

  • Kikujiro no Natsu (Takeshi Kitano) – humor melancólico e poético

  • Gaki no Tsukai: Batsu Game – o desafio de não rir mais famoso do Japão

📺 Animes com DNA cômico:

  • Gintama – sátira absoluta da cultura pop

  • Saiki Kusuo no Psi-nan – humor mental e rápido

  • Nichijou – absurdos cotidianos em alta velocidade


🌸 Conclusão

O humor japonês é mais do que piadas — é uma forma de observar a vida com leveza, ironia e empatia. Ele ensina que rir de si mesmo é uma arte, e que o riso, mesmo atravessando idiomas e culturas, é uma das linguagens mais universais que existem.

Então, da próxima vez que vir um japonês rindo de um trocadilho intraduzível, lembre-se: talvez o riso não precise fazer sentido — ele só precisa ser sentido.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Pollo frito a Mississippi

Frango frito inteiro em imersão

Sempre tive vontade de provar um frango frito a moda do Mississippi, depois de tanto enrolar, um dia inspirado comecei o preparo.

Comprei um frango inteiro e deixei marinar em tempero por 24 horas... alho, cebola, salsa, oregano, pimenta vermelha, pimenta do reino, cebolinha e sal a gosto.

(versão com áudio)

Depois em uma panela bem alta, despejei quase um litro de óleo e deixei pegar ponto de fervura.


Deixei o frango ficar crocante na pele e molhadinho por dentro. Acompanha bem com arroz a moçambique ou batatas cozidas.

Arroz a moda de moçambique e feito do género de risoto italiano e utiliza-se óleo de dende e leite de coco, para dar um sabor exótico.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

⚙️ z/OS 2.2 — O despertar do Mainframe DevOps 🧩☁️



 






⚙️ z/OS 2.2 — O despertar do Mainframe DevOps 🧩☁️

Por Bellacosa Mainframe — onde o passado conversa com o futuro em EBCDIC e RESTful 😎💻


O z/OS 2.2, lançado oficialmente em setembro de 2015, foi mais que uma simples atualização: foi um marco de mentalidade.
Depois do z/OS 2.1 abrir as portas para a era híbrida e cognitiva, o 2.2 consolidou o conceito do Mainframe moderno, automatizado e pronto para DevOps, com uma pegada mais “cloud-native”, mas ainda com o DNA sólido do System z.

Prepare seu café ☕, porque hoje vamos mergulhar nas entranhas técnicas dessa revolução — o sistema que transformou o jeito de pensar, operar e programar no mundo z.


🧬 1. Contexto histórico — o z/OS entra na era da automação inteligente

O z/OS 2.2 nasceu junto ao IBM z13, uma máquina lendária com até 141 processadores, 10 TB de memória e clock de 5 GHz.
O z13 não era apenas rápido — ele foi desenhado para o mundo do analytics, mobilidade e integração contínua, e o z/OS 2.2 veio para acompanhá-lo.

🔹 Data de lançamento: setembro de 2015
🔹 Última entrega de service: 2017, antes da chegada do 2.3
🔹 Compatível com: zEnterprise EC12, BC12 e z13

O foco? Simplificação da administração, escalabilidade e automação das operações.
O mainframe, enfim, começava a falar “DevOpsês”.


💾 2. O cérebro expandido — memória, CSA e o poder 64-bit

A IBM refinou o modelo de endereçamento 64-bit iniciado no 2.1.
Com o z/OS 2.2, praticamente todo o ambiente de sistema passou a ser endereçável em 64 bits, incluindo:

  • LPA (Link Pack Area) e CSA (Common Service Area) — agora totalmente relocáveis e expansíveis.

  • SQA (System Queue Area) — reorganizada para uso mais eficiente.

  • Memory Objects de até 2 TB por address space.

  • Paging mais inteligente, com balanceamento dinâmico entre SSD e DASD.

💡 Bellacosa Curiosidade: Foi a primeira vez que a IBM implementou algoritmos de prefetch baseados em machine learning interno para otimizar cache e paging — sem precisar de software externo.


⚙️ 3. PR/SM e créditos de CPU — o cérebro oculto do equilíbrio

O PR/SM (Processor Resource/System Manager) ganhou um novo conjunto de truques com o z/OS 2.2, otimizando a interação entre LPARs e workloads concorrentes.

Avanços notáveis:

  • HiperDispatch aprimorado, com melhor localização de cache e “affinity awareness”.

  • WLM (Workload Manager) mais sensível a prioridades de negócios.

  • Dynamic LPAR weight adjustment: o sistema redistribui automaticamente créditos de CPU entre partições conforme o workload.

  • Soft Capping “aware” — agora detecta picos temporários e aplica limites de forma inteligente, evitando throttling brusco.

🎩 Easter Egg técnico: Se você observar o SMF 70-1 do z/OS 2.2, vai notar métricas novas de “CPU delay by dispatch group”. Essa foi uma das primeiras sementes do que viria a ser o Container Performance Management no z/OS 2.4+.


🧰 4. Aplicativos internos e softwares — o z/OS vai para a nuvem

O z/OS 2.2 trouxe uma das maiores ondas de modernização da história do sistema:

🔹 z/OSMF (Management Facility) 2.2

O grande astro da versão.
O z/OSMF deixou de ser “um web painel bonito” e virou uma plataforma de orquestração e automação, com:

  • Workflows automáticos para instalação, migração e tuning;

  • REST APIs nativas para integração com ferramentas externas (Jenkins, Ansible, UrbanCode, etc.);

  • Wizard de Parmlib e profile assistido — o sistema se “autoafina”.

💬 Bellacosa Insight: Foi o nascimento do conceito “Mainframe as Code” dentro da IBM.


🔹 JES2 (V2R2)

Mais rápido, mais limpo e finalmente unicode-aware.

  • Melhor compressão de spool.

  • Novo formato de checkpoint em 64 bits.

  • Subsystem Interface (SSI) modernizada para integração com automações externas.

🔹 RACF

Revisado para suportar mais de 1 milhão de perfis ativos sem degradação.
Novos logs SAF, e suporte inicial a password phrases com 100 caracteres.

🔹 UNIX System Services

Expansão para POSIX 2008, suporte nativo a Python e Node.js (início da integração com z/OS Open Tools).
Shells mais leves, com fork otimizado.

🔹 DFSMS e DFSMShsm

Reorganização total do storage management — agora com:

  • Data Class-aware Tiering, movendo datasets frios para fita automaticamente.

  • Catalog Search Rebuild mais rápido (aquela lerdeza do IDCAMS LISTCAT começou a sumir 😅).


🧩 5. Instruções de máquina e z13 — performance turbinada

O z/OS 2.2 foi otimizado para o novo z13 chip, que trouxe inovações absurdas em instruções e performance:

  • SIMD (Single Instruction, Multiple Data): acelera cálculos matemáticos e criptográficos.

  • Vector Facility: base do que hoje o z16 usa para IA e analytics.

  • Crypto Express5S com hardware AES-GCM e SHA-3 nativo.

  • Transactional Memory 2.0, reduzindo o overhead de locks no DB2.

📈 Resultado: workloads Java, DB2 e CICS ficaram 20% a 30% mais rápidos só com recompilação ou tuning leve.


☁️ 6. Nuvem, APIs e o z/OS Connect (preview edition)

Sim, o z/OS 2.2 foi o “berço” do z/OS Connect Enterprise Edition.
Pela primeira vez, o mainframe falava JSON nativo, publicando e consumindo REST APIs com segurança RACF.

  • CICS TS 5.3 passou a ser o host natural para APIs REST.

  • MQ 8.0 foi integrado como canal de comunicação padrão.

  • E os workloads IMS/DB2 começaram a se comportar como microservices antes da moda.

💬 Curiosidade Bellacosa: algumas demos internas da IBM em 2015 chamavam o z/OS Connect de "Mainframe Tinder", porque ele fazia “match” entre o legado e o mobile. 😂


🔐 7. Segurança, criptografia e auditoria

A segurança subiu de patamar:

  • ICSF (Integrated Cryptographic Services Facility) expandido com novos algoritmos ECC e RSA 4096.

  • Audit Trail centralizado via SMF 80/81, pronto para frameworks como SIEM e QRadar.

  • AT-TLS reforçado com certificados SHA-256.

E claro — zAware (z/OS Analytics for z) ganhou integração nativa: o sistema começava a “entender seu próprio comportamento”.


🧙‍♂️ 8. Curiosidades, bastidores e “fofoquices” IBMianas

  • 🧠 Internamente, o z/OS 2.2 era chamado de “Blue Lightning” — pela cor e velocidade do z13.

  • ☕ O time do z/OSMF 2.2 tinha devs que antes trabalharam no Lotus Notes (sim, os mesmos!).

  • 🧩 Foi a primeira versão que recebeu testes de integração contínua com Jenkins rodando no próprio z/OS.

  • 💬 Rumores dizem que a IBM testou o z/OS 2.2 no “Blue Cloud Lab”, um datacenter experimental com PR/SM distribuído entre continentes.


🚀 9. Conclusão — o Mainframe acorda para o DevOps

O z/OS 2.2 não é só uma atualização: é um ponto de virada cultural e técnico.
Ele uniu o tradicional mundo batch e transacional à filosofia DevOps, APIs e automação, consolidando o que hoje conhecemos como o ecossistema “Hybrid Mainframe”.

O gigante não apenas sobreviveu — ele se reinventou com estilo.
E nós, mainframers, ganhamos um novo brinquedo para brincar de futuro. 😎


Bellacosa Mainframe
☕ Onde bits têm alma e memória tem história.
💬 E você, padawan — lembra a primeira vez que viu o z/OSMF com REST APIs?
Deixe nos comentários: foi amor, susto ou “onde fica o ISPF disso aí?” 😂